Nascimento: 25 de novembro 1981, em Tolosa, Espanha.
Posição: Meio-campista
Clubes: Real Sociedad-ESP (1999-2004), Elbar-ESP (2000-2001 empréstimo), Liverpool-ING (2004-2009), Real Madrid-ESP (2009-2014) e Bayern München-ALE (2014-2017).
Principais títulos por clubes: 1 Liga dos Campeões da UEFA (2004-2005), 1 Supercopa da UEFA (2005), 1 Copa da Inglaterra (2005-2006) e 1 Supercopa da Inglaterra (2006) pelo Liverpool.
1 Liga dos Campeões da UEFA (2013-2014), 1 Campeonato Espanhol (2011-2012), 2 Copas do Rei (2010-2011 e 2013-2014) e 1 Supercopa da Espanha (2012) pelo Real Madrid.
3 Campeonatos Alemães (2014-2015, 2015-2016 e 2016-2017), 1 Copa da Alemanha (2015-2016) e 1 Supercopa da Alemanha (2016) pelo Bayern München.
Principais títulos por seleção: 1 Copa do Mundo da FIFA (2010) e 2 Eurocopas (2008 e 2012) pela Espanha.
Principais títulos individuais:
Futebolista Espanhol do Ano: 2003
FIFA FIFPro World XI: 2011 e 2012
Melhor Meio-Campista de La Liga: 2011-2012
Eleito para o All-Star Team da Eurocopa: 2012
Eleito para o All-Star Team da Liga dos Campeões da UEFA: 2013-2014
Eleito para o Time do Ano da Bundesliga: 2014-2015
Ordem ao Mérito Esportivo: 2011
Eleito para a Seleção dos Sonhos da Espanha do Imortais: 2020
“Don Xabi”
Por Guilherme Diniz
Um dos mais completos meio-campistas de seu tempo, capaz não só de ajudar na marcação e proteger a defesa como também iniciar ataques e marcar gols, ele seguiu os passos do pai e se transformou em um craque icônico do futebol espanhol e presença em alguns dos mais vencedores times do século XXI. Foi titular do Liverpool do Milagre de Istambul em 2005, esteve no Real Madrid entre 2009 e 2014 e completou sua carreira no Bayern multicampeão alemão entre 2014 e 2017. Pela seleção, foram duas Eurocopas e uma Copa do Mundo conquistadas, além de 114 jogos e 16 gols marcados – ele é o 8º jogador com mais partidas pela Fúria na história. Perito em passes de longa distância e desarmes, tinha plena visão de jogo e demonstrava eficiência também no jogo aéreo. Era simplesmente o cirúrgico do meio de campo, um jogador com o qual sua equipe podia contar sempre e ganhou as expressões “Don Xabi” e “Xabi é classe”. Xabi Alonso Olano, ou simplesmente Xabi Alonso, foi tudo isso e muito mais. Um super vencedor fundamental para seus times e elogiado por companheiros e adversários. É hora de relembrar.
Sob os ensinamentos do pai
Nascido em Tolosa, província de Gipuzkoa, no País Basco, Xabi Alonso teve, assim como seu irmão, Mikel, uma inspiração direta para seguir a carreira de futebolista: o pai da dupla, Periko Alonso, foi um meio-campista de muito talento nos anos 1970 e 1980 e brilhou com a camisa da Real Sociedad, pela qual venceu dois títulos de La Liga em 1980-1981 e 1981-1982, e também do Barcelona, onde levantou um título de La Liga, uma Copa do Rei, uma Supercopa da Espanha e uma Copa de La Liga. Periko tinha característica de marcação e também aparecia no ataque para marcar gols, atributos que seriam incorporados por seus filhos.
“As pessoas dizem que ele era um jogador físico, um meio-campista defensivo. Eu vi os vídeos e sim, ele era forte, mas ele sabia como jogar a bola, como distribuí-la”, comentaria Xabi Alonso anos depois.
Após passar parte da infância em Barcelona, Xabi Alonso foi para San Sebastián, onde começou a jogar futebol e desenvolver a paixão pelo esporte. Foi no País Basco que o jovem conheceu Mikel Arteta, que também seria jogador e com o qual nutriu amizade enquanto disputavam partidas pelo time juvenil do Antiguoko KE. A dupla rivalizava em movimentos ultrajantes, giros e disparos ao gol, mas era uma rixa que ficava apenas ali. Ambos conseguiriam espaços em equipes profissionais e Xabi criou a vontade de ter mais a bola consigo, dar passes e lançamentos do que chutar ao gol ou jogar como meia. Ele queria ser um meio-campista de contenção, aquele que organiza o jogo, “apaga o fogo” e cria chances de contra-ataque. “Eu mantenho a bola, me ofereço para o passe, misturo passes curtos e longos e avance com menos frequência”, disse Xabi certa vez ao The Guardian (Reino Unido).
Apesar de seguir carreira no futebol, o espanhol continuou com os estudos e seu pai fez com que ele se mudasse para a Irlanda, aos 15 anos, para que aprendesse inglês. Durante o tempo em Kells, Xabi jogou partidas de futebol gaélico, onde desenvolveu mais força física e imposição sobre os adversários, além de velocidade e explosão. Quando voltou à Espanha, Alonso conseguiu espaço no time B da Real Sociedad, enquanto seu amigo Arteta foi para o Barcelona. E, a partir de 1999, o jovem começaria a escrever sua própria história.
Don Xabi
O meio-campista impressionou rapidamente a comissão técnica da Real Sociedad naquele final de anos 1990 com muita personalidade em campo, qualidade nos passes e lançamentos precisos. Além disso, a capacidade de desarme e posicionamento de Xabi Alonso despertaram muita esperança na equipe basca. Com isso, aos 18 anos, ele ganhou uma vaga nos profissionais e debutou já em 1999, em partida diante do Logroñes, pela Copa do Rei. Na temporada 2000-2001, o jovem foi emprestado pelo técnico Javier Clemente ao Eibar para ganhar experiência e retornou já em 2001, quando John Toshack, novo técnico dos alviazuis, reincorporou Xabi Alonso ao time e fez o jovem capitão da equipe com apenas 20 anos!
Com muita liderança, Xabi Alonso já era conhecido pelo espírito esportivo e seu lado destemido. Uma frase comum sobre ele era que “nada que aconteça em uma partida o perturba”, e isso realmente seria um mote que o jogador levaria para sua carreira e os mais complicados jogos, principalmente as finais, nas quais ele seria um gigante. Na final da temporada como capitão, Xabi Alonso ajudou a Real Sociedad a sair da zona de rebaixamento e terminar La Liga na 14ª posição. Toshack não conseguia se lembrar de um ex-jogador da equipe juvenil causando tal impacto no clube: “Todo mundo parecia jogar melhor quando ele estava em campo”, disse o galês.
Com o sucesso de Xabi no time, Toshack passou a treinar de maneira específica o espanhol de uma maneira que ele melhorasse ainda mais o controle de bola, os passes e a marcação por zona. Com isso, a Real Sociedad figurou mais no centro da tabela de La Liga e terminou a época 2001-2002 na 13ª posição. Mas, na temporada 2002-2003, mesmo com a troca de comando técnico, a Real Sociedad surpreendeu e terminou com o vice-campeonato espanhol, apenas dois pontos atrás do Real Madrid. Foi a melhor colocação da equipe na competição desde o título nacional de 1982. E Xabi Alonso, claro, foi um dos artífices do time com sua qualidade no meio de campo e grandes atuações, além dos 3 gols anotados em 34 jogos. O jovem ganhou naquele ano o prêmio Don Balón de melhor futebolista espanhol, troféu que deu a ele o apelido de Don Xabi Alonso.
Convocações e a ida ao Liverpool
Como não poderia deixar de ser, Xabi Alonso ganhou os holofotes do futebol internacional após uma temporada mágica e foi convocado para a seleção da Espanha em 2003, quando a equipe já mirava a preparação para a Eurocopa de 2004. Ele debutou pela Fúria em abril de 2003, na goleada de 4 a 0 sobre o Equador, em amistoso disputado em Madri. O técnico da Espanha na época, Iñaki Sáez, ficou impressionado com o jogador na época. “Ele tem uma fantástica precisão no passe e vê o futebol com uma clareza extraordinária”.
Na temporada 2003-2004, o craque seguiu em alta na Real Sociedad e ajudou a equipe a se classificar para o mata-mata da Liga dos Campeões da UEFA, mas a equipe acabou eliminada nas oitavas de final para o Lyon-FRA, enquanto que em La Liga o time basco terminou apenas na 14ª posição. Os rumores de transferência de Xabi Alonso ficaram mais intensos naquela época, e, embora houvesse interesse do Real Madrid, quem conseguiu chegar a um acordo com os alviazuis foi o Liverpool, que levou Xabi Alonso para a Inglaterra após a Eurocopa – competição que a Espanha não foi bem e Xabi Alonso disputou apenas dois jogos – por 10,7 milhões de libras.
Xabi chegou aos Reds junto com outro espanhol, Luis Garcia, além do treinador espanhol Rafa Benítez. Seria exatamente naquela temporada 2004-2005 que Xabi e seus compatriotas ajudariam o Liverpool a reviver momentos de glórias e reconquistar um título que ele não levantava desde 1984: a Liga dos Campeões da UEFA. Jogo após jogo, Xabi foi um dos pontos fortes do time inglês e fez uma parceria marcante com Steven Gerrard no meio de campo. Enquanto o inglês jogava mais avançado, criando chances e marcando gols, Xabi Alonso era o protetor, o homem que encontrava espaços e dava o passe perfeito para a jogada ser concretizada. O espanhol, porém, sofreu uma lesão na rodada de Ano Novo da Premier League, contra o rival Chelsea, e desfalcou o Liverpool por três meses.
Xabi Alonso retornou a tempo de disputar as quartas de final da UCL, contra a Juventus, e ajudou o time de Anfield a se classificar. No duelo de ida das semis, contra o Chelsea, Xabi acabou levando um cartão amarelo que tirou o meio-campista do duelo de volta. Mesmo sem ele, o Liverpool acabou se classificando para a final. E o clube viveria um momento único na história do futebol com participação decisiva de Xabi Alonso.
Presente no Milagre
Existem jogos que ficam guardados na memória do torcedor. E a final entre Liverpool e Milan, com certeza, permanece intacta na memória de qualquer admirador de futebol que viu na TV ou ouviu no rádio aquele duelo no estádio Olímpico de Atatürk, em Istambul, no dia 25 de maio de 2005. O clima daquela decisão estava realmente diferente. Estádio dividido, torcidas cantando, uma cidade com aura, que recebia uma final de Liga pela primeira vez. Algo estava no ar… E, com apenas 50 segundos, os prognósticos de equilíbrio caíram por terra quando Maldini abriu o placar para os italianos no gol mais rápido da história das finais das Ligas: 1 a 0. Parecia um prenúncio do que estava por vir.
O gol precoce atordoou os ingleses. O Milan desfilou em campo. Fez mais um com Crespo. E outro, com o mesmo Crespo: 3 a 0. Só no primeiro tempo. Tudo bem que o Milan já tinha histórico de golear rivais em finais europeias, mas até o Liverpool? Um time até então com uma zaga tão forte? No segundo tempo, porém, o time inglês se lançou ao ataque sob o embalo dos cânticos “You’ll Never Walk Alone” e colheu os frutos da ousadia. Gerrard fez o primeiro dos ingleses, aos 54’. Smicer diminuiu, aos 56’. E Xabi Alonso, após rebote de pênalti defendido pelo brasileiro Dida, empatou, aos 61’. A partida ganhou ares épicos e, após uma prorrogação angustiante, os pênaltis selaram o título do Liverpool, que venceu por 3 a 2 e levantou a taça continental. A partida de Xabi Alonso naquele dia foi fundamental para o sucesso do Liverpool, que teve nele um porto seguro contra um time tão fantástico como aquele Milan. Após o jogo, Xabi Alonso não conteve a euforia: “É o maior momento da minha carreira”, disse o jogador. Mas a boa fase do craque estava apenas começando.
Mais taças, primeira Copa e vice na UCL
Em 2005-2006, Xabi Alonso jogou ainda mais graças ao retorno de sua boa forma física e ausência de lesões. Com alguns reforços extras, o Liverpool seguiu forte e brigando por mais taças. A primeira foi a Supercopa da UEFA, vencida diante do CSKA-RUS por 3 a 1. Os Reds levantaram também a Copa da Inglaterra, competição na qual Xabi Alonso ajudou o time a virar um duelo contra o Luton Town nas fases preliminares de 1 a 3 para 5 a 3, com dois gols do espanhol, ambos em chutaços de fora da área – um deles antes da linha do meio de campo! Na final, o craque jogou até metade do segundo tempo, quando acabou substituído por lesão. O Liverpool empatou no tempo regulamentar com o West Ham United por 3 a 3 e venceu nos pênaltis por 3 a 1, em jogaço de Steven Gerrard, autor de dois gols e que batizou aquele jogo de The Gerrard Final.
Ainda em 2006, Xabi Alonso foi convocado por Luis Aragonés para sua primeira Copa do Mundo, na Alemanha. O meio-campista começou com o pé-direito ao marcar o primeiro gol da Fúria naquele Mundial, logo aos 13’, na goleada de 4 a 0 da Espanha sobre a Ucrânia. Xabi Alonso disputou ainda o duelo contra a Tunísia (vitória por 3 a 1) e também o jogo contra a França, pelas oitavas de final, quando a Espanha acabou eliminada ao perder por 3 a 1. Xabi Alonso compôs o meio de campo da seleção ibérica ao lado de Xavi e Fàbregas, enquanto Villa, Torres e Raúl formavam o tridente de ataque.
Meses depois, Xabi Alonso seguiu absoluto no Liverpool e marcou outro golaço antes da linha do meio de campo nos 2 a 0 sobre o Newcastle, em Anfield, que foi descrito na época como “um dos mais audaciosos gols em mais de 115 anos de história de Anfield Road”. Como o último gol do craque havia sido aquele diante do Luton, ele foi talvez um dos poucos jogadores na história a marcar dois gols seguidos de antes do meio de campo no futebol! Veja abaixo:
Na temporada 2006-2007, o Liverpool fez outra grande campanha na Liga dos Campeões e chegou a mais uma final, disputada em Atenas (GRE) e novamente contra o Milan. Os ingleses queriam manter a “freguesia” do rival, mas naquela noite o vencedor foi o time italiano, que venceu por 2 a 1 e levantou sua sétima Velhinha Orelhuda. Ao término da temporada, o espanhol, apesar do vice, renovou seu contrato com o Liverpool e permaneceu mais um tempo em Anfield.
A primeira taça na Euro
Em 2008, Xabi Alonso integrou o elenco da Espanha que voltou a levantar um troféu de peso após 44 anos: a Eurocopa. O time de Aragonés liderou seu grupo com três vitórias em três jogos e, na fase final, eliminou Itália e Rússia até encontrar a temida Alemanha na final. Os espanhóis não se intimidaram e venceram por 1 a 0, gol de Torres, resultado que selou o título da Fúria e a primeira grande taça de Xabi Alonso pela seleção.
Ele disputou quatro jogos da campanha, sendo titular no duelo contra a Grécia, na fase de grupos, e entrando no decorrer de outras três partidas. Na época, o técnico Aragonés preferia um meio de campo com Marcos Senna, Xavi e Fàbregas mais centralizados e Iniesta e David Silva abertos, com Torres como centroavante. No primeiro amistoso após a conquista, Xabi Alonso marcou dois gols na vitória por 3 a 0 sobre a Dinamarca, em Copenhague, em uma prova de que ele queria ser titular absoluto na Copa do Mundo que vinha no horizonte.
Ida ao Real e Campeão do mundo
Na temporada 2008-2009, Xabi Alonso começou a ficar descontente com sua situação no Liverpool, ainda mais depois do clube inglês flertar com Gareth Barry para assumir o meio de campo. Embora tivesse imenso apoio da torcida, ele percebeu que era hora de partir, ainda mais por conta de algumas desavenças com o técnico Rafa Benítez. Sabendo disso, o Real Madrid foi rápido e conseguiu chegar a um acordo para recisão do contrato do espanhol e o pagamento da taxa de 30 milhões de libras. A ida de Alonso ao Real foi a realização de uma importante meta profissional do craque, mas uma notícia “devastadora” para Gerrard, grande companheiro de Alonso no Liverpool. O inglês admitiu depois que a saída de Alonso foi crucial para o péssimo desempenho do clube vermelho na temporada 2009-2010.
Na equipe merengue, Xabi Alonso vestiu a camisa 22 e disputou 41 jogos em sua primeira temporada pelo clube da capital espanhola. Ele foi um dos mais elogiados atletas da equipe e, mesmo sem troféus, demonstrou logo de cara que era um dos principais meio-campistas do mundo. E, claro, Xabi Alonso cravou seu lugar na equipe titular da Espanha que se classificou para a Copa do Mundo da África do Sul em 2010. Já comandada por Vicente del Bosque, a Fúria entrou como uma das favoritas e confirmou as expectativas após superar a fase de grupos e derrotar todos os seus adversários na etapa final: Portugal, Paraguai e Alemanha, até encontrar a Holanda na decisão.
Em um estádio Soccer City tomado por mais de 84 mil pessoas e vuvuzelas ensurdecedoras, a Espanha fez um jogo dramático contra a laranja e Xabi Alonso foi um dos personagens da decisão ao sofrer um verdadeiro “golpe de caratê” do holandês De Jong, que acertou o peito do espanhol e sequer foi expulso – ele levou um simples cartão amarelo. “Não o vi na televisão, mas é a entrada que mais me machucou na vida. O peito ainda dói”, comentou Xabi logo após o jogo. A partida ficou 0 a 0 no tempo normal e só foi decidida na prorrogação, quando Iniesta marcou o gol mais gritado da história do futebol espanhol. O 1 a 0 fez a Espanha campeã mundial pela primeira vez e deu a Xabi Alonso seu maior título da carreira. Anos depois, o craque relembrou a entrada sofrida por De Jong.
“Depois me dei conta que foi muito mais violenta do que pareceu no campo. Na hora pensei que havia quebrado alguma coisa porque sentia muito dor. Demorei uns dias para me recuperar. Só não deixou marcas porque foi muito frontal”. – Xabi Alonso, em entrevista ao UOL Esporte, 13 de junho de 2014.
Rei da Europa
Em 2012, Xabi Alonso foi um dos principais nomes da Espanha na trajetória vencedora na Eurocopa. No auge da forma e com um entrosamento perfeito com seus companheiros de seleção, o craque foi um virtuose no meio de campo, deu passes, iniciou ataques e marcou dois gols na vitória por 2 a 0 diante da França, nas quartas de final, justamente quando ele completou 100 jogos pela Fúria na carreira. Na final, contra a Itália, a Espanha aplicou uma sonora goleada de 4 a 0 e ficou com o bicampeonato consecutivo do torneio. Xabi Alonso foi eleito para o All-Star Team da Eurocopa e ainda para o time do FIFA FIFPro World XI de 2012.
Ainda naquele ano, o meio campista venceu o Campeonato Espanhol pelo Real Madrid, dando início a uma nova era do clube merengue, que aproveitou a queda de rendimento do rival Barcelona após a saída de Guardiola e trilhou o caminho para reconquistar a Europa, algo que não acontecia desde 2002. O craque foi mais uma vez fundamental no esquema tático do técnico Carlo Ancelotti e compôs um meio de campo muito criativo e dinâmico ao lado de Luka Modric e Di María. Nas semifinais da UCL de 2013-2014, o espanhol acabou levando um cartão amarelo na goleada de 4 a 0 sobre o Bayern e ficou fora da final. Porém, o Real Madrid venceu o Atlético de Madrid por 4 a 1 e celebrou a histórica La Décima. Foi a segunda Liga dos Campeões da carreira de Xabi Alonso, que foi eleito para o Time do Ano daquela UCL.
Ida ao Bayern e últimos anos
Em 2014, após o fiasco da Espanha na Copa do Mundo da FIFA no Brasil, Xabi Alonso decidiu se aposentar da seleção, assim como vários companheiros campeões do mundo em 2010. Como forma de buscar novos ares, o craque mudou também de time e foi jogar no Bayern München após o fim de seu contrato com o Real. Especialista em passes, o craque caiu perfeitamente no time comandado por Pep Guardiola e já em seus primeiros meses no clube atingiu a marca de 196 passes completados em um só jogo de Bundesliga, recorde na época.
Ele faturou três títulos da Bundesliga (2014-2015, 2015-2016 e 2016-2017), uma Copa da Alemanha e uma Supercopa da Alemanha, mas não conseguiu ajudar os bávaros a levantar a UCL, pois os alemães sofreram duras eliminações para Barcelona, Atlético de Madrid e Real Madrid no período. Em 2017, já campeão de praticamente tudo na carreira, Xabi Alonso decidiu anunciar sua aposentadoria do futebol, aos 36 anos, recebendo justas homenagens em Munique e no mundo do futebol.
Após pendurar as chuteiras, Xabi Alonso fez cursos para iniciar a carreira de treinador, algo que ele já pensava nos últimos anos como futebolista e foi encorajado inclusive por Pep Guardiola, que sempre elogiou o craque e dizia que ele “seria um grande treinador”. Após conseguir as licenças necessárias, Alonso treinou a equipe sub-14 do Real Madrid e também a Real Sociedad B até ser contratado pelo Bayer Leverkusen em 2022, pelo qual faturou já em 2023-2024 o título da Bundesliga com cinco rodadas de antecipação! Ele segue escrevendo uma bela história no clube alemão com um time que joga bonito, não desiste nunca e compete contra qualquer adversário. Características plenas que Xabi Alonso sempre ostentou em seus tempos como um craque imortal.
Números de destaque:
Disputou 124 jogos e marcou 10 gols pela Real Sociedad.
Disputou 210 jogos e marcou 19 gols pelo Liverpool.
Disputou 236 jogos e marcou 6 gols pelo Real Madrid.
Disputou 117 jogos e marcou 9 gols pelo Bayern München.
Disputou 114 jogos e marcou 16 gols pela seleção da Espanha.
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Parabens pelo texto guilherme acompanho o xabi alonso desde 2002 quando ele estava na sociedad.sem duvidas um dos maiores volantes da historia que com certeza entra no meio de campo da espanha classica junto com xavi,iniesta e luisito suarez e tambem do liverpool classico junto com souness,gerrard e dalglish.e como tecnico o trabalho ja vencedor no leverkusen parece ser apenas o inicio de tantas glorias por vir.