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Esquadrão Imortal – San Lorenzo 2001-2002

2001 MERCOSUR
Em pé: Saja, Serrizuela, Michelini, Coloccini, Tuzzio e Ameli. Agachados: Paredes, Estévez, Erviti, Romeo e Romagnoli.

 

Grandes Feitos: Campeão da Copa Sul-Americana (2002), Campeão da Copa Mercosul (2001) e Campeão Argentino (2001 – Clausura).

Time base: Saja; Serrizuela (Celso Esquivel), Ameli (Capria / Gonzalo Rodríguez), Coloccini (Morel Rodríguez) e Paredes; Michelini, Tuzzio (Guillermo Franco), Erviti (Chatruc) e Romagnoli; Raúl Estévez (Rodrigo Astudillo) e Bernardo Romeo (Alberto Acosta). Técnicos: Manuel Pellegrini (2001) e Rubén Darío Insúa (2002).

“Quando o ´Ciclón´ deu a volta por cima”

Por Guilherme Diniz

O que se pode esperar de uma equipe que, antes mesmo do início da temporada, tem rachas no elenco, saída do técnico, várias derrotas consecutivas e nenhum padrão de jogo? O pior, claro. Mas não foi bem isso o que aconteceu com o San Lorenzo de 2001-2002. El Ciclón do futebol argentino conseguiu uma volta por cima histórica quando tudo conspirava contra ao quebrar recordes e faturar o Campeonato Argentino de maneira espetacular. E, para a temporada ficar ainda mais saborosa, a equipe levantou sua primeira taça internacional da história – a Copa Mercosul. No ano seguinte, os azuis e grenás tiveram a honra de vencer a primeira edição da Copa Sul-Americana de maneira categórica, com uma goleada por 4 a 0 fora de casa na final. Entre 2001 e 2002, a apaixonada torcida azul e grená pôde comemorar como nunca os feitos de um time aguerrido, rápido e que era difícil de ser batido. Levando em consideração que naqueles anos existia um mítico esquadrão chamado Boca Juniors, o San Lorenzo tornou seus feitos ainda maiores e imortais. É hora de relembrar.

 

Um engenheiro conserta a bagunça

Pellegrini: o projetista de um time vencedor.
Pellegrini: o projetista de um time vencedor.

 

A temporada de 2001 começou da pior maneira possível para o San Lorenzo de Almagro. Na seca de títulos desde 1995, o clube viu seus jogadores brigarem entre si, problemas no corpo técnico e a saída do treinador Oscar Ruggeri há dois dias do início do campeonato nacional. Sem comandante, com um grupo rachado e tendo ainda que disputar a Libertadores, as expectativas eram as piores possíveis. Nos dois primeiros jogos do Clausura, o time empatou com o Gimnasia y Esgrima (2 a 2) e venceu o Newell´s por 2 a 1. Mas na Liberta a equipe já havia levado de 4 a 2 do Jorge Wilstermann na estreia. Depois de três partidas sem treinador, a diretoria fechou, enfim, com o chileno Manuel Pellegrini, que vinha de boas passagens por Universidad Católica-CHI e LDU-EQU.

Conhecido como “El Ingeniero”, por possuiu graduação em engenharia civil, o treinador logo começou a arrumar a casa apaziguando os egos e construindo um time focado e determinado a sair daquela situação. Mas o começo não seria nada fácil, principalmente pela fraca campanha na Libertadores, que custou uma eliminação ainda na fase de grupos com direito a briga generalizada em um jogo contra o Deportes Concepción-CHI fora de casa, quando os argentinos perderam por 3 a 2 e arrumaram uma confusão tremenda com a polícia e os jogadores do time chileno. Com isso, era preciso foco total no Campeonato Argentino. E foi isso que os azuis e grenás fizeram.

 

A volta por cima

Jornal "Olé" destaca a dramática vitória por 5 a 4 diante do Lanús.
Jornal “Olé” destaca a dramática vitória por 5 a 4 diante do Lanús.

 

Os meses de março e abril de 2001 ficaram marcados pela ressurreição do San Lorenzo no Clausura. Depois de vencer um jogo alucinante contra o Lanús por 5 a 4 fora de casa, a equipe perdeu para o River Plate em pleno Nuevo Gasómetro por 3 a 1 e ficou cinco pontos de distância dos milionários. Em um torneio tão curto, era quase impossível tirar aquela diferença. Mas, por incrível que pareça, a equipe conseguiu emendar uma sequência histórica. Primeiro, veio uma vitória por 2 a 0 sobre o Vélez fora de casa. Em seguida, triunfos sobre Cólon (3 a 1, em casa), Rosário Central (3 a 0, fora), Independiente (3 a 2, em casa), Talleres (3 a 0, fora), Los Andes (1 a 0, em casa), uma goleada de 5 a 0 sobre o Estudiantes em La Plata e um 4 a 0 sobre o Chacarita Juniors também fora de casa. Há quatro jogos sem levar um gol sequer, com oito vitórias seguidas e com o River capengando, o título antes improvável já era uma realidade. O time montado por Pellegrini tinha dado liga e se mostrado extremamente competitivo, com um goleiro elástico e eficiente (Saja), zagueiros seguros (Ameli e Coloccini), um meio de campo forte e rápido (Erviti, Tuzzio, Romagnoli e Michelini) e um ataque entrosado (Estévez e Romeo).

O San Lorenzo campeã argentino: força criativa do meio de campo e brilho do matador Romeo foram fundamentais para a conquista.
O San Lorenzo campeão argentino: força criativa do meio de campo e brilho do matador Romeo foram fundamentais para a conquista.

 

No entanto, o esquadrão azul e grená teve um desafio homérico na antepenúltima rodada: enfrentar o Boca Juniors de Carlos Bianchi, então campeão Mundial, da Libertadores, e firme em busca do bi consecutivo do torneio continental. Mas, jogando em casa, o San Lorenzo mostrou maturidade e conseguiu a vitória por 1 a 0, levando ao delírio os apaixonados torcedores. Na rodada seguinte, mais uma vitória (2 a 0) sobre o Argentinos Juniors e o título praticamente assegurado graças a derrota do River para o Huracán por 3 a 2.

 

Campeões dos recordes

Romeo: artilheiro e referência máxima na conquista.
Romeo: artilheiro e referência máxima na conquista.

 

O último jogo foi contra o Unión, em casa, e terminou com vitória dos azuis e grenás por 2 a 1, gols de Romeo e Erviti. O San Lorenzo era campeão argentino e alcançava marcas históricas com o recorde de pontos em torneios curtos (47) e recorde de vitórias consecutivas (11, que se transformariam em 13 com os triunfos iniciais do campeonato seguinte – vencido pelo Racing). Foram 19 jogos, 15 vitórias, dois empates e apenas duas derrotas, com 43 gols marcados e 17 sofridos. Bernardo Romeo foi o grande destaque do time ao se coroar artilheiro do campeonato com 15 gols. O entusiasmo e a força incrível demonstrada por aquela equipe foi sensacional. Um verdadeiro milagre.

 

Em busca da taça inédita

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Depois da coroação nacional, o San Lorenzo teve mais um desafio pela frente: a Copa Mercosul. Naquele ano de 2001, a competição teria sua última edição, pois em 2002 a Copa Sul-Americana tomaria o lugar definitivo do torneio. A equipe argentina manteve sua base, com exceção do zagueiro Coloccini, que se transferiu para o futebol espanhol, e foi em busca de uma inédita taça internacional. Com um esquema tático ofensivo e rápido, o San Lorenzo esteve no grupo 2, ao lado de Flamengo-BRA, Nacional-URU e Olimpia-PAR. Só adversários duros e cheios de tradição, laureados com Libertadores e Mundiais. A estreia foi com o pé esquerdo: derrota por 2 a 1 para o Flamengo em casa. Na sequência, o time se superou e derrotou os paraguaios do Olimpia fora de casa por 2 a 0, bateu Nacional (2 a 0) e Olimpia (3 a 0) em casa, perdeu novamente para o Flamengo, fora, por 2 a 1 e empatou sem gols fora de casa com o Nacional. Com 10 pontos, o time argentino se classificou para as quartas de final.

O primeiro adversário foi o Cerro Porteño-PAR. Na ida, em Buenos Aires, o San Lorenzo encurralou os paraguaios logo no começo do jogo e fez 3 a 0 em menos de 26 minutos com três gols do matador Romeo. No segundo tempo, o time levou um susto com dois gols do Cerro, mas Estévez anotou mais um e garantiu o placar de 4 a 2. Na volta, outra vitória (2 a 1) e classificação para a semifinal. Nela, era hora de encarar outro time brasileiro: o Corinthians.

 

O caldeirão garante

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Contra o time brasileiro, o San Lorenzo perdeu de pouco na partida de ida (2 a 1), e foi confortável para o jogo de volta, no Nuevo Gasómetro. Com a força de sua “hinchada”, os azuis e grenás deram show e fizeram 4 a 1 nos alvinegros, gols de Romeo (2), Pusineri e Franco. O time estava na final e tinha a chance de acabar de vez com o incômodo jejum de títulos internacionais. Mas o adversário da decisão não trazia boas lembranças: era o Flamengo, algoz das duas partidas da fase de grupos.

 

Haja coração!

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As finais da última Copa Mercosul da história foram cheias de equilíbrio e tensão. A primeira partida foi disputada no lotado Maracanã, que viu um empate sem gols. A decisão ficava mesmo para a Argentina, no caldeirão do Nuevo Gasómetro, que recebeu mais de 40 mil fanáticos torcedores crentes no fim da escrita e na conquista do sonhado título internacional. Com Júlio César, Juan, Jorginho e Petkovic, o Flamengo começou melhor e abriu o placar aos 10´, com Leandro. O San Lorenzo não se intimidou e partiu pra cima, mas o time brasileiro ficou muito bem postado na defesa, dificultando as ações argentinas. Só no segundo tempo foi que Estévez conseguiu furar o bloqueio rubro negro e empatar o jogo. A partida seguiu em 1 a 1 e a final, para aumentar ainda mais a tensão, foi para os pênaltis.

 

Enfim, campeón!

Michelini nos braços da torcida: festa homérica.
Michelini nos braços da torcida: festa homérica.

 

Na marca da cal, o goleiro Saja foi o grande nome do San Lorenzo ao defender as cobranças de Juan e Roma. Cássio também errou (chutou na arquibancada…) e Capria converteu a cobrança decisiva para o San Lorenzo, que venceu por 4 a 3 e fez explodir o Nuevo Gasómetro: San Lorenzo campeão da Copa Mercosul! A festa varou a madrugada em Buenos Aires com a inédita e histórica conquista internacional do clube azul e grená. Torcedores emocionados invadiram o gramado e transformaram o verde num imenso mar azul e grená de gente. Era o título para coroar um ano brilhante e inesquecível do clube de Almagro.

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Sai Pellegrini, mas fica a alma copeira

Beto Acosta: fundamental na Sul-Americana.
Beto Acosta: fundamental na Sul-Americana.

 

Em 2002, o San Lorenzo perdeu seu “Ingeniero” para o River Plate, mas trouxe Rubén Darío Insúa, que manteve a pegada do time. No primeiro semestre, o Campeonato Argentino (Clausura) ficou com o River Plate e o San Lorenzo não conseguiu repetir a campanha do ano anterior, ficando apenas na 11ª posição. Mas ainda havia um desafio mais alentador no segundo semestre: a Copa Sul-Americana.

Na primeira edição da Copa, criada pela Conmebol para substituir a Mercosul e deixar o continente, enfim, com duas competições de clubes a exemplo da Europa, o San Lorenzo estreou contra o Monagas-VEN e venceu os dois jogos sem problemas: 3 a 0 fora de casa e 5 a 1 em casa. A partida seguinte foi um duelo doméstico eletrizante contra o Racing. No primeiro jogo, em Buenos Aires, o San Lorenzo contou coma força de sua torcida e derrotou os alvicelestes por 3 a 1, gols de Paredes e Acosta, duas vezes. Na partida seguinte, em Avellaneda, o Racing reverteu a vantagem do San Lorenzo e venceu por 2 a 0 (com um dos gols marcados por um certo Diego Milito…). A partida foi para os pênaltis e novamente a estrela do goleiro Saja brilhou, garantindo a vitória por 4 a 3 dos azuis e grenás e a classificação para as semifinais.

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O jogo seguinte foi contra o Bolívar-BOL, que venceu o duelo de ida na altitude de La Paz por 2 a 1. Na volta, o San Lorenzo não tomou conhecimento dos bolivianos e goleou por 4 a 2. Pelo segundo ano seguido, a equipe estava em uma final internacional. Era hora de fazer história novamente.

 

Passeio e consagração

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A final da Copa Sul-Americana de 2002 foi entre duas equipes tradicionais: o Atlético Nacional-COL e o San Lorenzo. O primeiro jogo foi disputado no estádio Atanasio Girardot, em Medellín, tomado por 52 mil torcedores. No entanto, os alviverdes que esperavam uma vitória de sua equipe viram um baile inesquecível do ciclone argentino. Saja, de pênalti, Michelini, Romagnoli e Astudillo fizeram os gols da goleada por 4 a 0 da equipe azul e grená. O resultado elástico deixou o time tranquilo e com a mão na taça. Na volta, em Buenos Aires, o zero não saiu do placar e o San Lorenzo se consagrou o primeiro campeão da história da Copa Sul-Americana. Outra vez o estádio Nuevo Gasómetro foi tomado pelos torcedores e o time levantava mais uma taça continental para uma ainda modesta coleção. Astudillo, que assumiu o lugar de Estévez no ataque, foi o artilheiro do torneio com 4 gols. Mas ali, terminaria um período de ouro do clube de Almagro.

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Revés e o fim

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Depois da conquista da Copa Sul-Americana, o San Lorenzo disputou a final da Recopa Sul-Americana de 2003 contra o Olimpia-PAR, campeão da Libertadores de 2002. O jogo foi disputado em julho de 2003 na cidade de Los Angeles-EUA, com arbitragem brasileira de Carlos Eugênio Simon. Os paraguaios, comandados por Órteman, Cáceres, Enciso, Benítez e por Luis Cubilla no banco, venceram por 2 a 0 e impuseram ao San Lorenzo a primeira derrota continental depois de dois triunfos seguidos. A equipe começaria a se enfraquecer e só voltaria a brilhar em 2007 e 2008, com uma nova safra de bons jogadores e novos ares míticos, em outra história que também será lembrada por aqui. Entre 2003 e 2007, coube ao torcedor viver das alegrias de um time que saiu do limbo para um patamar histórico com conquistas inéditas, vitórias marcantes e recordes inigualáveis. Um San Lorenzo imortal.

 

Os personagens:

Sebastián Saja: excêntrico, o goleiro argentino foi um dos maiores heróis do San Lorenzo naqueles anos dourados. Jogava muito bem, crescia nos momentos decisivos e era um exímio pegador de pênaltis. Anotava seus gols, também, em cobranças na marca da cal. Foi revelado pelo clube de Almagro e venceu em 2002 o prêmio de Melhor Goleiro da América do Sul pelo jornal El País, do Uruguai. Disputou 163 partidas pelo San Lorenzo e teve passagens pelo futebol espanhol, mexicano e jogou ainda no Grêmio vice-campeão da Libertadores em 2007.

Juan José Serrizuela: o defensor tinha um chutaço na perna direita e podia atuar nas duas laterais. Participou das conquistas de 2001 do clube de Almagro e depois foi ser campeão do Apertura pelo Independiente em 2002.

Celso Esquivel: o paraguaio compôs a zaga titular do San Lorenzo na conquista da Copa Sul-Americana de 2002, ajudando tanto na marcação pela lateral-direita quando no apoio ao ataque.

Horacio Ameli: ora com Coloccini, ora com Capria, Ameli foi titular absoluto na zaga do San Lorenzo naquele período de ouro, principalmente em 2001. Jogava com muita raça e não pensava duas vezes antes de abrir a caixa de ferramentas para impedir os avanços dos adversários. Jogou no futebol espanhol e ainda no São Paulo e no Inter de Porto Alegre. Disputou 154 jogos com a camisa azul e grená.

Diego Capria: zagueiro viril e muito forte, Capria era imponente na zaga e também preciso nos chutes de longa distância. Ao lado de Ameli, compôs a zaga campeã da Mercosul de 2001 e supriu bem a ausência de Coloccini.

Gonzalo Rodríguez: cria das bases de Almagro, Gonzalo assumiu a titularidade do time com a saída de Ameli e foi muito bem. Ao lado do paraguaio Morel, fez uma zaga segura que foi fundamental na conquista da Copa Sul-Americana de 2002.

Fabricio Coloccini: o cabeludo Coloccini fez um campeonato argentino (Clausura) impecável em 2001 e foi um dos responsáveis pela baixíssima quantidade de gols sofridos na histórica campanha vencedora do San Lorenzo. Uma pena que estava emprestado e deixou a equipe já no meio do ano, para jogar no futebol espanhol. Foi medalha de ouro nas Olimpíadas de Atenas (2004) com a seleção da Argentina. Era muito seguro nas jogadas aéreas e ótimo no desarme, sendo um dos grandes zagueiros argentinos do começo dos anos 2000.

Claudio Morel Rodríguez: defensor muito ágil e polivalente, o paraguaio Morel Rodríguez foi zagueiro na conquista da Copa Sul-Americana de 2002 do clube de Almagro, mas podia jogar também como lateral-esquerdo ou meio campista. Disputou 183 partidas pelo San Lorenzo e teve bons e vitoriosos momentos, também, no Boca Juniors.

Aldo Paredes: um dos maiores jogadores do clube de Almagro na história, Paredes era polivalente e podia atuar como zagueiro, lateral e volante. Disputou 264 partidas pelo clube e é o 9º na lista dos que mais vestiram a camisa azul e grená. Teve participação decisiva nas conquistas de 2001 e 2002 com muito vigor físico, qualidade no passe e visão de jogo.

Pablo Michelini: era o líder do time e capitão, comandando as ações no meio de campo com muita garra e talento. “El Gallego”, como ficou conhecido, jogou 208 jogos pelo San Lorenzo entre 1999 e 2005 e encerrou a carreira no clube de Almagro. Ídolo da torcida naquele período de ouro.

Eduardo Tuzzio: marcador implacável no meio de campo, Tuzzio jogou 208 partidas pelo San Lorenzo e esteve nas conquistas do Clausura de 1995 e de 2001. Depois de se destacar na equipe, foi jogar na França e voltou à Argentina. Brilhou ainda no Independiente campeão da Copa Sul-Americana de 2010, jogando como zagueiro e capitão.

Guillermo Franco: podia jogar como atacante ou como meia e em ambas as posições era perigoso, com velocidade e precisão. Teve uma ótima participação na campanha da Mercosul de 2001.          

Walter Erviti: é o típico volante argentino: chato, carrapato e perito em deixar os adversários loucos da vida. Rápido e habilidoso, Erviti foi outro revelado em Almagro e peça chave nas conquistas de 2001. Depois de brilhar no time azul e grená entre 1999 e 2002, seguiu carreira no México e voltou para a Argentina, onde joga atualmente no Boca Juniors, clube pelo qual disputou a Libertadores de 2012 e ficou com o vice-campeonato.

José Chatruc: meio campista, o argentino foi titular na conquista da Copa Sul-Americana de 2002 e ajudou a equipe na marcação e também no apoio ao ataque. Não tinha a qualidade de Erviti, mas deu conta do recado.

Leandro Romagnoli: outro ídolo do clube, Romagnoli foi um dos maestros do meio de campo da equipe nas três conquistas daquele período de ouro. Foi revelado pelo próprio San Lorenzo e brilhou entre 1998 e 2004. Jogou o Mundial Sub-20 com a seleção argentina em 2001 e foi campeão como o camisa 10 da equipe que tinha, além dele, Coloccini, D´Alessandro, Saviola e outros. Disputou 252 partidas com a camisa azul e grená e marcou 32 gols.

Raúl Estévez: jogava pela direita do ataque do San Lorenzo e infernizava as defesas rivais com velocidade e habilidade. Foi essencial nos títulos de 2001 e parceiro ideal de Romeo naquele ano.

Rodrigo Astudillo: depois de se destacar no Talleres campeão da Copa Conmebol de 1999, o atacante foi para o San Lorenzo em 2002 e voltou a brilhar em uma competição continental. Marcou quatro importantes gols que levaram o time azul e grená ao título inédito da Copa Sul-Americana.

Bernardo Romeo: foi o principal goleador do San Lorenzo em 2001 e figura central no ataque do time. Foi artilheiro do Clausura daquele ano com 15 gols e ainda da Copa Mercosul, com 10. Em 191 jogos pela equipe, marcou 99 gols. Era o típico centroavante matador e teve a felicidade de ser muito bem servido pelos companheiros Estévez, Erviti e Romagnoli. Depois de brilhar em 2001, foi jogar na Alemanha. Muito querido pela torcida.

Alberto Acosta: é o sexto na lista dos que mais vestiram a camisa azul e grená na história (276 jogos) e também um dos grandes artilheiros do clube com 123 gols. Teve várias passagens pelo San Lorenzo ao longo da década de 90 e conquistou a Copa Mercosul de 2001 e a Sul-Americana de 2002. Ídolo no clube pelos gols decisivos e constantes, principalmente contra rivais de peso do futebol argentino.

Manuel Pellegrini e Rubén Darío Insúa (Técnicos): o chileno Pellegrini conseguiu arrumar a bagunça que se encontrava o San Lorenzo naquele início de 2001 e fez um milagre ao levar o time às conquistas do Clausura e da Copa Mercosul. Conseguiu montar uma equipe unida, forte e rápida que deu show nos dois torneios que venceu. Todos pensaram que o Ciclón perderia a força sem Pellegrini em 2002, mas Rubén Insúa manteve o estilo de jogo pegado, armou uma equipe própria para torneios de mata-mata e faturou a Copa Sul-Americana com uma goleada histórica no primeiro jogo da final. Ambos foram, sem dúvida, imortais em Almagro.

Naquela época, o ainda incógnito (e hoje Papa) Jorge Mario Bergoglio era só sorrisos...
Naquela época, o ainda incógnito (e hoje Papa) Jorge Mario Bergoglio era só sorrisos…

 

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6 Comentários

  1. Esse foi um dos grandes esquadrões do San Lorenzo, sem dúvidas… Nos anos 40 tinha um time fantástico, base da seleção à época, prejudicada pela segunda guerra mundial e a não disputa das copas… Em 1947 ganhou da seleção de Portugal em Lisboa, se não me engano por 10 a 4 e ganhou da seleção da Espanha em Madri por 6 a 1, ganhando o apelido de “Ciclón”… Outro grande momento do San Lorenzo foi de 1968 a 1972 quando ganhou no mesmo ano (68) o apertura e o clausura, na época o Metropolitano e o Nacional, repetindo o feito em 1972, time que ficou conhecido como “Los Carasucias”, ou “caras-sujas”, pelo estilo “malandro”, principalmente dos seus atacantes, que brincavam nos jogos, ganhando quase sempre por goleada… El Loco Doval fazia parte desse time, depois foi vendido ao Flamengo, transferindo-se depois ao Fluminense…

  2. Muito feliz em relembrar este time,tinha uns 11 anos na época,lembro que acompanhei a Mercosul do início ao fim,fiquei ansioso nas partidas finais,pois demorou p acontecer…Mais uma ótima matéria,parabéns pessoal !!!

  3. Minha primeira vez no Maracanã foi nesse Flamengo X San Lorenzo, 1º jogo da final de 2001. A expulsão do Edílson prejudicou muito o Flamengo, que ficou com 1 a menos no Maracanã e teve que jogar sem ele na Argentina.
    Me lembro que devido a uma crise vivida na Argentina o jogo de volta foi adiado e disputado somente dias depois…

Craque Imortal – Aldair

Esquadrão Imortal – Peñarol 1960-1962