Por Guilherme Diniz
A final da Copa Libertadores de 2024 foi o maior jogo da história de Atlético-MG x Botafogo, duelo que ao longo das décadas se consagrou como um dos mais prolíficos do futebol brasileiro – 0 a 0 é coisa RARA, em letra maiúscula mesmo! Com grandes viradas, jogos decisivos e artilheiros notáveis, os jogos entre alvinegros é repleto de gols e partidas marcantes. Os times sempre adoram marcar muito quando se enfrentam, talvez para provar qual é o alvinegro mais prolífico, ou para ver quem tem o artilheiro em melhor fase.
Foi assim desde o começo, lá nos anos 1920, quando o Botafogo venceu o Galo por 4 a 2 em Minas Gerais. Depois, veio a virada de 5 a 4 do mesmo Botafogo, em 1958, quando este perdia por 4 a 0 e virou com show de Garrincha, Paulinho e Quarentinha. E, em mais de 100 jogos entre a dupla, só tivemos nove placares 0 a 0! Além disso, a média de gols do clássico é de 3,3 gols por jogo! É muita bola na rede! Confira a seguir os maiores jogos entre Atlético-MG x Botafogo na história.
Sumário
Botafogo 6×3 Atlético-MG – Amistoso – 1930
Após vencer o Galo em um amistoso disputado em MG, no ano de 1923, o Fogão só reencontrou o rival sete anos depois, em 1930, também um amistoso disputado em Belo Horizonte. Na ocasião, o Atlético venceu o Glorioso por 3 a 2. Dois meses depois, para celebrar a inauguração da instalação elétrica para jogos noturnos no Estádio de General Severiano, no Rio – o estádio ainda tinha arquibancadas de madeira! -, o Botafogo convidou o Galo para uma partida amistosa e venceu por 6 a 3, em show do ídolo Carvalho Leite, autor de dois gols. Começava naquele ano uma era marcante na história do clube carioca, que foi um dos maiores esquadrões do Brasil nos anos 1930. O Botafogo jogou aquela partida de camisas brancas, algo raro na época, já que o Galo utilizou camisas alvinegras.
Atlético-MG 4×5 Botafogo – Amistoso – 1958
O duelo entre alvinegros já era conhecido na época como um jogo cheio de gols, mas essa partida de 1958 consolidou ainda mais a fama. Disputado no Estádio Independência, em Belo Horizonte, o jogo foi sensacional e com uma virada inesquecível do Fogão. O Galo abriu 4 a 0 no primeiro tempo, com gols de Tomazinho, aos 14’, e uma tripleta de Alvinho, aos 34’, 37’ e 38’. Parecia que o jogo estava definido. Bem, só parecia. Do outro lado, o Botafogo tinha alguns de seus maiores craques como Nilton Santos, Garrincha, Paulinho Valentim, Didi e Quarentinha, comandados pelo técnico João Saldanha.
E, logo aos 11’ da segunda etapa, o Glorioso iniciou uma virada impressionante, para muitos a maior da história do clube. Édison anotou o primeiro. Garrincha fez o segundo. Paulinho Valentim fez o terceiro. E Quarentinha, maior artilheiro da história do Botafogo, empatou, aos 81’, e virou, aos 87’. A vitória por 5 a 4 só confirmou a alcunha do time carioca como um dos maiores do país na época. Leia mais clicando aqui!
Atlético-MG 2×3 Botafogo – Semifinais do Torneio Quadrangular de Belo Horizonte – 1964
No primeiro jogo entre a dupla válido por uma disputa eliminatória, o Botafogo superou o rival em plena BH com uma vitória por 3 a 2. Élton, Garrincha e Gérson abriram 3 a 0 para o Glorioso ainda no primeiro tempo, mas o Galo quase chegou ao empate com gols de Nílson e Viladônega, na etapa complementar. A vitória manteve o time carioca na disputa, da qual ele saiu campeão ao derrotar o Corinthians na final.
Botafogo 4×4 Atlético-MG – Torneio Roberto Gomes Pedrosa – 1967
Outro jogaço repleto de gols entre a dupla aconteceu no Robertão de 1967, no Maracanã. O Fogão já tinha a base de sua SeleFogo, esquadrão multicampeão entre 1967-1968, mas o Galo não se intimidou com a constelação de craques do rival – Manga, Paulistinha, Leônidas, Valtencir, Gérson, Roberto e PC Caju – e fez um jogo equilibrado e disputado até o fim. Roberto abriu o placar para o Botafogo logo aos 2′, e Gérson ampliou, aos 21′. Tião descontou ainda no primeiro tempo, mas Gérson fez o terceiro, aos 31′. Na segunda etapa, Roberto fez 4 a 1, Edgar Maia descontou e Buião, aos 80′, e Beto, aos 87′, empataram o jogo. Mesmo com o jogaço, cariocas e mineiros foram eliminados na primeira fase.
Atlético-MG 1×1 Botafogo – Final da Zona Centro-Sul da Taça Brasil – 1967
Os alvinegros disputaram outro duelo eliminatório no mesmo ano de 1967, dessa vez pela Taça Brasil. Quem vencesse, estaria classificado para a fase final. No primeiro jogo, no Maracanã, o Botafogo venceu por 3 a 2 e foi para Minas com a vantagem do empate. Mas, no Mineirão, o Galo venceu por 1 a 0 e forçou a terceira partida, também no Mineirão. O jogo terminou empatado sem gols no tempo normal e, na prorrogação, o empate em 1 a 1 fez o classificado ser decidido, acredite, no cara ou coroa! E a sorte esteve com o Galo, que venceu na moedinha e foi para a etapa final, fazendo a alegria dos mais de 71 mil presentes no Mineirão.
Botafogo 0x1 Atlético-MG – Triangular Final do Campeonato Brasileiro – 1971
O então jogo mais importante entre a dupla aconteceu no Triangular Final do primeiro Campeonato Brasileiro da história, em 1971. O Galo, comandado por Telê Santana e com nomes como Renato, Humberto Monteiro, Vantuir, Oldair, Vanderlei, Humberto Ramos e Dadá Maravilha vinha de uma vitória por 1 a 0 sobre o São Paulo, enquanto o Botafogo havia perdido para o tricolor por 4 a 1. No duelo entre alvinegros, no Maracanã, um gol de Dadá Maravilha, de cabeça, após cruzamento de Humberto Ramos, decretou a vitória por 1 a 0 do Galo, que confirmou o 100% naquele triangular e faturou o título brasileiro em pleno Maracanã. Leia mais clicando aqui!
Atlético-MG 3×1 Botafogo / Botafogo 3×0 Atlético-MG – Semifinal da Copa Conmebol – 1993
Em 1993, a dupla se enfrentou pela primeira vez em um mata-mata continental, nas semis da Copa Conmebol. No primeiro jogo, em Minas, o Galo venceu por 3 a 1 (gols de Valdir, Tavares e Reinaldo), enquanto Sinval descontou para o Fogão. O gol solitário do atacante foi fundamental para manter o Botafogo vivo. O técnico Carlos Alberto Torres fez questão de dizer para Sinval que ele tinha feito “o gol da classificação”.
Na volta, em Niterói, o Botafogo teve o desfalque do goleiro Carlão, que se lesionou no duelo contra o Galo. Com isso, o goleiro William Bacana assumiu a titularidade e viraria um símbolo da campanha tempo depois. Em casa, o Botafogo fez provavelmente seu melhor jogo na competição e venceu por 3 a 0, com um show da dupla Perivaldo e Eliel, este o autor do gol que fechou o placar. Na final, o Glorioso bateu o Peñarol e ficou com o título. Leia mais clicando aqui!
Atlético-MG 2×0 Botafogo / Botafogo 2×1 Atlético-MG – Quartas de final do Campeonato Brasileiro – 1994
O troco do Galo veio já no ano seguinte, nas quartas de final do Brasileirão de 1994. O Fogão se garantiu após o terceiro lugar na etapa inicial, enquanto o Galo só passou após a repescagem. No primeiro duelo, em Minas, o Atlético venceu por 2 a 0, com um gol do veterano Éder Aleixo e outro de Darci. Na volta, no Maracanã, Reinaldinho fez 1 a 0 para o Galo, mas Marcelo Carioca e Moisés viraram. No entanto, o agregado de 3 a 2 classificou o Atlético, que encarou o Corinthians nas semifinais, mas acabou eliminado.
Botafogo 5×0 Atlético-MG – Segunda fase do Campeonato Brasileiro – 1995
No ano em que foi campeão brasileiro, o Botafogo aplicou a maior goleada da história do clássico. Jogando no Maracanã, o Glorioso não tomou conhecimento do Galo e fez 5 a 0, com três gols entre os 11’ e os 19’ do primeiro tempo, anotados por Gonçalves e Donizete (2). Na etapa complementar, Túlio Maravilha fez dois gols e fechou a sapecada alvinegra. Túlio, aliás, seria o maior artilheiro da história do clássico com 8 gols marcados.
Atlético-MG 2×1 Botafogo – Semifinal do Torneio Quadrangular de Brasília – 1997
Em mais um jogo por uma competição eliminatória, o Galo despachou o rival no Quadrangular de Brasília, também conhecido como Copa Bandeirantes. Nilo e Euller fizeram os gols da vitória atleticana por 2 a 1. Na final, o Galo acabou derrotado pelo Flamengo por 1 a 0.
Atlético-MG 4×3 Botafogo – Primeira fase do Campeonato Brasileiro – 1996
Na temporada seguinte após a goleada botafoguense, o Galo fez um jogo eletrizante contra o rival no Mineirão. Renaldo, com um minuto de jogo, abriu o placar para o Galo. Leandro Tavares fez 2 a 0 e ampliou para 3 a 0, aos 19′. Renaldo marcou o quarto gol, aos 28′, e praticamente fechou a goleada. Só que o Botafogo começou a reagir aos 43′, com Bentinho. No começo da segunda etapa, Túlio Maravilha fez o segundo gol e Bentinho, aos 72′, marcou o terceiro. O jogo ficou dramático, mas a vitória foi mesmo atleticana: 4 a 3. O Galo avançou até as semifinais, quando acabou eliminado pela grande Portuguesa da época. O Fogão terminou apenas na 17ª colocação.
Atlético-MG 5×5 Botafogo – Primeira fase do Campeonato Brasileiro – 1998
Esse foi o jogo com maior número de gols da história do confronto e, sem dúvida, o mais emblemático. O Mineirão recebia o clássico dos gols e das viradas. Mas, incrivelmente, apenas 12.712 pessoas estavam presentes. Era uma judiação um estádio daquele tamanho, que podia comportar mais de 80 mil, receber tão pouca gente. Mas aquela turma seria privilegiada. Naquela tarde, os alvinegros protagonizaram um clássico eterno. E um jogo que foi a maior síntese possível do duelo. Se todos os Atlético-MG x Botafogo pudessem ser resumidos num só jogo, seria aquele. Teve virada. Ou melhor, duas. Teve goleada. Teve golaço. Teve artilheiro comprovando sua melhor fase. Teve de tudo.
O Botafogo abriu 2 a 0. O Galo virou para 5 a 2. Valdir Bigode fez quatro gols. Se gabou todo frente aos badalados Túlio Maravilha e Bebeto. Mas o Fogão fez um. Dois. Três. E empatou em 5 a 5. Dez gols num só jogo. Algo raro de se ver. Raríssimo no futebol atual. Mas super comum no clássico dos alvinegros. Foi um jogo para alegrar uma gente tão triste com o futebol após o Brasil perder a Copa do Mundo daquele ano. Durante 90 minutos, sorrisos, suspiros e gritos foram vistos e ouvidos no Mineirão. E muita gente lamentou ter durado tão pouco. Leia mais clicando aqui!
Botafogo 1×5 Atlético-MG – Primeira fase do Campeonato Brasileiro – 1999
O Galo conseguiu vingar a goleada sofrida lá em 1995 com um chocolate em pleno Caio Martins, no Rio, durante sua caminhada do vice-campeonato brasileiro de 1999. Belletti, Guilherme e Marques abriram 3 a 0 para os atleticanos em menos de 15 minutos. Rodrigo “Beckham” descontou para os cariocas ainda no primeiro tempo, mas Adriano Gerlin e Curê fecharam a conta na etapa complementar: 5 a 1.
Atlético-MG 4×0 Botafogo – 15ª rodada do Campeonato Brasileiro – 2001
Outra goleada atleticana pra cima do rival, que vivia tempos complicados dentro e fora de campo – em 2002, o Fogão iria cair para a Série B. Jogando no Mineirão, o Galo aplicou 4 a 0 nos cariocas com show do ídolo Marques, autor de três gols. O meia Ramon marcou o seu e garantiu mais três pontos aos mineiros, que terminaram na 4ª colocação e avançaram até as semifinais, quando foram eliminados pelo São Caetano. Naquela época, o Atlético ficou de 1998 até 2004 sem perder para o Botafogo, sua maior invencibilidade na história do duelo – foram duas vitórias e cinco empates em sete jogos.
Atlético-MG 0x0 Botafogo / Botafogo 2×1 Atlético-MG – Quartas de final da Copa do Brasil – 2007
Os rivais se encontraram pela primeira vez na história em um mata-mata de Copa do Brasil, em 2007. E, após segurar o empate em MG, o Botafogo conseguiu a vitória por 2 a 1 na volta, no Maracanã, e se classificou para a semifinal. Os gols dos cariocas foram de André Lima e Alex Bruno, enquanto Éder Luís descontou para os mineiros. O Botafogo acabou eliminado pelo Figueirense na etapa seguinte e deu adeus ao sonho da final.
Atlético-MG 0x0 Botafogo / Botafogo 2×0 Atlético-MG – Quartas de final da Copa do Brasil – 2008
No ano seguinte, o Fogão voltou a eliminar o rival em uma etapa de quartas de final de Copa do Brasil e com o mesmo roteiro de 2007. Na ida, em MG, empate sem gols. Na volta, no Rio, Zé Carlos e Alessandro anotaram os gols da vitória por 2 a 0. Nas semis, os cariocas foram eliminados pelo Corinthians, que perdeu a decisão para o Sport de Carlinhos Bala, Romerito e companhia.
Botafogo 3×1 Atlético-MG / Atlético-MG 2×5 Botafogo – Primeira fase da Copa Sul-Americana – 2008
Entre 2002 e 2008, o alvinegro de General Severiano ostentou 14 jogos de invencibilidade contra o rival – nove vitórias e seis empates. E um dos destaques desse período marcante dos cariocas foram as vitórias sobre o Galo na Copa Sul-Americana de 2008. No primeiro jogo, em casa, o Fogão venceu por 3 a 1, com dois gols de Carlos Alberto e um de Eduardo. Na volta, no Mineirão, uma vitória contundente de 5 a 2, com dois gols de Lúcio Flávio, um de Jorge Henrique, um de Carlos Alberto e outro de Leandro Almeida, contra, levaram o Botafogo à etapa seguinte com um acachapante 8 a 3 no agregado.
Atlético-MG 1×2 Botafogo / Botafogo 1×0 Atlético-MG – Segunda fase da Copa Sul-Americana – 2011
A sequência de vitórias do Fogão em duelos eliminatórios continuou em 2011. E mais uma vez em uma etapa inicial de Copa Sul-Americana. No primeiro jogo, no Ipatingão, Herrera e Maicosuel fizeram os gols da vitória do Glorioso pra cima do Galo por 2 a 1. Na volta, no Estádio Nilton Santos, Herrera marcou mais um e a vitória por 1 a 0 classificou o time carioca para a etapa seguinte.
Atlético-MG 4×0 Botafogo – 37ª rodada do Campeonato Brasileiro – 2011
Em novembro daquele ano de 2011, o Galo encarou o Botafogo pela penúltima rodada do Brasileirão e goleou o time carioca por 4 a 0, acabando com a sequência de seis vitórias seguidas do Glorioso no clássico. Daniel Carvalho, aos 15’, André, aos 24’ e aos 31’, e Leonardo Silva, aos 90’+2’ anotaram os gols do triunfo atleticano, que serviu para aliviar a pressão dos mineiros na luta contra o rebaixamento – eles conseguiram escapar. Já o alvinegro carioca terminou na 9ª colocação.
Atlético-MG 3×2 Botafogo / Botafogo 2×3 Atlético-MG – Campeonato Brasileiro – 2012
Já com a base do time que seria campeão da América em 2013, o Atlético venceu os dois duelos contra o Botafogo no Brasileirão de 2012. No turno, jogando no Independência, o Galo venceu por 3 a 2, de virada, com gols de Escudero, Jô e Neto Berola, enquanto Andrezinho fez os gols do time carioca. No returno, o Galo venceu pelo mesmo placar, no Rio, em jogo com duas viradas. O time mineiro fez 1 a 0 com Bernard, mas Antônio Carlos e Elkeson viraram para 2 a 1. E, no segundo tempo, Richarlyson e Réver anotaram os gols da virada atleticana por 3 a 2. O time mineiro, que fez um grande primeiro turno, caiu de rendimento no início do segundo turno, se recuperou, mas foi tarde demais para o título, que ficou com o Fluminense.
Botafogo 4×2 Atlético-MG / Atlético-MG 2×2 Botafogo – Oitavas de final da Copa do Brasil – 2013
O alvinegro de General Severiano voltou a triunfar sobre o Galo em um mata-mata no ano de 2013. Nas oitavas de final, a equipe aproveitou a ressaca do time atleticano após o título da Libertadores e eliminou o rival com uma grande vitória em casa por 4 a 2, gols de Lodeiro, Leonardo Silva (contra), Rafael Marques e Vitinho e um empate em 2 a 2 no Independência, gols de Marcos Rocha e Fernandinho, para o Atlético, e Rafael Marques e Dória, para o Fogão.
Atlético-MG 5×3 Botafogo / Botafogo 3×2 Atlético-MG – Campeonato Brasileiro – 2016
Novos jogos repletos de gols aconteceram no Brasileirão de 2016, ano em que o Galo terminou na 4ª colocação e o Fogão foi o 5º na tabela. No turno, em BH, o Galo abriu 3 a 0 com gols de Cazares, Robinho e Fred. O Botafogo descontou no segundo tempo, com Sassá, o Galo fez o quarto gol, de novo com Cazares, o Fogão marcou mais um, com Gervásio Núñez, Carlos fez o quinto dos mineiros e Bruno Silva deu números finais ao jogo: 5 a 3. No returno, novo duelo eletrizante no estádio Luso Brasileiro, onde Bruno Silva e Rodrigo Pimpão fizeram 2 a 0 para os cariocas no primeiro tempo. No segundo tempo, Fred e Leonardo Silva empataram, mas Dudu Cearense, aos 90′ + 2′, deu a vitória ao Fogão.
Atlético-MG 1×0 Botafogo / Botafogo 3×0 Atlético-MG – Quartas de final da Copa do Brasil – 2017
Pela terceira vez na história o Botafogo eliminou o Atlético em uma etapa de quartas de final da Copa do Brasil. Embora tenha perdido o duelo da ida, em Minas, por 1 a 0 (gol de Cazares), o alvinegro carioca reverteu a vantagem jogando no Nilton Santos com uma categórica vitória por 3 a 0, gols de Carli, Roger e Gilson.
Botafogo 0x1 Atlético-MG / Atlético-MG 2×0 Botafogo – Oitavas de final da Copa Sul-Americana – 2019
Demorou, mas, enfim, o Galo conseguiu uma classificação diante do rival depois de seis eliminações seguidas! Pelas oitavas de final da Sula de 2019, o Galo bateu o rival no Nilton Santos por 1 a 0, gol de Vinícius, e venceu o duelo da volta no Independência por 2 a 0, gols de Fábio Santos e Vinícius. Foi a primeira classificação do Atlético sobre o rival desde o triunfo no Quadrangular de Brasília de 1997. E, em competições oficiais, a primeira desde 1994, ano em que o Galo passou pelo rival no Brasileirão.
Atlético-MG 0x0 Botafogo – Campeonato Brasileiro de 2024
Em uma “prévia” da decisão da Libertadores, a dupla se enfrentou no estádio Independência, em Belo Horizonte, sem público, por causa de uma punição sofrida pelo Galo após os incidentes na final da Copa do Brasil. Mesmo assim, o jogo foi frenético, os mineiros tiveram Rubens expulso ainda no primeiro tempo, mas o Botafogo não conseguiu reverter a vantagem numérica em gols e o 0 a 0 permaneceu. No final do jogo, Alexander Barboza acabou expulso e, na saída de campo, houve tumulto envolvendo os seguranças da equipe carioca, com o atacante Luiz Henrique, do Botafogo, também levando o vermelho por arremessar um objeto na confusão. Hulk, do Galo, criticou a atitude de Luiz Henrique. “Ele tem tudo para ser um craque, mas não é ainda. Está fazendo um grande ano. Que sirva como aprendizado, que ele precisa ralar muito. Tenho 20 anos de carreira e nunca falei que um time é uma ‘m#…’. Que ele aprenda com o erro dele. Tem tudo para ser craque, mas primeiro tem que ser craque como pessoa”, comentou o atacante.
Botafogo 3×1 Atlético-MG – Final da Copa Libertadores da América – 2024
O grande jogo entre a dupla aconteceu no dia 30 de novembro de 2024, em Buenos Aires, Argentina, na decisão da Copa Libertadores da América. Foi o momento de o continente ver dois clubes que sempre adoram marcar gols e mais gols brigarem pela Glória Eterna. E ambos chegaram à final com vitórias marcantes nas semifinais: o Atlético demoliu o River Plate por 3 a 0, na Arena MRV, e segurou o empate sem gols na Argentina. Já o Botafogo aplicou inapeláveis 5 a 0 no Peñarol, no Rio, e perdeu por 3 a 1 em Montevidéu.
E, assim como conta a história, o jogo teve gols – manteve a média do clássico! -, emoções e mais uma vitória do Botafogo. Mas não antes de muito drama. Com apenas 30 segundos, Gregore, do Fogão, foi expulso ao acertar com a sola do pé a cabeça de Fausto Vera. Ou seja, o time carioca teria que jogar toda a decisão com 10 jogadores. Como ter nervos para isso? Como criar chances de gol sem um atleta lá na frente? E Artur Jorge, deveria mexer no time? Pois bem. O Botafogo aguentou os primeiros minutos e o treinador português confiou em seu elenco, fazendo apenas algumas mudanças táticas. E, depois do baque da expulsão, o Botafogo foi pra cima e abriu o placar com Luiz Henrique, que aproveitou um bate-rebate na zaga atleticana e fuzilou de dentro da área.
O gol inflamou a torcida do Glorioso, em maior número no Monumental, e a equipe teve um pênalti ao seu favor já perto do final do primeiro tempo. Na cobrança, Alex Telles fez 2 a 0 e um cenário inacreditável se desenhava. Vencer daquela maneira e com um homem a menos era simplesmente épico. E ainda jogando bem, sem deixar o Atlético criar perigo como esperado. Na segunda etapa, Milito fez mudanças a fim de buscar pelo menos o empate. E, com um minuto de jogo, Hulk cobrou escanteio na cabeça de Vargas, que nem precisou saltar para descontar: 2 a 1. Novamente a tensão tomou conta do torcedor botafoguense, que temeu pela volta dos fantasmas do passado.
O Atlético ficou no ataque e o Botafogo na defesa, à espera de um contragolpe, mas os mineiros demonstraram pouca objetividade e falta de pontaria, principalmente com Vargas, que errou duas boas chances, uma delas cara a cara com John. Já nos acréscimos – foram 7, o tão emblemático número para o Botafogo -, Júnior Santos, que havia entrado naquela segunda etapa, fez grande jogada na ponta direita, foi em direção à área, tocou para, a zaga rebateu e ele mesmo completou para fazer 3 a 1 e dar o título inédito ao Botafogo.
Retrospecto de Atlético-MG x Botafogo
- Em 116 jogos na história (contando amistosos), a vantagem é do Botafogo, que venceu 53 jogos. O Atlético venceu 36. Foram 27 empates. Contando apenas jogos oficiais, o Botafogo venceu 37 jogos, o Atlético venceu 27 e foram 21 empates, com 135 gols do Botafogo e 111 gols do Atlético;
- Em mais de 100 jogos entre os rivais, apenas 9 partidas terminaram 0 a 0;
- A média de gols do clássico é de 3,3 gols por jogo, super alta para um clássico;
- Entre 2002 e 2008, o alvinegro de General Severiano ostentou 14 jogos de invencibilidade contra o rival – nove vitórias e seis empates, a maior série da história do clássico;
- A maior série de vitórias seguidas é do Botafogo: 6 vitórias entre 2009 e 2011;
- Em 13 duelos eliminatórios, o Botafogo saiu vencedor em 9 oportunidades. O Galo apenas em 4;
- Das 8 classificações do Botafogo, 6 foram consecutivas, entre 2007 e 2017;
- A grande vantagem do time carioca foi construída na Copa do Brasil, na qual o Glorioso saiu classificado em todos os 4 duelos;
- Túlio (anos 1990) e Roberto (anos 1960 e 1970), ambos com 8 gols, são os maiores artilheiros do Botafogo no clássico. Marques (anos 1990 e 2000), com 6 gols, é o maior artilheiro do Atlético.
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