Data: 07 de julho de 1998
O que estava em jogo: uma vaga na final da Copa do Mundo da FIFA de 1998.
Local: Estádio Vélodrome, Marselha, França.
Juiz: Ali Bujsaim (EAU)
Público: 54.000 pessoas
Os Times:
Brasil: Taffarel; Zé Carlos, Júnior Baiano, Aldair e Roberto Carlos; Dunga, César Sampaio, Leonardo (Émerson) e Rivaldo; Ronaldo e Bebeto (Denílson). Técnico: Zagallo.
Holanda: Van der Sar; Reiziger (Winter), Stam, Frank de Boer e Cocu; Ronald de Boer, Davids, Jonk (Seedorf) e Zenden (Van Hooijdonk); Bergkamp e Kluivert. Técnico: Guus Hiddink.
Placar: Brasil 1×1 Holanda (Gols: Ronaldo-BRA, aos 1´, e Kluivert-HOL, aos 42´do 2º T.) Nos pênaltis, Brasil 4×2 Holanda. Ronaldo, Rivaldo, Émerson e Dunga fizeram para o Brasil. Frank de Boer e Bergkamp fizeram para a Holanda. Cocu e Ronald de Boer perderam para a Holanda.
“Choque de titãs no dia de São Cláudio”
Por Guilherme Diniz
Alemanha, 1974. A mais emblemática seleção da história da Holanda vence o Brasil por 2 a 0 e segue firme na Copa do Mundo. EUA, 1994. Romário, Bebeto e Branco vingam a derrota de vinte anos atrás, derrotam os holandeses por 3 a 2 e classificam a seleção brasileira para a semifinal da Copa. França, 1998. Brasil e Holanda voltam a se enfrentar em uma Copa do Mundo. Outra vez em uma fase decisiva. Outra vez com craques maiúsculos em campo. E outra vez jogando um futebol ofensivo, abusado e sem medo algum de levar um gol num contra-ataque. Nem mesmo um gol de ouro em uma alucinante morte súbita. Após 120 minutos repletos de emoção, aplausos e um tímido 1 a 1 no placar, os exímios futebolistas em amarelo e em laranja foram para a marca da cal. Nela, os tetracampeões do mundo converteram todas as suas cobranças. Já a mais brilhante seleção holandesa em um mundial desde aquela de Cruyff em 1974 marcou apenas dois gols. E perdeu outros dois. Falta de sorte? Nervosismo? Não.
Culpa de Cláudio André Taffarel, um dos maiores goleiros da história e responsável por um dia/noite inesquecível para qualquer brasileiro vivo, lúcido e ligado na TV naquele 07 de julho de 1998. Com duas defesas incríveis, o goleiro canarinho colocou o Brasil na final da Copa da França e desempatou o duelo contra os ótimos europeus. O embate entre brasileiros e holandeses ficou marcado para sempre pela quantidade absurda de craques em campo (Taffarel, Roberto Carlos, Aldair, César Sampaio, Rivaldo, Bebeto, Ronaldo, Van der Sar, Stam, Frank e Ronald de Boer, Davids, Bergkamp, Kluivert…) e pelo futebol vistoso e ousado protagonizado pelas duas equipes. Com um segundo tempo de tirar o fôlego e uma prorrogação ainda mais vibrante, as seleções arrancaram aplausos de todos no estádio Vélodrome, que poderia tocar uma linda Marselhesa só para brindar o espetáculo protagonizado depois de mais de duas horas de jogo. É hora de relembrar.
Pré-jogo
Brasil e Holanda chegaram à semifinal da Copa de 1998 cheios de expectativas. E problemas. Do lado brasileiro, o lateral-direito Cafu havia levado o segundo cartão amarelo no duelo anterior, contra a Dinamarca, e era desfalque importante. Já do lado holandês, o lateral-esquerdo Numan também estava suspenso e o reserva imediato, Bogarde, não poderia atuar por causa de uma lesão na perna. Os holandeses tiveram que recuar o meia Cocu para o setor defensivo e os brasileiros escalaram o brincalhão Zé Carlos, de 29 anos, que fazia a festa da torcida e imprensa imitando animais e outras coisas. Apesar dos desfalques, a torcida francesa esperava um jogo memorável por se tratar das equipes de melhor futebol até aquele momento no mundial.
O Brasil havia eliminado na segunda fase o Chile (4 a 1) e a Dinamarca (3 a 2), contava com a base do tetracampeonato de 1994 e os reforços do lateral-esquerdo Roberto Carlos, do seguro e goleador volante César Sampaio, do habilidoso e criativo meia Rivaldo e do “fenomenal” atacante Ronaldo, à época ainda conhecido como Ronaldinho, jogador que virou febre no mundo inteiro pelas barbaridades que fazia com a bola com a camisa do Barcelona-ESP e pelo talento em marcar gols e dar arrancadas fulminantes e recheadas de dribles. O craque era o principal nome do mundial e a esperança máxima do Brasil. Porém, ele teria um duro teste diante da zaga holandesa comandada por Japp Stam e o capitão Frank de Boer, zagueiro leal, eficiente e que não só anulava bons atacantes como também ajudava o ataque com passes e lançamentos que eram o cúmulo da perfeição.
Do meio para frente, a seleção laranja era um mar de craques e enchia de esperança os seus torcedores. Com Reiziger, Jonk, Ronald de Boer, Davids, Seedorf, Bergkamp, Kluivert e outros, a equipe já era a melhor seleção holandesa em um mundial desde a equipe vice-campeã do mundo na Copa de 1974 (e bem melhor que o confuso e apático time da Copa de 1990). Para aumentar ainda mais o entusiasmo laranja, a equipe havia eliminado a forte Argentina de Batistuta nas quartas de final com um gol antológico de Bergkamp nos minutos finais de jogo. Por tudo isso, o duelo era mais do que aguardado. E promessa de ser o melhor de toda a Copa.
Primeiro tempo – Respeito demais
Com times eficientes e goleadores, o público do lotado estádio Vélodrome, em Marselha, esperava por vários gols naquele primeiro tempo. Porém, o que se viu foi um confronto de muito respeito e poucas chances claras de gol. A Holanda começou tocando a bola de maneira precisa e provando ser, de fato, o time com maior posse de bola do mundial. Aos dois minutos, Bergkamp arriscou um chute por cobertura e assustou o goleiro Taffarel. Três minutos depois, Cocu cabeceou por cima e ascendeu uma luz na mente tática do técnico Guus Hiddink: a bola aérea. A dupla de zaga brasileira formada por Júnior Baiano e Aldair não inspirava muita confiança em jogadas desse tipo e poderiam oferecer bons lances para os velozes holandeses, em especial o endiabrado Kluivert. Por outro lado, o Brasil tinha suas cartas na manga principalmente no meio de campo, com Dunga e César Sampaio extremamente entrosados tanto na marcação quanto no apoio ao ataque, além de darem a proteção necessária para Rivaldo, Leonardo e Ronaldo articularem as ações ofensivas.
Essa sincronia começou a dar resultado e Ronaldo foi mostrando seu talento com velocidade, tabelinhas e chutes perigosos contra o gol de Van der Sar. Outro fato de destaque na primeira etapa foi o nervosismo e laconismo de Zé Carlos, o imitador que não conseguia sequer imitar uma atuação de um lateral-direito decente. Afoito, errando muito e disperso, o jogador brasileiro oferecia uma verdadeira avenida para Zenden e Cocu construírem jogadas. Mesmo assim, os 45 minutos iniciais terminaram sem gols. E com o público desanimado. Será que Brasil e Holanda passariam, mesmo, em branco?
Segundo tempo – Eis o futebol
O Brasil deu a saída para o segundo tempo e tratou de colocar fogo e arte ofensiva no jogo com menos de um minuto. A bola foi passando de pé em pé, rodou na zaga, no meio e na esquerda até ir de encontro ao meia Rivaldo. O craque observou Ronaldo na entrada da área holandesa e deu um passe em diagonal sublime para o camisa 9. Num lapso de segundo, o carequinha brasileiro se desvencilhou da implacável marcação de Frank de Boer, venceu o ex-companheiro de PSV, Cocu, e chutou entre as pernas de Van der Sar: 1 a 0. Pronto. Se o jogo estava morno e sem ação, eis que o maior craque do Brasil colocava melodia no espetáculo que estava por vir. A Holanda acordou e começou a mandar intensas e mortais bolas aéreas em direção à área brasileira. Era um suplício para o torcedor canarinho.
Aos sete minutos, um escanteio encontrou Kluivert, que cabeceou sozinho para o canto esquerdo e fez a bola cair nos pés de Bergkamp, que chutou à queima roupa e obrigou Taffarel a realizar uma defesa impressionante e sensacional. O Brasil respondeu com um ataque de Ronaldo pela direita, mas Van der Sar conseguiu fazer a defesa. Do outro lado, Kluivert tabelou com o Bergkamp na entrada da área e chutou forte, mas Taffarel segurou a bola sem dar rebote.
A partida era rápida, constante e as ações eram concentradas em Rivaldo, Roberto Carlos e Ronaldo pelo lado brasileiro e nas jogadas pela direita e nos chuveirinhos pelo lado holandês (explorando, claro, a fraqueza de Zé Carlos). Aos 27´, Rivaldo recebeu de Denílson no meio e lançou Ronaldo em velocidade. O estádio inteiro já via o segundo gol brasileiro. Quem poderia parar o camisa 9, explosivo e no auge da forma em uma linha reta sem defensor algum para atrapalhar? Uma pessoa: Edgar Davids. Mesmo atrás do atacante, o volante holandês aumentou sua velocidade de maneira incrível, alcançou Ronaldo já dentro da grande área e o desarmou com uma precisão que deixou Bobby Moore, Beckenbauer, Domingos da Guia e Franco Baresi com imensa inveja. A bola saiu pela linha de fundo rente à trave por puro capricho. E para o alívio da massa holandesa no estádio.
Tempo depois, Denílson recebeu de Rivaldo em contra-ataque, chamou Aron Winter para dançar, cruzou para a pequena área e Rivaldo conseguiu perder um gol feito ao tentar empurrar a bola de carrinho ao invés de chutar, facilitando as coisas para o goleiro Van der Sar. Aos 34´, foi a vez da Holanda responder num contra-ataque rápido com Van Hooijdonk após boa jogada pelo meio de Kluivert. O mesmo Hooijdonk devolveu para Kluivert e o atacante pegou embaixo da bola, mandando-a por cima do gol. Aos 42´, Kluivert teve a chance de se redimir quando recebeu um cruzamento da esquerda de Ronald de Boer. A bola viajou até a grande área do Brasil, Júnior Baiano e Aldair ficaram cravados no gramado tal como uma bandeira de escanteio e Kluivert cabeceou livre, forte, preciso: 1 a 1.
O tento fez justiça ao que os times haviam criado ao longo da segunda etapa e inflou a Holanda nos minutos finais. Já nos acréscimos, Van Hooijdonk recebeu um cruzamento da direita e caiu na área após disputa com Júnior Baiano. O juiz não deu nada e ainda amarelou o jogador, fato que gerou imensa revolta na torcida e na imprensa holandesa na época (e gera até hoje). O placar permaneceu mesmo em 1 a 1 e as equipes teriam mais trinta minutos para decidir quem iria para a final da Copa. Um detalhe: a prorrogação era com morte súbita…
Prorrogação – É proibido piscar
Se fosse no futebol atual, Brasil e Holanda gastariam o tempo na prorrogação e tentariam a sorte nos pênaltis, algo comum e que reflete bem a covardia da maioria das equipes atuais. Felizmente, porém, as seleções que estavam em campo naquele dia 07 de julho de 1998 no estádio Vélodrome proporcionaram uma das mais eletrizantes prorrogações da história das Copas. Não havia medo de errar. Não havia retranca. Não havia letargia. Os jogadores em amarelo e em laranja queriam atacar. Correr. Tabelar. Chutar. Arriscar. Em outras palavras: jogar futebol. Com três minutos, Denílson recebeu e tocou para Roberto Carlos, na esquerda. O lateral cruzou da linha de fundo, Van der Sar espalmou, Ronaldo tentou uma meia-bicicleta e Frank de Boer tirou em cima da linha.
Um minuto depois, Ronaldo chamou para si a responsabilidade, foi para o mano a mano com o mesmo Frank de Boer, encontrou espaço e chutou de fora da área para uma bela defesa de Van der Sar. Aos seis, Van Hooijdonk cobrou uma falta cheia de efeito e obrigou Taffarel a fazer uma defesa em dois tempos. Aos 12´, Kluivert recebeu nas costas de Zé Carlos (ah, vá…), entrou na área e chutou no canto. Gol? Não. A bola resvalou caprichosamente na trave esquerda do goleiro brasileiro e por centímetros não decretou a classificação holandesa.
Na segunda etapa, logo no primeiro minuto, Ronaldo recebeu no meio de campo e já saiu em uma de suas empolgantes e explosivas disparadas em direção à área. Era mágico ver o camisa 9 com a bola dominada e partindo contra tudo e todos. Perto da área e ainda em velocidade, o atacante deu um leve toque por entre as pernas de Stam e simplesmente entortou o zagueiro laranja, que se perdeu completamente na jogada. Quando ia chutar e marcar um gol antológico, Ronaldo foi desarmado de maneira incontestável por Frank de Boer. Impressionante! Faltando um minuto para o final, Denílson cruzou para o meio, Rivaldo dominou, mas o chute saiu prensado e não levou perigo ao goleiro Van der Sar.
Depois de grandes jogadas e muita velocidade, o juiz Ali Bujsaim encerrou a morte súbita que não matou ninguém. Muito pelo contrário. Demonstrou o preparo físico invejável dos atletas, a força de vontade em decidir e talento de todos os lados, seja para atacar, seja para defender. Lisonjeada e ainda em êxtase pela partida sensacional que havia acabado de assistir, a torcida em Marselha aplaudiu de pé os dois times. Uma pena que aquela não era a final da Copa. E que uma das duas seleções teria que, enfim, morrer na marca da cal.
Pênaltis – Sai que é sua…
O gol que iria decidir o classificado para a final da Copa era o rodeado por torcedores da Holanda. Isso poderia significar bons fluídos para os laranjas e maus momentos para os canarinhos, mas a pressão serviu para deixar ainda mais ligado o goleiro Taffarel. Concentrado e com os reflexos mais do que apurados, o camisa 1 via a chance de repetir o filme de 1994, quando defendeu um dos pênaltis da Itália e ajudou o Brasil a conquistar o tetracampeonato mundial nos EUA.
Na primeira cobrança dos brasileiros, Ronaldo bateu no canto oposto e fez 1 a 0. Frank de Boer, capitão holandês, correu para a primeira dos laranjas e fez o dele, com Taffarel indo no canto certo. Rivaldo foi o segundo do Brasil a chutar e repetiu o companheiro Ronaldo: gol, no canto oposto. Bergkamp, o homem gélido, partiu para a nova cobrança da Holanda e chutou rasteiro, no cantinho. Taffarel voou novamente no canto certo, mas não conseguiu defender: 2 a 2. O volante Émerson chutou o terceiro pênalti brasileiro e fez o dele: 3 a 2. Na terceira cobrança holandesa estava Cocu. O camisa 11 escolheu o canto esquerdo do gol. Taffarel também. A bola foi chutada forte, mas o goleiro brasileiro saltou com agilidade e firmeza para defender.
Era o primeiro milagre de São Cláudio. Dunga, capitão do Brasil, foi para a quarta cobrança. Ele chutou forte, alto e no canto, como manda o manual do bom pênalti, e fez: 4 a 2. Na comemoração, o famoso punho cerrado socando o ar para baixo semelhante ao de milhões de pessoas nas cadeiras e sofás em todo Brasil naquela noite.
Faltava o quarto da Holanda. Que poderia ser o último. Ronald de Boer era o cobrador. Se ele fizesse, ainda haveria mais um para o Brasil. Se errasse, o Brasil estaria na final. O meio-campista olhou para o gol e viu Taffarel. Ele gelou. Nas últimas três cobranças, o goleiro tinha acertado todos os cantos. Ronald decidiu chutar no mesmo canto que seu irmão gêmeo, Frank. Ele chutou, Taffarel acertou novamente o canto e defendeu brilhantemente, com uma ponte horizontal, simétrica e rente ao chão. Fim de jogo. Brasil 4×2 Holanda. Pela segunda vez seguida o Brasil estava na final. E pela segunda vez seguida a Holanda estava eliminada pelo Brasil. Era o encerramento do melhor jogo da Copa. Do mais vibrante. Do mais imprevisível. Do mais recheado de craques. E daquele que ficou marcado pelos lampejos de um Ronaldo mágico, de um sublime Frank de Boer, de um inquieto e assíduo Kluivert e de um iluminado São Cláudio André Taffarel.
Pós-jogo: o que aconteceu depois?
Brasil: vencer a Holanda e jogando como jogou colocou o Brasil como favorito para a final diante da anfitriã França. Era mais do que certo que Ronaldo, Rivaldo e companhia “deitariam” na zaga francesa. Porém, na decisão, tudo deu errado. O atacante brasileiro teve uma convulsão pré-jogo ainda mal explicada até hoje, a seleção entrou totalmente sem condições de disputar uma final de Copa do Mundo e foi goleada inapelavelmente por 3 a 0, com dois gols de Zidane e um de Petit. Quatro anos depois, o Brasil deu a volta por cima e voltou a ser campeão do mundo com dois gols de Ronaldo na final contra a Alemanha. Em 2010, a seleção reencontrou a Holanda em uma Copa, dessa vez nas quartas de final. No primeiro tempo, o Brasil venceu por 1 a 0. No segundo, Sneijder e seus companheiros vingaram as gerações de 1994 e 1998 e eliminaram os canarinhos do mundial, empatando em 2 a 2 os duelos históricos entre os dois países. Em 2014, novo encontro, e goleada holandesa por 3 a 0 na disputa pelo terceiro lugar. E 3 a 2 no “placar geral” de confrontos. Os brasileiros ainda esperam pela desforra. E que ela seja tão alucinante como em 1998…
Holanda: após a derrota na semifinal, os laranjas perderam a disputa pelo terceiro lugar para a Croácia de Suker e reforçaram o carma que perdurou pelas bandas de Amsterdã até 2004: os pênaltis. Em 1992, os holandeses caíram na marca da cal diante da Dinamarca pela Eurocopa. Em 1996, de novo na Euro, eles foram vítimas dos franceses. Em 2000, outra vez na Euro, a Itália foi o carrasco. Só na Euro de 2004 que os laranjas venceram a primeira disputa de pênaltis de sua história, contra a Suécia. A vingança contra o Brasil demorou, mas aconteceu em 2010, com uma vitória por 2 a 1, de virada, nas quartas de final do mundial da África do Sul.
Em 2014, novo triunfo, dessa vez por 3 a 0 na disputa pelo terceiro lugar do Mundial. No entanto, a virada na história do duelo entre os países em Copas não serviu para encerrar outro carma: o dos vices em mundiais, que viraram três com o revés na final contra a Espanha na Copa de 2010. O antídoto? Segue desconhecido e sem respostas encontradas por Cruyff, Neeskens, Krol, Rijkaard, Gullit, Van Basten, Bergkamp, Frank de Boer, Kluivert, Sneijder, Robben, Van Persie…
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Extra:
Veja os melhores e alucinantes momentos daquele jogo eterno.
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Muitos consideram esse o melhor jogo dos mundiais desde Argentina x Alemanha na final de 86. Ver os melhores momentos na narração antológica de Galvão Bueno é emocionante. Foi uma peleja extraordinária aquela semifinal de 98. Ronaldo explodia a 200 km/h, e parecia impossível pará-lo. Mas pelo menos 2 vezes a defesa laranja fez o milagre acontecer. Bergkamp, que já havia feito uma copa ótima em 94, era senhor das ações do meio de campo com uma classe absurda. Van der Sar e Cláudio Taffarel nos arcos com atuações sublimes… Rivaldo e Kluivert atazanando as defesas com jogadas rápidas e mortais. Belíssimo espetáculo.
Essa seleção de 1998 do meio para frente era um timaço, porém do meio para trás era uma droga (se não fosse o Taffarel, teria levado muito mais gols do que levou) e foi dessa defesa que participou o pior jogador já convocado para uma Copa de Mundo. Não, não é o Júnior Baiano (que também foi mal para caramba), mas sim o Zé Carlos.
Foi muito bom ler esse post pois é como se eu estivesse revendo essa espetacular partida de futebol em imagens. Realmente foi uma das melhores partidas de futebol que eu já assisti nos meus 44 anos.
O melhor e mais emocionante jogo da Seleção Brasileira em Copas do Mundo que assisti até hoje. Holanda era fantástica, a seleção Brasileira apesar de ter um dupla de zaga não confiável, até pelo péssimo Junior Baiano inexplicavelmente ser titular de uma seleção como aquela, tinha uma lenda no gol Taffarel, dois dos maiores laterais da historia Cafú e Roberto Carlo, dois volantes muito eficientes, raçudos e incansáveis Dunga e Sampaio, um operário Leonardo um 10 clássico que é peça rara no futebol de hoje Rivaldo, um atacante sem holofotes, mas muito eficiente e ótimo finalizador Bebeto, um “fenômeno” Ronaldo o maior atacante que vi jogar até hoje, e um driblador nato chamado Denílson. Porem uma pena o Romário não ter participado daquela Copa se não teríamos ganhado, além do Djalminha, Marcelinho C., M. Galvão entre outros.
Pois é, Imortais, infelizmente a desforra foi acontecer justamente em 2014, em que nossa pífia seleção fez o favor de tomar 3 e fazer 0.
Do alto dos meus 22 anos na época, foi o melhor jogo de futebol que já tinha visto e de longe, o mais emocionante. Ao final da prorrogação, sentia como se um trator tivesse me arrastado pela rua. E nos pênaltis… Mandei a bacia lotada de pipoca pra 7 pessoas lá no teto da república (era estudante)! Gritei como louco na janela… Que jogaço! Quantos craques em campo. O mais impressionante é que o técnico holandês teve a coragem de deixar o Seedorf no banco. Cada louco com sua mania! hehehe
Jogão de bola e realmente foi uma final antecipada, como a imprensa mundial já dissera antes do jogo. Mas vou ressaltar algo que me chamou muita atenção. O Brasil era o Protagonista do futebol mundial, chegando a três finais de Copa do Mundo seguidas 94,98 e 02 e ganhando duas ( não é pra qualquer país ), e com CRAQUES sendo protagonistas em GIGANTES EUROPEUS. E hoje o nosso futebol tá cada vez mais pobre, não conseguimos mais chegar em finais de Copa do Mundo e nossos jogadores da Seleção estão muito longe de serem os melhores da Europa ( com exceção do Neymar e só ).
Alemanha já havia marcado presença em 3 finais consecutivas (82-86-90).
Mas a supremacia do Brasil no futebol mundial (1994-2002) foi algo épico. Sobravam talentos.
Nos anos 90 tudo era mais competitivo: F1, Escola de Samba, Voley, Futebol, Música boa…
Você tinha material humano para montar duas seleções completas e favoritas.
Hoje tem 4 ou 5 talentos no Brasil, com um time titular esticado e sem banco ou peça de reposição.
Até os clubes brasileiros batiam de frente com os times da Europa nas finais mundiais do Japão.
Ficamos mal acostumados, hoje em dia é sofrimento e saudade…
Falou tudo. Desgosto total hoje em dia… 🙁
Esse jogo realmente foi emocionante, uma pena que essa geração da Holanda só foi até aí, essa geração era fantástica, 2002 não participou da Copa, infelizmente, por vacilos tremendos e falta de organização na parte política da Federação. O Brasil como sempre, jogou aquele lindo futebol, constante durante todo o jogo, com um erro grave, Kluivert não perdoou, gostava muito dele, dificilmente errava uma cabeçada, apesar de pirraçar as vezes no meu Barcelona em especial. Enfim, o Brasil mereceu a vitória, e a final foi aquele fiasco, porém o Brasil era mais time que a França também.
Jogaço! Um dois mais memoráveis que assisti! Todos achavam que era final antecipada, infelizmente este esquadrão aguerrido e técnico parecia estar vendido, na final o único que se salvou foi o Edmundo…
Pra mim esse jogão foi ainda mais espetacular do que o de 1994, alías poderiam botar esse jogão de 1994 , Quem decidiu o confronto foi o Gigante Claudio Taffarel com suas defesas no tempo normal e no cálvario dos penaltis , Ronaldo no Auge da forma fisica e técnica e frank de boer zagueiraço de deixar Baresi , Ricardo Gomes e Maldini com inveja . Pena que Ronaldo teve aquela convulsão na final , se não tinhamos grandes chances contra a França , pq eu acho a holanda daquele ano melhor que a França.
Eu gostaria de ver Romário em 98 também na seleção. Imagina só oBaixinho e o Bebeto juntos nessa copa….mas infelizmente uma lesão o impediu de participar. A França iria sofrer.
Brasil de 98 sempre foi melhor do mundo
Que jogão, Taffarel e Ronaldo brilharam demais.
Poderia relembrar também o jogo das oitavas-de-finais entre Argentina e Inglaterra nessa Copa.
Era terça-feira 7 de julho de 1998 a data de meu aniversário e certamente um dos melhores dias da minha vida.Com apenas 9 anos,eu me lembro do clima de festa que infiltrava no coração de cada brasileiro pela grande expectativa do jogaço Brasil x Holanda.A seleção brasileira da fera Ronaldo e Claúdio Taffarel x a excelente laranja mecãnica,com a base do forte Ajax da metade dos anos 90,além de Cocu;Jonk;Japp Stan e cia.A vitória brasileira,com Taffarel pegando as penanidades de Cocu e Ronald de Boer,realmente foi de emocionar pela linda narração de Galvão Bueno.Contudo,a derrota holandesa,não eliminara o seu brilho que conquistara naquela Copa,alcançando a simpatia de milhares de amantes do futebol,pelo seu estilo ofensivo,mas extremamente eficaz em todos os setores do campo,quando analisamos do ponto de vista tático.Neste contexto surgiu minha paixão pela Holanda que lá se vão 15 anos e que nunca vai parar.
Ate que fim. Gostei muito desse post, ja espera ha algum tempo.
Parabens…. Espero agora o jogo de 1994.
Abraços