in

Todos os Campeões da Eurocopa

 

Por Guilherme Diniz

 

Em termos de prestígio, ela só perde para a Copa do Mundo e a Liga dos Campeões da UEFA. E, em seu seleto rol de campeões, nem mesmo os campeões do mundo têm vida fácil. E zebras vez ou outra gostam de aparecer… Com 60 anos de história, a Eurocopa é uma das competições mais emocionantes do mundo e uma das que mais se transformou ao longo das décadas. Com formatos curiosos em seu início, quando as fases eliminatórias eram mais complicadas do que a competição em si, o torneio cresceu e hoje ocupa a terceira posição dentre os de mais visibilidade e audiência no mundo, sendo realizada de quatro em quatro anos, no intervalo bienal entre uma Copa do Mundo e outra (Copa em 2002, Euro em 2004, Copa em 2006, Euro em 2008, etc).

Ela nasceu como Copa Europeia de Nações em 1960, após iniciativa do francês Henri Delaunay, membro da Federação Francesa de Futebol e secretário geral da FIFA. A ideia era reunir as melhores seleções do continente em um torneio com jogos de ida e volta nas fases preliminares e as fases decisivas realizadas em um país-sede escolhido previamente, com os jogos disputados em formato eliminatório. No entanto, a primeira edição do torneio, em 1960, teve apenas 17 seleções, com as sentidas ausências de Alemanha, Itália e Inglaterra. Dali em diante, a competição foi ganhando corpo, passou a ter mais interesse das federações e entrou de vez como sonho de qualquer seleção do Velho Continente. Confira a seguir todos os campeões, artilheiros, campanhas dos campeões, curiosidades e muito mais!

 

Índice

 

Eurocopa 1960 – França

 

Campeão: URSS

Vice: Iugoslávia

3º lugar: Tchecoslováquia

4º lugar: França

Artilheiros: François Heutte (França), Valentin Ivanov (URSS), Viktor Ponedelnik (URSS), Milan Galic (Iugoslávia) e Drazan Jerkovic (Iugoslávia): 2 gols cada.

 

Campanha do Campeão

Fase de qualificação:

URSS 3×1 Hungria

Hungria 0x1 URSS

URSS x Espanha – W.O. – URSS classificada

 

Semifinal: URSS 3×0 Tchecoslováquia

Final: URSS 2×1 Iugoslávia

Com a base que disputou a Copa do Mundo de 1958 e levou o Ouro Olímpico nos Jogos de Melbourne, a União Soviética provou sua força – com uma dose de sorte – na primeira edição da Euro, que teve as já citadas fases qualificatórias em duelos de mata-mata nas casas de cada time e apenas a fase final – semifinal e final – no país-sede, a França. Nas eliminatórias, a equipe superou a Hungria com duas vitórias e iria enfrentar a Espanha nas quartas de final. Porém, o general Franco proibiu seus jogadores de viajar até o país comunista. Isso eliminou os espanhóis por W.O. e colocou a URSS, de bandeja, na fase final do torneio.

Yashin e Netto: expoentes de uma geração brilhante.

 

A URSS da final: Netto voltava a ser o maestro de um time forte pelas pontas e, também, pelo meio.

 

Na semifinal da Euro, em solo francês, curiosamente três dos quatro países eram comunistas: URSS, Iugoslávia e Tchecoslováquia – a França era a “intrusa”. Os soviéticos se garantiram na final depois de uma grande vitória por 3 a 0 sobre os tchecos, com gols de Ivanov (2) e Ponedelnik. Na final, contra os iugoslavos, Galic abriu o placar para os azuis aos 43 ́, mas Metreveli empatou no comecinho do segundo tempo. O placar permaneceu inalterado até o final e o jogo foi para a prorrogação. Nela, Ponedelnik, o primeiro jogador de um clube da segunda divisão de seu país convocado para a seleção, fez o gol da virada e do título soviético. Era a segunda conquista dos “cientistas da bola” em apenas quatro anos. E a glória merecida para Lev Yashin, Igor Netto, Metreveli e Ivanov, expoentes daquele time campeão. Leia mais clicando aqui!

 

Eurocopa 1964 – Espanha

 

Campeão: Espanha

Vice: URSS

3º lugar: Hungria

4º lugar: Dinamarca

Artilheiros: Ferenc Bene (Hungria), Dezso Novák (Hungria) e Jesús María Pereda (Espanha): 2 gols cada.

 

Campanha do Campeão

Em pé: Iribar, Zoco, Olivella, Fusté, Calleja e Rivilla. Agachados: Amancio, Pereda, Marcelino, Suárez e Lapetra.

 

Fase de qualificação:

Espanha 6×0 Romênia

Romênia 3×1 Espanha

Espanha 1×1 Irlanda do Norte

Irlanda do Norte 0x1 Espanha

Espanha 5×1 Irlanda

Irlanda 0x2 Espanha

 

Semifinal: Espanha 2×1 Hungria

Final: Espanha 2×1 URSS

 

A primeira conquista da Espanha teve um viés político bem forte. Em 1960, a Fúria se recusou a ir até a União Soviética e também a receber a seleção do país em seu território por motivos políticos. Mas, em 1964, o ditador Franco se viu em uma situação inusitada. A Espanha iria decidir o título continental em casa, no Santiago Bernabéu lotado, justamente contra a URSS. E, pela exposição e peso que a conquista poderia trazer para seu regime, ele teve que engolir os comunistas e não intervir na decisão. Mesmo assim, muitos duvidavam que Franco fosse até o estádio no dia 21 de junho de 1964, afinal, imagine só se ele iria aceitar entregar o troféu para Valentin Ivanov, capitão soviético, em caso de título rival? Mas ele foi mesmo com esse risco iminente.

No dia do jogo, sua entrada foi apoteótica, ao lado de sua esposa, Carmen Polo, e o vice-presidente Agustín Muñoz Grandes, que esteve no comando da Divisão Espanhola de Voluntários conhecida como Divisão Azul, que combateu os russos na II Guerra Mundial. Agustín Grandes ganhou até condecoração de Adolf Hitler durante a Guerra, a Cruz de Cavaleiro da Cruz de Ferro. Nas arquibancadas, os gritos de “Franco! Franco! Franco!” expunham um aflorado clima político em pleno campo esportivo. Mesmo diante daquela situação, os jogadores espanhóis estavam confiantes. Com a mesma base que derrotou a Hungria, era possível vencer os soviéticos, que se amparavam no talento extraordinário de seu goleiro, o lendário Lev Yashin, e na frieza e precisão de seu meio de campo e ataque.

A Espanha de 1964: juventude, equilíbrio e a gana por um título inédito fizeram a diferença.

 

Avessos à política, os espanhóis entraram no Bernabéu com mais de 79 mil pessoas (segundo relato do jornal ABC, o estádio recebeu 120 mil pessoas, o maior público da história da Euro) com a certeza de que poderiam fazer história. A Espanha concentrou suas ações ofensivas exatamente pelos lados do campo e, com velocidade e pressão no campo adversário, o time venceu por 2 a 1 e garantiu a festa em Madri. Como diria o jornalista Manuel Vázquez Montalbán, “foi a vitória sobre o inimigo de fundo, sobre a monstruosa hidra cuja cabeça cortamos em 1939” – em alusão à Guerra Civil. Foi o primeiro título da Espanha no futebol. Leia mais clicando aqui!

 

Eurocopa 1968 – Itália

 

Campeão: Itália

Vice: Iugoslávia

3º lugar: Inglaterra

4º lugar: URSS

Artilheiro: Dragan Dzajic (Iugoslávia): 2 gols

 

Campanha do Campeão

Em pé: Salvadore, Dino Zoff, Luigi Riva, Rosato, Guarneri e Facchetti. Agachados: Anastasi, De Sisti, Domenghini, Sandro Mazzola e Burgnich.

 

Fase de qualificação – Grupo 6

Itália 3×1 Romênia

Chipre 0x2 Itália

Romênia 0x1 Itália

Itália 5×0 Chipre

Suíça 2×2 Itália

Itália 4×0 Suíça

Fase de qualificação – quartas de final

Bulgária 3×2 Itália

Itália 2×0 Bulgária

 

Semifinal: Itália 0x0 URSS (Itália venceu na moedinha!)

Final: Itália 1×1 Iugoslávia / Itália 2×0 Iugoslávia (replay)

 

Mesmo sendo sede da Eurocopa de 1968, a Itália não se garantiu na etapa final do torneio e teve que disputar as fases qualificatórias. Naquela edição, foram organizados pela primeira vez grupos ao invés de duelos de mata-mata na primeira fase. Na sequência, os classificados disputaram as quartas de final em mata-mata para depois seguirem à fase final no país-sede.

Facchetti com a taça da Euro de 1968.

 

Sem sustos, a Itália superou os rivais no grupo 6, eliminou a Bulgária nas quartas e foi para a semifinal enfrentar a URSS, em Nápoles. O jogo, como não poderia deixar de ser, mostrou duas defesas intransponíveis e que anularam completamente os ataques rivais. Após 120 minutos de jogo e nenhum gol marcado, a partida deveria ir para os pênaltis, correto? Errado. A decisão foi, acredite se quiser, na moedinha! Isso mesmo! O árbitro Kurt Tschenscher reuniu os capitães no gramado, perguntou quem queria cara ou coroa, jogou a moeda de uma Lira Italiana para o alto e o estádio conheceu o vencedor: a Itália, que enfrentaria na decisão a Iugoslávia.

A “cara” da Lira Italiana classificou a Azzurra para a final.

 

No dia 08 de junho de 1968, a Itália recebeu os iugoslavos, em Roma, e passou por maus bocados. Mesmo com a torcida a seu favor, o time da casa foi dominado pela Iugoslávia, não teve grande poder ofensivo e ainda viu a torcida vaiar Lodetti e Juliano por prenderem demais a bola. Para piorar, a velocidade dos atacantes iugoslavos contrastava com a ausência de mobilidade pelo lado italiano, que não tinha Mazzola, Rivera e Riva. Aos 39´do primeiro tempo, Dzajic abriu o placar e deixou os iugoslavos perto de uma taça histórica. Na segunda etapa, o jogo ficou nervoso, as faltas duras aumentaram e a torcida já esperava pelo pior. Porém, Domenghini empatou a dez minutos do fim e deu números finais ao jogo. Após mais 30 minutos de prorrogação, a final ficou mesmo em 1 a 1 e uma nova partida foi marcada para apenas dois dias depois, em 10 de junho, no mesmo estádio Olímpico de Roma. 

O time da final: estrelas voltaram e a Azzurra ficou com a taça!

 

Com a volta de Rosato, Salvadore, De Sisti, Mazzola e Riva, a Itália foi outra no repeteco contra os iugoslavos e dominou praticamente todo o jogo. A zaga ficou mais protegida, o meio de campo foi bem mais criativo e o ataque, enfim, funcionou. Anastasi jogava melhor, Riva mostrava sua habitual gana vencedora e Mazzola enxergava o jogo como fazia na Grande Inter. Resultado? Vitória da Azzurra ainda no primeiro tempo por 2 a 0, gols de Riva e Anastasi. Pela primeira vez em sua história, a Itália conquistava o título da Eurocopa. Melhor do que isso, a equipe era campeã diante de sua torcida, que tinha o prazer de celebrar um título depois de exatos trinta anos após a conquista da Copa do Mundo de 1938. Dois anos depois, a Azzurra alcançou a final da Copa do Mundo do México, mas perdeu para o lendário Brasil. Leia mais clicando aqui!

 

Eurocopa 1972 – Bélgica

 

Campeão: Alemanha

Vice: URSS

3º lugar: Bélgica

4º lugar: Hungria

Artilheiro: Gerd Müller (Alemanha): 4 gols

 

Campanha do Campeão

Da esq. para a dir.: Beckenbauer, Sepp Maier, Schwarzenbeck, Heynckes, Netzer, Wimmer, Gerd Müller, Höttges, Erwin Kremers, Paul Breitner e Uli Hoeness.

 

Fase de qualificação – Grupo 8

Alemanha 1×1 Turquia

Albânia 0x1 Alemanha

Turquia 0x3 Alemanha

Alemanha 2×0 Albânia

Polônia 1×3 Alemanha

Alemanha 0x0 Polônia

Fase de qualificação – quartas de final

Inglaterra 1×3 Alemanha

Alemanha 0x0 Inglaterra

 

Semifinal: Alemanha 2×1 Bélgica

Final: Alemanha 3×0 URSS

 

A maior seleção alemã da história começou a mostrar suas qualidades exatamente na campanha de seu primeiro título europeu. Sem nunca ter disputado a fase final da competição, o time germânico conseguiu a vaga após terminar em primeiro lugar no Grupo 8 e passar pela Inglaterra nas quartas de final com uma categórica vitória por 3 a 1 em Wembley (com quase 97 mil pessoas!) e empate sem gols em Berlim. 

O time da final: a espinha dorsal da conquista da Copa do Mundo de 1974.

 

Na fase final, na Bélgica, a Alemanha encarou os anfitriões e venceu por 2 a 1, com dois gols do matador Gerd Müller. Na final, contra a sempre perigosa URSS, a Alemanha não tomou conhecimento do time soviético e venceu por 3 a 0, com mais dois gols de Gerd Müller e outro de Wimmer. Dois anos depois, a Alemanha venceu a Copa do Mundo de 1974 e consagrou uma geração de craques sensacionais como Sepp Maier, Beckenbauer, Schwarzenbeck, Paul Breitner, Uli Hoeness, Gerd Müller, Jupp Heynckes entre outros. Uma curiosidade é que boa parte dos atletas campeões vinham dos melhores times alemães da época: o Bayern München e o Borussia Mönchengaldbach, que colecionaram títulos nacionais e continentais nos anos 1970. Leia mais clicando aqui!

 

Eurocopa 1976 – Iugoslávia

 

Campeão: Tchecoslováquia

Vice: Alemanha

3º lugar: Holanda

4º lugar: Iugoslávia

Artilheiro: Dieter Müller (Alemanha): 4 gols

 

Campanha do Campeão

Em pé: Václav Jezek (Técnico), Ivo Viktor, Jiri Hamrik, Jozef Capkovic, Ivan Pekarek, Anton Ondrus, Marian Masny, Antonín Panenka, Zdenek Koubek, Miroslav Gajdusek, Pavel Michalik e Jozef Venglos (membro da comissão técnica). Agachados: Zdenek Nehoda, Jan Pivarnik, Premysl Bicovsky, Jan Svehlík, Pavol Biros, Pavel Stratil, Josef Jurkanin. Foto: imago/CTK Photo.

 

Fase de qualificação – Grupo 1

Inglaterra 3×0 Tchecoslováquia

Tchecoslováquia 4×0 Chipre

Tchecoslováquia 5×0 Portugal

Tchecoslováquia 2×1 Inglaterra

Portugal 1×1 Tchecoslováquia

Chipre 0x3 Tchecoslováquia

Fase de qualificação – quartas de final

Tchecoslováquia 2×0 URSS

URSS 2×2 Tchecoslováquia

 

Semifinal: Tchecoslováquia 3×1 Holanda

Final: Tchecoslováquia 2×2 Alemanha / Pênaltis: Tchecoslováquia 5×3 Alemanha

 

Com um rico passado futebolístico, com destaque para os dois vice-campeonatos nas Copas do Mundo de 1934 e 1962, a Tchecoslováquia sempre foi uma das mais competitivas seleções da Europa até sua dissolução, em 1993, quando sua herança ficou com a República Tcheca. E, em 1976, a seleção tcheca conseguiu outro feito histórico com a conquista da Eurocopa de maneira espetacular, superando pelo caminho a Inglaterra (na fase de qualificação), a URSS (nas quartas), a poderosa Holanda de Cruyff (na semifinal) e com triunfo sobre a então campeã Alemanha na final.

Com muito talento, os tchecos deram uma canseira danada nos alemães na decisão, que terminou empatada em 2 a 2 e foi para a disputa por pênaltis. Nela, a equipe vermelha mostrou muito sangue frio e apresentou ao mundo um personagem nascido para fazer história: Antonín Panenka, meia-atacante que simplesmente ignorou a presença da lenda Sepp Maier no gol e cobrou seu pênalti de cavadinha, algo inédito e que chocou a todos no planeta bola. O craque tcheco fez o gol e garantiu o primeiro título da história do futebol de seu país, além de fazer escola com vários jogadores repetindo seu estilo nas décadas seguintes.

Panenka e a cavadinha que mudou a história das cobranças de pênaltis.

 

O time da final: com muita aplicação tática e bom volume ofensivo, a Tchecoslováquia fez história.

 

Na época, a conquista dos tchecos foi tida como uma zebra pela força da Alemanha, mas não podemos considerar como tal pela já citada história competitiva da seleção em torneios de alto nível e também pela qualidade do time, com destaque para o goleiro Ivo Viktor, o defensor Anton Ondrus, o versátil Karol Dobias, o meia Panenka e o habilidoso Zdenek Nehoda. Mesmo campeã da Europa, a Tchecoslováquia não conseguiu uma vaga na Copa de 1978, pois ficou em segundo lugar no Grupo 7 das Eliminatórias da UEFA, tropeçando diante da Escócia e de País de Gales. Leia mais clicando aqui!

 

Eurocopa 1980 – Itália

 

Campeão: Alemanha

Vice: Bélgica

3º lugar: Tchecoslováquia

4º lugar: Itália

Artilheiro: Klaus Allofs (Alemanha): 3 gols

 

Campanha do Campeão

Em pé: Uli Stielike, Harald Schumacher, Hans-Peter Briegel, Karl-Heinz Rummenigge, Karlheinz Förster e Horst Hrubesch. Agachados: Klaus Allofs, Bernd Schuster, Bernard Dietz, Manfred Kaltz e Hansi Müller.

 

Fase de qualificação – Grupo 7

Malta 0x0 Alemanha

Turquia 0x0 Alemanha

País de Gales 0x2 Alemanha

Alemanha 5×1 País de Gales

Alemanha 2×0 Turquia

Alemanha 8×0 Malta

 

Fase final – Grupo 1

Tchecoslováquia 0x1 Alemanha

Alemanha 3×2 Holanda

Grécia 0x0 Alemanha

Final: Alemanha 2×1 Bélgica

 

A Euro de 1980 teve pela primeira vez um país-sede repetido (a Itália) e também a primeira grande mudança no formato de disputa desde 1964. As equipes disputaram as Eliminatórias em fases de grupos, e, após a definição dos oito classificados, ambos foram divididos em dois grupos de quatro seleções. Os campeões de cada grupo fizeram a final e os segundos colocados disputaram o terceiro lugar. Além disso, o anfitrião (no caso a Itália) garantiu vaga automática na fase final pela primeira vez, padrão seguido nas disputas seguintes. 

Allofs (à dir.) comemora um de seus três gols contra a Holanda.

 

Após um título e um vice, a Alemanha voltou a disputar uma decisão e se tornou a primeira bicampeã da história ao vencer a Bélgica na final por 2 a 1, com dois gols do grandalhão Hrubesch. A conquista iniciou uma nova era de ouro do futebol do país, que teve naqueles anos 1980 grandes craques e esquadrões que alcançaram os vice-campeonatos nas Copas do Mundo de 1982 e 1986. 

Hrubesch, imbatível pelo alto, foi o nome da decisão com dois gols.

 

A Alemanha da Euro: mesmo com três zagueiros, equipe tinha grandes alternativas ofensivas com seus exímios laterais, a criatividade de Schuster e as ótimas fases do quarteto Rummenigge, Hansi Müller, Hrubesch e Allofs.

 

Os destaques do time alemão no título foram Hans-Peter Briegel, Karlheinz Förster, Hansi Müller, Bernd Schuster – ainda jovem e que fez uma Eurocopa espetacular -, Horst Hrubesch, o lendário Karl-Heinz Rummenigge e ainda Klaus Allofs, artilheiro daquela Euro com três gols – todos anotados na vitória por 3 a 2 sobre a Holanda, na fase de grupos. Leia mais clicando aqui!

 

Eurocopa 1984 – França

 

Campeão: França

Vice: Espanha

Artilheiro: Michel Platini (França): 9 gols

 

Campanha do Campeão

Em pé: Yvon Le Roux, Patrick Battiston, Maxime Bossis, Jean-François Domergue, Joël Bats e Luis Fernández. Agachados: Bernard Lacombe, Alain Giresse, Michel Platini, Jean Tigana e Didier Six. (Photo by Jean-Yves Ruszniewski/Corbis/VCG via Getty Images).

 

Fase final – Grupo 1

França 1×0 Dinamarca

França 5×0 Bélgica

França 3×2 Iugoslávia

 

Semifinal: França 3×2 Portugal

Final: França 2×0 Espanha

 

Nunca a Eurocopa viu um jogador tão decisivo quanto em 1984. E ele atendia pelo nome de Michel Platini. O francês foi simplesmente fantástico e fundamental para o primeiro grande título da França no futebol ao anotar 9 dos 14 gols da França na campanha vencedora e se consagrou como o maior artilheiro em uma só edição em toda a história da Eurocopa! Para se ter uma ideia, Cristiano Ronaldo levou quatro edições de Euro para chegar aos mesmos 9 gols de Platini até hoje!

A partir de 1984, a Eurocopa não teria mais disputas de 3º lugar, e, como anfitriã, a França começou a disputa já na fase final, no Grupo 1, diante da forte Dinamarca, que em 1986 daria show na primeira fase da Copa do Mundo do México. O jogo foi difícil para os anfitriões, que venceram por apenas 1 a 0, gol de Platini. A segunda partida foi contra a Bélgica, vice-campeã em 1980 e que chegaria ao 4º lugar na Copa de 1986. Mas a França nem deu bola e goleou por 5 a 0, com três gols de Platini, um de Giresse e outro de Fernández. No jogo final da primeira fase, mais uma vitória com a assinatura de Platini, que fez simplesmente todos os gols do triunfo francês por 3 a 2 sobre a Iugoslávia.

Michel Platini: “o cara” da Euro de 1984 e maior goleador em uma só edição em todos os tempos.

 

Nas semis, a França não teve vida fácil contra Portugal, do artilheiro Rui Jordão. A equipe azul abriu o placar com Domergue, aos 24´. No segundo tempo, Jordão empatou para Portugal. O placar se manteve até o final da partida, que foi para a prorrogação. Nela, Jordão virou o jogo para Portugal. Quando todos achavam que os franceses iriam, de novo, cair em uma semifinal, Domergue e Platini viraram o jogo de maneira heroica para a França, que se garantiu na decisão da Euro, disputada no Parc des Princes, em Paris, contra a Espanha.

O time da final: meio de campo era o grande artífice de um time histórico. E ter um Platini no auge foi apelação demais…

 

Após um primeiro tempo sem gols, a França se impôs na segunda etapa e Platini abriu o placar em cobrança de falta, que contou com a ajuda do goleiro Arconada, que levou um frangaço. Perto do final do jogo, Bellone marcou o gol do título e decretou os 2 a 0. O título continental serviu para apagar o drama vivido na Copa de 1982, quando a França foi eliminada pela Alemanha na “Injustiça de Sevilha”. Leia mais clicando aqui!

 

 

Eurocopa 1988 – Alemanha

 

Campeão: Holanda

Vice: URSS

Artilheiro: Marco van Basten (Holanda): 5 gols

 

Campanha do Campeão

Em pé: Marco van Basten, Ronald Koeman, Frank Rijkaard, Erwin Koeman, Ruud Gullit e Hans van Breukelen. Agachados: Adri van Tiggelen, Arnold Mühren, Berry van Aerle, Jan Wouters e Gerald Vanenburg.

 

Fase de qualificação – Grupo 5

Hungria 0x1 Holanda

Holanda 0x0 Polônia

Chipre 0x2 Holanda

Holanda 1×1 Grécia

Holanda 2×0 Hungria

Polônia 0x2 Holanda

Holanda 4×0 Chipre (esta partida foi o replay do jogo Holanda 8×0 Chipre, que acabou anulado após uma bomba caseira arremessada por um torcedor explodir próxima ao goleiro do Chipre, Andreas Charitou, o que desencadeou uma série de confrontos entre torcedores e policiais e fez com que os jogadores do Chipre abandonassem o campo. Após muita pressão, o árbitro disse que a partida poderia continuar e conseguiu convencer os jogadores do Chipre, que voltaram ao gramado e a partida terminou com goleada holandesa. No entanto, a UEFA decidiu cancelar o jogo e remarcar o duelo, que também terminou com vitória da Holanda).

Grécia 0x3 Holanda

 

Fase final – Grupo 2

Holanda 0x1 URSS

Holanda 3×1 Inglaterra

Holanda 1×0 Irlanda

Semifinal: Holanda 2×1 Alemanha

Final: Holanda 2×0 URSS

 

Depois de não conseguir vaga nas Copas do Mundo de 1982 e 1986, nem para a Eurocopa de 1984, a Holanda precisava de alguém que pudesse colocar novamente o time nos trilhos. Esse alguém foi o brilhante técnico Rinus Michels, criador do grande Carrossel Holandês de 1974. O treinador tinha a necessidade de classificar a seleção para a Eurocopa de 1988, que seria disputada justamente na Alemanha, país que trazia a lembrança do esquadrão de Cruyff e Cia. Com grandes jogadores começando a brilhar, Michels tinha a última chance de vencer uma competição pela seleção laranja. E ele tratou de não desperdiçar. Extraindo ao máximo o talento de craques como Van Breukelen, Ronald Koeman, Frank Rijkaard, Ruud Gullit e Van Basten, Michels conduziu sem sustos a Holanda até a fase final da Euro e garantiu a classificação para a semifinal após superar o tropeço da estreia (derrota por 1 a 0 para a URSS) e vencer Inglaterra (3 a 1, com três gols de Van Basten) e Irlanda (1 a 0).

Na semi, a velha conhecida Alemanha, em um repeteco da final da Copa de 1974. Mas, dessa vez, o filme foi completamente inverso. A Alemanha abriu o placar com Matthäus. Pouco tempo depois, Koeman, de pênalti, empatou. Faltando apenas dois minutos para o fim, Van Basten fez o gol da virada e deu a vitória à Holanda, que foi para a final e conseguiu vingar – de certa forma – a dolorida derrota de 1974, justamente na Alemanha, justamente de virada. A comemoração em Amsterdã foi absurda, uma festa que há anos o país não via. Podia aquilo ser maior e melhor? Podia, na final.

A Holanda de 1988: sai o 4-3-3, entra o 4-4-2, mas permanece o mantra: viva a função!

 

A URSS, que despachara a Itália nas semifinais, apareceu novamente no caminho da Holanda na final. A derrota na primeira fase ainda não havia sido digerida pelos laranjas, que trataram de impor o jogo envolvente que haviam feito nas partidas seguintes na Euro. Com uma zaga segura e eficiente com Koeman e Rijkaard, ambos habilidosos e que sabiam sair jogando, aliada a um ataque magnífico com Van Basten e Gullit, a Holanda deu show. O time mostrou que queria ser campeão e mostrar ao planeta que tinha um futebol vencedor. 

Van Basten corre pro abraço de Ruud Gullit: lendas garantiram o inédito título holandês.

 

Aos 32´ do primeiro tempo, Gullit, de cabeça, abriu o placar para a Holanda. Logo no começo do segundo tempo, Van Basten fez uma de suas maiores obras primas – e certamente o gol mais bonito da história do torneio. Após receber um cruzamento da esquerda, o craque arrematou de sem-pulo e marcou um dos gols mais incríveis da história do futebol: Holanda 2×0 URSS. Perto do final do jogo, os soviéticos tiveram a chance de reduzir a diferença, de pênalti, mas o goleiro Van Breukelen defendeu a batida de Belanov.

Van Basten finaliza a obra de arte: um dos gols mais bonitos da história da Eurocopa. Ou seria o mais bonito?

 

O capitão Gullit ergue a Euro: momento histórico em 1988!

 

Rinus Michels: ele é quem mais merecia aquele caneco!

 

O título holandês foi emblemático e uma “dívida paga” que o futebol tinha com Rinus Michels. Se a Copa de 1974 escapou por detalhes, a Euro de 1988 foi a redenção. O troféu segue como o único do país na história. Na Copa do Mundo de 1990, sem Michels, a Holanda decepcionou e foi eliminada nas oitavas de final. Leia mais clicando aqui!

 

Eurocopa 1992 – Suécia

 

Campeão: Dinamarca

Vice: Alemanha

Artilheiros: Henrik Larsen (Dinamarca), Karl-Heinz Riedle (Alemanha), Dennis Bergkamp (Holanda) e Tomas Brolin (Suécia): 3 gols cada

 

Campanha do Campeão

Em pé: Schmeichel, Olsen, Jensen, Sivebӕk, Piechnik e Christofte. Agachados: Povlsen, Brian Laudrup, Nielsen, Larsen e Vilfort.

 

Fase de qualificação – Grupo 4

Dinamarca 4×1 Ilhas Faroe

Irlanda do Norte 1×1 Dinamarca

Dinamarca 0x2 Iugoslávia

Iugoslávia 1×2 Dinamarca

Dinamarca 2×1 Áustria

Ilhas Faroe 0x4 Dinamarca

Áustria 0x3 Dinamarca

Dinamarca 2×1 Irlanda do Norte

 

Fase final – Grupo 1

Dinamarca 0x0 Inglaterra

Dinamarca 0x1 Suécia

Dinamarca 2×1 França 

Semifinal: Dinamarca 2×2 Holanda / Pênaltis: Dinamarca 5×4 Holanda

Final: Dinamarca 2×0 Alemanha

 

Na década de 1980, a Dinamarca encantou o mundo com apresentações incríveis na primeira fase da Copa de 1986. O time venceu os três jogos jogando bem e batendo os campeões mundiais Alemanha e Uruguai, este com um acachapante 6 a 1. Porém, de maneira inexplicável, o time que ficou conhecido como “Dinamáquina” foi goleado logo nas oitavas de final pela Espanha de Butragueño por 5 a 1, com 4 gols do craque espanhol. Os anos passaram e a Dinamarca voltou a aprontar, dessa vez em 1992. O time conseguiu a maior façanha de sua história ao conquistar a Eurocopa, revelando novas estrelas como o incrível goleiro Schmeichel e o habilidoso atacante Brian Laudrup, irmão da lenda Michael Laudrup. 

 

O mais curioso é que a Dinamarca nem sequer iria disputar a Euro de 1992. Motivo? A equipe terminou na segunda colocação o Grupo 4 da fase de qualificação, ficando atrás da Iugoslávia, mas acabou com a vaga por conta da Guerra Civil que assolava a Iugoslávia na época e provocou o banimento da seleção em torneios de futebol no dia 31 de maio de 1992. Com isso, a vaga ficou com a equipe dinamarquesa, que aproveitou a chance de ouro para não fazer feio. Sem Michael Laudrup, que deixou a seleção por conta de desavenças técnicas e táticas com o treinador Richard Nielsen, a equipe vermelha se apoiou no talento do irmão de Michael, Brian, além da forte zaga capitaneada pelo goleirão Schmeichel, para brilhar. A equipe empatou sem gols com a Inglaterra, perdeu para a anfitriã Suécia (1 a 0) e venceu a França por 2 a 1, garantindo a vaga na semifinal com a segunda colocação no Grupo 1.

Schmeichel no gol: Van Basten tremeu!

 

O rival seguinte foi a Holanda, campeã em 1988 e que tinha grande parte da base anterior como Koeman, Rijkaard, Van Breukelen, Wouters, Gullit, Van Basten e os novatos Frank de Boer e Dennis Bergkamp. Um timaço. Mas a Dinamarca não se intimidou e tratou de fazer jogo duro contra os laranjas. Larsen abriu o placar para os vermelhos aos cinco minutos. Aos 23´, Bergkamp empatou. Dez minutos depois, Larsen fez mais um. No segundo tempo, a quatro minutos do fim, Rijkaard empatou para a Holanda, levando a decisão para os pênaltis. A Dinamarca deu uma aula de como bater penalidades e converteu todas as cobranças. Do lado holandês, Van Basten desperdiçou ao ver o goleirão Schmeichel defender seu chute, fechando o placar em 5 a 4 para a Dinamarca.

A Dinamarca campeã da Europa: como muitas seleções da época, a equipe jogava no 3-5-2, mas contava com muita força ofensiva.

 

O adversário na final foi a campeã do mundo, Alemanha, imensa favorita. Mas quem brilhou foi a Dinamarca, que venceu por 2 a 0 – gols de Jensen e Vilfort – e faturou um título histórico. Ninguém esperava que os campeões mundiais pudessem perder para uma equipe inexpressiva até então como a Dinamarca. Mas os comandados de Nielsen mostraram muita qualidade tática, técnica e defensiva, aliados à criatividade de Laudrup no ataque. Foi, até o título da Grécia em 2004, a maior zebra da história da Euro. Leia mais clicando aqui!

 

Eurocopa 1996 – Inglaterra

 

Campeão: Alemanha

Vice: República Tcheca

Artilheiro: Alan Shearer (Inglaterra): 5 gols

Melhor Jogador: Matthias Sammer (Alemanha)

 

Campanha do Campeão

Em pé: Strunz, Sammer, Babbel, Eilts, Hässler e Helmer. Agachados: Ziege, Kuntz, Scholl, Klinsmann e Köpke.

 

Fase de qualificação – Grupo 7

Albânia 1×2 Alemanha

Moldávia 0x3 Alemanha

Alemanha 2×1 Albânia

Geórgia 0x2 Alemanha

Alemanha 1×1 País de Gales

Bulgária 3×2 Alemanha

Alemanha 4×1 Geórgia

Alemanha 6×1 Moldávia

País de Gales 1×2 Alemanha

Alemanha 3×1 Bulgária

 

Fase final – Grupo C

Alemanha 2×0 República Tcheca

Alemanha 3×0 Rússia

Alemanha 0x0 Itália

Quartas de final: Alemanha 2×1 Croácia

Semifinal: Alemanha 1×1 Inglaterra / Pênaltis: Alemanha 6×5 Inglaterra

Final: Alemanha 2×1 República Tcheca (vitória com Gol de Ouro)

 

Realizada pela primeira vez com 16 seleções na fase final, a Eurocopa de 1996 quebrou o recorde de média de público na história do torneio na época (quase 42 mil pessoas por jogo) e teve também a inclusão da regra do Gol de Ouro nas fases eliminatórias. Realizada na Inglaterra, o torneio foi o último grande feito da “geração do tri” da Alemanha, que conseguiu uma doce vingança contra os ingleses durante o torneio. Exatos 30 anos após a fatídica final da Copa de 1966, quando os germânicos perderam a decisão para os ingleses com o famigerado Gol Fantasma, os rivais se encontraram nas semifinais no mesmíssimo estádio de Wembley. Sob os olhares de quase 80 mil pessoas, a partida terminou empatada em 1 a 1 no tempo normal, forçando a disputa de pênaltis. Na marca da cal, deu Alemanha: 6 a 5, em uma saborosa vitória para a Nationalelf.

Dias depois, veio a final. E os alemães venceram a República Tcheca por 2 a 1, com Gol de Ouro de Bierhoff e partida que marcou mais uma vez a superação alemã, com o time cheio de desfalques, atletas lesionados e jogadores atuando no sacrifício. Enfim, eles subiram as arquibancadas de Wembley para receber o troféu da Rainha e fizeram a festa que esperavam fazer em 1966. A taça não era a sonhada de 30 anos atrás, mas significava muito. Era o trono do continente. A consagração da Alemanha como a maior campeã da Europa justamente na primeira taça do país após a reunificação.

Bierhoff celebra: início da virada!

 

Enfim, Alemanha campeã em Wembley! Foto: Getty Images.

 

O time da final: defesa e meio de campo eram os principais destaques do time alemão.

 

O torneio marcou ainda a estreia da premiação do melhor jogador, honraria que ficou com o defensor Matthias Sammer, que fez uma Eurocopa espetacular e garantiu toda a eficiência defensiva do time alemão na campanha. Quem também brilhou foi o atacante e capitão Jürgen Klinsmann, artilheiro do time com três gols, o goleiro Andreas Köpke, o lateral Ziege e o meio-campista Hässler. Leia mais clicando aqui!

 

Eurocopa 2000 – Bélgica e Holanda

 

Campeão: França

Vice: Itália

Artilheiros: Savo Milosevic (Iugoslávia) e Patrick Kluivert (Holanda): 5 gols cada

Melhor Jogador: Zinédine Zidane (França)

 

Campanha do Campeão

Em pé: Zidane, Blanc, Vieira, Desailly, Dugarry e Thuram. Agachados: Henry, Djorkaeff, Deschamps, Barthez e Lizarazu.

 

Fase de qualificação – Grupo 4

Islândia 1×1 França

Rússia 2×3 França

França 2×0 Andorra

França 0x0 Ucrânia

França 2×0 Armênia

França 2×3 Rússia

Andorra 0x1 França

Ucrânia 0x0 França

Armênia 2×3 França

França 3×2 Islândia

 

Fase final – Grupo D

França 3×0 Dinamarca

França 2×1 República Tcheca

França 2×3 Holanda

Quartas de final: França 2×1 Espanha

Semifinal: França 2×1 Portugal (vitória com Gol de Ouro)

Final: França 2×1 Itália (vitória com Gol de Ouro)

 

Foi a primeira Eurocopa realizada simultaneamente em dois países (Bélgica e Holanda), a segunda decidida pelo Gol de Ouro e vencida por um time emblemático que confirmou seu favoritismo: a França, então campeã do mundo e ainda mais forte com Thierry Henry como titular, Vieira no meio de campo ao lado de Deschamps, e Wiltord, Trezeguet e Pirès como opções no banco, além dos já consagrados Barthez, Lizarazu, Thuram, Desailly e Zidane, claro. Os Bleus passaram sem sustos pelas Eliminatórias e avançaram em 2º lugar no Grupo D, após vitórias sobre Dinamarca (3 a 0), República Tcheca (2 a 1) e derrota para a anfitriã Holanda (3 a 2). 

Trezeguet foi o herói do título continental.

 

O time da final: ainda mais forte que a equipe de 1998, talvez uma das mais fortes seleções a vencer uma Eurocopa em toda a história!

 

Nas quartas de final, a equipe superou a Espanha (2 a 1) e eliminou Portugal na semifinal com vitória por 2 a 1 na prorrogação, em Gol de Ouro anotado por Zidane, de pênalti. Na final, a França encarou a forte Itália de Del Piero, Totti, Maldini, Nesta, Cannavaro e companhia e perdia por 1 a 0 até os 48’ do segundo tempo, quando Wiltord empatou e forçou a prorrogação. Nela, a equipe francesa aproveitou a fragilidade emocional dos italianos – que viram a taça escapar dos dedos por segundos – e Trezeguet fez o Gol de Ouro que garantiu o título europeu dos Bleus, o segundo na história da seleção. Leia mais clicando aqui!

 

Eurocopa 2004 – Portugal

 

Campeão: Grécia

Vice: Portugal

Artilheiro: Milan Baros (República Tcheca): 5 gols

Melhor Jogador: Theodoros Zagorakis (Grécia)

 

Campanha do Campeão

Em pé: Dellas, Charisteas, Fyssas, Katsouranis, Kapsis e Nikopolidis. Agachados: Giannakopoulos, Vryzas, Seitaridis, Basinas e Zagorakis.

 

Fase de qualificação – Grupo 6

Grécia 0x2 Espanha

Ucrânia 2×0 Grécia

Grécia 2×0 Armênia

Irlanda do Norte 0x2 Grécia

Espanha 0x1 Grécia

Grécia 1×0 Ucrânia

Armênia 0x1 Grécia

Grécia 1×0 Irlanda do Norte

 

Fase final – Grupo A

Grécia 2×1 Portugal

Grécia 1×1 Espanha

Grécia 1×2 Rússia

Quartas de final: Grécia 1×0 França

Semifinal: Grécia 1×0 República Tcheca

Final: Grécia 1×0 Portugal

 

A UEFA decidiu acabar com o sádico Gol de Ouro e adotou naquela Euro de 2004 o “Gol de Prata”, criada pela entidade e que daria a vitória ao time que saísse vencedor após o primeiro tempo da prorrogação. A tal regra passou a valer a partir das quartas de final e foi utilizada apenas em uma partida, na semifinal, no confronto entre Grécia e República Tcheca. Falando na Grécia, a equipe fez história naquele ano como a maior zebra da história da Eurocopa – e uma das maiores em toda a história do futebol. Com uma aplicação tática impressionante, frieza extrema e um sistema defensivo praticamente impenetrável, a seleção grega de futebol conseguiu o impossível.

Charisteas sobe mais alto do que a zaga da França para marcar o gol da vitória: Grécia na semifinal!

 

 

A cabeçada fatal de Charisteas…

 

… E a celebração: Grécia no topo da Europa!

 

A Grécia da final: sem deixar espaços no meio, o time formou uma verdadeira muralha praticamente intransponível, principalmente na fase final.

 

Muito mais do que o título, o que mais chamou a atenção e espantou o planeta foi a maneira como eles conquistaram aquele troféu épico: eles venceram Portugal, favoritos e anfitriões, tanto na estreia quanto na final, bateram os atuais campeões (França) nas quartas de final, venceram uma das melhores seleções europeias da época (República Tcheca) na semifinal e ainda aprontaram pra cima de uma tradicional seleção nas Eliminatórias fora de casa (Espanha). Se alguém ainda acreditava que o futebol era um esporte lógico e previsível, as crenças caíram por grama a partir daquele título tingido de azul e branco com toques genuinamente alemães do técnico Otto Rehhagel, até hoje o único treinador campeão por uma seleção diferente de seu país de origem. Leia mais clicando aqui!

 

Eurocopa 2008 – Áustria e Suíça

 

Campeão: Espanha

Vice: Alemanha

Artilheiro: David Villa (Espanha): 4 gols

Melhor Jogador: Xavi (Espanha)

 

Campanha do Campeão

Em pé: Casillas, Marchena, Sergio Ramos, Capdevilla, Marcos Senna e Fernando Torres. Agachados: David Silva, Xavi, David Villa, Iniesta e Puyol.

 

Fase de qualificação – Grupo F

Espanha 4×0 Liechtenstein

Irlanda do Norte 3×2 Espanha

Suécia 2×0 Espanha

Espanha 2×1 Dinamarca

Espanha 1×0 Islândia

Letônia 0x2 Espanha

Liechtenstein 0x2 Espanha

Islândia 1×1 Espanha

Espanha 2×0 Letônia

Dinamarca 1×3 Espanha

Espanha 3×0 Suécia

Espanha 1×0 Irlanda do Norte

 

Fase final – Grupo D

Espanha 4×1 Rússia

Espanha 2×1 Suécia

Espanha 2×1 Grécia

Quartas de final: Espanha 0x0 Itália / Pênaltis: Espanha 4×2 Itália

Semifinal: Espanha 3×0 Rússia

Final: Espanha 1×0 Alemanha

 

Mais uma vez realizada em dois países, a Eurocopa de 2008 viu o início da dinastia da Espanha, que venceu o torneio com a mais talentosa geração de futebolistas de sua história e que serviria como base para a conquista da Copa do Mundo de 2010. Após superar seus adversários na fase de grupos com três vitórias – incluindo um 2 a 1 sobre a campeã de 2004, a Grécia -, a Fúria encarou a campeã do mundo em 2006, a Itália, nas quartas de final, e venceu a Azzurra nos pênaltis por 4 a 2, após empate sem gols no tempo normal. 

 

O time da final: mesmo com apenas um atacante de ofício, a equipe espanhola sufocava os rivais com muito volume de jogo no ataque.

 

Nas semis, a equipe atropelou a Rússia – 3 a 0 – e foi para a final contra a sempre perigosa Alemanha. No entanto, os papéis se inverteram e só deu Espanha, que venceu por 1 a 0 e levantou o seu segundo título europeu após 44 anos de jejum. Além do bom futebol, a Espanha foi exemplo de fair play ao não ter nenhum jogador expulso em toda a competição. Xavi, comandante do meio de campo, foi escolhido o melhor jogador da Euro de 2008. Leia mais clicando aqui!

 

Eurocopa 2012 – Polônia e Ucrânia

 

Campeão: Espanha

Vice: Itália

Artilheiros: Mario Mandzukic (Croácia), Mario Gómez (Alemanha), Mario Balotelli (Itália), Cristiano Ronaldo (Portugal), Alan Dzagoev (Rússia) e Fernando Torres (Espanha): 3 gols cada

Melhor Jogador: Andrés Iniesta (Espanha)

 

Campanha do Campeão

Em pé: Casillas, Xabi Alonso, Sergio Ramos, Sergio Busquets e Piqué. Agachados: David Silva, Iniesta, Fàbregas, Xavi, Arbeloa e Jordi Alba.

 

Fase de qualificação – Grupo I

Liechtenstein 0x4 Espanha

Espanha 3×1 Lituânia

Escócia 2×3 Espanha

Espanha 2×1 República Tcheca

Lituânia 1×3 Espanha

Espanha 6×0 Liechtenstein

República Tcheca 0x2 Espanha

Espanha 3×1 Escócia

 

Fase final – Grupo C

Espanha 1×1 Itália

Espanha 4×0 Irlanda

Espanha 1×0 Croácia

Quartas de final: Espanha 2×0 França

Semifinal: Espanha 0x0 Portugal / Pênaltis: Espanha 4×2 Portugal

Final: Espanha 4×0 Itália

 

Na última Eurocopa com 16 seleções na fase final – a partir de 2016, o torneio teria 24 equipes – deu barbada: a Espanha levantou o bicampeonato consecutivo (foi a primeira a conseguir o feito) e fechou uma dinastia impressionante. Após passear nas Eliminatórias – 100% de aproveitamento – a equipe garantiu a classificação em primeiro na fase de grupos, eliminou a França nas quartas de final (2 a 0), bateu Portugal nos pênaltis (4 a 2) após empate sem gols no tempo regulamentar, nas semis, e reencontrou a Itália na final, adversário da Fúria lá na fase de grupos.

Fernando Torres chuta para fazer seu gol: primeiro jogador a marcar em duas finais de Euro na história.

 

Festa do tri. Foto: Alex Grimm / Getty Images.

 

A equipe da final: com tantos craques, o técnico Vicente del Bosque nem precisou escalar atacante…

 

A decisão tinha prognósticos de equilíbrio, afinal, o adversário seria a Itália, multicampeã, camisa pesada e aquela coisa toda. Mas a Espanha foi ousada. Não escalou nenhum atacante de ofício. Como eles iriam conseguir furar uma das defesas mais tradicionais do futebol? Como fazer um gol em Buffon, um dos maiores goleiros de todos os tempos? Com paciência. Toque de bola envolvente. Velocidade na medida certa. Técnica. E inteligência de jogadores cerebrais, únicos. No primeiro tempo, 2 a 0. No segundo, 2 a 0. Total: 4 a 0. Em plena final continental. Maior goleada da história das finais da Euro. Aquela Espanha era imparável. E entrava de vez para o rol das maiores e mais vencedoras seleções de todos os tempos. Duas Eurocopas e uma Copa do Mundo em apenas quatro anos (!) era demais. Leia mais sobre os 4 a 0 sobre a Itália clicando aqui!

 

Eurocopa 2016 – França

 

Campeão: Portugal

Vice: França

Artilheiro: Antoine Griezmann (França): 6 gols

Melhor Jogador: Antoine Griezmann (França)

 

Campanha do Campeão

Em pé: Nani, Pepe, William Carvalho, José Fonte, Rui Patrício e Cristiano Ronaldo. Agachados: Raphaël Guerreiro, Adrien Silva, Cédric, Renato Sanches e João Mário.

 

Fase de qualificação – Grupo I

Portugal 0x1 Albânia

Dinamarca 0x1 Portugal

Portugal 1×0 Armênia

Portugal 2×1 Sérvia

Armênia 2×3 Portugal

Albânia 0x1 Portugal

Portugal 1×0 Dinamarca

Sérvia 1×2 Portugal

 

Fase final – Grupo F

Portugal 1×1 Islândia

Portugal 0x0 Áustria

Portugal 3×3 Hungria

Oitavas de final: Portugal 1×0 Croácia

Quartas de final: Portugal 1×1 Polônia / Pênaltis: Portugal 5×3 Polônia

Semifinal: Portugal 2×0 País de Gales 

Final: Portugal 1×0 França

 

Com 24 equipes na fase final, a Eurocopa de 2016 teve pela primeira vez uma etapa de oitavas de final. Realizada na França, a dona da casa era uma das favoritas e, jogo após jogo, confirmou a fama até derrotar a campeã do mundo, Alemanha, na semifinal. Os Bleus chegam à final como favoritos plenos. Do outro lado, Portugal. Uma “zebra”, após partidas muito abaixo do esperado, com três empates na fase de grupos e classificações no sufoco na etapa decisiva. 

Griezmann (à dir.) celebra: atacante foi o maior goleador em uma só Euro desde Platini ao anotar 6 gols.

 

A França havia vencido uma Euro, em 1984, e uma Copa, em 1998, jogando em casa. Não queria perder a invencibilidade naquele dia 10 de julho de 2016. Era favorita para 10 entre 10 especialistas. Cristiano Ronaldo era a esperança lusa. Era. Passado. Aos 7’ do primeiro tempo, levou uma pancada no joelho. Sentiu. Tentou seguir em campo. Não conseguiu. Saiu aos 25 minutos. E chorou. Como Portugal poderia vencer uma decisão europeia com 70 mil torcedores contra e mais 11 em campo sem o melhor jogador do mundo? Sendo imortal. Inflando seus pulmões. Brigando pela bola como se não houvesse amanhã. Por Figo. Por Eusébio. Por Coluna. Por gerações que mereciam um caneco importante. E por Cristiano Ronaldo. Da beira do gramado, o capitão virou auxiliar técnico de Fernando Santos. Gritava. Gesticulava. Até que veio o gol de Éder, na prorrogação. O gol da glória. Do grito que nunca havia saído da garganta. Ao apito do árbitro, os portugueses gritaram “é campeão” pela primeira vez em um torneio de peso.

O choro de Cristiano comoveu até os franceses.

 

Éder prepara o chute para fazer o gol do título português.

 

 

Foto: REUTERS/Darren Staples.

 

Portugal na Euro: time complicado de se enfrentar e com jogadores iluminados.

 

O capitão chorou de novo. De emoção. Não foi a seleção mais brilhante. Não foi a mais técnica. Mas foi a mais aguerrida. A mais valente. A primeira. A campeã da Europa. Em cima da França. Em pleno Stade de France. Foi, sem dúvida, uma das maiores histórias da Eurocopa e também uma das mais emocionantes, digna de filme. Uma conquista para a eternidade. Leia mais clicando aqui!

 

Eurocopa 2020 – Múltiplas Sedes

 

Campeão: Itália

Vice: Inglaterra

Artilheiro: Cristiano Ronaldo (Portugal) e Patrik Schick (República Tcheca): 5 gols

Melhor Jogador: Gianluigi Donnarumma (Itália)

 

Campanha do Campeão

Em pé: Chiellini, Emerson, Chiesa, Immobile, Donnarumma e Bonucci.
Agachados: Di Lorenzo, Barella, Verratti, Insigne e Jorginho.

 

Fase de qualificação – Grupo J

Itália 2×0 Finlândia

Itália 6×0 Liechtenstein

Grécia 0x3 Itália

Itália 2×1 Bósnia e Herzegovina

Armênia 1×3 Itália

Finlândia 1×2 Itália

Itália 2×0 Grécia

Liechtenstein 0x5 Itália

Bósnia e Herzegovina 0x3 Itália

Itália 9×1 Armênia

 

Fase final – Grupo A

Itália 3×0 Turquia

Itália 3×0 Suíça

Itália 1×0 País de Gales

 

Oitavas de final: Itália 2×1 Áustria

Quartas de final: Itália 2×1 Bélgica

Semifinal: Itália 1×1 Espanha / Pênaltis: Itália 4×2 Espanha

Final: Itália 1×1 Inglaterra / Pênaltis: Itália 3×2 Inglaterra

 

Após ser adiada em 2020 por conta da pandemia da COVID-19, a Eurocopa foi realizada em 2021 em um formato inédito e que há anos era desejado pela UEFA e por um de seus antigos presidentes, Michel Platini: com múltiplas sedes, sendo 11 países e 11 cidades, como forma de celebrar os 60 anos da competição. O arrojado formato gerou algumas críticas diante das restrições sanitárias ainda delicadas, mas no geral ocorreu tudo bem. Com boa parte das populações das cidades-sedes vacinadas, limitação de público nos estádios e protocolos que exigiam testes negativos aos torcedores, o torneio foi um alento ao fã do esporte depois de um ano tão difícil e macabro. Ver os estádios com gente, sem aquelas placas e tapumes nas arquibancadas foi muito bonito e a esperança por dias melhores. Assim como havia acontecido na Copa do Mundo de 2018, a Eurocopa também teve a utilização da tecnologia do árbitro de vídeo, o VAR, pela primeira vez.

Em campo, grandes jogos, muitos golaços e um susto logo na primeira rodada do Grupo B, quando o dinamarquês Christian Eriksen sofreu um mal súbito e foi socorrido no gramado. Felizmente, o jogador se recuperou após o ocorrido. A Dinamarca, mesmo sem seu principal jogador, foi bem e alcançou as semifinais.

Festa italiana na estreia contra a Turquia.

 

Antes da Euro, as favoritas ao título eram a França (campeã do mundo), Inglaterra (que teria o privilégio de decidir em casa, no estádio de Wembley, caso fosse para a final, e Portugal, campeão da Euro de 2016 e também da Liga das Nações da UEFA em 2019. Mas quem deu show foi um gigante: a Itália, imbatível há mais de 30 jogos, com um ataque devastador já nas Eliminatórias – foram 37 gols em 10 jogos e 100% de aproveitamento! – e que reconquistou a Europa depois de mais 50 anos – o último caneco datava de 1968, tempos de Dino Zoff, Facchetti, Rivera, Gigi Riva e companhia

Na fase de grupos, jogando no estádio Olímpico de Roma, a Azzurra venceu os três jogos de maneira convincente e dando show, apostando no futebol ofensivo proposto pelo técnico Roberto Mancini, principal responsável por aquele renascimento azzurro. Nas oitavas, o time sofreu mais do que o esperado, mas venceu a Áustria por 2 a 1 na prorrogação. Nas quartas, a “final antecipada” contra a Bélgica terminou já no primeiro tempo: vitória por 2 a 1, com dois golaços anotados por Barella e Insigne. Na semifinal, um reencontro contra a Espanha, algoz dos italianos na amarga final de 2012

Outra vez o jogo foi difícil e a Itália não conseguiu impor seu futebol ofensivo diante da Fúria. O primeiro gol só saiu no segundo tempo, com Chiesa, e a vitória parecia estar encaminhada até Morata, faltando dez minutos para o fim, empatar. Na prorrogação, nada de gols e a decisão foi para os pênaltis. Locatelli desperdiçou a primeira cobrança da Itália e a torcida começou a temer a volta do carma das penalidades, que tanto afligiu a Itália nos anos 1990. Mas Olmo e Morata erraram seus chutes e a Nazionale foi para a final.

O objeto de desejo em Wembley. Foto: Paul Ellis – Pool/Getty Images.

 

O adversário foi a Inglaterra, que também fazia uma boa Eurocopa e vinha com moral após eliminar a Alemanha (2 a 0), nas oitavas, a Ucrânia (4 a 0), nas quartas, e a Dinamarca (2 a 1), nas semis. Jogando em casa, a Inglaterra tinha um leve favoritismo e o elenco inglês recebeu até uma carta da Rainha desejando boa sorte. E tudo parecia conspirar mesmo a favor do English Team quando o lateral Shaw fez 1 a 0 com menos de dois minutos de jogo. A Itália sentiu o golpe, mas não se abateu. Com mais posse de bola, tentou encontrar brechas no sistema defensivo inglês, mas parava na falta de pontaria e no goleiro Pickford. No segundo tempo, Mancini decidiu mexer no time tirando Barella (pouco inspirado) e Immobile (também longe dos bons jogos da fase de grupos) e colocando Cristante e Berardi, respectivamente.

Bonucci marca o gol de empate. Foto: Marc Atkins/Getty Images.

 

As mexidas mantiveram a Itália ainda mais no ataque diante de uma Inglaterra excessivamente recuada. Tal atitude premiou a Azzurra, que alcançou o empate com o zagueiro Bonucci, mais velho a anotar um gol em uma final na história da Eurocopa, com 34 anos, e um dos remanescentes do vice-campeonato europeu de 2012. O gol inflamou a Itália novamente, que tentou a virada até o fim, mas a partida acabou mesmo indo para a prorrogação. Nela, nada de gols. Outra vez disputa de pênaltis – apenas a segunda na história da competição, repetindo a final de 1976.

A Itália da final: ofensiva, a equipe de Roberto Mancini ficava muitas vezes com cinco jogadores no ataque pressionando o adversário em busca do gol.

 

Donnarumma foi o grande nome da disputa de pênaltis. Foto: Mike Egerton/PA Images via Getty Images.

 

A Itália começou marcando com Berardi e a Inglaterra igualou com o capitão Kane. Na segunda cobrança, Belotti errou e Maguire colocou os ingleses na frente. Bonucci manteve a esperança com o segundo gol e a Inglaterra errou a cobrança seguinte com Rashford (que entrou nos minutos finais da prorrogação só para bater um dos pênaltis…), que carimbou o pé da trave de Donnarumma. Bernardeschi fez o terceiro gol da Itália, enquanto Sancho (que também entrou nos minutos finais da prorrogação para bater pênalti…) parou no goleiro Donnarumma, frio e calmo como mandava a cartilha de seu treinador de goleiros no Milan – simplesmente um dos maiores especialistas no assunto, o brasileiro Dida.

A última cobrança da Itália era de Jorginho, que cobrava muito bem e com estilo. Mas o ítalo-brasileiro viu Pickford defender seu chute e manter a Inglaterra com chances de igualar o placar. Na última cobrança, o jovem Saka foi para a bola e Donnarumma se agigantou diante do garoto. O italiano defendeu, manteve o placar em 3 a 2 e fez explodir a torcida italiana, em minoria em Wembley, mas muito, muito barulhenta. A Itália era campeã da Europa pela segunda vez. Curiosamente na mesma data do título mundial de 1982, 11 de julho. 

Festa azul em Wembley! Foto: Eddie Keogh – The FA/The FA via Getty Images.

 

No mesmo estádio onde Roberto Mancini perdeu a Liga dos Campeões da UEFA de 1991-1992 com sua Sampdoria quando era jogador, a mesma Samp que serviu como base da comissão técnica atual da Azzurra formada por Mancini, Vialli e Lombardo – além de Evani, que jogou na Samp anos depois daquela geração fantástica. Comissão também composta por Gabriele Oriali – defensor campeão do mundo em 1982 -, e Daniele De Rossi – campeão do mundo em 2006. Atletas vencedores e emblemáticos que ajudaram uma nova geração a recolocar a Itália no topo do continente e voltar a ser protagonista depois de tantos anos de amarguras e decepções. Sobre a Euro de 2020? It’s coming ROME! Leia mais sobre essa Itália clicando aqui!

 

Recordes e Curiosidades

 

  • Maior artilheiro em uma única edição: Michel Platini (França), com 9 gols, em 1984;
  • Maior artilheiro em fases qualificatórias: Cristiano Ronaldo (Portugal), com 31 gols em quatro edições;
  • Melhor ataque em uma só edição: França 1984, com 14 gols;
  • Goleiros com maior número de jogos sem levar gols: Edwin van der Sar (Holanda), entre 1996 e 2008, e Iker Casillas (Espanha), entre 2004 e 2012: 9 jogos;
  • Goleiro com maior tempo sem levar gols: Iker Casillas (Espanha)509 minutos, em 2012;
  • Seleção que mais disputou finais: Alemanha – 6 finais (1972, 1976, 1980, 1992, 1996 e 2008);
  • Maiores goleadas: França 5×0 Bélgica (1984), Dinamarca 5×0 Iugoslávia (1984), Holanda 6×1 Iugoslávia (2000) e Suécia 5×0 Bulgária (2004);
  • Maior goleada em uma fase de qualificação: Alemanha 13×0 San Marino (2006);
  • Partida com maior número de gols em uma fase final: França 4×5 Iugoslávia (1960);
  • Maior público em um jogo: 79.115 pessoas na final Espanha 2×1 URSS, em 1964;
  • Diferente da Copa do Mundo, a Eurocopa é hostil com ex-jogadores que se aventuram como técnicos. Até hoje, apenas o alemão Berti Vogts conseguiu levantar o troféu como jogador (1972) e treinador (1996), além de ser vice em 1992. Outros dois chegaram perto, mas ficaram com o vice: Dino Zoff, técnico da Itália, em 2000, e Didier Deschamps, técnico da França, em 2016.

 

 

Licença Creative Commons
O trabalho Imortais do Futebol – textos do blog de Imortais do Futebol foi licenciado com uma Licença Creative Commons – Atribuição – NãoComercial – SemDerivados 3.0 Não Adaptada.
Com base no trabalho disponível em imortaisdofutebol.com.
Podem estar disponíveis autorizações adicionais ao âmbito desta licença.

Comentários encerrados

6 Comentários

  1. Essa Euro de 92, em que na ocasião a Dinamarca foi campeã, tem um filme sobre essa campanha. é muito bom mesmo super recomendo, o filme se chama “Verão de 92” é um filme bem descontraído, mas retrata como foi a campanha da Dinamarca naquela Euro, tá disponível na Netflix.

  2. Belo texto, Imortais! A Eurocopa é um torneio histórico mesmo e o tempo mostra o quanto ela evoluiu. Teve campeões para todos os gostos, de favoritaços a zebras, mas todos que venceram foram imortais! Gostei mesmo!

    Bom, Imortais, eu sei que não teve mais disputa do 3o lugar a partir de 1984, mas eu ainda sugeria colocar os semifinalistas! Abraço!

Craque Imortal – Eusébio

Esquadrão Imortal – Manchester City 2022-2023