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Esquadrão Imortal – Napoli 2022-2023

Em pé: Meret, Osimhen, Kim Mim-jae, Anguissa, Rrahmani e Kvaratskhelia. Agachados: Lozano, Mathías Olivera, Lobotka, Di Lorenzo e Zielinski.

 

Grandes feitos: Campeão do Campeonato Italiano (2022-2023). Encerrou um jejum de 33 anos sem títulos no maior torneio do futebol da Itália.

Time-base: Meret; Di Lorenzo, Rrahmani, Kim Min-jae e Mário Rui (Mathías Olivera); Lobotka, Anguissa e Zielinski; Lozano (Politano), Osimhen (Raspadori / Giovanni Simeone / Elmas) e Kvaratskhelia. Técnico: Luciano Spalletti.

 

Siamo Noi, Siamo Noi, Campioni d’Italia Siamo Noi!!!

 

Por Guilherme Diniz

 

Em 1990, em uma nova grande campanha de um esquadrão que brilhava desde 1986, o Napoli faturou seu segundo título do Campeonato Italiano no embalo de seu maior ídolo, Diego Maradona, artilheiro da equipe naquela caminhada com 16 gols, e de Careca, autor de 10 gols. O troféu foi o desfecho de uma geração e início de tempos sombrios ao clube do sul da Itália. Maradona foi pego em um exame antidoping e deixou o Napoli. Os anos se passaram, os troféus minguaram, uma crise financeira sem precedentes explodiu e o Napoli faliu em 2004. Foi então que o produtor cinematográfico Aurelio de Laurentiis decidiu ressuscitar a equipe, elaborar um roteiro e criar um novo filme, ou melhor, um novo Napoli. Depois de passar pela série C1, o clube foi subindo, mantendo altas médias de público mesmo nas divisões inferiores até voltar à elite em 2007.

Já na temporada 2011-2012, o Napoli conseguiu sair da fila de grandes títulos ao levantar a Copa da Itália, justamente sobre a eterna rival Juventus, um caneco para lavar a alma. Mas o sonho napolitano era mesmo o Scudetto. Porém, a mesma Juventus foi a responsável por impedir ao longo da década de 2010 a conquista dos partenopei por quatro vezes: 2012-2013, 2015-2016, 2017-2018 (esta a mais traumática, pois o time somou 91 pontos, enquanto a Juve fez 95) e 2018-2019. O Napoli ainda venceu mais duas Copas da Itália e uma Supercopa Italiana, mas faltava o Scudetto. Até que, em 2022-2023, enfim, o Napoli deu ao seu torcedor o filme tão esperado, com personagens desconhecidos que, jogo após jogo, se transformaram em estrelas mundiais, cobiçados, celebrados e idolatrados. Não teve emoção, drama, nada disso. É que eles foram tão dominantes, tão absolutos, que tudo foi conduzido com controle pleno das ações e os rivais foram derrotados sem dó – alguns, atropelados. 

E não foi apenas na Itália que eles deram show. Na Liga dos Campeões da UEFA, fizeram uma fase de grupos marcante, com shows diante de um titã (Ajax) e sobre os alemães do Eintracht Frankfurt, então campeões da Liga Europa. O sonho ruiu nas quartas de final diante do velho rival Milan, mas o grand finale era em casa. Era o Scudetto. E ele veio com cinco rodadas de antecipação, encerrando um jejum de 33 anos sem títulos e desencadeando uma festa única, sensacional e aí sim com emoção e alegria que tomou Nápoles e várias cidades da bota. De algum lugar, Maradona viu tudo aquilo e sorriu, assim como sorriu um ano antes com sua Argentina campeã do mundo. É hora de relembrar a epopeia do tri napolitano.

 

Debandada e as dúvidas

Lorenzo Insigne, Dries Mertens e Kalidou Koulibaly (ao fundo): saída desses e outros jogadores gerou apreensão no torcedor napolitano para a temporada 2022-2023. Foto: Francesco Pecoraro/Getty Images.

 

Depois de terminar na 3ª colocação o Campeonato Italiano de 2021-2022 e garantir uma vaga na Liga dos Campeões da UEFA, o Napoli começou a temporada seguinte com certa esperança de bons resultados, mas logo elas começaram a ruir quase que instantaneamente. Motivo? A torcida demonstrou já em maio de 2022 seu descontentamento com o treinador Luciano Spalletti ao exibir uma faixa dizendo que só devolveria o Fiat Panda roubado em outubro de 2021 (!) se ele pedisse demissão do cargo (!!). Na ocasião, Spalletti fez um boletim de ocorrência pelo furto do carro, que aconteceu próximo ao hotel onde residia, em Nápoles. A investigação não deu em nada, e Spalletti, mesmo com a tal faixa, não arredou o pé e permaneceu.

Só que o planejamento para 2022-2023 começou sem qualquer chance de sucesso não apenas por essa rusga entre torcida (ou os ladrões?) / Spalletti, mas também pelas saídas de jogadores muito importantes para o clube nos anos anteriores, como o zagueiro Koulibaly – vendido ao Chelsea-ING por 38 milhões de euros; o atacante Mertens, maior artilheiro da história do clube, que foi sem custos ao Galatasaray-TUR; o meia Fabián Ruiz, vendido ao PSG por 25 milhões de euros; o meia Insigne, que foi jogar no Toronto-CAN; e o goleiro Ospina, que partiu para o Al-Nassr-ARS. Com saídas tão significativas, a diretoria teve que se virar para contratar peças à altura e sem gastar muito.

“Spalletti, vamos devolver seu veículo, desde que você saia” – a singela faixa da torcida (?) para o técnico dos partenopei.

 

Luciano Spalletti, técnico do Napoli. Foto: Getty Images.

 

Por empréstimo, vieram os atacantes Giovanni Simeone e Giácomo Raspadori. Para a defesa, a aposta foi no sul-coreano Kim Min-jae, ex-Fenerbahçe-TUR, por 18 milhões de euros. Para dar mais combate no meio de campo, a diretoria trouxe o camaronês Anguissa, ex-Fulham-ING, por 15 milhões de euros. E, para a criação, um desconhecido georgiano de nome quase impronunciável: Khvicha Kvaratskhelia, que apareceu como promessa no Campeonato Russo jogando pelo Lokomotiv, se transferiu para o Rubin Kazan e estava jogando no futebol da Geórgia pelo Dinamo Batumi, após rescindir seu contrato no Kazan com a eclosão da Guerra da Ucrânia. O valor pago por Kvara? “Apenas” 10 milhões de euros. Uma pechincha por tudo o que ele iria fazer já a partir do primeiro jogo da temporada do Napoli…

Kvara: reforço de ouro do Napoli.

 

Com a manutenção de outras peças como o goleiro Meret, o lateral e capitão Di Lorenzo, o zagueiro Rrahmani e o atacante Osimhen – artilheiro do time na temporada 2021-2022 com 18 gols – o Napoli sonhava com campanhas melhores, mas as saídas dos atletas citados pesava bastante àquela altura. Ninguém acreditava que os contratados poderiam render tanto quanto os que saíram, ainda mais por serem peças de setores cruciais – defesa, meio de campo e ataque. Só que Spalletti percebeu no dia a dia que seu elenco era bom. Talvez, até com mais apetite do que o da temporada passada. E isso passaria por uma dupla: Kvaratskhelia e Osimhen.

 

Construindo o esquadrão

Poder de ataque do Napoli iria passar pela dupla Kvaratskhelia e Osimhen.

 

Adepto do futebol ofensivo, das broncas e com um jeito ávido de comandar seus times, Spalletti logo expôs suas vontades naquele Napoli 2022-2023. Armou o time no 4-3-3, com uma zaga consistente composta por laterais que sabiam atacar e defender – Mário Rui e Di Lorenzo – e uma forte dupla de zagueiros, excelente na cobertura e no jogo aéreo – Rrahmani e Kim Min-jae, este a grande revelação do setor, com muita liderança, senso combativo e jogos marcantes. No meio de campo, o treinador podia alternar as peças, mas optou mais por Lobotka ao centro, Anguissa pela direita e Zielinski pela esquerda, com algumas inversões em determinados momentos do jogo, principalmente de Anguissa, incansável e um “motor” no setor.

No ataque, Lozano jogaria pela ponta-direita, com Politano sendo opção no banco. Na esquerda, Kvaratskhelia seria o grande articulador e “perfurador” de defesas para distribuir bolas a Osimhen, vivendo grande fase goleadora com seu instinto predatório dentro da área, oportunismo, boa colocação e velocidade. Raspadori, Simeone e Elmas eram outros bons jogadores que também teriam participação no setor ofensivo.

Só que os virtuoses do time seriam, de fato, Kvara e Osimhen. Com a ousadia do georgiano e sua capacidade de criar jogadas espetaculares, romper defesas e abrir brechas com seus ziguezagues, ele virou o companheiro perfeito para o nigeriano Osimhen marcar ainda mais gols. As tabelinhas entre a dupla viraram constantes, além dos golaços de fora da área. A habilidade de Kvara rapidamente fez a torcida apelidar o camisa 77 carinhosamente de Kvaradona, em alusão, claro, ao ídolo eterno. E, rodada a rodada do Campeonato Italiano, o georgiano iria fazer valer a alcunha recebida.

 

Início avassalador

Foto: Filippo MONTEFORTE / AFP.

 

A trajetória do Napoli começou na bela Verona, contra o time da casa, no estádio Marcantonio Bentegodi. Propondo seu jogo, os napolitanos dominaram a partida no início, mas levaram um gol do time da casa aos 29’, de Kevin Lasagna. Porém, minutos depois, Kvara empatou e, nos acréscimos, Osimhen virou. No começo da segunda etapa, Thomas Henry empatou para o Hellas Verona, mas oito minutos depois, Kvara engatilhou Zielinski, que fez 3 a 2. Aos 20’, Lobotka fez 4 a 2 e Politano deu números finais ao jogo: 5 a 2. Um enorme resultado que mostrou algumas virtudes do Napoli aos rivais e o poder de fogo que Kvaratskhelia tinha. Quem não o conhecia, ficou conhecendo.

Ainda em agosto, o Napoli venceu o Monza (4 a 0, com dois gols de Kvara, um de Osimhen e outro de Kim Min-jae), e empatou com a Fiorentina (0 a 0, fora) e o Lecce (1 a 1, em casa), resultados que deixaram o clube na 4ª colocação da tabela. O primeiro duelo de setembro foi contra um rival da parte de cima da tabela, a Lazio, em Roma. O time da casa abriu o placar com Zaccagni logo aos 4’, em um petardo de fora da área, mas o Napoli não se abateu e partiu pra cima, principalmente com Kvaratskhelia, que emendou dribles e jogadas de efeito que culminaram com uma bola na trave. Até que, aos 38’, o zagueiro Kim Min-jae subiu mais alto do que todo mundo após cobrança de escanteio e empatou. O gol manteve o Napoli aceso e, no segundo tempo, Kvara recebeu de Anguissa e marcou seu quarto gol em apenas cinco rodadas na Série A: 2 a 1.

Napoli deu show contra o Liverpool em casa. Foto: ALBERTO PIZZOLI/AFP.

 

Na semana seguinte, o Napoli começou sua trajetória na Liga dos Campeões da UEFA em um grupo hostil, com os tradicionais Liverpool-ING, Ajax-HOL e Rangers-ESC. E a estreia foi em casa, diante do então vice-campeão Liverpool, no estádio Diego Armando Maradona tomado por quase 52 mil pessoas. Quando a bola rolou, o Napoli simplesmente não deixou o time inglês jogar e abriu o placar logo aos 5’, com Zielinski cobrando pênalti. Osimhen também teve sua chance de pênalti, mas acabou errando minutos depois. Mas, aos 31’, Anguissa fez 2 a 0 e Simeone fez 3 a 0. No começo do segundo tempo, Zielinski fez 4 a 0 e transformou em baile aquela estreia europeia. Luis Díaz ainda descontou para os Reds, mas de nada adiantou e a vitória foi italiana: 4 a 1.

Na rodada seguinte da Série A, o triunfo sobre o Spezia por 1 a 0, em casa, com gol de Raspadori aos 44’ do segundo tempo, devolveu a liderança aos partenopei, que retornaram à UCL no dia 14 de setembro para visitar o Rangers no temido Ibrox Stadium. E, de novo, os italianos venceram de maneira categórica: 3 a 0, com gols de Politano, Raspadori e Ndombele. A partida foi muito tensa, com os escoceses abusando das faltas para parar os ágeis jogadores napolitanos. O Rangers terminou com um jogador expulso e teve ainda seis cartões amarelos. Na 7ª rodada do Calcio, eis mais um desafio imenso: encarar o Milan, campeão da temporada anterior, em pleno San Siro. 

A dupla era líder com 14 pontos e uma vitória iria desempatar a disputa. O Milan teve mais volume de jogo e finalizou bem mais – 22 a 9 – porém, pecou muito na hora de concluir e viu Giroud acertar o travessão em determinado momento do jogo. Com o placar zerado, Kvara partiu pra cima de Sergiño Dest no começo da etapa complementar e foi derrubado dentro da área. Pênalti, convertido por Politano. O Milan pressionou, o goleiro Meret fechou o gol, mas a equipe rossonera conseguiu o empate aos 24’, com Giroud, após completar cruzamento de Theo Hernández. Só que o Napoli não se entregou e, aos 33’, Mário Rui cruzou na medida para Simeone marcar um gol importantíssimo que garantiu a vitória por 2 a 1 e calou os mais de 72 mil torcedores milanistas. O triunfo foi simbólico. Afinal, a partir dali, o Napoli não iria sair mais do topo da tabela.

 

Ninguém à frente! E quem é o Ajax mesmo?

No dia 1º de outubro, o Napoli recebeu o Torino em casa e decidiu a partida em apenas 37 minutos, com dois gols de Anguissa (em fase esplendorosa) e um de Kvaratskhelia. Dias depois, a equipe viajou até Amsterdã para enfrentar o Ajax, na Johan Cruyff Arena, pela terceira rodada da UCL. A expectativa era de um duelo equilibrado e certo favoritismo dos holandeses, quatro vezes campeões, camisa pesada, aquela coisa toda. E, logo aos 9’, os alvirrubros fizeram 1 a 0. Só que de nada adiantou. O Napoli avançou sua marcação, partiu pra cima de maneira impiedosa e empatou nove minutos depois, em jogada de Kvara e Olivera concluída por Raspadori. Aos 33’, Kvara cobrou escanteio e Di Lorenzo cabeceou para virar. E, aos 45’, aproveitando os espaços deixados pelo Ajax, Anguissa tocou para Zielinski fazer 3 a 1. 

No segundo tempo, o Ajax não tinha outra alternativa a não ser atacar. E, com isso, deu espaços. Logo aos 2’, Anguissa roubou a bola e tocou para Raspadori chutar rasteiro e fazer 4 a 1. Aos 18’, Kvara driblou pra cima de dois marcadores, tabelou e recebeu para fazer o quinto. Faltando mais de 25 minutos de jogo, muitos torcedores do Ajax começaram a deixar o estádio. Era um baile, uma dominância plena do Napoli pra cima do time holandês. E, faltando sete minutos para o fim, Simeone fez o seu e fechou o passeio: 6 a 1. Um placar extraordinário, talvez uma das maiores vitórias do Napoli em competições europeias diante do peso do rival e do jogo em si – até “olé” gritaram para o time italiano!

Dias depois, o Napoli venceu facilmente a Cremonese por 4 a 1, fora de casa, e recebeu o Ajax no Diego Armando Maradona no returno da fase de grupos da UCL. E, de novo, deu Napoli: 4 a 2, com gols de Lozano, Raspadori, Kvara e Osimhen. Praticamente classificado, o Napoli ainda venceu o Rangers, em casa, por 3 a 0 e só perdeu na última rodada diante do Liverpool, em Anfield Road, por 2 a 0, mas nem isso tirou a liderança dos italianos, que somaram 15 pontos, com cinco vitórias, uma derrota, 20 gols marcados e apenas seis sofridos. Nas seis rodadas seguintes do Italiano, o Napoli emendou mais seis vitórias e disparou de vez no topo da tabela. Os partenopei triunfaram sobre:

 

  • 3 a 2 no Bologna, em casa;
  • 1 a 0 na Roma, fora;
  • 4 a 0 no Sassuolo, em casa, com três gols de Osimhen;
  • 2 a 1 na Atalanta, fora, no 4º jogo seguido com Osimhen balançando as redes;
  • 2 a 0 no Empoli, em casa;
  • 3 a 2 na Udinese, em casa

 

Com essa série irrepreensível, na qual a principal vitória foi sobre a Atalanta, adversário direto na briga pelo título e com Osimhen mostrando liderança no ataque na ausência do lesionado Kvaratskhelia. Após a vitória sobre a Udinese, o Napoli entrou em férias por causa da pausa para a Copa do Mundo da FIFA, realizada excepcionalmente entre novembro e dezembro de 2022 por causa das condições climáticas do país-sede, o Catar. O clube do sul “dormiu” na liderança isolada do Calcio com 41 pontos, oito à frente do vice-líder Milan e com 10 pontos de vantagem sobre a então terceira colocada, a Juventus. O time estava invicto e com 11 vitórias seguidas. Era só manter o curso que o Scudetto poderia vir depois de 33 anos de jejum. Mas, como sempre acontece em anos com pausa para a Copa, a pergunta era: será que o embalo seria o mesmo?

 

Retomada com massacre!

O primeiro jogo pós-Copa do Napoli aconteceu em 04 de janeiro de 2023, contra a Inter de Milão, no Giuseppe Meazza. Mesmo com o time completo, o Napoli não conseguiu furar a zaga nerazzurri e acabou perdendo a invencibilidade na competição com a derrota por 1 a 0, gol de Dzeko. Quatro dias depois, a volta por cima veio com uma vitória protocolar sobre a desesperada Sampdoria, fora de casa, por 2 a 0 (gols de Osimhen e Elmas) e, na 18ª rodada, veio o esperado duelo diante da velha conhecida Juventus, tão estraga prazeres na última década, tão na garganta da torcida napolitana, tão odiada, enfim, a velha coroca que ninguém em Nápoles suporta ou consegue aturar!

O jogo aconteceu no Diego Armando Maradona lotado com 52 mil pessoas e nem o mais entusiasmado torcedor poderia prever o que aconteceu. A Juve vinha de oito vitórias seguidas, estava há oito jogos sem levar gols e tinha a melhor defesa da Série A. Bem, tudo isso caiu por terra, ou melhor, no gramado de Nápoles naquele dia 13 de janeiro de 2023. Kvaradona e Osimhen pegaram a zaga bianconeri de jeito e realizaram o maior baile napolitano naquele campeonato. Aos 14’, Kvara fez uma acrobacia dentro da área, o goleiro da Juve impediu o golaço, e Osimhen fez 1 a 0. Aos 39’, Bremer falhou feio, Osimhen aproveitou e deixou com Kvara, que bateu de chapa, no cantinho, para fazer 2 a 0.

Osimhen, terror da Juve – e da maioria dos adversários – na Série A de 2022-2023.

 

O campeão do mundo Di María diminuiu, mas o Napoli chegou aos 3 a 1 logo aos 10’ do segundo tempo, com o zagueiro Rrahmani após cobrança de escanteio. O quarto gol saiu após outro erro bisonho do zagueiro Bremer em cruzamento de Kvara, no qual o nigeriano Osimhen não perdoou e marcou seu segundo gol no jogo. Elmas deixou o seu minutos depois e o placar de 5 a 1 foi direto para uma das maiores goleadas da história do duelo e um jogo que jamais será esquecido pelo torcedor. Foi a vitória para mostrar que aquele time queria e podia ser campeão italiano. Estava farto de decepções, tropeços. E uma goleada daquele tamanho justamente na equipe que dominou a Itália por nove anos seguidos foi simplesmente sensacional.

 

Vaga nas quartas da UCL e em modo automático na Série A

Ainda em janeiro, o Napoli sofreu um tropeço inesperado logo de cara na Copa da Itália. Nas oitavas de final, o time de Spalletti acabou eliminado pela Cremonese nos pênaltis por 7 a 6 após empate em 2 a 2 no tempo regulamentar. Depois de derrotar a Salernitana, fora de casa, por 2 a 0, na 19ª rodada da Série A, o time napolitano teria pelo caminho a reta final da UCL e o segundo turno do Campeonato Italiano. O returno começou no dia 29 de janeiro, em casa, no Derby del Sole contra a Roma. Osimhen abriu o placar no primeiro tempo, após boa jogada de Kvaratskhelia. No segundo tempo, El Shaarawy empatou, mas o Napoli conseguiu a vitória em gol de Simeone, faltando quatro minutos para o fim. Já eram 13 pontos de vantagem sobre o vice-líder!

Nas duas rodadas seguintes, o Napoli venceu facilmente o Spezia, fora, por 3 a 0 (dois gols de Osimhen e um de Kvara) e a Cremonese, em casa, por 3 a 0 (gols de Kvara, Osimhen e Elmas). Na rodada 23, a equipe de Spalletti estava com 15 pontos de vantagem sobre os rivais e encarou o Sassuolo, fora de casa. E, logo aos 12’, Kvaratskhelia saiu do meio de campo, passou por dois, foi invadindo a área, dançou com mais marcador e chutou para marcar um golaço e abrir o placar: 1 a 0. Aos 33’, Osimhen deixou o dele em lindo chute cruzado e o Napoli venceu mais uma.

Uma das formações do Napoli na temporada: time muito forte no ataque e que se recompunha bem quando atacado.

 

Dias depois, a equipe viajou até Frankfurt para encarar o Eintracht e sua fanática torcida no duelo de ida das oitavas de final da Liga dos Campeões da UEFA. Com mais de 47 mil pessoas no Waldstadion, o clima era hostil para os italianos, mas, em campo, os partenopei provaram que estavam em transe. Nem o pênalti perdido por Kvara, aos 36’ do primeiro tempo, atrapalhou, pois Osimhen fez 1 a 0 quatro minutos depois. Na segunda etapa, Di Lorenzo ampliou e o placar de 2 a 0 deu uma enorme vantagem para a volta, em Nápoles. Jogando em casa, o time de Spalletti fez 3 a 0 (dois de Osimhen e um de Zielinski) e a vaga nas quartas de final foi consumada com louvor e categoria diante do campeão da Liga Europa da UEFA de 2021-2022.

Em março, o Napoli sofreu sua segunda derrota no Campeonato Italiano ao perder por 1 a 0 para a Lazio, em casa. Mas a resposta veio já na rodada seguinte e os partenopei derrotaram a Atalanta por 2 a 0, também em casa, com gols de Kvaratskhelia (um golaço, no qual fintou três com um só drible e estava cercado por cinco no momento do chute!) e Rrahmani. Na 27ª rodada, o Napoli visitou o Torino e passeou no estádio Olímpico de Turim: 4 a 0, com dois gols de Osimhen, um de Kvaratskhelia e outro de Ndombele. Já em abril, a equipe começou a sequência de três jogos contra o rival Milan, que seria seu adversário nas quartas de final da UCL. E, como num trágico prenúncio, o primeiro duelo foi no dia 02 de abril, pela Série A, em Nápoles. 

Seria um duelo de estudo, para ver como cada um jogava e tudo mais. Só que quem jogou foi o Milan! O time rossonero contou com uma atuação de gala de Rafael Leão e a ausência de Osimhen, lesionado, no lado napolitano, e goleou por 4 a 0, com dois gols de Leão, um de Brahim e outro de Saelemaekers. Foi um tombo feio, que acabou interferindo nos duelos pela Liga dos Campeões. Ainda sem Osimhen, o Napoli perdeu a partida de ida, em Milão, por 1 a 0, resultado até então reversível para a volta, em casa. 

Milan não tomou conhecimento do Napoli e derrotou o rival tanto no Italiano quanto na UCL.

 

Porém, o time foi muito abaixo do que podia e só empatou – 1 a 1 -, em jogo ruim de Kvaratskhelia, que perdeu um pênalti e não foi bem. A vaga ficou com os rossoneros e o Napoli teve a partir dali apenas a Série A no radar. Era hora de erguer a cabeça e não perder a enorme vantagem na liderança. Afinal, deixar o Scudetto escapar àquela altura seria uma tragédia, um filme de terror que certamente o presidente De Laurentiis não queria produzir nem roteirizar…

 

O grito de campeão, 33 anos depois!

O gol do título tinha que ser de Osimhen!

 

Depois de derrotar o Lecce por 2 a 1, fora de casa, na 29ª rodada, o Napoli empatou em 0 a 0 com o Hellas Verona, em casa, resultado que demonstrou um time um pouco mais contido e menos intenso. O excesso de jogos cobrava um preço e Kvaratskhelia havia caído um pouco de produção desde o início de abril. Porém, a equipe voltou a ficar ligada na rodada 31, quando viajou até Turim para enfrentar a Juventus, dias depois da eliminação na UCL. Embora a equipe estivesse com o moral fragilizado, os napolitanos se seguraram e o 0 a 0 não saiu do placar na primeira etapa. No segundo tempo, Kvara e Osimhen apareceram e levaram alguns perigos, mas o gol não saía. A Juventus tentou a resposta por duas vezes, mas quem marcou o único gol do jogo foi o Napoli, já nos acréscimos, quando Elmas cruzou na área e Raspadori, de primeira, bateu sem deixar a bola cair para marcar um lindo gol e fazer 1 a 0.

Após a vitória, o Napoli atingiu 78 pontos e abriu 17 de vantagem sobre a vice-líder Lazio. Com isso, uma vitória na rodada seguinte, em casa, contra a Salernitana, e a Lazio não vencendo a Inter, o Scudetto era do time de Spalletti. A expectativa levou mais de 50 mil pessoas ao Diego Armando Maradona e a cidade inteira se decorou com bandeiras, camisas, cartazes e a alusão ao Scudetto com o número 3 ao centro. O troféu tão esperado, tão sonhado, nunca visto por gerações inteiras de torcedores, enfim, tinha seu dia. Mas, como não poderia deixar de ser, o jogo foi tenso, a Salernitana não queria se dar por vencida tão facilmente e o interminável goleiro Ochoa tratou de realizar grandes defesas. Até que, no segundo tempo, Olivera abriu o placar e explodiu a festa em Nápoles, já que a Lazio perdeu para a Inter um pouco mais cedo.

Por cerca de 20 minutos, o Napoli tocou o troféu. Mas, aos 39’, Boulaye Dia empatou para a Salernitana e o Scudetto teve que esperar. Foi frustrante, claro, mas apenas quatro dias depois, em Udine, o Napoli viu sua torcida comparecer em peso ao estádio Friuli e ajudar o time a pelo menos empatar para ser campeão. A Udinese, querendo estragar outra festa, abriu o placar aos 13’ do primeiro tempo. Mas, logo aos 7’ do segundo tempo, Osimhen empatou e praticamente selou a conquista, pois a partida seguiu tranquila dali em diante, com o Napoli tomando conta das ações e a Udinese pouco agressiva. Nas arquibancadas, os torcedores não escondiam a emoção e se seguravam para não invadir o gramado. Até que, ao apito do árbitro, a festa invadiu o Friuli e a massa partenopei tomou o campo, arrancando peças dos uniformes dos jogadores, abraçando os atletas, se ajoelhando e pagando as mais diversas promessas. A polícia teve que intervir para manter o controle, pois foi realmente insano!

Torcida compareceu em peso ao estádio em Udine. Foto: REUTERS/Jennifer Lorenzini

 

Torcida no gramado após o apito final.

 

Pelo país, as imagens da festa em Nápoles ganharam reportagens e capas de sites, em uma das maiores celebrações de título esportivo na Itália nos últimos tempos. O Napoli era o primeiro clube fora do eixo Juventus / Milan / Inter a vencer o Scudetto desde a Roma de 2001. E encerrava seu martírio de 33 anos sem o maior troféu do Calcio. Durante as celebrações, o presidente De Laurentiis comentou sobre o título e falou sobre as ambições futuras.

 

“Hoje é a coroação de uma expectativa que durou 33 anos. Quando eu cheguei, eu disse que levaria 10 anos para chegar na Europa, conseguimos isso antes. Eu disse que precisaríamos de outros 10 anos para ganhar o Scudetto, novamente conseguimos alguns anos antes”, continuou o mandatário. “Agora precisamos vencer de novo, de novo e de novo. É claro que está faltando a Champions League. […] O projeto nunca para. Esse é um ponto de partida para mim, não um ponto de chegada”. Aurelio De Laurenttis, em entrevista reproduzida no site Trivela, parceiro do Imortais.

 

Obviamente que o ídolo Maradona foi lembrado durante os festejos. Além do estádio do clube ter sido rebatizado após a morte do craque em 2020, o técnico Luciano Spalletti destacou a proteção de Dieguito na caminhada vencedora. “Vencer é obrigatório em Nápoles. Eles viram grandes treinadores, grandes campeões, eles têm uma torcida que viu Diego Armando Maradona jogar . E esse resultado provavelmente se deve um pouco à sua proteção”, disse Spalletti à DAZN. Após a celebração diante da Udinese, Osimhen, autor do gol do título, desabafou: 

 

“É uma sensação incrível. Esperávamos por isso há muito tempo. Poder oferecer este título aos napolitanos é algo que não vamos esquecer em toda a nossa vida. Estamos felizes pela equipe e por todos os napolitanos de todo o mundo. […] Ninguém merece mais o Scudetto do que nós. Não éramos os favoritos no início da temporada, poucos acreditavam em nós, mas a equipe soube se manter unida. Acreditamos e ganhamos este Scudetto, realizamos nosso sonho”.Osimhen, atacante do Napoli, em entrevista à DAZN e reproduzida no globoesporte.com

 

Nas últimas rodadas, o Napoli venceu a Fiorentina em casa por 1 a 0, em jogo cheio de festa pelo Scudetto, perdeu fora de casa para o Monza por 2 a 0, se vingou a Inter de Milão com uma categórica vitória por 3 a 1 em casa, empatou em 2 a 2 com o Bologna, fora, e encerrou a temporada com vitória por 2 a 0 sobre a Sampdoria, em casa, gols de Osimhen e Simeone. O time terminou a Série A com a seguinte campanha:

 

  • 90 pontos (16 pontos à frente do vice-campeão)
  • 38 jogos
  • 28 vitórias
  • 6 empates
  • 4 derrotas
  • 77 gols marcados (melhor ataque)
  • 28 gols sofridos (melhor defesa)
  • +49 gols de saldo (melhor saldo)

 

O Napoli foi líder em 36 das 38 rodadas em disputa, teve o artilheiro Osimhen, com 26 gols, e o maior assistente, Kvaratskhelia, com 10 passes para gols. O goleiro Alex Meret foi o vice-líder em jogos sem levar gols ao passar intacto em 16 partidas. Kvara foi eleito o MVP do torneio, Kim Min-jae foi eleito o melhor defensor, Osimhen o melhor atacante e Luciano Spalletti o melhor treinador.

 

Novos eternos

Terminada a temporada, o esquadrão 2022-2023 do Napoli já entrou direto para a história como um dos mais importantes e emblemáticos do clube. Foi o time que enterrou de vez tantos anos de decepções, de “quases” e do trauma do fatídico título perdido mesmo com 91 pontos somados lá em 2017-2018. Com jogadores dispostos a provarem seus valores, um elenco unido e uma dupla arrebatadora no ataque, o Napoli foi um legítimo campeão do começo ao fim, sem dar qualquer chance para os rivais e impondo seu jogo em casa e fora dela. Se faltou maturidade na Liga dos Campeões da UEFA, sobrou aprendizado para refazer o caminho em 2023-2024. E, se a base for mantida e novos reforços contratados, a torcida pode continuar sonhando com uma nova e prolífica era como lá nos anos 1980 com Don Diego, mas agora com Osimhen, Kvaradona e companhia.

 

Os personagens:

 

Meret: o goleiro italiano começou a carreira na Udinese, em 2015, e permaneceu até 2018, com dois empréstimos para o SPAL no período. Contratado em 2018 pelo Napoli, se revezou com Ospina no gol até assumir a titularidade em definitivo na temporada 2022-2023 e fazer grandes jogos, com muita agilidade, reflexos apurados e muita frieza. Tem um grande futuro pela frente e pode manter a sina de grandes goleiros revelados pela Itália. 

Di Lorenzo: antes de ser defensor, Di Lorenzo jogou como atacante e era chamado de Batigol pelos amigos por conta do faro artilheiro em referência ao lendário atacante argentino Gabriel Batistuta. Aos poucos, porém, o jogador foi recuando até chegar ao posto de lateral-direito e também zagueiro. No Napoli desde 2019, é um dos símbolos do clube e esteve no grupo da seleção da Itália que venceu a Eurocopa de 2020. Capitão dos Partenopei, fez uma temporada muito boa e foi um dos responsáveis pelo ótimo desempenho ofensivo do time graças às suas investidas ao ataque e passes precisos.

Rrahmani: o zagueiro de Kosovo chegou em 2020 ao Napoli e fez uma grande dupla de zaga com Kim Min-jae na temporada 2022-2023, demonstrando muita qualidade no jogo aéreo e na marcação, além de levar perigo em lances de bolas paradas.

Kim Min-jae: o sul-coreano não deixou a torcida napolitana sentir falta de Koulibaly. Com técnica, boa visão de jogo, passes precisos e regularidade, fez uma temporada magnífica e foi um dos principais destaques da campanha do título italiano. Muito identificado com a torcida, deixou sua marca para sempre no coração do torcedor.

Mário Rui: desde 2018 no Napoli, o português é o vice-capitão da equipe e foi outro a dar consistência ao setor defensivo e dar segurança para os homens do meio de campo poderem atacar. Muito eficiente na cobertura do setor esquerdo. 

Mathías Olivera: cria do Nacional de Montevidéu, o lateral-esquerdo teve uma passagem de cinco anos pelo futebol espanhol até desembarcar no Napoli em 2022. Foi titular em vários jogos ao longo da temporada e dava mais ofensividade pela esquerda do que Mário Rui.

Lobotka: no Napoli desde 2020, o eslovaco deu muita segurança ao meio de campo napolitano ao longo da temporada com força na marcação, bons passes e descidas pontuais ao ataque. Foi o atleta que mais jogou no time de Spalletti – 48 jogos.

Anguissa: o camaronês já havia provado sua qualidade na temporada anterior, quando jogou por empréstimo no Napoli. E, na época 2022-2023, o clube italiano contratou em definitivo o meio-campista e acertou em cheio. Com jogos marcantes, muita disposição e movimentação constante, Anguissa foi sem dúvida um dos principais nomes do elo entre meio de campo e ataque do Napoli. Na UCL, o camaronês disputou oito jogos, marcou um gol e deu três assistências. Na Série A, foram 35 jogos, três gols e cinco assistências. Ele integrou a seleção de Camarões na Copa do Mundo de 2022.

Zielinski: já identificado com o Napoli, o polonês está desde 2016 no clube e superou a marca de 250 jogos pelo Napoli na época 2022-2023. Com bons passes, visão de jogo e eficiência no ataque, dava alternativas para o esquema ofensivo do time e contribuiu com quatro gols e duas assistências na UCL e três gols e oito assistências (2º com mais passes para gols no time) na campanha do Scudetto. Na Série A, registrou oito assistências.

Lozano: com ótimas passagens pelo Pachuca-MEX e, principalmente, pelo PSV-HOL, Lozano chegou ao Napoli em 2019 como atleta mais caro da história do clube – 42 milhões de euros. Embora tenha chegado para ser titular do ataque da equipe italiana, não teve uma boa temporada de estreia e marcou apenas quatro gols em 26 jogos. Em 2020-2021 e 2021-2022, melhorou de rendimento, mas não foi tão goleador como antes e marcou apenas 4 gols em 43 jogos. Em 155 jogos pelo Napoli desde sua chegada, o mexicano anotou 30 gols.

Politano: o italiano foi uma boa opção na ponta-direta ao longo da temporada e atuou em 37 partidas, com quatro gols e cinco assistências. Rápido, técnico e driblador, ajudava a criar brechas nas zagas e dava passes para os companheiros finalizarem.

Osimhen: o grande homem-gol do Napoli na temporada, o nigeriano virou ídolo da torcida com seus gols, grandes jogadas, velocidade, arrancadas, oportunismo e instinto predatório dentro da área. Com 26 gols e quatro assistências na campanha do título da Série A, Osimhen fez uma parceria memorável ao lado de Kvaratskhelia e fez o torcedor relembrar os tempos da dupla Careca e Maradona. Longe de sua melhor forma física nos duelos contra o Milan na UCL, acabou fazendo muita falta para o time naquela ocasião. Se ele estivesse 100%, talvez a história tivesse sido diferente. Osimhen registrou, entre 2020 e 2023, 59 gols em 101 jogos pelo Napoli.

Raspadori: o jovem atacante italiano fez uma boa temporada pelo Napoli e anotou seis gols em 32 jogos, sendo quatro gols na campanha da UCL. Rápido e polivalente, podia atuar em qualquer uma das pontas do ataque e também como segundo atacante ao lado de Osimhen. Raspadori integrou o elenco da Itália campeã da Eurocopa de 2020.

Giovanni Simeone: o atacante argentino vinha de uma boa temporada pelo Hellas Verona em 2021-2022 e foi contratado por empréstimo para encorpar o elenco de Spalletti. Embora não tenha sido titular absoluto, foi bem quando exigido e ainda marcou nove gols em 33 jogos.

Elmas: o meia da Macedônia do Norte chegou em 2019 no Napoli, mas sua melhor temporada foi mesmo a de 2022-2023, quando se tornou o terceiro maior artilheiro do time com seis gols, além de dar três passes para gols. Com boa visão de jogo e ativo no ataque, Elmas foi muito regular na trajetória do título italiano.

Kvaratskhelia: apelidá-lo de Kvaradona pode soar como um exagero, mas basta ver a temporada do georgiano para entender o tamanho dele para a conquista do Napoli na Série A. Com jogadas espetaculares, dribles desconcertantes, passes milimétricos e gols inesquecíveis, Kvaratskhelia já é um dos maiores ídolos recentes do Napoli e tem tudo para se tornar uma estrela do futebol nos próximos anos. Com 12 gols e 10 assistências, teve uma ascensão meteórica e as grandes partidas do Napoli tiveram a assinatura e participação do jovem. Sem ele, dificilmente a equipe teria ido tão longe.  

Luciano Spalletti (Técnico): depois de classificar o Napoli para a Liga dos Campeões da UEFA com o 3º lugar no Italiano de 2021-2022, Spalletti teve a sequência que precisava para conduzir o Napoli ao sonhado Scudetto. Mesmo com as perdas de importantes jogadores, o técnico soube reconstruir a equipe com contratações certeiras e fez do Napoli um dos times mais legais de se ver na temporada europeia graças ao futebol ofensivo e de jogadas muito bem elaboradas ao longo dos jogos. Mesmo com a taça, Spalletti acabou deixando o Napoli ao fim da temporada por conta das desavenças com o presidente De Laurentiis e o desgaste no período. Ele deve permanecer um tempo sem trabalhar, afinal, ele merece todo descanso depois de alcançar o maior título da carreira. Spalletti já está marcado na história do Napoli indiscutivelmente.

 

 

 

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Um Comentário

  1. Parabens pelo post guilherme e fora o city o napoli foi o time mais legal de se ver na temporada.sem exageros se o osimhem estivesse 100 por cento e o kvara tivesse mantido a fase o napoli iria pra final da champions com certeza e faria jogo duro com o city.mas como nao foi quem sabe na proxima temporada vamos ver.

Craque Imortal – Ibrahimovic

Esquadrão Imortal – Atlético Nacional 1989-1991