Data: 13 de junho de 2014
O que estava em jogo: três pontos e um passo adiante em busca da classificação para a segunda fase da Copa do Mundo da FIFA de 2014.
Local: Arena Fonte Nova, Salvador, Brasil.
Juiz: Nicola Rizzoli (ITA)
Público: 48.173 pessoas
Os Times:
Espanha: Casillas; Azpilicueta, Sergio Ramos, Piqué e Jordi Alba; Busquets e Xabi Alonso (Pedro); David Silva (Fàbregas), Xavi e Iniesta; Diego Costa (Fernando Torres). Técnico: Vicente Del Bosque.
Holanda: Cilessen; Janmaat, De Vrij (Veltman), Vlaar, Martins Indi e Blind; De Jong, De Gúzman (Wijnaldum) e Sneijder; Robben e Van Persie (Lens). Técnico: Louis van Gaal.
Placar: Espanha 1×5 Holanda (Gols: Xabi Alonso-ESP, pênalti, aos 27´, e Van Persie-HOL, aos 44´do 1º T. Robben-HOL, aos 8´, De Vrij-HOL, aos 20´, Van Persie-HOL, aos 27´e Robben-HOL, aos 35´do 2º T.)
“A revanche e o troco da Holanda, doce Holanda”
Por Guilherme Diniz
As vuvuzelas africanas ainda buzinavam nos ouvidos. O gol perdido por Robben cara a cara com Casillas ainda era lamentado. E o tento de Iniesta, já na prorrogação, ainda causava calafrios. Quatro anos se passaram e a fatídica final da Copa do Mundo de 2010 teimava em deixar nos holandeses um sabor amargo, terrível, daqueles de causar caretas. A derrota para a Espanha impediu a primeira estrela dourada no peito. Deixou em lágrimas Amsterdã, Roterdã, Haia, Groningen, Breda, Nijmegen, Utrecht e várias outras cidades do país. Muitos se perguntavam: como se recuperar depois do terceiro vice-campeonato mundial? Como ter autoestima e gana para fazer o caminho de volta e brilhar em uma nova Copa do Mundo? Oras, contra o mesmo algoz de quatro anos atrás! Quis o destino que o primeiro adversário da Seleção Holandesa no Mundial do Brasil em 2014 fosse exatamente a Espanha, campeã mundial, bicampeã consecutiva da Europa, time da moda e do Tiki-Taka.
Mas, ao contrário do que aconteceu em Johannesburgo, a Holanda não foi burocrática, rude ou viril. Ela fez questão de retomar seu passado de genialidade e ótimo futebol para exibir talento, velocidade, malícia e toques artísticos como nos bons tempos da Laranja Mecânica, nos anos 1970, do time campeão da Europa em 1988 e da bela geração da Copa de 1998. Van Persie, Robben e Sneijder, as estrelas de 2010, tiveram sua desforra em 2014. E que desforra! Um. Dois. Três. Quatro. Cinco. A um. Em Salvador, a Holanda aplicou a maior goleada em um atual campeão mundial na história das Copas.
E, dos cinco gols, fez três que também entraram para as páginas mais marcantes do maior torneio do planeta. Dois, de Robben, misturaram todas as qualidades possíveis para um atacante. E o outro, de Van Persie, foi simplesmente plástico, exuberante, único, daqueles que vemos, revemos, e vemos dezenas de vezes sempre se perguntando: como ele fez aquilo? Como pode um esporte proporcionar lances como aquele? Foi mágico. Como esteve mágica aquela irresistível Holanda. É hora de relembrar um dos maiores shows holandeses da história. E um dos maiores desastres da Espanha também.
Pré-jogo
Após a decisão da Copa de 2010, a Espanha entrou para o rol das grandes seleções do planeta e ganhou o respeito e a fama que tanto buscou ao longo das décadas. Nunca os jornais e revistas noticiaram tanto sobre os rojos, que confirmaram a boa fase em 2012, quando venceram a Eurocopa pela segunda vez consecutiva (terceira na história da equipe) com uma acachapante goleada de 4 a 0 sobre a Itália. O título colocou os espanhóis no mais alto patamar do futebol mundial e a classificação para a Copa de 2014 foi conseguida sem maiores problemas: oito jogos, seis vitórias, dois empates, 14 gols marcados e três gols sofridos, uma trajetória invicta que contou com as sempre ótimas atuações dos craques do título mundial como Xavi, Iniesta, Casillas e companhia.
Já a Holanda caiu no ostracismo e foi vista raras vezes no noticiário, ainda mais depois da pífia campanha na Euro de 2012, quando caiu ainda na primeira fase com três derrotas em três jogos. Sem a identidade do futebol ofensivo e bonito que sempre lhe foi característica, a equipe decidiu buscar novos ares ao trazer para o comando técnico Louis van Gaal, que assumiu a seleção no lugar de Bert van Marwijk para trazer novas caras ao elenco holandês. Com isso, o torcedor antes acostumado com os jogadores do Mundial da África passou a conhecer nomes como Vlaar, Lens, Clasie, Martins Indi, Janmaat, Cilessen, De Vrij, Blind, Wijnaldum e vários outros desconhecidos do grande público que sempre teve na ponta da língua Robben, Van Persie, De Jong, Sneijder, Stekelenburg, Heitinga, Huntelaar entre outros.
Nas Eliminatórias, a Holanda foi ainda mais dominante que a Espanha e venceu nove dos dez jogos que disputou, com apenas um empate. Foram 34 gols marcados e apenas cinco sofridos, uma campanha fantástica que carimbou o passaporte do jovem time holandês para o Mundial do Brasil. Foi então que o sorteio das chaves aprontou uma pirraça com o time laranja: a Espanha, algoz de 2010, foi sorteada para o mesmo grupo onde estava a Holanda. Logo de cara, na estreia do Mundial, o selecionado de Van Gaal teria pela frente a detentora do título e vedete do futebol mundial nos últimos seis anos.
Embora o confronto sugerisse equilíbrio, muitos apostavam na Espanha pela força do conjunto, pelo entrosamento e, acima de tudo, pela experiência. Mas essa tal experiência também revelava um acréscimo de quatro anos nas idades dos titulares, em sua maioria remanescentes do título de 2010. Será que o fôlego dos espanhóis iria aguentar o calor de Salvador e a juventude holandesa? Talvez sim, talvez não.
Primeiro tempo – Do filme repetido ao empate artístico
Quando entraram no gramado da Arena Fonte Nova, Espanha e Holanda eram bem diferentes da final de quatro anos atrás. A Espanha, vestindo uniforme todo branco, não tinha mais o artilheiro Villa entre os titulares nem o cabeludo Puyol ao lado de Piqué, que tinha Sergio Ramos como companheiro de zaga. O meio de campo ainda era praticamente o mesmo, com Busquets, Xavi, Iniesta e Silva. No ataque, a esperança de gols era Diego Costa, brasileiro que optou pelas cores da Espanha e, por isso, seria azucrinado pelo público local toda vez que recebesse uma bola. A Holanda, com uma maravilhosa vestimenta azul com toques laranjas, tinha apenas De Jong e o trio de estrelas Sneijder, Robben e Van Persie como remanescentes da finalíssima de Johannesburgo ao lado de jovens que buscavam um lugar entre os grandes atletas da seleção.
Quando a bola rolou, a Espanha tentou desde o começo ter a bola em seus pés como sempre teve, mas percebeu que a Holanda encurtava os espaços no meio de campo e marcava de maneira forte e sem amolecer. Mais do que isso, a equipe laranja, ou melhor, azul, postava três zagueiros bem abertos à frente de Cilessen e colocava mais dois jogadores nas laterais, o que dificultava a ação espanhola pelos lados. Com isso, o time rojo, ou melhor, blanco, tentava lançamentos em profundidade em direção ao atacante Diego Costa, mas sem maiores perigos ao goleiro holandês.
Aos sete minutos, a Holanda ofereceu seu primeiro cartão de visitas quando Robben deu um passe perfeito para Sneijder, que podia encobrir o goleiro Casillas, mas chutou em cima do camisa 1 espanhol, desperdiçando uma enorme chance. Foi um alerta para a Espanha, que parou de lançar bolas altas para Costa e controlou as ações do jogo. Aos 27´, Xavi teve seu primeiro lampejo de maestro quando dominou na intermediária e fez um passe no tempo exato e preciso para que o zagueiro holandês não alcançasse a bola e ela fosse ao encontro de Diego Costa, que dominou, cortou para o pé direito, mas deixou o pé esquerdo quase que de propósito para De Vrij tocá-lo. Costa foi para o chão e o árbitro marcou pênalti. Na cobrança, Xabi Alonso bateu rasteiro e no canto, Cilessen até acertou, mas não conseguiu evitar o primeiro gol: 1 a 0. A Espanha repetia o filme de 2010 e abria o placar. Será que o antigo fantasma iria atormentar a Holanda novamente? Será que a Espanha iria encurralar o jovem time holandês e construir mais e mais gols?
O jogo seguiu e a Holanda não encontrava espaços para tentar o empate. Para piorar, seu ataque teimava em ficar em posição de impedimento – foram três seguidos. Mas aquilo era o caminho. Se alguém conseguisse partir alguns segundos depois que um defensor ou um jogador da Espanha desse moleza, seria possível ficar cara a cara com Casillas. Aos 43´, as esperanças da Holanda quase ruíram quando Iniesta, o carrasco, conduziu a bola com sua natural habilidade pelo meio de campo e encontrou David Silva pela esquerda. Com um corredor à sua frente, Iniesta lançou precisamente o companheiro, mas Silva foi precioso demais e, ao tentar encobrir o goleiro, viu o camisa 1 defender. Aquela era a bola do jogo. Se tivesse feito 2 a 0, a Holanda dificilmente iria reverter o placar. E o erro seria duramente penalizado.
Um minuto depois, Blind, pela esquerda, recebeu e olhou para a entrada da área. Ele viu Van Persie. O camisa 9 olhou para o defensor e desejou a bola como nunca ao perceber que Casillas estava na entrada de sua pequena área. Blind entendeu a situação e, como tanto fez Frank de Boer, fez um lançamento espetacular e na medida exata para Van Persie. O atacante ganhou na corrida, não ficou impedido, e tinha várias opções: dominar no peito e chutar, arriscar um chute de primeira ou tentar um toque por cobertura.
Mas ele descartou todas as alternativas. Van Persie preferiu um toque de cabeça. Mas não um toque de cabeça qualquer. Ele voou lindamente, artisticamente e maravilhosamente ao encontro da bola, que foi tocada pelo holandês com a aura da antologia. Casillas não teve coragem (nem condições) de estragar aquele lance espetacular. A bola foi cuidadosamente colocada no fundo do gol como quem o faz com as mãos. Golaço na Fonte Nova!
Até quem torcia pela Espanha deixou escapar um “ohh”, um “que golazo”. E como foi. Van Persie correu para o banco de reservas em êxtase, com o sorriso a saltar pela boca, e cumprimentou o técnico Van Gaal e o banco. Era possível a virada! Ainda mais depois daquele gol, que foi não apenas um gol. Foi um dos gols mais bonitos da história das Copas e (por que não?) do futebol mundial em todos os tempos, além de ter sido um dos mais belos gols de cabeça que um jogador já conseguiu fazer. Marcar àquela altura do jogo foi um divisor de águas. A Holanda foi para os vestiários animada, elétrica e contando os minutos para o recomeço da partida. Já a Espanha tinha visto um possível gol da vitória de Silva se transformar em erro crasso. Haveria fortes emoções nos 45 minutos finais…
Segundo tempo – Antologia holandesa
Em profundo transe pela obra de arte de Van Persie, a Holanda entrou na segunda etapa disposta a pagar tributo pelo golaço que seu capitão havia marcado. E pela revanche. Mais rápidos, vorazes e criativos do que os espanhóis, os azuis não sentiam a chuva forte que temperava o gramado da Fonte Nova e complicavam ainda mais a vida da Espanha com desarmes, apetite pela bola e muita disposição. Aos oito minutos, eis que um personagem de 2010 teve seu momento de desforra: Robben. Sneijder girou na faixa central e abriu para Blind, na lateral-esquerda.
O camisa 5 mais uma vez incorporou os mais sublimes lançadores do futebol e deu de presente para Robben, o mesmo que em 2010 perdeu a mais clara chance de gol da Holanda na decisão contra a Espanha. Mas, naquele dia em Salvador, o carequinha mostrou aos que o questionaram do que ele era capaz. O camisa 11 dominou com a perna esquerda perfeitamente, limpou Piqué com uma facilidade tremenda e chutou forte, com raiva, para virar o placar: 2 a 1. Golaço!
A Espanha sentiu o golpe. E a Holanda queria aplicar mais e mais golpes. Aos 15´, o time azul roubou mais uma bola e iniciou um contra-ataque com Janmaat, que deixou com Sneijder e saiu em disparada em direção ao ataque. Enquanto isso, Sneijder tocou para Robben e este partiu em velocidade. Na entrada da área, o camisa 11 tocou para Janmaat, que ajeitou bonito para Van Persie chutar forte de perna direita. A bola acertou o travessão de Casillas e foi para fora. Que lance! E como jogava a Holanda. Cinco minutos depois, Sneijder teve uma cobrança de falta perigosa para a área espanhola bem ao estilo das que tanto ele bateu em 2010. O camisa 10 mandou para a área, Casillas saiu mal, se chocou com Van Persie e pediu falta, mas foi ignorado pelo árbitro. O zagueiro De Vrij aproveitou a sobra e fez o terceiro gol. Só dava Holanda! E agonizava a Espanha.
Precisando reverter a situação, o técnico Del Bosque tinha a esperança de que Pedro e Fernando Torres, que entraram pouco antes do terceiro gol holandês, pudessem contribuir de alguma maneira. Mas aquela Espanha estava enlouquecida. Acostumada a dominar os adversários e estar sempre à frente do placar, ela se via em uma situação desconfortável ao extremo. O peso de reagir e a falta de fôlego já se mostravam os pontos fracos de um time que esboçava seus últimos momentos como protagonista. Logo após o gol, a Holanda ainda tentou o quarto gol, mas Casillas salvou com o pé um chute de Van Persie. Aos 27´, Janmaat cobrou lateral, a zaga espanhola conseguiu recuperar a bola e a redonda foi recuada para Casillas.
Num claro exemplo de falta de sincronismo entre goleiro e defensor, o camisa 1 dominou pessimamente e praticamente deu um passe para Van Persie, que ganhou na dividida e empurrou a bola para o gol vazio: 4 a 1. Virava goleada! E um desastre para a Espanha e para seu goleiro, que cometia um erro bisonho num momento crucial do jogo. Derrotada, a Espanha não acreditava no que via e clamava pelo final do jogo. Já a Holanda queria mais. Estava insaciável. E longe de estar contente com “apenas” quatro gols.
Na sequência, Sergio Ramos ainda tentou descontar cobrando falta, mas a bola passou longe do gol de Cilessen. Precisando de gols, a Espanha oferecia espaços e se lançava ao ataque desordenadamente. Com Wijnaldum no meio de campo ao lado de De Jong, o time holandês ganhava ainda mais força na marcação e mais velocidade no ataque após a entrada de Lens no lugar do capitão Van Persie, aplaudidíssimo pelos torcedores. Aos 35´, a Holanda decidiu coroar sua atuação de gala com mais um gol para a antologia das Copas – e um exemplo de contra-ataque para qualquer equipe do mundo. Após mais uma roubada de bola no campo de defesa (foram 43 bolas recuperadas na partida da Holanda contra 30 da Espanha), Sneijder recebeu e fez um lançamento forte e em profundidade em direção ao ataque.
Quando a bola se mandou para a defesa espanhola, o camisa 10 deve ter pensado “caramba, chutei muito forte, o Robben não vai alcançar…”. O pensamento do meia foi o mesmo do zagueiro Sergio Ramos, que foi em direção à bola. Mas Robben, um dos jogadores mais rápidos que o futebol já viu, não pensou assim. Atrás de Ramos e vendo a bola se perder, o camisa 11 iniciou uma corrida impressionante que chegou à marca de 37 km/h, feito que o fez quebrar o recorde de velocidade de um jogador em um jogo oficial de futebol segundo a FIFA (a marca anterior pertencia ao inglês Theo Walcott, com 35,7 km/h).
Robben venceu Ramos na corrida (o espanhol chegou a “apenas” 30, 6 km/h), dominou a bola, “freou” bruscamente a ponto de deixar Casillas no chão e Ramos atordoado, foi para o meio da área para que todo o mundo pudesse ver com clareza o que ele tinha acabado de fazer, e chutou mais uma vez forte para o gol: 5 a 1. E mais um golaço, o terceiro do jogo! Na comemoração, Robben ainda correu de um lado para o outro como estivesse se aquecendo para dar mais uma disparada! Era um espetáculo. Um show. E uma goleada histórica. Nunca um campeão mundial tinha levado tantos gols logo na Copa seguinte à sua conquista. E há tempos que a Holanda não destroçava um oponente como naquele dia.
Nos minutos seguintes, a Holanda ainda teve duas chances para marcar o sexto gol, mas Casillas fez duas defesas sensacionais. Fernando Torres também teve uma chance para descontar, mas a zaga holandesa não permitiu um grito de gol do atacante espanhol. Quando o árbitro Nicola Rizzoli apitou o final do jogo, estava sacramentado o histórico vareio holandês para cima da Espanha. O resultado surpreendente foi um prêmio ao time que mais esbanjou pontaria na partida (foram 13 finalizações, sendo 11 em direção ao gol, contra nove da Espanha, que acertou seis em direção ao gol), que mais recuperou bolas (43 a 30) e que mais desarmou (4 a 1).
A vitória holandesa lavou a alma de sua torcida e fez com que seus amantes retomassem o orgulho pelo futebol do país e a esperança de um futuro promissor no torneio. Mais do que isso, significou a desforra e o troco da dolorida derrota de 2010. A goleada não valeu título, mas significou muito: foi o jogo com a maior quantidade de golaços na Copa e uma das partidas mais comentadas e elogiadas do Mundial. Um duelo que já está para sempre guardado na memória de quem viu ou esteve presente ao espetáculo de uma Holanda artística, devastadora e sem piedade alguma de sua rival.
Pós-jogo: o que aconteceu depois?
Espanha: levar uma surra logo na estreia de uma Copa do Mundo acabou com as forças espanholas. O revés foi considerado pela imprensa do país como o pior de toda a história da seleção, além de ter sido a primeira derrota por cinco gols da Fúria desde o revés para a Escócia num mesmo dia 13 de junho, só que em 1963. Na partida seguinte, contra o Chile, os espanhóis visitaram o Maracanã e perderam para o Chile por 2 a 0, resultado que eliminou já na segunda rodada a campeã mundial. Na última partida, vitória por 3 a 0 sobre a Austrália e volta para casa mais cedo do que planejado, com direito a raio no avião e tudo mais. Era hora de recomeçar, de passar longe do Brasil por muito tempo e de excluir a laranja do cardápio…
Holanda: os bons fluídos do triunfo sobre a Espanha embalaram a Holanda para uma ótima campanha na Copa. Nos jogos seguintes, o time venceu a Austrália por 3 a 2 e bateu o Chile por 2 a 0, garantindo o primeiro lugar do grupo. Nas oitavas, vitória suada sobre o México por 2 a 1. Nas quartas, empate sem gols e vitória nos pênaltis sobre a retranca costa-riquenha. Já na semifinal, faltou a pontaria da estreia e a Argentina saiu vencedora também nos pênaltis, após empate em 0 a 0 nos 120 minutos de jogo. na disputa pelo terceiro lugar, a Holanda fez questão de garantir o bronze e presentear aquele time jovem e eficiente que tão longe chegou. Contra o anfitrião Brasil, os europeus fizeram fáceis 3 a 0 e alcançaram o pódio da Copa, que foi muito comemorado, mas não tanto quanto o baile apoteótico do dia 13 de junho de 2014.
O trabalho Imortais do Futebol – textos do blog de Imortais do Futebol foi licenciado com uma Licença Creative Commons – Atribuição – NãoComercial – SemDerivados 3.0 Não Adaptada.
Com base no trabalho disponível em imortaisdofutebol.com.
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Meu Deus lendo essas histórias aqui no blog, eu só me lembro que essa Copa foi muito boa. Saudades
“pode-se esperar muita coisa deles no Mundial de 2018…”
– Inclusive uma não classificação para o mesmo.
Descobri este blog algumas semanas atrás, só digo que tem sido fantástico relembrar algumas historias e conhecer muitas outras.
Verdade, Caio. Uma pena que a equipe não tenha mantido o bom futebol.
Obrigado pelos elogios! Tem muita história aqui no Imortais! Boa viagem no tempo! 😀
A Holanda . Sempre com bons atacantes , mas perdendo como sempre . Enigma difícil de decifrar .
Parabéns, Guilherme mais uma vez.
Sou fanático na Seleção Holandesa,foi muito lindo ver Sneidjer, Van Persie ,Arjen Robben e cia, atropelar a toda poderosa Espanha.Que golaço de Robin Van Persie de peixinho e por cobertura e Robben que fez Casilhas “comer grama” fiquei louco!Desde 2008 a Laranja vem tendo grandes momentos no futebol:como a sensacional Holanda de 2008 com Marco Van Basten de técnico que fora um trator na Euro daquele ano, que infelizmente caiu diante da Rússia de Guus Hiddink e do desconhecido Arshavin, assim como a Holanda de Bert Van Marvik, que fora vice-campeã do mundo em 2010.Todas as publicações que fala do futebol holandês e de craques holandeses estou sempre atento, achei magníficos os textos que fala sobre Van Basten,Frank de Boer e Dennis Bergkamp. O meu amor pela Holanda é maior do que três vice-campeonatos mundiais, pelo seu legado,a sua história,suas grandes contribuições ,em forma de alegria, que dera aos adeptos do futebol arte, como eu.
ola guilerme gostaria de saber se vc vai por está fabulosa holanda nas seleções imortais ja que foi a primeira vez que a seleção holandesa terminou uma copa invicta abraço cara otimo trabalho como sempre
Olá Marcos! Vou esperar o desempenho dela na Euro e na próxima Copa. Tenho certeza que esse time vai conseguir algo muito grandioso para o futebol holandês. Abs!
claro esse time pode chegar cada vez mais longe
Estive neste jogo. Aliás, nas 6 partidas da Copa de 2014 realizados na Fonte Nova. Fui pela primeira vez a um jogo de Copa do Mundo. E fui premiado. O primeiro tempo foi comum. Em vários momentos, sonolento. No fim o gol espetacular de empate de van Persie. O gol de cabeça mais bonito que já vi. De cabeça, de peixinho, de cobertura, de técnica e de inteligência. É como se botasse fogo num jogo frio. O incrível é que o intervalo poderia interromper uma possível mudança de ritmo holandesa. Mas não. O segundo tempo foi espetacular…por parte da Holanda. Enquanto a Espanha jogava no mesmo ritmo do que jogou grande parte da última Eurocopa, a Holanda veio diferente. E diferente demais porque não foi só uma mudança de ritmo, de atitude. Foi uma explosão técnica, física e também contou com alterações táticas precisas de van Gaal. O terceiro zagueiro à direita, De Vrij, virou zagueiro próximo à linha lateral para marcar Iniesta e liberou mais Janmaat para apoiar. O melhor espanhol do jogo ficou sem saída e a Holanda pôde se preocupar mais com o ataque. Ou melhor, contra-ataques. A Espanha não conseguia criar, a Holanda roubava a bola e no toque rápido e preciso iniciava os contragolpes em alta velocidade e várias vezes caia nos pés de um dos jogadores mais velozes do mundo. O último gol foi emblemático. Robben foi lançado em altíssima velocidade por Sneijder. O detalhe importante é que Robben estava muito mais distante da bola do que Sergio Ramos. A velocidade foi tão espantosa que o holandês chegou na frente de Sergio Ramos, partiu com a bola ainda em velocidade impressionante e “brecou” de vez na frente de Casillas (que caiu sentado) e de Sergio Ramos que ainda o acompanhava, tirou do goleiro espanhol e mandou a “bomba”. Não dava pra acreditar. Era uma goleada holandesa. Era um time apático no primeiro tempo e outro eletrizante, veloz e mortal, no segundo. Outro fato interessante é que o jogo já estava quase no fim e resolvido (4 x 1) e mesmo assim Robben correu tanto para chegar na bola. Não se preservou para o próximo jogo. Aliás, ele nunca se preservou naquela Copa. Tanto que mesmo sem a Holanda sequer tenha chegado à final, na minha opinião ele foi sem dúvida o melhor jogador do Mundial. O jogador que mais incomodou os zagueiros adversários.
Tenho um imenso orgulho de ter visto esse jogo.Não basta apenas tocar infinitamente a bola,tem q marcar,tem q ser objetivo.E a Holanda ensinou bem a Espanha isso.