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Esquadrão Imortal – Ajax 1993-1996

Uma das formações do Ajax de 1995. Em pé: Van der Sar, Reiziger, Seedorf, Rijkaard, Kanu e Blind. Agachados: Litmanen, Ronald de Boer, Frank de Boer,Overmars e Finidi George. Um time imortal.

 

Grandes feitos: Campeão Mundial Interclubes (1995), Campeão Invicto da Liga dos Campeões da UEFA (1994-1995), Campeão da Supercopa da UEFA (1995), Tricampeão Holandês (1993-1994, 1994-1995* e 1995-1996) e Bicampeão da Supercopa da Holanda (1994 e 1995). *Campeão invicto.

Time-base: Edwin van der Sar; Reiziger, Danny Blind, Frank de Boer e Bogarde (Rijkaard); Ronald de Boer, Seedorf (Kanu), Finidi George e Davids; Jari Litmanen e Marc Overmars (Patrick Kluivert). Técnico: Louis van Gaal.

 

“Quando a magia de Amsterdã renasceu”

Por Guilherme Diniz

 

Texto publicado em outubro de 2012 e atualizado em 2022

 

A Europa e o mundo se encantaram, na década de 1970, com as exibições de puro talento do poderoso AFC Ajax, da Holanda. O time comandado pelo genial Johan Cruyff e por Rinus Michels foi soberano por três maravilhosos anos, vencendo um tricampeonato continental, dando show e sendo o maior provedor de craques para a seleção da Holanda vice-campeã do mundo em 1974 e 1978. Mas, depois de uma hegemonia histórica, o time alvirrubro de Amsterdã caiu no ostracismo nas décadas seguintes e não brilhou como antes. Foi então que, em 1995, uma nova geração de pratas da casa com talentos formidáveis como Van der Sar, Frank de Boer, Seedorf, Davids e Kluivert, comandados pelo célebre técnico Louis van Gaal, fez renascer a mística do time holandês e voltou a levantar o troféu de clubes mais cobiçado do planeta: a Liga dos Campeões da UEFA. Além disso, o time conquistou torneios nacionais (um deles invicto), uma Supercopa da UEFA e um Mundial Interclubes. Jogar contra aquele Ajax era terrível, afinal, o time tinha todas as qualidades possíveis: velocidade, talento, inteligência e jogadores certos para as posições certas, além de ser base da ótima seleção holandesa daquela segunda metade da década de 1990. Milan, Grêmio, Zaragoza, PSV, Real Madrid e muitos outros times assinam embaixo… É hora de relembrar.

 

Ventos prósperos

Em 1991, o Ajax começou a ver sua sorte mudar com a chegada do técnico Louis van Gaal. Estrategista, áspero nas palavras e adepto do Futebol Total e do ataque, o treinador rapidamente impôs seu esquema de jogo no clube, além de lapidar jovens das categorias de base. Com um incrível goleador ao seu lado (Dennis Bergkamp), Van Gaal conseguiu dar ao Ajax, já em 1992, um torneio internacional – a Copa da UEFA, conquistada de maneira invicta depois de dois empates (2 a 2 fora e 0 a 0 em casa) contra o Torino (ITA), comandado pelo centroavante brasileiro Walter Casagrande.

Com o título, a equipe voltou a figurar entre os grandes nomes do continente, mesmo que com menor expressão que as potências da época – Barcelona, Olympique de Marselha e Milan. Em 1993, o time perdeu Bergkamp para o futebol italiano, mas ganhou o promissor atacante Patrick Kluivert, além da crescente qualidade dos pratas da casa Davids e Seedorf, além do finlandês Litmanen e da volta da estrela consagrada Frank Rijkaard, voltando a vestir a camisa do clube como zagueiro. Cada vez mais entrosado, o time levou o Campeonato Holandês de 1993-1994, com Litmanen anotando 26 gols. O título deu ao time de Amsterdã a chance de disputar, na temporada 1994-1995, a Liga dos Campeões da UEFA.

 

Temporada de ouro dos imbatíveis

No mês de agosto de 1994, o Ajax começou com o pé direito a sua temporada com uma vitória por 3 a 0 sobre o Feyenoord, gols de Litmanen, Oulida e Kluivert, na decisão da Supercopa da Holanda. A vitória foi um aviso do que estava por vir. O time não tomou conhecimento dos rivais no Campeonato Holandês e conquistou o torneio de maneira invicta, com 27 vitórias e sete empates em 34 jogos, marcando 106 gols e sofrendo 28, melhor ataque e melhor defesa do torneio (ao lado do Roda JC, que também levou 28 gols). O time deu verdadeiros bailes nos rivais, com direito a goleadas de 5 a 0 (fora) e 4 a 1 (casa) sobre o Feyenoord; 4 a 1 no PSV fora de casa; 8 a 0 no Sparta (casa) e 7 a 0 no Willem II (casa). Sem rivais no país, o time só conheceu o revés na Copa da Holanda, quando foi eliminado pelo Feyenoord nas quartas de final. Campeão na Holanda invicto, o Ajax daria um show ainda maior na Liga dos Campeões da UEFA.

 

A volta da mística

Litmanen vibra: finlandês brilhou no Ajax dos anos 1990.

 

Na Liga dos Campeões da UEFA de 1994-1995, o Ajax começou o torneio já na fase de grupos, como campeão holandês. O time dividiu com Milan (ITA), Casino Salzburg (AUT) e AEK Atenas (GRE) o Grupo D. Os holandeses começaram a caminhada rumo ao tetracampeonato contra o poderoso Milan e venceram por 2 a 0, gols de Ronald de Boer e Litmanen. Na partida seguinte, vitória por 2 a 1 sobre o AEK, na Grécia, gols de Litmanen e Kluivert. Na sequência, empate sem gols com o Casino, na Áustria, e em 1 a 1 (gol de Litmanen), na Holanda. Para fechar com chave de ouro, vitória por 2 a 0 sobre o Milan em pleno San Siro (gols de Litmanen e Baresi, contra) e 2 a 0 sobre o AEK, na Holanda, com dois gols de Oulida.

Nas quartas de final, o time empatou o primeiro jogo sem gols com o Hajduk Split, da Croácia, e venceu por 3 a 0 a partida de volta, na Holanda, com gols de Kanu e Frank de Boer (2). Na semifinal, nostalgia pura no duelo contra o Bayern München (ALE), que colocou frente a frente os dois maiores titãs do continente nos anos 1970. No primeiro jogo, na Alemanha, nó tático de Van Gaal e empate sem gols. Na volta, na Holanda, um espetáculo: Ajax 5×2 Bayern, com Litmanen abrindo o placar aos 12´, Witeczek empatando aos 36´, Finidi colocando o Ajax na frente aos 41´e Ronald de Boer ampliando aos 44 minutos.

Na segunda etapa, com um minuto, Litmanen fez 4 a 1, e Scholl diminuiu, aos 75´. Faltando dois minutos para o final do jogo, Overmars fechou a conta e o show de gols que fez valer a tradição dos gigantes europeus: 5 a 2. Depois de 22 anos, o Ajax estava de volta a uma final de Liga dos Campeões da UEFA. E, por ironia do destino, ele reencontrava o Milan, “freguês” naquela Liga, mas responsável por derrotar o Ajax na final do torneio em 1969, a primeira disputada pelo time holandês na história. Era hora da vingança.

 

Do banco para a história

O inesquecível Ajax de 1995 – Em pé: Van der Sar, Seedorf, Rijkaard, Finidi George, Frank de Boer e Danny Blind. Agachados: Litmanen, Reiziger, Davids, Overmars e Ronald de Boer.

 

O Ernst-Happel-Stadion, na cidade de Viena, na Áustria, foi o palco da grande final da Liga dos Campeões da UEFA de 1994-1995. De um lado, o talentoso Ajax recheado de jovens estrelas (que davam ao time uma média de idade de 23 anos) como Van der Sar, Reiziger, os irmãos de Boer, Davids, Seedorf, Overmars e Kluivert (além de Blind, Rijkaard e Litmanen), que viam naquela final a grande chance de mostrar para o mundo as futuras estrelas que estavam nascendo. Do outro, o sempre copeiro Milan, de Panucci, Maldini, Baresi, Albertini, Donadoni, Desailly, Massaro e Boban, presente em sua terceira final consecutiva de Liga e recém-campeão, buscando igualar o feito do Real Madrid e levantar sua sexta taça.

O duelo, como era de se esperar, foi extremamente disputado, com o Milan impecável na defesa e perigoso no ataque. O Ajax tinha as principais chances, era mais rápido, mas não conseguia furar a retranca armada pelo técnico Fabio Capello. Louis van Gaal apostava tudo na velocidade e tinha a certeza que aquele “ferrolho envelhecido” não duraria muito tempo, além de não ter o fôlego da “garotada total” de Amsterdã. Foi então que um amuleto decidiu o jogo e fez história.

O atacante Patrick Kluivert, que entrara aos 69´da segunda etapa, no lugar de Litmanen, recebeu de Rijkaard na entrada da área do Milan, teve a chance de fazer uma tabelinha, mas avançou, trombou e chutou, sem chances para o goleiro Rossi, fazendo o primeiro e único gol do jogo aos 40´do segundo tempo: Ajax 1×0 Milan.

Era o bastante para que o time holandês fizesse história e se tornasse tetracampeão europeu, vencendo o segundo torneio da temporada também de maneira invicta, e ainda vencendo o Milan três vezes durante a competição. A festa foi enorme. Os jovens talentos holandeses tinham a sua consagração. E o gigante de Amsterdã voltava, depois de 22 anos, ao topo do continente, para a alegria dos amantes do Futebol Total.

O Ajax campeão europeu de 1995: a qualidade era tanta que a zaga podia ficar despreocupada, afinal, o meio de campo e o ataque davam conta do recado. Um esquadrão impecável em todas as posições.

 

Novas conquistas e hegemonia em casa

Depois da festa merecida e do caneco invicto da Liga dos Campeões da UEFA, o Ajax começou a temporada 1995-1996 com foco total nos principais torneios do continente, aproveitando a base vencedora e cultivando os pratas da casa. A maior perda do elenco foi a aposentadoria de Rijkaard, mas ainda sim o time seguiu muito forte. A Supercopa da UEFA, que era para ser disputada em agosto de 1995, foi realizada em fevereiro de 1996, quando o Ajax derrotou o Zaragoza (ESP) na final, com empate em 1 a 1 na Espanha (gol de Kluivert) e goleada por 4 a 0 em Amsterdã, gols de Bogarde, Finidi George e dois de Blind.

A equipe faturou também a Supercopa da Holanda, ao vencer o Feyenoord por 2 a 1 (gols de Ronald de Boer e Kluivert). No Campeonato Holandês, o time começou bem, mas perdeu a invencibilidade no decorrer do campeonato. Mesmo com os revezes (apenas três), a equipe garantiu mais um caneco, com 26 vitórias e cinco empates, marcando 97 gols e sofrendo 24. Era a consagração do time comandado por van Gaal, que celebrava pelo terceiro ano seguido o título holandês. Mas, antes de levantar a taça da Eredivisie, os alvirrubros fizeram uma visita à terra do sol nascente, para a disputa do Mundial Interclubes.

 

Reis do mundo

Em dezembro de 1995, no estádio Nacional de Tóquio (JAP), o Ajax encarou o forte Grêmio (BRA), comandado em campo por Rivarola, Arce, Adílson, Roger, Dinho, Carlos Miguel, Paulo Nunes e Jardel, e no banco por Luiz Felipe Scolari. O tricolor gaúcho era o campeão da América e apostava na forte defesa, aliada ao ataque oportunista, para conquistar o troféu. O Ajax tinha no entrosamento, velocidade e toque de bola as armas para bater o rival brasileiro. O duelo foi muito equilibrado, com Kluivert, principal atacante holandês, sofrendo demais nas mãos de Rivarola, que acabou sendo expulso na segunda etapa. O jogo seguiu sem gols durante os 90 minutos e na prorrogação, forçando a disputa de pênaltis.

Nela, brilhou a estrela de van der Sar, que defendeu a cobrança de Dinho. Kluivert e Arce chutaram para fora e na trave, respectivamente, os irmãos de Boer, Finidi George e Blind fizeram para o Ajax, com Magno, Gélson e Adílson convertendo para o Grêmio, decretando o placar de 4 a 3 e a vitória holandesa. O Ajax se tornava bicampeão mundial, o que poderia ser um tetra não fosse a recusa da equipe em participar de duas disputas na década de 70. Não faltava mais nada para os comandados de van Gaal. O mundo era deles.

 

Nova final europeia

Com tantos craques, o caminho natural para o Ajax na Liga dos Campeões da UEFA de 1995-1996 era a final. E foi o que aconteceu. O time esteve novamente no Grupo D, ao lado de Real Madrid (ESP), Ferencváros (HUN) e Grasshopper (SUI). A estreia foi em casa, contra os espanhóis, que foram derrotados por 1 a 0 (gol de Overmars). No jogo seguinte, goleada de 5 a 1 sobre o Ferencváros, na Hungria, com gols de Litmanen (3), Kluivert e Frank de Boer. Os holandeses venceram ainda o Grasshopper, em casa, por 3 a 0 (dois gols de Kluivert e um de Finidi), empataram sem gols com os suíços, fora de casa, venceram o Real Madrid em pleno Santiago Bernabéu por 2 a 0 (gols de Litmanen e Kluivert, pouco antes de encarar o Grêmio no Mundial) e fecharam com goleada por 4 a 0 sobre o Ferencváros, em casa, com gols de Overmars, Ronald de Boer e Litmanen.

Nas quartas de final, duas vitórias sobre o Borussia Dortmund (ALE), por 2 a 0, na Alemanha (gols de Davids e Kluivert) e 1 a 0, na Holanda (gol de Musampa). Nas semifinais, duelo contra o surpreendente Panathinaikos, da Grécia. Os holandeses foram derrotados em casa por 1 a 0, uma zebra na época. Mas, na volta, nem as 74 mil vozes do estádio Spyridon Louis, em Atenas, foram capazes de “atazanar” os comandados de van Gaal, que deram o troco e venceram por 3 a 0, gols de Litmanen (2) e Wooter. O Ajax estava em mais uma final. E o adversário seria uma velha conhecida: a Juventus.

 

Vingança. Mas do outro lado…

A final da Liga dos Campeões da UEFA de 1995-1996 colocou frente a frente dois adversários que já haviam protagonizado uma final anterior do torneio: Juventus e Ajax, que duelaram na edição 1972-1973, vencida pelo Ajax por 1 a 0. A Juve apostava na vingança e na conquista de um título que ela não conquistava desde os tempos de Platini, em 1985. Já o Ajax queria ficar cada vez mais perto de Real Madrid (6 taças na época) e Milan (5 taças na época) e conquistar sua quinta taça europeia. O jogo foi disputado no estádio Olímpico de Roma, na Itália, o que dava certa vantagem para a Juve, que apostava na base vencedora do técnico Marcello Lippi, que aliava experiência e juventude, com Peruzzi, Ferrara, Pessotto, Vierchowod, Deschamps, Conte, Vialli, Ravanelli e um “certo” moleque endiabrado chamado Alessandro Del Piero.

O Ajax era quase o mesmo do ano anterior, e tinha na qualidade do toque de bola e da velocidade seus trunfos. No começo do jogo, a Juventus começou melhor e abriu o placar aos 12´, com Ravanelli. Aos 40´, Litmanen empatou para o Ajax. O resultado permaneceu assim até o final do jogo e término da prorrogação. Em menos de seis meses, o time holandês encarava mais uma final importante nos pênaltis. A torcida esperava que o filme do Mundial se repetisse. Mas, nas penalidades, quem brilhou foi o italiano Angelo Peruzzi, que defendeu as cobranças de Davids e Silooy, garantindo o 4 a 2 e o título continental à Juventus. Os italianos tinham sua revanche. E o Ajax o começo do fim de um esquadrão inesquecível.

 

À espera de uma nova safra mágica

Depois da perda do título europeu em 1996, o Ajax nunca mais foi o mesmo. A equipe até viveu momentos interessantes, como a inauguração de sua moderna Johan Cruyff Arena, no mesmo ano de 1996, e a conquista de torneios nacionais no decorrer dos anos. Mas, a nível continental, o clube perdeu força e nem sequer se classificou para os play-offs da Liga dos Campeões em várias oportunidades. Desde então, a torcida alvirrubra – que viu nada mais nada menos do que 11 jogadores que cresceram ou despontaram no clube representar a seleção da Holanda na Copa do Mundo de 1998 (Van der Sar, Reiziger, Bogarde, Aron Winter, Frank de Boer, Ronald de Boer, Davids, Seedorf, Overmars, Bergkamp e Kluivert) – vive na esperança do surgimento de novos talentos que possam resgatar a magia e tradição do AFC Ajax, um time que trouxe de volta o Futebol Total naqueles anos mágicos de 1994, 1995 e 1996, voltou a ser temido por todos e revelou para o planeta craques mágicos. E imortais.

 

Os personagens:

Edwin van der Sar: elástico, seguro e muito ágil, o goleiro relevado pelo Ajax, em 1990, foi soberano na meta do time até 1999. Conquistou todos os títulos possíveis com a camisa da equipe, passou por Juventus e Fulham e foi fazer história no Manchester United a partir de 2005, até pendurar as luvas em 2011. Um dos melhores goleiros da história do futebol holandês. Leia mais sobre ele clicando aqui!

Reiziger: da mesma safra de van der Sar, o lateral direito jogou muito de 1990 até 1996 na equipe de Amsterdã, apoiando o ataque e mantendo o lado direito da zaga do time seguro. Foi talentoso, também, com a camisa da Holanda e com a do Barcelona, onde disputou mais de 200 jogos.

Danny Blind: depois de jogar quase uma década no Sparta Rotterdam, o zagueiro Danny Blind brilhou intensamente no Ajax, de 1986 até 1999, conquistando todos os títulos possíveis, inclusive os três maiores da Europa (Recopa, Copa da UEFA e Liga dos Campeões), além de ser o capitão do time e líder em campo. Disputou mais de 300 partidas com a camisa do clube.

Frank de Boer: foram mais de 10 anos de Ajax e atuações inesquecíveis por parte da torcida. Elegante, preciso no passe e seguro na defesa, Frank de Boer foi um dos maiores jogadores da história do clube e também uma das maiores estrelas do futebol mundial na década de 90. Brilhou, também, com a camisa do Barcelona. Leia mais sobre ele clicando aqui.

Bogarde: tinha um vigor físico invejável, sendo ótimo na lateral esquerda e também na zaga. Jogou no time de 1994 até 1997 no Ajax, ajudando a equipe nas principais conquistas do período.

Rijkaard: começou no Ajax na década de 80, mas foi no Milan que ele virou estrela mundial, ao lado dos compatriotas Gullit e van Basten. Em fim de carreira, mas ainda com muita qualidade, Rijkaard voltou ao Ajax em 1993 como zagueiro para colecionar mais títulos e levantar mais uma Liga dos Campeões da UEFA, participando do gol do título marcado por Kluivert, justamente contra seu ex-clube, o Milan. Ídolo da torcida e um dos maiores craques da história do futebol mundial, com segurança, habilidade e presença física. Leia mais sobre ele clicando aqui.

Ronald de Boer: irmão gêmeo de Frank, Ronald de Boer integrou o maravilhoso meio de campo do Ajax naqueles anos 90, que aliava passes perfeitos, velocidade e criação de jogadas maravilhosas. Foi um dos símbolos da equipe.

Seedorf: único a vencer três Ligas dos Campeões da UEFA por três clubes diferentes, Clarence Seedorf começou a virar estrela (e a colecionar taças europeias) com a camisa do Ajax. Com uma visão de jogo absurda e muita precisão nos passes e lançamentos, Seedorf foi (e ainda é) craque, virando estrela mundial e um dos maiores meio campistas do futebol. Leia mais sobre ele clicando aqui.

Kanu: antes de “acabar” com o Brasil nas Olimpíadas de Atlanta, em 1996, o nigeriano Kanu já brilhava com a camisa do Ajax, onde ajudou o time a vencer os campeonatos nacionais de 1994 e 1995, além de integrar o elenco campeão da Europa no mesmo ano. Deixou a equipe em 1996, para jogar na Internazionale.

Finidi George: alto, talentoso e um dos donos do meio de campo do Ajax de 1993 até 1996, o nigeriano Finidi George foi peça chave no esquema de Louis van Gaal para as conquistas do período, incluindo uma Liga dos Campeões e um Mundial Interclubes.

Davids: ganhou do técnico van Gaal o apelido de “Pitbull” pela sua espantosa qualidade na marcação e no desarme, além da raça aliada a técnica apurada. Extremamente rápido e habilidoso, Edgar Davids foi um dos maiores craques da segunda metade da década de 90 e início dos anos 2000. Colecionou títulos na Holanda até brilhar no futebol italiano, principalmente na Juventus.

Jari Litmanen: pode um jogador nascido na Finlândia brilhar intensamente por quase uma década, ser artilheiro e ídolo de uma torcida acostumada com Cruyff, Neskeens, Bergkamp e Kluivert? Se esse jogador for Jari Litmanen, não só pode como deve! O meia e atacante foi um dos maiores craques da história recente do Ajax, além de ter sido o salvador da torcida e de Louis van Gaal após a saída de Bergkamp para a Inter. Com gols, talento, habilidade e calma, Litmanen entrou para sempre no coração da torcida e na história dos alvirrubros. É considerado o maior jogador de futebol da história da Finlândia. Leia mais sobre ele clicando aqui!

Marc Overmars: veloz e extremamente habilidoso, Overmars era um perigosíssimo ponta no time do Ajax, capaz de infernizar defesas inteiras. Disputou as Copas de 1994 e 1998 pela Holanda e foi peça chave no esquema de van Gaal. Foi um dos últimos pontas natos revelados no futebol. Brilhou, também, no Barcelona.

Patrick Kluivert: forte, habilidoso, com presença física, garçom, goleador, artilheiro dos últimos minutos… O garoto de apenas 18 anos Patrick Kluivert foi uma das maiores revelações do futebol mundial em 1995, ainda mais depois de sair do banco e marcar o gol mais importante dos últimos 22 anos do Ajax: o do título da Liga dos Campeões da UEFA. Mesmo por boa parte na reserva naqueles anos mágicos, Kluivert ganhou na marra a posição com muito talento e gols. Depois de brilhar no time de Amsterdã, passou por maus momentos na Itália até reencontrar seu “mentor” van Gaal no Barcelona, onde voltou a se destacar de 1998 até 2004.

Louis van Gaal (Técnico): ele pode ser chato, ranzinza, polêmico, áspero, sem educação… Mas é um técnico incrível. E com história. No comando do Ajax, van Gaal extraiu todo o talento de suas crias da casa, implantou o futebol holandês em sua mais pura essência e teve como retorno o que mais ele, o clube, a torcida e o futebol mereciam: títulos, muitos títulos, dos mais portentosos (Liga dos Campeões, Mundial, Copa da UEFA, Supercopa da UEFA…) até os de menos expressão (Supercopa da Holanda). Foram 11 títulos com o Ajax de 1991 até 1996, e a idolatria eterna da torcida. Um craque fora das quatro linhas.

 

 

Na temporada 2018-2019, o Ajax quase alcançou uma final de Liga dos Campeões após dois grandes jogos no mata-mata da competição continental. Leia mais nos links abaixo!

Jogos Eternos – Real Madrid 1×4 Ajax 2019

Jogos Eternos – Ajax 2×3 Tottenham 2019

 

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Comentários encerrados

15 Comentários

  1. Sim, li e vi isso no texto, mas não tem como não evitar de dizer. Van der Sar, Blind, Bogarde, Overmars, Kluivert, Seedorf, os irmãos de Boer, Davids. E chegou a contar com o Bergkamp. Praticamente a base da seleção da Holanda que foi para a Copa de 1998 e que, apesar da quarta colocação, fez uma ótima Copa, com direito a um jogaço contra o Brasil na semifinal.

    O Grêmio jamais que venceria esse time aí. Aliás, ter levado aquela partida para os pênaltis foi um feito e tanto daquele tricolor gaúcho, que não é a toa, também é um time imortal.

    Uma pena que, depois dessas conquistas, o time praticamente se desmanchou por completo. Até pareceu time brasileiro.

  2. Enquanto uns estufam o peito e se orgulham de ficar em 3º no mundial perdendo para um time do Congo, com o argumento de que o “Mundial FIFA” vale mais, eu me orgulho de ter visto minha equipe ter ficado 120 minutos em campo com um a menos sem levar gol desse time que era quase a seleção holandesa.

  3. O maior esquadrão que vi jogar. Sou corinthiano e vi um grande esquadrão também entre 98 e 2000, com jogadores como Dida, Gamarra, Rincón, Marcelinho, Luizão, Vampeta e Ricardinho; mas esse Ajax era muito “redondo”, futebol de sonhos com estratégia, habilidade e força juntos em harmonia.
    A única camisa de time que uso é daquele time a do Ajax Amsterdam 1995, tenho a versão verde -musgo marca Umbro com patrocínio “Abn-Amro”. Além da Corinthians.
    Parabéns pelo texto, muito bem escrito e realmente expressa o que era “O Esquadrão holandês”.

  4. – Realmente era um timaço, mas o Imortal Tricolor (GRÊMIO), fez frente ao super time do Ajax, com um jogador a menos quase todo o 2º tempo e perdeu o título Mundial somente nas cobranças de penaltys!

    • Bom dia autores o ajax dos anos 90 era terrivel jogadores temidos jovens talentosos o riijkaard podia ter ficado mais dois anos ajudar aquele time assim LC De 1996 seria diferente manteriam sins vitoriosa e faziam De tudo para manterem os jogadores ja que ate hoje o ajax tem os melhores escolas de formacao do mundo alem do meu sporting

  5. Esse era um dos times que eu mais gostava de ver jogar!!! BRILHANTE… Me recordo da final contra o Milan (1° final de Copa dos Campeões que a Globo transmitiu) eu assisti aquele jogo… INCRÍVEL!!!

Jogos Eternos – Especial – “O Jogo da Morte” – 1942

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Jogos Eternos – Flamengo 2×1 River Plate 2019