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Jogos Eternos – Brasil 0x0 Itália 1994

 

Data: 17 de julho de 1994

O que estava em jogo: o título da Copa do Mundo da FIFA de 1994.

Local: Estádio Rose Bowl, Los Angeles, EUA.

Árbitro: Sándor Puhl (Hungria)

Público: 94.194 pessoas

Os Times:

Brasil: Taffarel; Jorginho (Cafu, aos 21’ do 1º T), Aldair, Márcio Santos e Branco; Mauro Silva, Dunga, Zinho (Viola, aos 1’ do 2º T da prorrogação) e Mazinho; Bebeto e Romário. Técnico: Carlos Alberto Parreira.

Itália: Pagliuca; Mussi (Apolloni, aos 35’ do 1º T), Baresi, Maldini e Benarrivo; Albertini, Dino Baggio (Evani, aos 5’ do 1º T da prorrogação), Berti e Donadoni; Roberto Baggio e Massaro. Técnico: Arrigo Sacchi.

Placar: Brasil 0x0 Itália. Nos pênaltis, Brasil 3×2 Itália. Romário, Branco e Dunga fizeram para o Brasil. Márcio Santos perdeu. Albertini e Evani fizeram para a Itália. Baresi, Massaro e Roberto Baggio perderam.

 

“Extenuante: A batalha do tetra”

 

Por Guilherme Diniz

 

Rose Bowl, 12h30. Mais de 32ºC. Muito calor. Nada bom para uma partida de futebol. Decisão de campeonato então, pior ainda. E de Copa do Mundo? Aff… Pois nada disso impediu a realização daquela partida. Afinal, aquele duelo iria coroar o primeiro tetracampeão mundial de futebol da história. Brasil e Itália, ambos com três conquistas, teriam a honra de exibir em seus escudos quatro portentosas estrelas douradas. Uma final repetida, como foi em 1970, quando um dos dois lutaram pelo tri, que ficou com o Brasil. Era o primeiro encontro da seleção canarinha com os italianos desde o fatídico jogo de 1982, a Tragédia do Sarriá, do pesadelo que acometeu milhões de brasileiros que viram a tão brilhante seleção de Telê cair diante da Itália e de Paolo Rossi. Seria o reencontro de Romário com alguns de seus algozes da final da Liga dos Campeões da UEFA de 1994, quando o italiano Milan venceu o Barça do Baixinho por 4 a 0. Para a Itália, era a chance da vingança de 1970, pois a vitória de 1982 foi saborosa, claro, mas derrotar os sul-americanos em uma decisão seria diferente. A chance de consagrar uma geração inteira de futebolistas marcantes e um técnico campeão de praticamente tudo – Arrigo Sacchi.

Seria um jogaço. Mas, quando a bola rolou, ela teimou em não entrar. Por mais que chutes fossem disparados, nada conspirava para o gol. Até mesmo quando Pagliuca falhou, a trave evitou um gol certo do Brasil. Nem Romário nem Roberto Baggio, as esperanças de gols, estavam inspirados. O relógio corria, o cansaço aumentava. A grama do Rose Bowl queimava cada vez mais com o sol e o suor derramado pelos atletas. Na prorrogação, algumas chances, mas as zagas – sobretudo a italiana – estavam impecáveis. Não teve jeito. Depois de 120 minutos extenuantes, a final da Copa do Mundo seria decidida nos pênaltis pela primeira vez. E, assim como em 1982, o placar foi 3 a 2. Mas para o Brasil. Tetracampeão mundial. Melhor do mundo 24 angustiantes anos depois. É hora de relembrar uma das partidas mais dramáticas da história dos Mundiais.

 

Pré-jogo

Bebeto e Romário: uma das maiores duplas de ataque da história da Seleção Brasileira.

 

Embora a Copa de 1994 tenha tido várias surpresas ao longo do torneio, como as excelentes campanhas de Romênia, Suécia e Bulgária, deu a lógica com a final entre os titãs Brasil e Itália, ainda que a dupla não tenha exibido um futebol de encher os olhos. Do lado brasileiro, a equipe de Parreira tinha muita força defensiva e, em especial, de marcação no meio de campo graças a jogadores como Aldair, Márcio Santos, Mauro Silva e Dunga, o capitão do selecionado nacional. Por outro lado, o ataque funcionava bem com a sintonia entre Romário e Bebeto, além do apoio de Mazinho – que ganhou a vaga durante o torneio por conta da apatia de Raí – e Zinho. Nas laterais, Jorginho e Leonardo eram muito virtuosos, isso até Branco assumir a vaga deixada por Leonardo na esquerda após a suspensão do brasileiro nas oitavas de final por causa de um cartão vermelho.

O Brasil demonstrou durante a Copa um volume de jogo muito bom, mas falta de pontaria em determinadas situações. No entanto, isso não atrapalhou a caminhada rumo à final. Na fase de grupos, a equipe passou por Rússia (2 a 0) e Camarões (3 a 0) e empatou com a Suécia em 1 a 1, resultados que garantiram o primeiro lugar ao time brasileiro. Nas oitavas, vitória por 1 a 0 sobre o anfitrião EUA e sufoco por causa da já citada expulsão de Leonardo. Nas quartas, o melhor jogo da Copa garantiu a classificação do Brasil com a vitória épica sobre a Holanda por 3 a 2, placar totalmente construído no segundo tempo. Na semifinal, reencontro com a Suécia e vitória brasileira por 1 a 0, que chegou com a condição de favorito pelos talentos e pela condição física. Mas não se podia duvidar do rival, a Itália, que soube se reerguer jogo após jogo para alcançar uma final impressionante.

Na fase de grupos, os italianos começaram com derrota por 1 a 0 para a Irlanda, mantendo a sina de péssimas primeiras fases da Azzurra em Mundiais. No jogo seguinte, contra a Noruega, vitória por 1 a 0, mas, no mesmo jogo, o capitão Franco Baresi sofreu uma grave lesão no joelho e teve que fazer uma cirurgia às pressas que só daria condições de jogo para o craque em uma eventual final. No último jogo, o empate em 1 a 1 com o México garantiu a Itália nas oitavas de final, ainda que aos trancos e barrancos. Na etapa seguinte, contra a Nigéria, começou a brilhar a estrela do craque Roberto Baggio. Perdendo por 1 a 0, a Azzurra empatou com Baggio nos minutos finais e, na prorrogação, o mesmo Baggio fez o gol da vitória por 2 a 1. Nas quartas, vitória por 2 a 1 sobre a Espanha, com mais um gol de Roberto Baggio. E, nas semifinais, o camisa 10 fez os dois gols do triunfo por 2 a 1 sobre a Bulgária que colocou a Azzurra na final.

Roberto Baggio aproveitou as bobeadas nigerianas e classificou a Itália para as quartas de final da Copa.

 

Porém, o desgaste do craque naqueles jogos minou sua condição física, que já não era boa. Ele sofria com um estiramento na coxa que impossibilitaria suas arrancadas e mobilidade. Por outro lado, o capitão Baresi estava recuperado da cirurgia do joelho de maneira impressionante e poderia ser escalado na final, substituindo Alessandro Costacurta, fora por causa do excesso de cartões amarelos. Sacchi iria apostar no entrosamento entre Baresi e Maldini no Milan e escalaria a dupla no miolo de zaga, deslocando Benarrivo para a lateral-esquerda. Embora tivesse um meio de campo mais ofensivo do que o Brasil, a equipe italiana não tinha a força das laterais nem a proteção da zaga que o time canarinho possuía. Além disso, a dupla Bebeto e Romário chegava melhor e mais entrosada do que Baggio e Massaro, muito por conta da lesão do camisa 10, que iria para o jogo, mas longe do ideal.

A Itália de 1994. Em pé: Maldini, Berti, Mussi, Massaro, Pagliuca e Dino Baggio. Agachados: Donadoni, Albertini, Roberto Baggio, Benarrivo e Franco Baresi.

 

Os times entrando no Rose Bowl. Foto: Getty Images.

 

O Brasil vinha sem desfalques e com a mesma escalação pelo terceiro jogo seguido. A confiança brasileira era enorme e o grupo, muito unido, confiava no tetra. Antes do jogo, muita festa no Rose Bowl, com direito a participação de Pelé no show de encerramento. Na entrada ao gramado, as equipes vieram juntas, com os jogadores do Brasil entrando de mãos dadas, como nas outras partidas do Mundial. A expectativa era de um jogaço. Mas as condições extremas de temperatura iriam prejudicar demais o espetáculo.

 

Primeiro tempo – Tensão e (muito) calor

 

Desde o início, o Brasil teve controle do jogo e conseguiu acuar a Itália em seu campo. Porém, logo aos 3’, Mazinho entrou de carrinho em Berti e levou cartão amarelo. Nos três minutos seguintes, inclusive, o time de Parreira fez faltas bem duras nos jogadores italianos e flertou com mais cartões, em especial aos 7’, quando Mazinho derrubou Donadoni na entrada da área defensiva da Azzurra em busca de um contragolpe. Se ficasse com um a menos em apenas 10 minutos, o time canarinho iria sofrer bastante. Aos 12’, Dunga cruzou, Romário subiu sozinho, mas cabeceou fraco para a defesa de Pagliuca – o Baixinho estava um pouco longe para conseguir uma cabeçada mais forte. Aos 16’, contra-ataque brasileiro engatilhado por Romário. Com passadas rápidas, o craque encontrou uma brecha na marcação, a bola passou por Maldini e sobrou com Bebeto. O camisa 7 chutou, mas Maldini já estava ali para interceptar. 

Aos 17’, em lançamento longo, Mauro Silva tentou cortar, mas furou. A bola ficou com Massaro, que dominou e chutou forte, rasteiro, como manda a cartilha do matador, mas o goleiro Taffarel fez uma defesaça e ganhou a primeira do dia do atacante italiano. Aos 18’, mesmo marcado por dois, Jorginho escapou com uma finta sensacional, mas pecou no cruzamento e a zaga tirou. Porém, naquele lance, o lateral sentiu uma distensão muscular e teve que sair. Parreira chamou Cafu, lateral do grande São Paulo de Telê, e o futuro capitão do penta entrou aos 21’. Aos 25’, Branco cobrou falta com violência, Pagliuca foi buscar no cantinho e, no rebote, Mazinho furou. Se o meia brasileiro pegasse em cheio, a bola poderia ir ao gol ou mesmo para a pequena área, na qual quatro (isso mesmo, quatro…) brasileiros esperavam para concluir ao gol vazio! 

 

Nos minutos seguintes, o Brasil chegou pelo menos três vezes com perigo, sempre com participação de Romário, que fintava, driblava, mas não concluía bem ou não achava os espaços que gostava por conta da ferrenha marcação de Baresi e Maldini. Aos 31’, por exemplo, o Baixinho deu entre as pernas de Albertini, mas logo na sequência foi desarmado por Maldini, simplesmente um monstro naquele jogo e em toda Copa. 

Aos 37’, Sacchi percebeu que Cafu tinha liberdade pela direita e decidiu mudar o time ao colocar Apolloni na zaga e deslocar Maldini para a lateral. E, já aos 43’, Apolloni impediu uma tabela no ataque brasileiro e levou cartão amarelo. Na cobrança, Branco mandou a bomba, mas Pagliuca mais uma vez fez grande defesa. Aos 45’, pouco depois de mais um corte de Maldini em cruzamento de Cafu, o árbitro húngaro encerrou o primeiro tempo, com amplo domínio brasileiro – a equipe de Parreira teve 66% de posse de bola -, mas muitos erros na finalização e grande desempenho defensivo da Itália, bem como do time canarinho, com atuações magistrais de Dunga, Aldair e Márcio Santos.

 

Segundo tempo – Trave e mais calor

Sem modificações, os times voltaram ao segundo tempo da mesma maneira, com o Brasil aparecendo mais ao ataque e a Itália tentando o contragolpe. Sem grandes emoções nos primeiros 15 minutos, só aos 16’ que o time brasileiro teve uma boa chance quando Branco tabelou com Zinho, mas, ao invés de cruzar, preferiu cavar pênalti e o árbitro não caiu na malandragem do lateral. Aos 20’, mais uma tabela entre Bebeto e Romário, mas antes que a bola pudesse chegar ao Baixinho, Maldini tirou e Pagliuca fez a defesa. Aos 29’, Mauro Silva chutou de longe, Pagliuca tentou encaixar a bola, mas ela escapuliu. Quando parecia que o goleiro italiano iria levar um frango histórico em plena final da Copa, a redonda beijou a trave e voltou para ele. Impressionante! Como agradecimento, o goleiro beijou a trave e respirou aliviado. Aos 36’, Roberto Baggio recebeu a primeira bola limpa no jogo. Mas, na hora do chute, ela foi bem longe do gol. Sinais…

Com o cansaço cada vez mais aparente, os times reduziram o ritmo nos minutos finais e o árbitro encerrou o jogo aos 45’, sem acréscimos. Teríamos prorrogação, a 4ª na história e a primeira desde a final da Copa de 1978 entre Argentina e Holanda.

 

Prorrogação e pênaltis – Enfim, o tetra!

No limite de suas capacidades físicas, os jogadores foram para mais meia hora de jogo no Rose Bowl. E, logo aos 3’, o Brasil apareceu com perigo. O lateral Cafu cruzou, a bola sobrou limpa para Bebeto, mas sabe se lá o que raios ele tentou fazer e não concluiu a gol. A resposta da Itália veio aos 6’, quando Roberto Baggio recebeu de fora da área, chutou forte e Taffarel mandou para escanteio. Aos 9’, Zinho recebeu de Bebeto na esquerda e chutou, mas Pagliuca defendeu. No segundo tempo extra, aos 4’, o Rose Bowl viu provavelmente o gol mais perdido da final. Cafu disparou pela direita, tocou para Bebeto, este devolveu para Cafu e o lateral cruzou. A bola passou pela pequena área, nenhum italiano conseguiu cortar e sobrou para Romário. Aahh, agora vai! O Baixinho não perderia ali! Pois perdeu… Na hora do chute, ele não pegou de jeito, a bola foi fraca e passou raspando a trave, com Benarrivo por ali para tentar o bloqueio.

 

Naquela etapa, Parreira sacou Zinho e colocou o atacante Viola em busca de fôlego extra e mais poder de finalização. E, aos 5’, o atacante fez boa jogada individual e tocou para Romário, mas o chute de pé esquerdo do craque explodiu na marcação. Aos 8’, Roberto Baggio tabelou, mas chutou fraco. Aos 11’, Viola tirou a marcação de sua cola, ajeitou para o pé esquerdo e chutou, só que a redonda passou à direita do gol de Pagliuca. Foi a última chance. E, aos 15’, apito final. Pela primeira vez na história, a Copa do Mundo seria decidida nos pênaltis. 

Parreira tinha dois batedores certos: o zagueiro Márcio Santos, que iria iniciar a disputa, e Bebeto, que completaria a quina caso fosse necessário. Branco e Dunga surgiram como voluntários e foram confirmados. Faltando um nome, Parreira olhou para Romário e, sem ter que perguntar, o Baixinho levantou o dedinho e disse: “vou”. Era a máxima explicação do que Romário disse anos depois: “A diferença entre o time de 1986, que perdeu nos pênaltis (para a França, nas quartas de final) e o de 1994, que venceu, é que não deixamos os meninos cobrarem pênaltis”.

Do lado italiano, Sacchi preferiu apostar na experiência, mas não levou em consideração o cansaço físico e as condições de suas estrelas. Por isso, Baresi e Baggio eram opções arriscadas. E, quando Baresi iniciou a disputa, mandou a bola longe do gol de Taffarel. Na sequência, para amenizar a dor do capitão, Márcio Santos foi vencido por Pagliuca, que defendeu. Porque raios aquela bola não entrava!!!?? Bem, na segunda cobrança italiana, Albertini, enfim, balançou as redes do Rose Bowl, deslocando Taffarel. O Brasil empatou com Romário, em chute que bateu na trave e entrou, para desespero de Pagliuca. Um verdadeiro golaço de pênalti do camisa 11!

Taffarel defende o pênalti de Massaro.

 

O batedor seguinte foi Evani, que havia entrado no decorrer da partida. O jogador da Sampdoria bateu firme, no meio do gol, e deixou a Azzurra em vantagem. Na sequência, Branco foi para a bola e não deu chance alguma para Pagliuca: 2 a 2. A Itália foi para o quarto chute com Massaro. O italiano teve a melhor chance de gol dos europeus no tempo regulamentar e perdeu para Taffarel. Na marca da cal, outra vez o atacante não conseguiu superar o brasileiro: chute no canto esquerdo e defesa do camisa 1. 

Se Dunga fizesse, o Brasil teria a vantagem pela primeira vez. E, com frieza, o capitão mandou a bola no fundo do gol: 3 a 2. A última cobrança era decisiva para a Itália. Se Roberto Baggio fizesse, ainda haveria esperança por um erro final do Brasil e início das cobranças alternadas. Se ele errasse, era o fim do sonho italiano e o início da festa brasileira. O atacante não era a melhor escolha. Estava exausto, lesionado. Mas tinha em si a responsabilidade. O camisa 10 pensou em um chute forte, no meio do gol, ao perceber o deslocamento de Taffarel para o canto. Só que o italiano exagerou na força e a bola foi muito, mas muito longe do gol. “Acaboooou, acaboooou, acaboooou!  É tetraaaa!! É tetraaaa!! É tetraaaa!! O Brasil é tetracampeão mundial de futebooool!!”.

Foi assim, com gritos eufóricos e pulando ao lado de Pelé, que Galvão Bueno eternizou aquele momento. Sem dúvida um dos mais emocionantes da história da seleção brasileira. De exorcizar de vez tantas decepções e martírios vividos por 24 anos. E justamente contra o rival da última conquista, lá em 1970, e rival que tanto fez o país chorar em 1982. Se não foi a mais brilhante, aquela seleção foi a que mais demonstrou garra, concentração, raça e vontade. Que superou os obstáculos ao longo da campanha e até antes dela para sair dos EUA com o título mundial.

Na comemoração no gramado, muita emoção, choro e até uma homenagem a Ayrton Senna, piloto brasileiro e ídolo que havia falecido em maio daquele ano, causando enorme comoção nacional. O tetra era para ele e para os milhões de torcedores. Um título que colocou o Brasil no topo dos campeões e fez da seleção canarinha a maior vencedora do século XX. Nada mais justo, afinal, foi o Brasil quem reinventou o futebol naqueles primeiros 100 anos e fez da Copa do Mundo uma extensão de sua história no esporte.

Os campeões de 1994. Em pé: Taffarel, Jorginho, Aldair, Mauro Silva, Márcio Santos e Branco. Agachados: Mazinho, Romário, Dunga, Bebeto e Zinho.

 

Pós-jogo: O que aconteceu depois?

 

Brasil: o título foi um divisor de eras para o time nacional. Depois de tanta descrença, a equipe brasileira virou a página e se transformou na seleção-espetáculo graças aos novos craques que começaram a surgir pós-1994, entre eles Roberto Carlos, Rivaldo e, sobretudo, Ronaldo. Na Copa de 1998, com alguns remanescentes do tetra e novos nomes, o Brasil alcançou mais uma final, mas acabou derrotado pela França de Zidane. A volta por cima veio em 2002, quando superou vários obstáculos e novas descrenças para ficar com o penta, derrotando a Alemanha por 2 a 0 na final. Desde então, curiosamente, o time brasileiro não encontrou a Itália em Copas.

Itália: o vice foi amargo para a Azzurra, mas compreensível diante das circunstâncias e tantos problemas físicos que acometeram a equipe de Sacchi. A seleção seguiu forte nos anos seguintes, mas não conseguiu levantar títulos. Pior: foi vítima mais uma vez do fantasma dos pênaltis já na Copa de 1998, ao perder para a França nas quartas de final após 0 a 0 no tempo regulamentar. Em 2000, perdeu de novo para a França o título da Eurocopa, e em 2002 caiu nas oitavas de final da Copa do Mundo diante da Coreia do Sul.

Só em 2006 que os italianos tiveram, enfim, um ano feliz com o tetracampeonato mundial exatos 24 anos depois do tri, em roteiro parecido com o do Brasil: empate no tempo normal contra um antigo fantasma – França – e vitória nos pênaltis por 5 a 3. Porém, a Azzurra segue sem vencer o Brasil desde 1982, seja em amistosos, seja em competições oficiais, com três empates e três derrotas em seis jogos. Bem, a única vitória nesse período aconteceu em janeiro de 2020, em partida que celebrou o aniversário de 25 anos do tetra do Brasil, quando jogadores veteranos que estiveram naquele jogo disputaram um amistoso cheio de nostalgia. A Itália venceu por 1 a 0, gol de Massaro, o mesmo que teve a chance mais clara de gol da Itália no jogo de 1994.

 

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