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Esquadrão Imortal – Chelsea 2011-2013

Foto: Darren Walsh / Getty Images.
Em pé: Obi Mikel, Gary Cahill, Petr Cech, David Luiz e Frank Lampard. Agachados: Ryan Bertrand, Ashley Cole, Juan Mata, José Bosingwa, Didier Drogba e Salomon Kalou. Foto: Darren Walsh / Chelsea FC / via Getty Images.

 

Grandes feitos: Campeão da Liga dos Campeões da UEFA (2011-2012), Campeão da Liga Europa da UEFA (2012-2013) e Campeão da Copa da Inglaterra (2011-2012). Conquistou a primeira UCL da história do clube.

Time-base: Petr Cech; Bosingwa (Azpilicueta), David Luiz (Ivanovic), Gary Cahill (John Terry) e Ashley Cole; Obi Mikel (Ramires / Moses), Frank Lampard, Salomon Kalou (Oscar) e Ryan Bertrand (Eden Hazard); Juan Mata; Didier Drogba (Fernando Torres). Técnicos: André Villas-Boas (2011-2012), Roberto Di Matteo (2012) e Rafa Benítez (2012-2013).

 

“Sonho Azul (enfim realizado!)”

 

Por Guilherme Diniz

 

Desde que os milhões começaram a brotar pelas bandas de Stamford Bridge que o roteiro era o mesmo: a diretoria contratava grandes estrelas, montava times super competitivos, mas a tão almejada Liga dos Campeões da UEFA escapava de maneira inexplicável. Nem o super esquadrão de José Mourinho, tão cultuado e com uma defesa quase intransponível, conseguiu. Nem a constelação de 2008, com Cech, Lampard, Makélélé, Ballack, Essien, Ricardo Carvalho, Malouda, Joe Cole e Drogba, conseguiu – a taça escapou nos pênaltis diante do Manchester United. Nem Felipão, nem Guus Hiddink, nem Carlo Ancelotti, ninguém conseguiu tornar aquele clube campeão europeu. E parecia que nada de novo iria acontecer em 2011-2012, ainda mais após uma troca de técnico bem na reta final da temporada praticamente minar as chances do time azul. E menos ainda quando o Barcelona de Guardiola cruzou o caminho dos ingleses na semifinal europeia. 

Porém, contra todos os prognósticos e qualquer lógica, o Chelsea derrotou os badalados blaugranas e garantiu seu lugar na final. Bem, era um lugar protocolar, pois o título era barbada: do Bayern, claro, com tantos craques e ainda por cima jogando em casa, na sua imponente Allianz Arena de Munique. E tal roteiro foi cumprido até os 83’, quando Thomas Müller marcou o gol que abriu o placar da final para os bávaros. Mas, aos 88’, Didier Drogba subiu para empatar o jogo e levar aquela final para a prorrogação. Nela, o Bayern teve a chance de ficar à frente novamente em cobrança de pênalti, mas Robben viu Petr Cech defender. E, na disputa de pênaltis, o Chelsea, enfim, venceu por 4 a 3 uma das mais angustiantes finais europeias deste século e ficou com seu tão sonhado troféu, que se juntou à Copa da Inglaterra celebrada diante do Liverpool.

Na temporada seguinte, o time ainda venceu mais um torneio continental – a Liga Europa da UEFA – e entrou para o seleto grupo dos clubes com todos os torneios da UEFA já realizados até aquele momento. Foi um período libertador para o time de Londres e que serviu para colocar no panteão de imortais nomes como Cech, Terry, Lampard e Drogba, lendas que simbolizaram anos de ouro do clube azul, ídolos que colocaram de vez o Chelsea no rol dos principais e mais competitivos clubes da Europa dali em diante. É hora de relembrar.

 

Como acabar com o estigma?

Contra o Chelsea, Van der Sar vibra: goleiro ajudou os Red Devils a vencer nos pênaltis a decisão de 2008. Foto: FRANCK FIFE/AFP via Getty Images.

 

Querendo se manter na briga pelos principais títulos, o Chelsea começou a temporada 2011-2012 de técnico novo: a diretoria inglesa trouxe o português André Villas-Boas, que vinha de uma temporada avassaladora no comando do Porto. Além dele, os Blues trouxeram nomes como Juan Mata, Raul Meireles, Gary Cahill e os belgas Courtois, De Bruyne e Lukaku, mas o trio acabaria sem espaço naquela época. Com muita expectativa, a torcida esperava novos voos do time, mas o que se viu foi uma equipe jogando um futebol muito burocrático e sem brilho. No Campeonato Inglês, os Blues ficaram na terceira posição durante seis rodadas no início do torneio, mas logo caíram de rendimento e não brigaram pelo título. E, na Copa da Liga Inglesa, a queda veio já nas quartas de final para o rival Liverpool (derrota por 2 a 0).

Villas-Boas brilhou pelo Porto em 2011, mas não conseguiu repetir o desempenho no Chelsea.

 

Embora tenha feito uma boa fase de grupos na UCL, terminando em primeiro lugar no grupo e à frente de Bayer Leverkusen-ALE, Valencia-ESP e Genk-BEL, os Blues não demonstravam potencial para brigar pelo título europeu – os favoritos eram o Barcelona de Guardiola, campeão no ano anterior, e o Bayern, em franca ascenção. Além disso, jogadores tidos como intocáveis como Frank Lampard e Didier Drogba frequentaram o banco de reservas em alguns jogos. De fato, parecia mesmo que seria outra temporada decepcionante. Principalmente após uma derrota em fevereiro de 2012…

 

Troca no comando e a reviravolta

Cavani comemora: Napoli afundou o Chelsea no primeiro jogo das oitavas de final. Foto: AP.

 

No primeiro jogo das oitavas de final da UCL, o Chelsea enfrentou o Napoli-ITA, fora de casa, e perdeu por 3 a 1, resultado catastrófico e que iria exigir muito do time inglês na partida de volta. O revés culminou com a saída de André Villas-Boas, que não foi nem sombra do treinador que tanto brilhou no Porto em 2010-2011. Sem tempo para contratar algum nome de peso, o Chelsea deixou o comando do time nas mãos de Roberto Di Matteo, ex-jogador do clube e que exercia a função de auxiliar na época. Ele teria desafios imensos pela frente: manter a equipe viva na briga pelo título da Copa da Inglaterra e tentar a virada na UCL – a Premier League já era algo distante.

Ajudava o fato de Di Matteo conhecer bem o grupo e devolver a confiança aos “senadores” Terry, Lampard e Drogba. Mesmo veteranos, o trio tinha uma representatividade no clube e simbolizava a era de ouro dos anos 2000 e todo o lado competitivo que o Chelsea adquiriu com o passar do tempo. E foi exatamente o trio que conseguiu classificar os Blues na UCL: Drogba, Lampard e Terry fizeram os gols dos 3 a 1 que levou o duelo contra o Napoli para a prorrogação em Stamford Bridge. No tempo extra, Ivanovic, aos 105’+1’, fez o quarto gol que selou a vaga azul. Na Copa da Inglaterra, a equipe despachou o Birmingham por 2 a 0 e se classificou para as quartas de final.

Drogba, decisivo, deixou sua marca na virada sobre o Napoli. Foto: Michael Regan/Getty Images.

 

Di Matteo comemora com Drogba. Foto: Getty Images.

 

Em março, o Chelsea venceu o Leicester City por 5 a 2 nas quartas da Copa da Inglaterra e bateu o Benfica-POR por 1 a 0 (gol de Kalou), em Lisboa, no duelo de ida das quartas da UCL. Na volta, em casa, vitória por 2 a 1 (gols de Lampard e Raul Meireles) e vaga na semifinal. Com o apoio do grupo e sem a pressão de vencer como tinham os treinadores anteriores, Di Matteo abraçou a chance de fazer história e sabia que aquela era provavelmente a última oportunidade para muitos atletas do elenco azul conquistarem a sonhada Liga dos Campeões, principalmente Cech, Terry, Drogba e Lampard. 

O senador Lampard deixou sua marca diante do Benfica. Foto: EFE.

 

E foi com essa mentalidade que o time venceu o Barcelona no duelo de ida da semifinal da UCL, por 1 a 0, em Stamford Bridge, mesmo com menos de 30% de posse de bola e sofrendo pressão dos espanhóis. Foi um jogo com total eficiência da defesa, do goleiro Petr Cech e do ídolo Drogba, autor do gol da vitória após receber passe do brasileiro Ramires. Com a vantagem do empate, o Chelsea viajou até o Camp Nou precavido e com a mesma escalação do triunfo em Londres. Do lado blaugrana, Guardiola surpreendeu ao deixar Daniel Alves no banco e escalar Cuenca no setor ofensivo, compondo a linha defensiva com Puyol, Piqué e Mascherano. Era uma aposta arriscada e fruto do excesso de confiança que o técnico demonstrou na coletiva antes do jogo ao dizer que “não tenho dúvidas que estaremos na final”. 

 

O épico e a vaga na final

Mascherano disputa a bola com Ramires.

 

Contra mais de 95 mil pessoas no Camp Nou, o Chelsea queria disputar pela segunda vez em sua história uma final de Liga dos Campeões. Porém, além de todo o desafio que era enfrentar o esquadrão blaugrana, um drama parecia surgir novamente com a lesão de Cahill com apenas 12 minutos de jogo e a expulsão de John Terry tempo depois, aos 37’. Sem a dupla de zaga e perdendo por 1 a 0, o Chelsea viu a vaga cada vez mais longe. E quase sumir nos 2 a 0 de Iniesta. Mas a esperança surgiu nos acréscimos do primeiro tempo, com Ramires. E, durante todo o segundo tempo, o Chelsea se defendeu de todas as maneiras possíveis. Jogou contra o relógio e contra o melhor time do mundo com um a menos e sem a dupla de zaga titular. Foi valente. Viu Messi bater um pênalti na trave. 

 

Até que, aos 47’ do segundo tempo, Fernando Torres fez o gol da classificação inglesa em um contra-ataque mortal: 2 a 2. Festa azul no Camp Nou. E caminho pavimentado até a final de Munique. O título poderia até não vir dias depois, mas a alma do torcedor do Chelsea estava revigorada. Que classificação. Que épico. Sem dúvida uma das mais lembradas partidas do clube em sua história. Leia mais sobre esse jogo clicando aqui!

 

Campeões e a preparação para a final

O homem das decisões não poderia passar em branco na final da Copa da Inglaterra: mais um pra conta! Foto: AP Photo.

 

Além da vaga na decisão europeia, o Chelsea goleou o Tottenham por 5 a 1 na semifinal da Copa da Inglaterra e garantiu sua vaga em Wembley. Na final, os Blues venceram o Liverpool por 2 a 1 (gols de Ramires e Drogba) e ficaram com o título nacional. O troféu foi um enorme combustível para o elenco entrar com confiança na disputa do título europeu contra o Bayern, favorito e que iria decidir em casa, na Allianz Arena. Na final, a tática dos ingleses era jogar no contra-ataque, no erro do adversário e na ansiedade do rival. A obrigação era toda deles. Eles que jogavam em casa. O Chelsea era a “zebra”. Mas jamais poderia ser menosprezado.

 

Enfim, campeões da Europa

Em um jogo muito disputado, o Chelsea passou a partida inteira à espera de uma bola. O Bayern atacava e atacava, mas a pontaria de seus jogadores era uma desgraça só (para se ter uma ideia, ao final do jogo e do tempo extra, eles deram 35 chutes a gol e apenas sete foram no alvo!). Até que, faltando sete minutos para o fim, o Bayern abriu o placar com Thomas Müller e forçou o Chelsea a ir pra cima. E, aos 43’, Juan Mata cobrou escanteio na cabeça do ídolo Drogba, que se emocionou na hora do gol. Tinha que ser dele o empate! Mas ainda tinha a prorrogação. 

O Chelsea da final: time conseguiu se defender bem e teve sangue frio para superar as adversidades e ficar com a taça.

 

Drogba celebra o gol de empate.

 

Nela, o Chelsea voltou à tática da bola única. E, enquanto os atacantes estavam lá atrás ajudando na marcação, Drogba, o herói do empate e que ainda mantinha viva a chama do título, cometeu pênalti em Ribery. Na bola, Robben, que buscava a redenção após perder um gol feito na final da Copa do Mundo de 2010 com a Holanda. Ele bateu, mas Cech, outro ídolo dos Blues, defendeu. A zica ainda pairava sobre o holandês. E os astros realmente estavam com os ingleses.

 

Foto: Getty Images.

 

Nos pênaltis, Mata perdeu a primeira cobrança dos Blues e reacendeu a esperança Bávara. Mas Olic desperdiçou o quarto chute. Schweinsteiger também errou o seguinte. E, no último chute do Chelsea, Drogba – tinha que ser ele – marcou o gol da vitória e do inédito título da equipe londrina. De partida marcada para o futebol chinês na época, o marfinense podia ir com o dever cumprido. Ele já estava na história do Chelsea. E da Liga dos Campeões da UEFA. Anos depois, em sua rede social, Drogba comentou sobre aquela final.

 

“Os donos da casa abriram o placar faltando oito minutos para acabar e antes de eu recolocar a bola em jogo estava completamente desolado. Um jovem Juan Mata então disse para mim ‘acredite, Didi, você tem que acreditar’. Segurando as lágrimas, respondi após olhar o relógio, ‘acreditar no que? Está quase acabado. Vou chorar como há uns meses quando perdi a final (da Copa Africana de Nações de 2012) com a Costa do Marfim”. Último minuto, último escanteio. Digo, nosso primeiro contra 18 escanteios do Bayern. Adivinhem quem cobrou… Juan Mata. O resto é história. A lição é: acreditem sempre”.

Festa total do marfinense.

 

Drogba foi o mais requisitado pelos jornalistas após o título. Ele e a Velhinha Orelhuda não se desgrudaram. E o craque provou em mais uma final que tinha estrela. Quem também não escondeu a emoção foi Frank Lampard, ídolo que buscou demais aquela glória. 

 

“Tive muitos altos e baixos. Tentamos e lutamos para chegar às finais. Perdemos uma e depois o culminar de todo o nosso esforço foi o triunfo em Munique, e ainda mais nas circunstâncias em que aconteceu: sem sermos favoritos e na casa do adversário. Quando me perguntam sobre a minha carreira, é impossível não falar desse jogo como o momento mais importante. Se tivesse terminado a carreira sem esse título, certamente sentiria que ela ficou incompleta. Vencer a Champions League com o Chelsea, o primeiro clube londrino a consegui-la, é algo que nos orgulha. […] Não gostei do jogo, não gostei mesmo nada. Foi doloroso aguentar e tentar levar o jogo para os pênaltis. Mas o momento em que o chute do Drogba (na última cobrança) entrou no gol foi sensacional”.Frank Lampard, em entrevista ao site da UEFA, 15 de maio de 2020.

Todo o orgulho do capitão!

 

O troféu europeu colocava o Chelsea em um degrau que muitos rivais locais jamais haviam chegado. Era a almejada conquista para lavar a alma do torcedor, que viu esquadrões dos mais diferentes tipos ao longo daqueles anos, mas que nunca haviam alcançado a glória máxima na Europa. Enfim, a espera acabou naquela noite mágica de 19 de maio de 2012.

 

Revezes

Foto: Antonio Calanni / AP Photo.

 

O Chelsea perdeu Drogba, Kalou, Bosingwa e Raul Meireles na temporada 2012-2013, mas trouxe nomes como Eden Hazard, Oscar, Azpilicueta e Moses, além do técnico Roberto Di Matteo ser efetivado na função. Com vários compromissos, o time precisava dosar bem o elenco para aguentar tantas competições. Porém, a temporada não começou do jeito esperado. Na final da Supercopa da Inglaterra, os Blues foram derrotados por 3 a 2 pelo campeão inglês Manchester City. E, na final da Supercopa da UEFA, a equipe londrina foi goleada pelo Atlético de Madrid por 4 a 1 – com show de Radamel Falcao, autor de três gols.

Guerrero, carrasco do Chelsea na final do Mundial de 2012.

 

No campeonato nacional, a equipe começou bem, ficou oito jogos sem perder e na liderança durante sete rodadas, mas sete jogos sem vencer acabaram com o sonho do título inglês e causaram a saída do técnico Roberto Di Matteo, que também não conseguiu fazer seu time jogar na UCL, pois o Chelsea acabou eliminado na fase de grupos ao terminar na 3ª colocação, atrás de Juventus-ITA e Shakhtar Donetsk-UCR. A diretoria trouxe para o restante da temporada o técnico Rafa Benítez, uma contratação controversa pelo histórico do espanhol com o rival Liverpool, pelo qual Benítez venceu a Liga dos Campeões da UEFA de 2005 e nutriu imensa rivalidade com os Blues. 

Mesmo impopular, o treinador foi mantido e viajou com o clube até o Japão para a disputa do Mundial de Clubes da FIFA. Após vencer o Monterrey-MEX por 3 a 1 na semifinal, a equipe inglesa enfrentou o Corinthians-BRA na final. Os Blues criaram as melhores chances, mas pararam nas defesas de Cássio e não conseguiram abrir o placar. Quem abriu foi o Timão, que fez 1 a 0 com Guerrero, aos 69’, e ficou com o título mundial, aumentando o drama de Benítez, que perdeu sua segunda final para um clube brasileiro no torneio – em 2005, ele foi derrotado pelo São Paulo. O espanhol só venceu em 2010, pela Internazionale-ITA.

 

Volta por cima com estilo!

Hazard vibra: meia se transformou a partir daquela temporada em um dos maiores jogadores do mundo. Foto: Scott Heavey / Getty Images.

 

O inferno astral do Chelsea perdurou até pelo menos o mês de março, quando a equipe ainda alternava mais baixos do que altos na temporada e não conseguia engatilhar uma boa sequência de vitórias. Sem chances no Campeonato Inglês, eliminado nas semifinais da Copa da Liga Inglesa pelo Swansea City e nas semifinais da Copa da Inglaterra pelo Manchester City, o Chelsea teve que focar em uma só competição: a Liga Europa da UEFA, que caiu no colo do time após o terceiro lugar na fase de grupos da UCL. A saga dos ingleses começou na fase 16-avos de final, contra o Sparta Praga-RCH. No primeiro jogo, fora de casa, a equipe de Benítez venceu por 1 a 0 (gol de Oscar) e empatou em 1 a 1 a volta com um golaço de Hazard já nos acréscimos do segundo tempo para se classificar. Nas oitavas, o Steaua Bucareste-ROM tentou complicar com a vitória por 1 a 0, em casa, mas os gols de Juan Mata, Terry e Fernando Torres na vitória por 3 a 1, em Londres, carimbaram a vaga azul para as quartas de final.

Terry marcou o seu no duelo contra o Steaua. Foto: Scott Heavey/Getty Images.

 

De volta aos trilhos na Premier League – os Blues não iriam mais perder nas oito rodadas finais, desempenho que selou o terceiro lugar -, o Chelsea tratou a Liga Europa como objetivo principal da temporada e chance única de levantar um troféu depois de tantas decepções. Com as boas fases de David Luiz, Mata, Lampard, Torres, Hazard e Oscar, o time de Benítez era um dos fortes candidatos à conquista continental. Nas quartas de final, o Chelsea derrotou o Rubin Kazan-RUS por 3 a 1 (dois gols de Torres e um de Moses), em casa, e perdeu por 3 a 2 na volta, placar incapaz de atrapalhar a classificação londrina, que veio com a vitória por 5 a 4 no agregado. Nas semis, os azuis se impuseram diante do Basel-SUI e venceram tanto na Suíça (2 a 1, gols de Moses e David Luiz) quanto na Inglaterra (3 a 1, gols de Torres, Moses e David Luiz). Era hora de mais uma final europeia!

David Luiz (à dir.) goleador como nunca em 2012-2013. Foto: Acervo Sky News.

 

No dia 15 de maio de 2013, o Chelsea entrou em campo na Johan Cruyff Arena, em Amsterdã (HOL), para lutar pelo título inédito da Liga Europa. O adversário era o Benfica do técnico Jorge Jesus, sedento pelo fim da “maldição de Béla Guttmann” e por seu primeiro troféu continental desde 1962. Mesmo com menos posse de bola e chutes ao gol, os Blues foram mais precisos nas finalizações e abriram o placar no começo do segundo tempo, com o artilheiro Fernando Torres. O Benfica empatou com Cardozo, de pênalti, mas o zagueiro Cahill, nos acréscimos, fez o segundo gol e deu o título ao Chelsea. A conquista fez do clube um dos raros na Europa a ter em sua galeria todos os principais troféus já organizados pela UEFA na época: Liga dos Campeões, Liga Europa e Recopa (extinta em 1999). 

Mesmo sem Hazard, Chelsea teve eficiência na criação e venceu os lisboetas.

 

O zagueiro Ivanovic marcou o gol do título continental! Foto: Christof Koepsel.

 

Ao término da temporada, Fernando Torres, com 22 gols, foi o artilheiro do time e jogador que mais atuou (64 jogos, ao lado de Juan Mata e Oscar). Depois dele, Juan Mata, com 20 gols, Frank Lampard, com 17 gols, e Eden Hazard, com 13 gols, foram os outros goleadores da equipe. Mata ainda foi o principal “garçom” do time com impressionantes 35 assistências para gols. A equipe de 2012-2013 foi mais goleadora do que o time de 2011-2012: foram 147 gols marcados e 82 sofridos em 2012-2013, enquanto que em 2011-2012 o time marcou 112 gols e sofreu 66.

 

À espera de 2021

Chelsea voltou a levantar a UCL em 2021. Foto: UEFA.

 

Sem nunca convencer a torcida, Benítez acabou mesmo deixando o Chelsea na época seguinte e José Mourinho retornou ao clube londrino. O português passou em branco a época 2013-2014 até retomar a coroa no Campeonato Inglês e na Copa da Liga em 2014-2015. Nos anos seguintes, os Blues tentaram novos caminhos europeus, mas não brigaram pela Velhinha Orelhuda. Só em 2018-2019 que a torcida pôde celebrar uma nova conquista continental com o título da Liga Europa, após triunfo sobre o rival Arsenal na final. Mas a grande glória europeia só veio em 2020-2021, no título da Liga dos Campeões da UEFA diante do Manchester City que fez do Chelsea bicampeão em um roteiro parecido com o do título de 2012: troca de técnico no meio da temporada e total descrença no esquadrão azul na reta final da UCL. Mas o torcedor nutre até hoje um carinho mais do que especial pelo time do primeiro título lá de 2012, que exorcizou dramas, superou desafios impressionantes e colocou o Chelsea no topo. Um esquadrão imortal.

 

Os personagens:

 

Petr Cech: qualquer lista com os 10 maiores goleiros deste século deve ter Petr Cech. Afinal, a regularidade do checo embaixo das traves do Chelsea naqueles anos foi impressionante. Com quase dois metros de altura, Cech tinha um senso de colocação formidável e era capaz de realizar verdadeiros milagres com defesas espetaculares. Elogiado por vários jogadores por seu profissionalismo, Cech virou um ídolo instantâneo da torcida e venceu a Luva de Ouro como melhor goleiro da Premier League quatro vezes na carreira, além de ser eleito o melhor goleiro da Europa em quatro oportunidades e o melhor goleiro do mundo pela IFFHS em 2005. 

O camisa 1 ficou marcado, também, por utilizar um capacete protetor na cabeça após sofrer uma séria contusão em um jogo contra o Reading, em outubro de 2006. Em um lance de disputa de bola, Cech foi atingido violentamente na cabeça pelo joelho direito de Stephen Hunt. O golpe causou uma fratura no crânio do goleiro tão grande que ele não se lembrava de absolutamente nada do lance depois. Por isso, ele passou a utilizar um capacete feito sob medida em seu retorno aos gramados, acessório que passou a ser parte integrante de seu dia a dia no futebol. Cech jogou de 2004 até 2015 no Chelsea e acumulou 494 jogos, sendo 227 deles sem sofrer gols – isso mesmo, quase a metade!! 

Bosingwa: após passagens pelo Boavista e pelo Porto, o lateral-direito chegou ao Chelsea em 2008 e permaneceu até 2012 como uma das principais opções do setor. Tinha características mais eficientes quando ajudava na defesa e era muito eficiente na marcação, com destaque para a partidaça que fez na decisão europeia contra o Bayern, quando se desdobrou para conter os avanços de Ribéry. Após o título europeu de 2012, foi jogar no Queens Park Rangers.

Azpilicueta: o espanhol chegou em 2012 ao Chelsea e cravou seu espaço com muita regularidade, grande senso de colocação e espírito de liderança. Virou titular absoluto da lateral-direita após a saída de Bosingwa e jogou por mais de 10 anos no Chelsea. Virou capitão do clube na época 2019-2020 e teve a honra de erguer a segunda Liga dos Campeões dos Blues em 2021. Foram 508 jogos (média superior a 43 jogos por temporada!) e 17 gols pelo Chelsea entre 2012 e 2023.

David Luiz: o brasileiro viveu talvez a melhor fase da carreira vestindo o manto azul do Chelsea. Atuando como zagueiro na maior parte da temporada 2011-2012, ajudou a retaguarda do clube londrino a sofrer poucos gols naquela época e fez bons jogos na campanha do título inglês. Quando Rafa Benítez assumiu o comando técnico, David Luiz passou a jogar mais avançado, como volante, e marcou sete gols em 57 jogos na época 2012-2013, dois deles na campanha do título da Liga Europa – foi a temporada em que o brasileiro mais marcou gols na carreira! David Luiz acabou deixando o Chelsea em 2014 para jogar no PSG, retornando aos Blues entre 2016 e 2019. 

Ivanovic: o defensor sérvio podia jogar não só no miolo de zaga, mas também na lateral-direita ou como terceiro zagueiro. Fez a principal dupla de zaga do time na temporada 2012-2013 ao lado de Cahill e disputou 59 jogos naquela época, anotando ainda oito gols. Sempre foi muito regular e elogiado pelos técnicos e torcedores, ainda mais depois do gol do título da Liga Europa de 2013. Jogou de 2007 até 2018 nos Blues, disputou 377 jogos e marcou 34 gols. 

Gary Cahill: muito bom na cobertura e na recomposição da defesa, fez grandes jogos pelo Chelsea e foi fundamental para o título europeu de 2012. Com 1,93m de altura, ainda se destacava no jogo aéreo e marcava gols – foram 25 em 295 jogos pelos Blues entre 2011 e 2019. Era eficiente, também, no desarme dos adversários. Foi presença constante na seleção inglesa da época, pela qual disputou 61 jogos e marcou cinco gols.

John Terry: olhar para a zaga do Chelsea e ver John Terry era sinônimo de tranquilidade para o torcedor. Afinal, o grande xerife e capitão foi uma das maiores referências do clube por anos e um dos principais estandartes do Chelsea no futebol. Forte, vigoroso, ótimo nas jogadas aéreas e presença constante em jogadas de escanteio e cobranças de falta, Terry foi um dos melhores zagueiros do mundo naquele começo de anos 2000 e um dos maiores da história da Premier League. Ele começou a jogar no time profissional em 1998 e permaneceu até 2017. Foram 717 jogos e 67 gols com a camisa azul. O zagueiro é o 3º com mais jogos na história do clube. Foram 17 títulos conquistados e a idolatria eterna do torcedor.

Ashley Cole: muitos duvidaram do sucesso do lateral em Stamford Bridge por conta de sua identificação com o rival Arsenal, onde ele jogou de 1999 até 2006. No entanto, o craque foi cravando seu espaço aos poucos no time titular e conseguiu o respeito do torcedor com sua habitual regularidade, talento e enorme futebol. Cole jogou de 2006 até 2014 no Chelsea, disputou 338 jogos, marcou sete gols e venceu nove títulos, entre eles a Liga dos Campeões da UEFA de 2011-2012 e a Liga Europa de 2012-2013.

Obi Mikel: dava combate no meio de campo e ajudava a liberar mais Frank Lampard no ataque. Volante com bom vigor físico e forte no jogo aéreo, Obi Mikel jogou no Chelsea de 2006 até 2017, atuando em 372 partidas e marcando seis gols. 

Ramires: o brasileiro chegou em 2010 ao Chelsea e viveu grandes momentos pelo clube azul. Embora não fosse titular absoluto em seu início pelas bandas de Stamford Bridge, mostrou seu valor aos poucos e fez duas temporadas maravilhosas em 2011-2012 e 2012-2013. Além de ajudar na marcação e no desarme, iniciava contra-ataques e marcava gols decisivos – como na épica semifinal diante do Barcelona que colocou o Chelsea na final. Foram 12 gols em 47 jogos na época 2011-2012 e nove gols em 62 jogos na temporada 2012-2013, esta com ele já como titular em boa parte dos jogos ao lado de Lampard, David Luiz, Juan Mata e Oscar. Ramires disputou 251 jogos e marcou 34 gols pelo Chelsea na carreira.

Moses: o atacante nigeriano chegou em 2012, mas não conseguiu cravar seu espaço. Teve mais chances na Premier League, mas anotou apenas um gol em 23 partidas. Seu melhor momento, no entanto, foi na Liga Europa, quando participou de seis jogos e marcou quatro gols essenciais para a caminhada rumo ao título. 

Frank Lampard: ele era a encarnação do Chelsea. O maior semblante. O mais influente Senador. O meia que armava, criava, fazia gols e causava erupções de emoções nas arquibancadas de Stamford Bridge. Foi o 2º Melhor Jogador do Mundo da FIFA em 2005 e também o 2º no Ballon d’Or. Foi o artilheiro do fim do jejum de 50 anos sem títulos no campeonato inglês do Chelsea em 2004-2005, além de estar presente em todos os 38 jogos da campanha sensacional. O jogador que, entre 2001 e 2014, viu a transformação de um clube no qual ele foi parte inclusiva e decisiva naquele processo. Uma estrela. Um ídolo. O 4º que mais vestiu o manto azul na história com 648 jogos. O maior artilheiro da história do Chelsea com 210 gols. Frank Lampard foi tudo isso e muito mais. Um craque que dispensa comentários. Sem ele, o Chelsea jamais seria o que é e o que foi. Leia mais sobre ele clicando aqui!

Salomon Kalou: o atacante marfinense chegou em 2006 ao Chelsea para compor o elenco de Mourinho e, mesmo com a concorrência pesada no ataque, disputou 58 jogos e marcou nove gols na temporada 2006-2007. Rápido e habilidoso, ele podia atuar em diferentes lados do ataque. O marfinense passou a ter mais chances nos anos posteriores à saída de Mourinho – principalmente na temporada 2011-2012, quando marcou 10 gols em 31 jogos na Premier League, a melhor época do marfinense na equipe. Kalou jogou até 2012 no clube, disputou 254 jogos e marcou 60 gols.

Oscar: o brasileiro “chegou chegando” ao Chelsea em 2012 e foi titular em praticamente toda a temporada dos Blues. Com 64 jogos e 12 gols, fez uma grande parceria com Juan Mata e Frank Lampard na época 2012-2013 e ajudou os Blues a levantarem a Liga Europa da UEFA. Antes, na Liga dos Campeões, marcou um golaço no empate em 2 a 2 contra a Juventus, em Stamford Bridge, quando driblou Pirlo e fuzilou o goleiro Buffon. Continuou jogando bem até 2016, quando perdeu espaço e foi jogar no futebol chinês a partir de 2017. 

Ryan Bertrand: lateral-esquerdo cria das bases, rodou por vários clubes por empréstimo até retornar ao Chelsea em 2010. Com a titularidade plena de Ashley Cole, jogava pouco, mas cumpria seu papel. Foram 15 jogos em 2011-2012 e 38 jogos em 2012-2013, a maioria na Premier League e na Liga Europa.

Eden Hazard: foi pelo Chelsea que o belga viveu a melhor fase da carreira e assombrou a Europa com um futebol primoroso, golaços, passes perfeitos e jogadas marcantes. Com 13 gols em 62 jogos em 2012-2013, foi titular na maioria das partidas e só não jogou a final da Liga Europa por causa de uma lesão. Anos depois, disputou outra final de Liga Europa pelos Blues e anotou dois gols nos 4 a 1 sobre o Arsenal que garantiu o bicampeonato. Entre 2012 e 2019, Hazard foi um dos melhores jogadores do mundo, ajudou a seleção da Bélgica a alcançar um 3º lugar na Copa do Mundo da FIFA de 2018 e parecia questão de tempo até ele ser eleito Bola de Ouro. Porém, quando deixou o Chelsea para jogar no Real Madrid, sua carreira simplesmente desandou e ele nunca mais foi o mesmo. Uma pena. Em 352 jogos pelo Chelsea, Hazard marcou 110 gols.

Juan Mata: jogando centralizado ou mais aberto no meio de campo, o espanhol foi o grande nome do setor dos azuis nas temporadas 2011-2012 e 2012-2013 graças à sua inteligência em encontrar espaços e ao talento para dar assistências – foram assombrosas 35 em 2012-2013 e outras 20 assistências em 2011-2012. A boa fase se refletiu, também, pela seleção da Espanha, pela qual Juan Mata venceu a Copa do Mundo de 2010 e a Eurocopa de 2012, com direito a gol na final vencida sobre a Itália por 4 a 0.

Didier Drogba: o outro senador daquele time começou modestamente sua trajetória em 2004-2005 por causa das lesões, mas aos poucos o marfinense se transformou em um dos mais perigosos e letais atacantes do futebol mundial. Com uma força estrondosa, enorme oportunismo e senso de colocação, chutes potentes e perigosíssimo no jogo aéreo com seus 1,88m de altura, o atacante foi um ídolo eterno da torcida e símbolo em Stamford Bridge entre 2004 e 2012 e 2014 e 2015. Drogba é o 4º maior artilheiro da história do Chelsea com 164 gols em 381 jogos, além de ter sido o homem-gol dos títulos da Copa da Inglaterra e da Copa da Liga Inglesa de 2006-2007 (sem contar o gol histórico na final da Liga dos Campeões de 2011-2012). Simplesmente imortal. Leia mais sobre ele clicando aqui!

Fernando Torres: o espanhol viveu altos e baixos no Chelsea por causa do jejum de gols, mas recuperou a boa forma na época 2012-2013 e foi o principal artilheiro do time com 22 gols em 64 jogos, além de ter sido o recordista em partidas pelo clube naquela época. Por não jogar mais tanto centralizado, ajudava também os companheiros com assistências e foi um importante garçom para Mata, Hazard e Lampard. Em 172 jogos pelo Chelsea, Torres marcou 45 gols.

André Villas-Boas, Roberto Di Matteo e Rafa Benítez (Técnicos): tirando Villas-Boas, que teve um desempenho pífio, Di Matteo e Benítez conseguiram escrever seus nomes na história do Chelsea com títulos gigantescos. Di Matteo, com passado vitorioso no clube em seus tempos de jogador, foi simplesmente o técnico da primeira Liga dos Campeões do clube ao derrotar rivais implacáveis e favoritos apostando na força do contra-ataque, na precisão das finalizações, na estrela de Drogba e na boa fase de seu meio de campo. Mesmo saindo precocemente após um início de temporada ruim e desavenças com Roman Abramovich, Di Matteo merece sempre ser lembrado pelas conquistas impressionantes da época.

Benítez, embora nunca tenha sido uma unanimidade em Stamford Bridge, soube reconstruir o time após o turbulento fim de 2012 e focou na competição possível da temporada – a Liga Europa – e conseguiu o título graças ao meio de campo em sintonia pura que construiu e à dupla de zaga formada por Ivanovic e Cahill. Tanto Di Matteo quanto Benítez atingiram pouco mais de 57% de aproveitamento em suas passagens pelo Chelsea. Pouco, mas suficientes para taças memoráveis à galeria azul.

Coleção de taças do Chelsea aumentou consideravelmente no século XXI. Foto: Divulgação / Chelsea FC.

 

 

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Comentários encerrados

5 Comentários

  1. Finalmente um texto sobre esse esquadrão do Chelsea de 2012-2013 kkkkkkk. Brincadeiras a parte, eu como torcedor do Chelsea, eu até hoje me emociono com esse título, ninguém espera que o Chelsea seria campeão. Não era o primor técnico, mas foi valente, e soube sofrer pra ser campeão. Faz também a história do esquadrão do Chelsea de 2021. Abraços ✌

  2. O corinthiano agradece ate hoje o chelsea ter ganho a champions pois se viesse barcelona ou bayern no mundial seria quase impossivel pra nos.e mais eles ainda venderam o drogba antes ajudando ainda mais.parabens pelo post guilherme.

  3. Por favor façam uma matéria especial sobre o rolo compressor colorado, a primeira equipe a ser hexa do gauchão de forma seguida e que teve dois cracaços (Tesourinha e Carlitos).

    Muito boa a matéria

  4. Muitos falam que foi “zebra” e teve sorte na UCL 2011-12. Pode até ser, mas não muda o fato que esse Chelsea foi valente e raçudo. O que fez contra os timaços do Barcelona no Camp Nou e do Bayern na Allianz Arena foi épico! Levou a Orelhuda fazendo coisa de time imortal!

    Mais um belo texto entre os Esquadrões Imortais! Mandou bem, Guilherme! Abraço!

    • Esse Chelsea, de fato, conseguiu proezas marcantes graças às suas estrelas e ao sangue frio nos momentos decisivos. E, na temporada seguinte, ainda conseguiu um título da Liga Europa que fechou um ciclo inesquecível. Muito obrigado mais uma vez pelo prestígio, Miguel! Abs!

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