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Jogos Eternos – Palmeiras 5×1 Grêmio 1995

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Data: 02 de agosto de 1995

O que estava em jogo: uma vaga na semifinal da Copa Libertadores da América de 1995

Local: Estádio Palestra Itália, São Paulo (SP), Brasil

Juiz: Antônio Pereira da Silva (BRA)

Público: 7.615 pessoas

Os Times:

Sociedade Esportiva Palmeiras: Sérgio; Índio, Antônio Carlos, Cléber e Wagner; Amaral (Magrão), Mancuso, Cafu e Paulo Isidoro; Alex Alves (Maurílio) e Müller. Técnico: Carlos Alberto Silva.

Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense: Murilo; Arce, Rivarola, Scheidt e Roger; Adílson, Luís Carlos Goiano, Arílson (André Vieira) e Carlos Miguel; Paulo Nunes (Vágner Mancini) e Jardel (Nildo). Técnico: Luiz Felipe Scolari.

Placar: Palmeiras 5×1 Grêmio (Gols: Jardel-GRE, aos 8´, Cafu-PAL, aos 29´, e Amaral-PAL, aos 39´do 1º T; Paulo Isidoro-PAL, aos 13´, Mancuso-PAL, pênalti, aos 24´e Cafu-PAL, aos 39´do 2º T).

 

“A um gol do milagre”

Por Guilherme Diniz

Qual foi a maior virada que você já viu no futebol? Foi do seu time ou de um rival? Foi no futebol nacional ou internacional? Foi em Copas ou em uma decisão continental? Talvez alguns dos jogos que apareceram em sua mente estejam aqui no Imortais, nesta seção “Jogos Eternos”.  Mas é certo que uma das partidas mais emblemáticas de todos os tempos aconteceu na noite do dia 02 de agosto de 1995, em São Paulo (BRA), quando dois dos maiores times do futebol brasileiro e que viviam fases de ouro protagonizaram um embate histórico e que refletiu as qualidades e talentos de uma era de ouro de Palmeiras e Grêmio. Naquela ocasião, o triunfo do time alviverde por pouco, mas muito pouco, não entrou para o rol de maiores façanhas de toda a história do futebol mundial. Após perder o duelo de ida das quartas de final da Copa Libertadores para o copeiro Grêmio por inapeláveis 5 a 0, em Porto Alegre, o Palmeiras precisava de pelo menos cinco gols de diferença para levar o jogo para os pênaltis ou de seis para se classificar no tempo normal.

Ninguém, nem o mais fanático torcedor, acreditava que seu time repleto de desfalques iria reverter uma desvantagem tão absurda. O reflexo foi no público: pouco mais de sete mil pessoas. Quando a bola rolou, antes mesmo dos dez minutos, Jardel deixou o Grêmio em vantagem e ampliou o placar agregado dos sulistas para 6 a 0. Palmeiras eliminado? Com certeza, dizia a maioria. Mas os alviverdes começaram a partir daquele instante a busca pelo improvável. Um, dois gols no primeiro tempo. Um, dois, três gols no segundo tempo. 5 a 1 no placar! E faltavam mais alguns minutos! Um gol, só um gol, separava o Palmeiras da disputa de pênaltis e de uma façanha impressionante.

Mas aí o reloginho não quis saber e tratou de andar depressa, comendo os minutos como se fossem segundos. Ao apito do árbitro, o Grêmio, que nunca suou tanto frio em sua história, respirou aliviado a brisa da classificação. E o Palmeiras, que nunca suou por tanta garra e entrega em sua história, lamentou. Mas, nas arquibancadas, a torcida que sempre cantou e vibrou pelo alviverde imponente cantou, berrou e festejou a belíssima partida de futebol que tinha acabado de presenciar. É hora de relembrar um dos mais emblemáticos jogos da história da Libertadores.

 

Pré-jogo

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Entre 1993 e 1994, o Palmeiras encerrou de vez um jejum angustiante e conquistou títulos históricos que fizeram sua torcida enlouquecer e aprender a admirar os mais valiosos e endiabrados craques. Graças a uma vertiginosa parceria, o clube teve dinheiro para trazer nomes como Edmundo, Rivaldo, Roberto Carlos, Edílson entre outros para faturar dois Campeonatos Brasileiros, dois Campeonatos Paulistas e um Torneio Rio-SP, além de aplicar verdadeiros bailes no rival Corinthians. Com o status de “time da moda” na época, o Verdão se reforçou para a temporada de 1995 e trouxe os ex-são-paulinos Cafu e Müller, atletas que a torcida do Palmeiras esperava ver brilhar tanto como no rival tricolor.

Na Libertadores daquele ano como campeão brasileiro, o time foi líder na fase de grupos com 13 pontos após quatro vitórias, um empate e uma derrota em seis jogos, e passou pelo Bolívar-BOL, nas oitavas, com vitória por 3 a 1 no placar agregado. O curioso é que na primeira fase os alviverdes enfrentaram o Grêmio, mesmo rival nas oitavas de final da Copa do Brasil daquele ano, ocasião na qual os tricolores avançaram graças ao critério de gols fora após empate em 1 a 1 (no sul) e 2 a 2 (em SP). Na fase de grupos da Liberta, os paulistas venceram o jogo em SP por 3 a 2 e empataram sem gols no Olímpico.

Já os gaúchos vinham com a credencial do título da Copa do Brasil de 1994 e esbanjavam um elenco cheio de garra, força competitiva e muito bem treinado por Luiz Felipe Scolari, que havia despontado para o país no Criciúma e mostrava enorme talento para formar equipes “copeiras”, aquelas que sempre vão bem em torneios de tiro curto e eliminatórios como as copas. Com um sistema defensivo seguro e entrosado (Arce, Rivarola, Adílson e Roger) e um ataque perigosíssimo com Carlos Miguel, Paulo Nunes e Jardel, os gremistas ficaram em segundo lugar na fase de grupos, atrás do próprio Palmeiras, com três vitórias, dois empates e uma derrota em seis jogos, e eliminaram o Olimpia-PAR nas oitavas após duas vitórias (3 a 0 e 2 a 0).

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Após as classificações de ambas as equipes, a tabela da competição sul-americana colocou mais uma vez os brasileiros em confronto, agora nas quartas de final.  O primeiro jogo, no Olímpico, foi cercado de expectativa pelo fato de as duas equipes serem bem parecidas na maneira de jogar e por serem competitivas ao extremo. Mas, em campo, o que se viu foi uma apoteose gremista e um show particular de Jardel. Jogando com o apoio de sua fanática torcida, o Grêmio fez um jogo digno de Libertadores, enervou o rival, que teve Rivaldo e Válber expulsos, e goleou por 5 a 0, com três gols de Jardel. Mais do que a vitória, o feito marcante dos gaúchos era digno de imortalidade pelo fato de o Palmeiras ter atletas do mais alto nível como Cafu, Antônio Carlos, Roberto Carlos, Flavio Conceição, Müller e Rivaldo, uma verdadeira “seleção” vestida de verde e branco.

Jardel nos ares: terror palmeirense no primeiro jogo.
Jardel nos ares: terror palmeirense no primeiro jogo.

 

Para a partida seguinte, em São Paulo, era quase uma unanimidade que o Grêmio já estava classificado não só pela diferença gritante de gols, mas também pelos desfalques que o Palmeiras teria. Rivaldo e Válber, expulsos, estavam suspensos. Roberto Carlos, que sofreu uma contusão em um jogo contra o Corinthians, dias antes, também era baixa. Já o Grêmio só teria a ausência do goleiro Danrlei, também suspenso por agredir um palmeirense no primeiro jogo. Com tantos problemas, o técnico palmeirense Carlos Alberto Silva teve que fazer o possível e o impossível para escalar um time capaz do milagre dos seis gols.

Na defesa, Vágner foi para a lateral-esquerda e Índio para a direita, para que Cafu atuasse mais avançado na meia-direita. Amaral e Mancuso seriam os volantes e Paulo Isidoro teria a tarefa de ajudar o ataque pela esquerda. Por causa da imensa desvantagem de seu time, a torcida palmeirense não foi tão entusiasmada para o jogo e pouco mais de sete mil ingressos foram vendidos. Mas aqueles confiantes palmeirenses seriam presenteados com um jogo para guardar na memória.

 

Primeiro tempo – Como igualar (ou reverter) um 6 a 0?

Cafu: além de lateral-direito, jogador podia jogar na meia-direita. E foi nessa posição que ele brilhou naquela partida.
Cafu: além de lateral-direito, jogador podia jogar na meia-direita. E foi nessa posição que ele brilhou naquela partida.

 

Desfigurado, mas disposto a jogar pela honra, o Palmeiras entrou em campo com sua vestimenta tradicional da época (camisas listradas em verde e branco e calção branco), enquanto o Grêmio optou por uma combinação que remetia à guerreira Seleção Uruguaia, com camisa em azul-celeste e calção preto. Para tentar o impossível, o Palmeiras armou um “terreno de guerra” com oito gandulas para apressar a reposição de bola, sendo três atrás do gol do grêmio, dois em cada lateral e um “coringa”. Além disso, os jovens acompanhavam os lances de perto para evitar qualquer atraso de bola ao jogo. No gol do goleiro Murilo (que iria jogar com um machucado na mão esquerda), até um dinossauro verde de brinquedo foi colocado sobre a linha do gol para “amedrontar” o guarda-metas tricolor. Quando a bola rolou, o time paulista mostrou enorme catimba e entrava em todas as bolas de maneira ríspida e sem dó.

Nos primeiros sete minutos, foram cinco faltas palmeirenses e chegadas cheias de raça que entusiasmavam a torcida. Mas, em uma dessas infrações, a árdua tarefa alviverde ganhou contornos de filme de terror. Aos 8´, após cobrança de falta na área, Jardel, o carrasco do primeiro jogo, mostrou seu natural talento nas bolas aéreas e fez 1 a 0 para o Grêmio. Acanhados no canto do Palestra Itália, os torcedores gremistas festejaram mais um gol no placar agregado e já aguardavam as próximas etapas da Libertadores, afinal, a classificação estava garantida.

Fosse outro time, o gol gremista seria a gota d´agua para tocar a bola de pé em pé e fazer o básico para ou vencer por um placar simbólico ou não tomar mais. No entanto, aquele era o Palmeiras, que tanto dava alegrias ao seu torcedor e tanto abusava de disputar jogos memoráveis. Mesmo após o desespero dos primeiros minutos pós-gol, com o técnico Carlos Alberto Silva berrando sem parar e corrigindo os erros de posicionamento de seus comandados, o Palmeiras se encaixou na partida e encurralou o Grêmio, que começou a jogar no erro do adversário e também fazer faltas quando necessário.  Tentando de todas as maneiras, o Verdão chegou ao primeiro gol aos 29´, quando Cafu aproveitou um passe de Alex Alves e marcou seu primeiro gol com a camisa do Palmeiras. A vibração aconteceu no Palestra Itália, mas foi tímida. Ainda restavam cinco gols para levar o jogo para os pênaltis.

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Com o controle das ações e dominando o meio de campo, o Palmeiras nem parecia estar com desfalques e jogava muito mais do que o Grêmio, que se acuava. O jogo seguia pegado, cheio de faltas e com muitos desarmes de ambos os lados. Foi então que dez minutos após seu primeiro gol, o Palmeiras fez o segundo. Alex Alves, pela direita, recebeu e cortou Roger com uma linda finta. O atacante olhou para a área e tocou com precisão cirúrgica para o elemento surpresa Amaral, que dominou e chutou para fazer seu primeiro gol como profissional de futebol: 2 a 1. Se até o nada prolífico volante tinha feito gol, o torcedor alviverde já podia acreditar em um milagre ainda maior!

As arquibancadas pediam mais um, os palmeirenses buscavam um espaço diante do bloco celeste e continuavam a entrar com toda a força do mundo nas divididas, como bem souberam Jardel, Arílson e Paulo Nunes. Sem conseguir furar o bloqueio rival, o Palmeiras terminou o primeiro tempo com apenas dois gols no placar e ainda viu Mancuso se desentender com Paulo Nunes e quase ser expulso. Era preciso cinco gols para a classificação no tempo normal ou quatro para levar o duelo para os pênaltis. Vida mansa era a do Grêmio. Necessidade de milagre clamava o Palmeiras.

 

Segundo tempo – A falta que fez um gol…

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Enervados pelo clima e em busca de uma façanha que seria simplesmente impressionante, o Palmeiras seguiu o ritmo acelerado e cheio de garra da primeira etapa e continuou a dilacerar o Grêmio com investidas ofensivas e nas pernas dos tricolores, que sentiram várias e várias vezes o excesso de vontade dos alviverdes – em uma dessas chegadas, Arílson foi atingido por Antônio Carlos e teve que ser atendido fora de campo. Mas, aos 13´, o time alviverde mostrou que não era apenas força bruta e velocidade. Era talento também. Paulo Isidoro, no meio, tocou para Alex Alves e este se mandou para o ataque, passou por Arce, foi levando e viu a chegada do mesmo Isidoro. Alves tocou e o meia chutou no canto oposto do goleiro: 3 a 1. Faltavam três gols!

A pequena torcida pulava cada vez mais e via seu time esbanjar uma força de vontade fascinante mesmo com uma desvantagem enorme e contra um adversário duríssimo. O Grêmio era todo defesa e deixava apenas Jardel isolado na frente à espera de um contra-ataque, que não acontecia por causa da pressão palmeirense e a constante busca pela bola e pelo gol. Aos 24´, o zagueiro Antônio Carlos se arriscou no ataque, invadiu a área e foi derrubado: pênalti! Mancuso bateu bem e fez o quarto gol. Faltavam dois gols!

Os times em campo: mesmo cheio de desfalques, o Palmeiras goleou o Grêmio com muita intensidade ofensiva e lampejos de talento de seus jogadores.
Os times em campo: mesmo cheio de desfalques, o Palmeiras goleou o Grêmio com muita intensidade ofensiva e lampejos de talento de seus jogadores.

 

A emoção tomava conta do Palestra Itália. Os jogadores alviverdes acreditavam cada vez mais na vitória pelos cinco gols de diferença necessária para a disputa de pênaltis e os gremistas suavam frio. Eles temiam pelo pior. Felipão olhava para o campo e via um rival entorpecido pela garra, pelo espírito de Libertadores que ele mesmo aplicara em seu Grêmio no duelo de ida. Mas o relógio era cruel. Trinta minutos, trinta e um e nada de gol palmeirense. Até que aos 39´, o time alviverde embelezou mais uma vez a noite com um gol digno de placa. A jogada começou no meio, com Cafu, que fez uma bela inversão para a direita e deixou com Índio. Enquanto o lateral pensava o que fazer, Cafu se mandava para a área como opção de ataque. Índio cruzou para a área, Magrão ajeitou perfeitamente e Cafu, dentro da área, chutou de primeira por entre as pernas de Murilo, fazendo o incrível quinto gol: 5 a 1. Golaço! Explosão no Palestra Itália! Por mais incrível que pudesse parecer, restava apenas um golzinho para levar o jogo às disputas de pênaltis!

Os milhares de palmeirenses que deram de ombros para aquele duelo e o viam pela TV, se arrependiam profundamente. Já os que gritavam nas arquibancadas do estádio não desgrudavam os olhos do campo. O relógio já marcava 40 minutos e o Grêmio suava frio cada vez mais. Uma vaga certa estava por um triz por falta de atenção e incapacidade de frear um Palmeiras mortífero. Os paulistas tocavam, pensavam, mas parecia que brotavam tricolores do chão e o gol ficava menor. O Grêmio buscava pernas para controlar o jogo e tentar manter a bola no ataque, enquanto o Palmeiras perseguia a bola no ritmo do “olêêêê, porco!” de sua inflamada torcida. Até o goleiro Sérgio virava líbero para tentar algo. Os gandulas cercavam as laterais como jogadores extras só esperando a bola passar o milímetro necessário para já municiar um palmeirense em prol da bola rolando. Os técnicos eram angustia pura, Felipão mostrava o relógio e Carlos Alberto Silva só faltava entrar em campo para mandar seu time ao ataque. Na última chance, Mancuso chutou de fora da área e viu a bola passar por cima do gol de Murilo.

Pouco depois dos 45´, o árbitro decidiu encerrar de vez um jogo emocionante e épico que teve 13 escanteios do Palmeiras contra um do Grêmio, 25 minutos de posse de bola alviverde contra 15 do tricolor, 10 a 1 em finalizações para o Verdão e incríveis 34 faltas para cada lado (sim, foram 68 faltas no jogo!). Palmeiras 5×1 Grêmio. Por causa de um único erro, lá no começo do jogo, o Palmeiras estava eliminado. E pela falta de um gol, o time perdeu a chance de conseguir uma virada para toda a história do futebol e que seria contada e recontada nos mais diversos livros e enciclopédias sobre o esporte em qualquer país do mundo.

Os gremistas respiram aliviados: o Palmeiras quase conseguiu!
Os gremistas respiram aliviados: o Palmeiras quase conseguiu!

 

Ao término do duelo, os gremistas respiravam aliviados e com o pânico ainda em seus rostos após caminharem no abismo da desclassificação. Já os palmeirenses estavam exaustos após tanto correr e entregarem a paixão e a garra pela vitória em uma competição como a Libertadores. O reconhecimento de tanto trabalho em campo veio das arquibancadas. A torcida não brigou, xingou ou pediu a cabeça do presidente por causa da eliminação. Muito pelo contrário. Os alviverdes pularam. Gritaram. Cantaram. Empunharam as bandeiras. Aplaudiram. Deliraram em profundo agradecimento pela brilhante partida que seu time tinha feito. Eles davam a retribuição pelo futebol apresentado pela Sociedade Esportiva Palmeiras naquele dia 02 de agosto de 1995. Um futebol em prol do improvável. Do tido como impossível. Do milagre. O Palmeiras devolveu os cinco gols do primeiro jogo. Mas sofreu um. Como é cruel esse futebol… Mas como foi fantástico aquele jogo eterno.

 

Pós-jogo: o que aconteceu depois?

 

Palmeiras: dias depois de quase conseguir um feito histórico, o Palmeiras teve mais um jogo decisivo, dessa vez contra o rival Corinthians, valendo o titulo do Campeonato Paulista daquele ano. Ainda sob o cansaço do duelo no meio da semana, os palmeirenses perderam por 2 a 1 e viram o rival levantar o título estadual pela 21ª vez. O time se recuperou no ano seguinte e venceu o estadual com uma campanha inesquecível e um ataque devastador que marcou 102 gols em 30 jogos e um aproveitamento superior a 90%, algo jamais superado na história do torneio. Naquele mesmo ano, o time alviverde reencontrou o Grêmio e teve uma doce vingança ao eliminar o tricolor na semifinal da Copa do Brasil, após vitória por 3 a 1 no duelo de ida e derrota por 2 a 1 na volta.

Em 1997 e 1999, o Palmeiras fez mais dois jogos marcantes contra o Grêmio e teve a seu favor o técnico Felipão, comandante do time alviverde naquela época. Em 1997, pelo Brasileirão, o Verdão repetiu o 5 a 1 da Libertadores de 1995 justamente no primeiro jogo do treinador contra seu ex-clube. Já em 1999, o Palmeiras foi mais uma vez impiedoso e enfiou 6 a 0 nos tricolores, um placar que seria perfeito para as ambições dos palmeirenses na noite do dia 02 de agosto de 1995. Como não existe máquina do tempo…

Em 1999, o Palmeiras conquistou, enfim, a Libertadores que escapou em 1995.
Em 1999, o Palmeiras conquistou, enfim, a Libertadores que escapou em 1995.

 

Grêmio: depois de brincar com a sorte nas quartas de final, o time gaúcho colocou os pés no chão e embalou rumo à final da Libertadores. A equipe eliminou o Emelec-EQU nas semis e enfrentou o Atlético Nacional-COL na grande decisão. Nela, os tricolores venceram por 4 a 2 no placar agregado e celebraram o bicampeonato continental. No final do ano, derrota na final do Mundial Interclubes para o Ajax-HOL, mas a volta por cima veio em 1996, com a conquista do título brasileiro em cima da Portuguesa. Mas, no meio do caminho, o tricolor reencontrou adivinhe quem? O Palmeiras. E em mais uma fase de quartas de final. No primeiro jogo, em Porto Alegre, vitória por 3 a 1. Na volta, muito se falou na força do Palmeiras em reverter situações adversas, mas o time não jogou em seu estádio (o jogo foi no Morumbi) e venceu por apenas 1 a 0, resultado que classificou o Grêmio numa época em que a rivalidade entre gaúchos e paulistas era tão grande como num embate de vizinhos regionais.

Foram mais de quatro anos de rivalidade acirrada e jogos quentes entre palmeirenses e gremistas. A foto acima diz tudo...
Foram mais de quatro anos de rivalidade acirrada e jogos quentes entre palmeirenses e gremistas. A foto acima diz tudo…

 

Leia mais sobre o Grêmio de Felipão e o Palmeiras bicampeão brasileiro no Imortais!

Grêmio 1994-1997

Palmeiras 1993-1994

 

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Comentários encerrados

2 Comentários

  1. “Naquele mesmo ano, o time alviverde reencontrou o Grêmio e teve uma doce vingança ao eliminar o tricolor na semifinal da Copa do Brasil, após vitória por 3 a 1 no duelo de ida e derrota por 2 a 1 na volta. ” Com muita polemica por causa de um gol anulado do Jardel, diga se e lembrando que nesse mesmo ano o Grêmio eliminou o Palmeiras do brasileiro vencendo no Olimpico por 3×1 e perdendo em São Paulo por 1×0. Quanto as goleadas palmeirenses que seu texto cita, o time do Grêmio já era outro, muito mais fraco e sem o Felipão que saiu depois do brasileiro de 1996 e o time foi desfeito depois da Copa do Brasil de 1997.

  2. Cara, eu sou colorado, mas digo: esses dois jogos, a partir do segundo resultado, estão entres os “top five”(e nem penso nos outro quatro, ainda mais que eu estava no estádio quando o Aguirre – boa sorte para ele e para nós a partir de agora – nos desclassificou da última libertadores (não que esse dois jogos sejam marcantes, mas para qualquer colorado é)) de qualquer mata-mata (será que daí que o ridículo atual (e pensar que os caras tinham o Koff…) presidente do Grêmio se inspirou para as últimas asneiras de verão?). Eu sequei muito, mas o Grêmio do Jardel o do Paulo Nunes já tinham feito por merecer. No final, a classificação foi justa.

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