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Seleções Imortais – URSS 1956-1962

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Grandes feitos: Campeã da Eurocopa (1960) e Medalha de Ouro nos Jogos Olímpicos de Melbourne (1956). Foi a primeira seleção campeã da Europa.

Time base: Lev Yashin; Givi Chokheli (Boris Kuznetsov), Anatoli Maslenkin (Vladimir Kesarev), Anatoli Krutikov (Konstantin Krizhevsky / Anatoli Bashashkin) e Yuri Voinov (Mikhail Ogonkov); Igor Netto (Viktor Tsarev) e Valentin Ivanov (Eduard Streltsov); Slava Metreveli (Anatoli Isaev), Viktor Ponedelnik (Sergei Salnikov), Valentin Bubukin (Boris Tatushin / Nikita Simonian) e Mikheil Meskhi (Anatoli Ilyin). Técnico: Gavrill Kachalin.

“Cientistas da bola”

Por Guilherme Diniz

Pouco se sabia, naquela segunda metade da década de 50, sobre a seleção que trazia as enigmáticas letras CCCP em seu uniforme. Diziam que eram metódicos. Ou mesmo cientistas. Por trás da Cortina de Ferro do bloco comunista, eles construíam seu mito sem xeretas ou bisbilhoteiros. Foi então que a partir de 1956 a Europa (e o mundo) puderam ver de perto o que os soviéticos escondiam. Primeiro, veio a medalha de ouro nas Olimpíadas de Melbourne. Depois, uma boa participação na Copa do Mundo de 1958. O auge se deu na primeira Eurocopa da história, em 1960, com mais um título. Estava desvendado o mistério: eles eram fortes, tinham muito fôlego e um imponente e emblemático goleiro que impunha medo com seu traje negro, suas mãos enormes e atuações incríveis para um goleiro. É impossível falar sobre o futebol dos anos 50 e 60 sem mencionar a seleção da União Soviética comandada por Gavril Kachalin, que desbancou várias forças do continente europeu e se consolidou como uma das melhores de sua época. Como não poderia deixar de ser, os governantes comunistas usaram o escrete nacional para mostrar a eficiência de seu bloco numa época em que só se falava sobre política, corrida espacial e rumores de guerra entre EUA e URSS. Felizmente, não aconteceram conflitos mais sérios. E os soviéticos brindaram o futebol com craques marcantes. É hora de relembrar.

 

Beneficiados pelo regime

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Passada a Segunda Guerra Mundial, a URSS se isolou do mundo em seu bloco comunista e começou a se estruturar como uma das maiores potências do planeta, sempre tentando igualar ou superar tudo o que os americanos faziam, desde o desenvolvimento de armas até a busca pela conquista do espaço. Na década de 50, os olhos soviéticos se voltaram, também, aos esportes e ao futebol, com o governo dando todo o apoio e suporte necessário para a formação e preparação de um ótimo selecionado. O técnico da equipe era Gavrill Kachalin, que começou uma série de treinamentos pesados em prol do perfeito condicionamento físico de seus atletas, bem como um futebol com foco na força e na precisão. Não havia dribles nem firulas (até porque a maioria dos jogadores não tinha habilidade para isso), mas jogadas trabalhadas e coesão na defesa, além de muito estudo tático e tudo programado antecipadamente.

Os rivais eram estudados e a equipe chegava para as partidas já sabendo o que fazer – era a “ciência da bola”. A matéria prima para a aplicação dessa ciência se baseava, sobretudo, no gol, onde Kachalin tinha o privilégio de contar com o maior goleiro de todos os tempos: Lev Yashin, que ficaria conhecido como o “Aranha Negra” pelo traje preto que utilizava nas partidas e por parecer ter mais de dois braços tamanha sua agilidade e precisão debaixo das traves. Com outros bons jogadores, com destaque para Igor Netto, célebre meio campista que armava praticamente todas as jogadas do selecionado, a URSS teria a primeira grande oportunidade para mostrar seu “futebol científico” nas Olimpíadas de Melbourne, em 1956.

Gavrill Kachalin: comandante do "esquadrão científico".
Gavrill Kachalin: comandante do “esquadrão científico”.

 

Ouro soviético

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Pelo fato de os soviéticos serem reservados e fechados para o mundo, a imprensa ocidental costumava dizer que o futebol do país era “de laboratório, programado e científico”. Por isso, todos jogavam com uma dose de precaução contra aqueles “seres de outro mundo”. Nas olimpíadas, a equipe fez sua estreia contra a Alemanha, então campeã mundial na Copa de 1954, mas que havia levado para aqueles jogos um time amador. A URSS se aproveitou disso e venceu por 2 a 1, gols de Isayev e Streltsov. Na fase seguinte, um empate sem gols contra a Indonésia forçou a realização de um jogo extra, vencido pelos soviéticos por 4 a 0, gols de Salnikov (2), Ivanov e Netto. Na semifinal, uma vitória na prorrogação sobre a Bulgária por 2 a 1 (gols de Streltsov e Tatushin) colocou os soviéticos na disputa do ouro.

Lev Yashin: lenda no gol soviético.
Lev Yashin: lenda no gol soviético.

 

Na decisão, o time enfrentou a forte Iugoslávia e o atacante Anatoli Ilyn fez o único gol do jogo, garantindo a vitória por 1 a 0 e o primeiro título da história do futebol do país. Era a primeira mostra, diante de 86.716 pessoas no estádio Olympic Park, do que os soviéticos eram capazes.

 

Polêmica e derrotas

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Depois do título olímpico, a URSS mudou parte de sua equipe para a disputa da Copa do Mundo de 1958, da Suécia. Nas eliminatórias, a equipe venceu a Polônia (3 a 0 e 2 a 0) e a Finlândia (2 a 1 e 10 a 0) e se classificou para o mundial. Em terras suecas, porém, a equipe teria desfalques importantes que afetariam seu desempenho. Eduard Streltsov, Mikhail Ogonkov e Boris Tatushin foram acusados de estupro às vésperas da Copa após um caso de Streltsov com uma garota de 20 anos. Os três foram presos e banidos do futebol na época, com Streltsov pegando uma pena de 12 anos de trabalho forçado nos campos de Gulag, na URSS. O caso gerou revolta e a alegação de uma suposta armação de certos militares contra aqueles jogadores foi muito difundida na época. Sem eles, a seleção da URSS perdeu qualidade, mas conseguiu seguir em frente.

A URSS da Copa: esquema era diferente dos rivais e privilegiava os ataques pelas pontas.
A URSS da Copa: esquema era diferente dos rivais e privilegiava os ataques pelas pontas.

 

A equipe estreou contra a Inglaterra e teve mais uma vitrine para mostrar seu futebol. A seleção jogava diferente, com os meias bem próximos dos ponteiros. A movimentação do centroavante Simonian confundiu os ingleses e possibilitou o placar de 2 a 0 dos soviéticos (gols de Simonian e Ivanov) entre o começo do primeiro e do segundo tempos. Todos pensavam que a partida estava resolvida, mas os ingleses empataram no final da etapa complementar: 2 a 2.

Bellini, do Brasil, e Netto, da URSS: confronto de um time só.
Bellini, do Brasil, e Netto, da URSS: confronto de um time só.

 

Na partida seguinte, a equipe enfrentou a Áustria e venceu por 2 a 0 (gols de Ilyn e Ivanov). O jogo derradeiro da equipe soviética foi contra o Brasil. E justo naquele dia 15 de junho de 1958, os cientistas provaram do veneno artístico brasileiro. Naquele jogo, Pelé e Garrincha jogaram juntos pela primeira vez em uma Copa e foram os astros do massacre do Brasil. Foi apenas 2 a 0, mas poderia ter sido 5, 6, 7 não fosse a atuação magistral de Lev Yashin, que pegou tudo e mais um pouco. A entrada dos craques desmantelou a tática programada e “científica” de Gavril Kachalin, que não previa tanta habilidade pela frente. Nem a volta de Igor Netto ao meio de campo adiantou. Naquele dia, o CCCP da camisa soviética virou piada:

Cuidado, Camarada, (com o) Crioulo Pelé”…

 

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A derrota obrigou os soviéticos a enfrentarem novamente a Inglaterra num jogo desempate. A partida foi disputada, tensa, mas o talismã Ilyin fez o gol salvador que colocou a URSS nas quartas de final. Nela, a equipe teve pela frente os suecos, donos da casa. O cansaço do jogo anterior contra os ingleses pesou, os soviéticos sentiram o segundo tempo e levaram de 2 a 0, derrota que os tirou da Copa. Era hora de voltar para casa.

 

Rumo ao pioneirismo europeu

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Depois da eliminação da Copa, a URSS viu nascer uma nova competição em solo europeu: a Copa Europeia de Nações, que ficaria conhecida como Eurocopa, uma iniciativa do francês Henri Delaunay, membro da Federação Francesa de Futebol e secretário geral da FIFA. A ideia era reunir as melhores seleções do continente em um torneio com jogos de ida e volta nas fases preliminares e as fases decisivas realizadas em um país sede escolhido previamente, com os jogos disputados em mata-mata. No entanto, a primeira edição do torneio, em 1960, teve apenas 17 seleções, com as sentidas ausências de Alemanha, Itália e Inglaterra. Nas eliminatórias, a URSS enfrentou a Hungria, em casa, diante de mais de 100 mil pessoas no Central Lenin Stadium, em Moscou. Ilyn, Metreveli e Ivanov marcaram os gols da vitória por 3 a 1. Na volta, na Hungria, Voinov fez o gol da nova vitória soviética, por 1 a 0. Nas quartas de final, a URSS ia enfrentar a Espanha. Porém, o general Franco proibiu seus jogadores de viajar até o país comunista. Isso eliminou os espanhóis e colocou a URSS, de bandeja, na fase final do torneio.

A URSS da final: Netto voltava a ser o maestro de um time forte pelas pontas e, também, pelo meio.

 

Título histórico

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Na semifinal da Euro, já em solo francês, três dos quatro países eram comunistas: URSS, Iugoslávia e Checoslováquia. Os soviéticos se garantiram na final depois de uma grande vitória por 3 a 0 sobre os checos, com gols de Ivanov (2) e Ponedelnik. Na final, contra os iugoslavos, Galic abriu o placar para os azuis aos 43´, mas Metreveli empatou no comecinho do segundo tempo. O placar permaneceu inalterado até o final e o jogo foi para a prorrogação. Nela, Ponedelnik, o primeiro jogador de um clube da segunda divisão de seu país convocado para a seleção, fez o gol da virada e do título soviético. Era a segunda conquista dos “cientistas da bola” em apenas quatro anos numa partida pegada, violenta e cheia de jogadas ríspidas. Mas o suado título colocava a URSS na eternidade como a primeira seleção campeã da história da Eurocopa. Era a glória merecida para Yashin, Netto, Metreveli e Ivanov, expoentes daquele time campeão.

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Nova Copa e velha decepção

A URSS se classificou com certa tranquilidade para a Copa do Mundo de 1962, no Chile, ao vencer Turquia (1 a 0 e 2 a 1) e Noruega (5 a 2 e 3 a 0). No mundial, a equipe esteve no grupo 1, ao lado de Colômbia, Uruguai e Iugoslávia, freguês da Euro de dois anos antes. O primeiro jogo foi justamente contra os iugoslavos e a freguesia foi mantida com uma vitória por 2 a 0, com Yashin impecável no gol e a selvageria iugoslava explícita novamente, com direito a uma falta violentíssima de Mujic em Dubinski. No jogo seguinte, a URSS mostrou que não era mais a mesma ao permitir uma reação épica da Colômbia depois de estar vencendo por 4 a 1. Os colombianos conseguiram empatar e fizeram uma festa homérica em Arica. A última partida da fase de grupos foi contra o Uruguai e a URSS se recuperou ao vencer por 2 a 1. Nas quartas de final, de novo os soviéticos tiveram que encarar os anfitriões de um mundial, dessa vez o Chile. E a equipe perdeu por 2 a 1 com direito a falhas de Yashin nos dois gols chilenos. Aquela seria a última aparição do time comandado por Gavril Kachalin.

 

Selecionado para a história

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Depois do revés na Copa, o técnico Kachalin deixou o comando da URSS para treinar clubes e a equipe foi comandada por Konstantin Beskov, que levou a URSS ao vice-campeonato da Eurocopa de 1964. Depois dele, Nikolai Morozov comandou a equipe em um inédito quarto lugar na Copa do Mundo de 1966, a melhor colocação da URSS na história dos mundiais. Os anos se passaram, houve lampejos com os vice-campeonatos das Eurocopas de 1972 e 1988 e o ouro olímpico de Seul (1988), mas a força do futebol do país começou a cair, bem como do regime comunista, que ruiu por completo no começo dos anos 90. Desde que virou Rússia, a seleção tenta recuperar o prestígio de outrora e conquistar algum título. Enquanto isso, ficam as lembranças da ciência futebolística de um time que marcou época com conquistas, mitos e atuações históricas de Yashin, Netto e companhia. Uma seleção imortal.

Yashin e Netto: expoentes de uma geração brilhante.
Yashin e Netto: expoentes de uma geração brilhante.

 

Os personagens:

Lev Yashin: o lendário goleiro da extinta União Soviética, com seu imponente uniforme negro, que lhe deu o apelido de “Aranha Negra”, foi o melhor e mais brilhante goleiro do século XX e o responsável por transformar para sempre as funções de um arqueiro debaixo das traves. Yashin colocou por terra ditos como “o goleiro não pode sair do gol”, “o goleiro deve ficar estático e pegar as bolas que vêm em sua direção” e “o goleiro não pode sair da pequena área”. Tudo balela. Yashin não só fez o contrário de tudo isso como determinou que a área era território dele e, por isso, atuava em toda sua extensão. Do alto de seus 1,89m, Yashin impunha respeito nos adversários, causava pânico nos atacantes e salvava tanto seu querido Dínamo de Moscou quanto a URSS de levarem gols e mais gols. Yashin foi um paredão, um monstro, um gênio. Sem dúvida, o maior jogador de futebol da história soviética. Leia mais sobre o craque aqui.

Givi Chokheli: defensor alto e muito seguro, Chokheli jogou quase toda sua carreira no Dinamo Tbilisi. Disputou a Eurocopa de 1960 e a Copa de 1962 como titular da zaga soviética e marcou época com sua regularidade.

Boris Kuznetsov: compôs o selecionado soviético medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Melbourne em 1956. Disputou, também, a Copa do Mundo de 1958. Brilhou no Dynamo Moscow, clube pelo qual atuou por quase uma década.

Anatoli Maslenkin: foi uma das grandes estrelas do futebol soviético nos anos 50 e 60. Participou das duas grandes conquistas daquela seleção imortal da URSS, o Ouro Olímpico de 1956 e a Eurocopa de 1960. Atuava como defensor ou meio campista, sempre com qualidade nos passes.

Vladimir Kesarev: era o pilar da zaga soviética naqueles anos dourados, principalmente na Copa de 1958. Jogava atrás dos defensores em linha e fazia o papel de um líbero. Jogou toda a carreira no Dynamo Moscow e brilhou na seleção entre 1957 e 1960. É um dos poucos craques soviéticos daquele tempo ainda vivo, com 83 anos.

Anatoli Krutikov: defensor titular na histórica conquista da Eurocopa de 1960. Brilhou por uma década no Spartak Moscou com raça e muito vigor físico.

Konstantin Krizhevsky: ficou de fora das Olimpíadas de 1956, mas brilhou na Copa de 1958 como o primeiro volante do time. Porém, teve seu momento de pavor no jogo contra o Brasil, quando levou um baile (assim como todos os seus companheiros) de Pelé, Garrincha e Cia.

Anatoli Bashashkin: grande defensor da URSS nos anos 50, Bashashkin foi capitão da equipe por muitos anos, mas perdeu a braçadeira após os jogos olímpicos de 1952. Em 1956, voltou a equipe e conquistou a medalha de ouro. Tinha muita força física, habilidade em lançamentos em profundidade e passes longos que resultavam em ótimos contra-ataques. O ouro olímpico de 1956 foi seu último grande momento, pois ficou ausente das convocações seguintes para as Copas de 1958 e 1962 por causa da idade.

Yuri Voinov: foi um dos quase intocáveis da seleção entre 1958 e 1960, período em que brilho na Copa do Mundo e na conquista da primeira Eurocopa de 1960. Jogava bem nos dois lados do campo tanto na defesa quanto no meio de campo.

Mikhail Ogonkov: mítico defensor da URSS tido como um dos maiores de todos os tempos no país. Tinha uma noção de tempo fantástica, se posicionava muito bem e desarmava como poucos, sempre firme e sem chances para erros. Compôs o time campeão olímpico em 1956. Passou por um atribulado momento em 1958, quando foi preso junto com dois companheiros de seleção acusado de estupro. Foi banido por alguns anos e quando retornou já não tinha o mesmo prestígio nem futebol. Foi ídolo no Spartak Moscou.

Igor Netto: um dos maiores nomes do futebol soviético em todos os tempos e referência máxima da equipe nos anos 50 e 60. Participou dos maiores e mais gloriosos momentos da seleção naquele período e era o maestro do meio de campo com passes, construção de jogadas e gols. Era um dos poucos craques do país que sabia driblar e que tinha uma técnica apuradíssima para os padrões “científicos” dos soviéticos. Era muito versátil e usava sua notável inteligência para abrir espaços no campo, além de se adaptar perfeitamente em qualquer setor, seja na defesa ou no ataque. Craque e ídolo, também, no Spartak Moscou, seu único clube na carreira.

Viktor Tsarev: na Copa de 1958, Tsarev dava o combate no meio de campo e a proteção para Netto poder atacar. Foi figura chave para o sucesso da equipe no período e conquistou a Euro de 1960.

Valentin Ivanov: goleador e referência máxima no ataque soviético por mais de uma década, Ivanov fazia de tudo na seleção e conquistou o ouro olímpico e a Eurocopa. Só faltou mesmo a Copa do Mundo. Foi destaque em todas as competições que disputou e um dos artilheiros da Copa de 1962 com quatro gols. É o terceiro na lista dos maiores artilheiros da seleção soviética com 42 gols marcados.

Eduard Streltsov: outro craque soviético de puro talent, Streltsov foi essencial na conquista do ouro olímpico de 1956. Uma pena que tenha se envolvido no caso de estupro com os companheiros Tatushin e Ogonkov em 1958, culpa de seu lado mulherengo e polêmico. Sua ausência fez muita falta na Copa. Foi um ídolo eterno do Torpedo Moscou, que batizou seu estádio com o nome do meia/atacante.

Slava Metreveli: outro herói na conquista da Eurocopa de 1960, além de ter feito parte da seleção que disputou a Copa do Mundo de 1962, 1966 e 1970. Jogava tanto no ataque quanto no meio de campo.

Anatoli Isaev: atacante que compôs a equipe campeã olímpica em 1956. Jogou apenas dois anos na seleção e perdeu espaço no time que foi para a Copa do Mundo de 1958.

Viktor Ponedelnik: da segunda divisão à condição de herói. Ponedelnik viveu um ano marcante em 1960, quando levou sua seleção ao histórico título da Eurocopa ao marcar o gol da vitória na prorrogação. Foi um dos mais talentosos atacantes da URSS e virou titular instantâneo depois do título europeu. Marcou 20 gols em 29 jogos pela seleção e jogou a Copa de 1962.

Sergei Salnikov: pela direita, armava jogadas de ataque do time tanto nas Olimpíadas de 1956 quanto na Copa de 1958. Foi titular em ambas as competições e se destacou pela velocidade e qualidade nos passes.

Valentin Bubukin: atacante, Bubukin disputou a Copa de 1958 e integrou a equipe campeã da Europa em 1960, como titular.

Boris Tatushin: outro atacante fundamental na conquista do ouro olímpico de 1956, mas que manchou a carreira com o caso de estupro de 1958.

Nikita Simonian: craque histórico da URSS, teve seu auge nos anos 50, quando faturou o ouro olímpico em 1956 e foi o craque do ataque soviético na Copa de 1958. Ganhou diversas homenagens em seu país e foi condecorado como um dos mais talentosos jogadores de todos os tempos. Simonian (ou Simonyan) brilhou no Spartak Moscou, onde faturou 4 campeonatos nacionais e marcou mais de 130 gols em pouco mais de 230 partidas.

Mikheil Meskhi: tinha uma habilidade notável e foi inclusive apelidado de “Garrincha Geórgio”, pelo fato de ter nascido em um território que hoje pertence à Geórgia. Foi titular na conquista da Euro de 1960 pela URSS e participou da Copa de 1962.

Anatoli Ilyin: um dos maiores talismãs da URSS naquela época, Ilyin marcou gols importantíssimos e decisivos para a equipe. Foi dele o gol que valeu o ouro olímpico em 1956 e o gol que classificou os soviéticos para a fase decisiva na Copa do Mundo de 1958, no jogo contra a Inglaterra.

Gavrill Kachalin (Técnico): seu jeito sério e sereno descrevia bem seu estilo. Era de poucas palavras e mais ação. Sob seu comando, a seleção da URSS conquistou seus maiores títulos na história e marcou época com um futebol único, competitivo e direto. Não tivesse topado com o Brasil em 1958 e sofrido com a ausência de três jogadores fundamentais, poderia ter ido ainda mais longe naquela Copa. Um técnico imortal.

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