in

Bayern München x Real Madrid: Os históricos jogos na UEFA Champions League

 

Por Guilherme Diniz

 

São 20 títulos de UCL conquistados. Esquadrões simplesmente inesquecíveis, que construíram dinastias e lendas. E jogos eletrizantes. Bayern München e Real Madrid fazem um dos maiores clássicos do futebol mundial e é o duelo mais repetido ao longo da história da Liga dos Campeões da UEFA (!), com impressionantes 28 jogos disputados ao longo das décadas. Do primeiro jogo, na temporada 1975-1976, até hoje, alemães e espanhóis já fizeram jogos marcantes, mas nunca uma final da UCL, apenas duelos em fases eliminatórias – sendo 7 vezes em semifinais! – e uma vez em fase de grupos. 

Atualmente o Real Madrid leva vantagem com 13 vitórias, enquanto o Bayern venceu 11 e apenas quatro jogos terminaram empatados. Outra curiosidade é que ambas as equipes marcaram quase a mesma quantidade de gols nesses 28 jogos: 46 gols do Real, 45 gols do Bayern! É hora de relembrar essa história, que teve mais um capítulo nas semifinais deste ano.

 

1975-1976 – Semifinais

Real Madrid 1×1 Bayern München, Santiago Bernabéu

Bayern München 2×0 Real Madrid, Olímpico de Munique

 

Na caminhada rumo ao tricampeonato consecutivo da então Copa dos Campeões da Europa, o Bayern de Beckenbauer, Gerd Müller e companhia nada limitada encarou o Real Madrid pela primeira vez naquele ano de 1976. O time merengue acreditava na força de sua torcida no primeiro jogo, em casa, e levou 111 mil pessoas ao Santiago Bernabéu. Com nomes como Del Bosque, Amancio, Santillana e Netzer, o Real até abriu o placar, aos 7’, com Martínez, mas levou o empate ainda no primeiro tempo – gol de Gerd Müller – e o empate em 1 a 1 dificultou bastante a vida madrilena para a volta, no Estádio Olímpico de Munique. 

Jogando em casa diante de 78 mil pessoas, o Bayern tratou de liquidar o rival na primeira etapa com dois gols de Gerd Müller, e o placar de 2 a 0 colocou os alemães em mais uma final. Dias depois, a equipe bávara derrotou o Saint-Étienne-FRA por 1 a 0 e ficou com o tricampeonato europeu consecutivo, consagrando de vez um dos maiores esquadrões do século XX e base da Alemanha campeã da Eurocopa de 1972 e da Copa do Mundo da FIFA de 1974.

 

1986-1987 – Semifinal

Bayern München 4×1 Real Madrid, Olímpico de Munique

Real Madrid 1×0 Bayern München, Santiago Bernabéu

 

O segundo encontro entre a dupla foi mais uma vez em uma semifinal, em 1987. O duelo colocou frente a frente o ótimo Bayern de Pfaff, Augenthaler, Matthäus, Brehme e Rummenigge contra a Quinta del Buitre de Buyo, Chendo, Gallego, Camacho, Sanchís, Míchel, Santillana e Butragueño. No primeiro jogo, em Munique, o Real sentiu demais a ausência de seu matador Hugo Sanchéz e acabou levando 4 a 1, com dois gols de Matthäus, um de Augenthaler e outro de Wohlfarth (Butragueño descontou para os merengues). 

A torcida acreditava na remontada, afinal, na época aquele time era exatamente conhecido como o “Madrid das remontadas”, principalmente após os dois títulos da Copa da UEFA conquistados naquela década. No entanto, nem a volta de Sánchez foi suficiente para o time da casa marcar os gols que precisava. O placar terminou apenas 1 a 0 para o Real e o Bayern foi para a final, quando acabou perdendo para o Porto por 2 a 1. 

 

1987-1988 – Quartas de final

Bayern München 3×2 Real Madrid, Olímpico de Munique

Real Madrid 2×0 Bayern München, Santiago Bernabéu

 

Já na temporada seguinte, o Real Madrid conseguiu sua primeira vingança contra os bávaros e eliminou a equipe alemã nas quartas de 1987-1988 graças ao ótimo segundo tempo que disputou na partida de ida, em Munique. O Bayern abriu 3 a 0 de maneira inapelável, com gols de Pflüger e Norbert Eder, no primeiro tempo, e Wohlfarth, no começo da segunda etapa, mas o Real foi pra cima e descontou com Butragueño, aos 85′, e Hugo Sánchez, aos 90′. Na partida da volta, Jankovic e Míchel fizeram os gols do triunfo por 2 a 0 que classificou o time merengue para a semifinal. Os espanhóis, no entanto, foram eliminados pelo PSV-HOL, campeão daquele ano.

 

1999-2000 – Segunda fase de grupos / Semifinal

Segunda fase de grupos

Real Madrid 2×4 Bayern München, Santiago Bernabéu

Bayern München 4×1 Real Madrid, Olímpico de Munique

Semifinal

Real Madrid 2×0 Bayern München, Santiago Bernabéu

Bayern München 2×1 Real Madrid, Olímpico de Munique

 

Já na era moderna da competição, a dupla se enfrentou quatro vezes na temporada 1999-2000, tempos em que a UCL ainda tinha duas fases de grupos antes da etapa eliminatória. Favoritos em um grupo que tinha também Rosenborg-NOR e Dynamo de Kiev-UCR, alemães e espanhóis se classificaram, mas o Bayern ficou com a liderança principalmente pelos shows que aplicou no Real. No duelo do turno, vitória por 4 a 2 em pleno Santiago Bernabéu, com gols de Scholl, Effenberg, Fink e Paulo Sérgio, com Morientes e Raúl descontando para os merengues. No returno, em Munique, os bávaros aplicaram 4 a 1 no time madrileno, com dois gols de Zickler, um de Élber e outro de Scholl, e Helguera descontando para o Real.

Raúl e Kahn se encaram em um dos duelos.

 

O tempo passou e eis que a dupla voltou a se enfrentar na semifinal, após o Real superar o badalado Manchester United nas quartas de final e o Bayern despachar o Porto. Muitos acreditavam em mais uma classificação do time alemão, “La Bestia Negra” dos espanhóis em competições europeias. Mas o Real conseguiu a vaga na final em dois jogos bastante disputados. Na ida, em Madri, Anelka abriu o placar para o Real logo aos 4’ do primeiro tempo e um gol contra de Jeremies decretou a vitória por 2 a 0 do time merengue, que foi a Munique podendo perder por um gol de diferença. Jancker abriu o placar para o Bayern, mas Anelka empatou. Élber fez 2 a 1 no segundo tempo, o placar permaneceu assim e o Real carimbou sua vaga na final, quando derrotou o Valencia por 3 a 0 e ficou com mais uma Velhinha Orelhuda para sua coleção.

 

2000-2001 – Semifinal

Real Madrid 0x1 Bayern München, Santiago Bernabéu

Bayern München 2×1 Real Madrid, Olímpico de Munique

 

O troco alemão não demorou e, na temporada seguinte, a equipe bávara enfrentou o Real mais uma vez na semifinal. Com a mesma base dos últimos anos e lutando pela taça que havia escapado nos acréscimos do segundo tempo da final de 1999, o Bayern voltou a ser “La Bestia Negra” e derrotou os campeões europeus por 1 a 0, gol de Élber, no Santiago Bernabéu. Na volta, Élber, de novo, abriu o placar para os bávaros aos oito minutos e confirmou a eficiência do “abafa” que o time sempre aplicava nos primeiros minutos em seus jogos em casa. O Real empatou com Figo, aos 18’, mas Jeremies, após cobrança de falta ensaiada, fez 2 a 1, aos 35’, fechando a vitória e a vaga na final ao Bayern, que derrotou o Valencia e ficou com o troféu daquele ano.

 

2001-2002 – Quartas de final

Bayern München 2×1 Real Madrid, Olímpico de Munique

Real Madrid 2×0 Bayern München, Santiago Bernabéu

 

Pela terceira vez seguida, eis que a dupla foi para o tira-teima da época, no duelo válido pelas quartas de final. Ainda mais forte e com a dupla Figo e Zidane em ótima fase, o Real Madrid era favorito e comprovou a condição mesmo após a derrota no duelo de ida, fora de casa, por 2 a 1. Jogando diante de sua torcida, a equipe merengue venceu por 2 a 0 a volta, com gols de Helguera e Guti, e carimbou a vaga para a semifinal, quando eliminou o arquirrival Barcelona (2 a 0 e 1 a 1) e ficou com o título ao derrotar o Bayer Leverkusen-ALE na final por 2 a 1.

 

2003-2004 – Oitavas de final

Foto: Shaun Botterill / Getty / Images

 

Bayern München 1×1 Real Madrid, Olímpico de Munique

Real Madrid 1×0 Bayern München, Santiago Bernabéu

 

Em tempos de transição para a dupla, o confronto de 2004, pelas oitavas de final, foi o primeiro sem o glamour das batalhas anteriores. Na ida, em Munique, o Bayern fez 1 a 0 com Roy Makaay, mas Roberto Carlos empatou minutos depois e selou o placar de 1 a 1 que deu a vantagem ao Real para a volta, em Madri. Jogando em casa, o time merengue venceu por 1 a 0 – gol de Zidane – e garantiu a vaga nas quartas de final, quando acabou eliminado pelo Monaco.

 

2006-2007 – Oitavas de final

Foto: Team 2 Sportphoto ullstein bild via Getty Images

 

Real Madrid 3×2 Bayern München, Santiago Bernabéu

Bayern München 2×1 Real Madrid, Olímpico de Munique

 

Ainda em tempos sombrios na Europa, o Real Madrid sucumbiu diante do Bayern por “culpa” do critério do gol qualificado, em vigor na época. Na ida, em Madri, um jogo eletrizante terminou com vitória espanhola por 3 a 2, com os gols dos anfitriões marcados por Raúl (2) e Van Nistelrooy, e Lúcio e Van Bommel para os alemães. Na volta, Makaay e Lúcio fizeram os gols da vitória por 2 a 1 (Raúl descontou para os merengues) que classificou o time alemão para as quartas de final, quando foi eliminado pelo Milan de Kaká. Aquele foi o último clássico Bayern x Real disputado no Olímpico de Munique. 

 

2011-2012 – Semifinal

Bayern München 2×1 Real Madrid, Allianz Arena

Real Madrid 2×1 Bayern München, Santiago Bernabéu – Bayern 3×1 Real nos pênaltis

 

Essa foi a última temporada da Bestia Negra aprontando pra cima do Real. E foi bem dolorido para os espanhóis. No primeiro jogo, em Munique, Ribéry abriu o placar para os alemães, aos 17´do primeiro tempo, mas Özil empatou para os espanhóis no segundo tempo. Quando todos achavam que o 1 a 1 iria mesmo ser o resultado final, Mario Gómez, no finalzinho, deu a vitória ao Bayern. Na volta, Cristiano Ronaldo fez 2 a 0 para o Real com apenas 14 minutos e o Bernabéu se encheu de esperança. 

Neuer pega o pênalti de Cristiano Ronaldo e vira o herói alemão da semifinal.

 

Porém, o Bayern descontou com Robben, de pênalti, e poderia até ter empatado nas várias chances que teve. O jogo ficou mesmo no 2 a 1 e a vaga na final foi decidida nos pênaltis. Na marca da cal, brilhou a estrela de Neuer, que garantiu o placar de 3 a 1 ao defender as cobranças de Cristiano Ronaldo e Kaká e ver Sergio Ramos chutar na lua. O Bayern, pela segunda vez em três anos, estava na final da Liga. E pronto para ser campeão jogando em casa. Bem, não foi bem assim… O Chelsea não deixou.

 

2013-2014 – Semifinal

Real Madrid 1×0 Bayern München, Santiago Bernabéu

Bayern München 0x4 Real Madrid, Allianz Arena

 

O ponto de virada do Real na história do clássico começou na temporada 2013-2014, ano do fim do jejum merengue na UCL. Se antes o Bayern era La Bestia Negra, culpado por eliminações recentes e que impunha dificuldades nos jogos em Munique – o Real nunca havia vencido na casa do Bayern eram nove derrotas e um empate em dez jogos -, a partir de 2014 o time bávaro virou “só mais um” na conta do Real em suas caminhadas europeias. Atual campeão e com Pep Guardiola no comando, o Bayern era favorito, mas no primeiro jogo, em Madri, Benzema fez o único gol da magra vitória por 1 a 0. 

Em Munique, o território hostil onde nunca o Real havia derrotado o Bayern, quase ninguém apostava nos merengues. Mas o Real tinha um importante antídoto: Carlo Ancelotti. O técnico italiano nunca havia perdido para o Bayern. Colecionava seis vitórias e dois empates. Vencera três das quatro partidas em Munique. Sabia muito bem como superar aquele adversário. Ele recobrou as lembranças de seus grandes esquadrões do Milan, incorporou em seu escrete vestido de branco e o Real Madrid apresentou naquela noite um espetáculo. Logo aos 16’, Modric cobrou escanteio na cabeça de Sergio Ramos, que subiu e mandou um foguete no gol de Neuer. Apenas quatro minutos depois, Di María cobrou uma falta na área e outra vez Sergio Ramos apareceu e mandou de cabeça pro gol: 2 a 0.

Aos 34’, contra-ataque com assinatura BBC. Benzema recebeu na direita e tocou no meio para Bale, que saiu em velocidade por entre dois rivais, chegou à meia-lua da grande área e tocou na esquerda para Cristiano Ronaldo, que só teve o trabalho de chutar por entre as pernas de Neuer: 3 a 0. Na comemoração, o português brincou com as mãos cheias e fez o número 15. De 15 gols naquela Liga dos Campeões da UEFA, um novo recorde na história da competição e que superava os 14 gols anotados por Messi, em 2011-2012, e José Altafini, em 1962-1963. 

E ainda tinha mais. No segundo tempo, aos 45’, com o jogo já definido, o Real teve uma falta a seu favor na entrada da área. Na cobrança, Cristiano Ronaldo bateu por baixo da barreira, chegou aos 16 gols e fechou a goleada histórica: 4 a 0. Que time no planeta tinha força para fazer aquilo em cima do Bayern na Allianz Arena? Só um time do tamanho do Real Madrid. Depois de 12 anos, o clube espanhol estava na final da Liga dos Campeões da UEFA

 

2016-2017 – Quartas de final

Cristiano contra o Bayern: artilheiro implacável. Foto: Getty Images.

 

Bayern München 1×2 Real Madrid, Allianz Arena

Real Madrid 4×2 Bayern München, Santiago Bernabéu

 

Construindo mais uma dinastia europeia, o Real promoveu uma devastação de gols absurda no mata-mata da UCL de 2016-2017. Nas oitavas, fez 3 a 1 no Napoli-ITA em casa e repetiu o placar fora. Ou seja: 6 a 2 no agregado. E, nas quartas de final, encarou outra vez o Bayern München. No duelo de ida, vitória de virada por 2 a 1 em plena Allianz Arena (com dois de Cristiano Ronaldo e boa atuação de Asensio) e triunfo por 4 a 2 na volta, este com um pouco de tensão. Após revés por 2 a 1 no tempo normal, os merengues impuseram seu jogo na prorrogação e marcaram três gols – dois de Cristiano (que já havia feito um no tempo normal) e um de Asensio. Placar agregado: 6 a 3. A equipe despachou o Atlético de Madrid na semifinal e venceu a Juventus-ITA na final por 4 a 1.

 

2017-2018 – Semifinal

 

Bayern München 1×2 Real Madrid, Allianz Arena

Real Madrid 2×2 Bayern München, Santiago Bernabéu

 

No ano do tricampeonato consecutivo, algo que não acontecia na UCL desde o tri do Bayern em 1976, o Real Madrid teve como último desafio antes da final… O Bayern! Na ida, em Munique, o técnico Zidane foi precavido com quatro homens no meio de campo e apenas CR7 no ataque. Tal tática funcionou pouco, pois o Bayern abriu o placar aos 28’ do primeiro tempo, com Kimmich. O Real não se abateu e empatou, aos 44’, com um golaço de Marcelo após pegar de primeira na entrada da grande área uma bola alçada pela direita. 

No segundo tempo, Zidane colocou Asensio no lugar de Isco e foi o talismã quem decretou a virada em uma das armas mais letais daquele Real: o contra-ataque. Rafinha errou um passe no meio de campo, Asensio tocou para Lucas Vázquez e este saiu em disparada. Ele devolveu para Asensio, que deu um tapa na bola e virou: 2 a 1. Foi mais uma vitória madrilena sobre o Bayern em plena Allianz Arena. Na volta, em casa, o mesmo Kimmich abriu o placar para o Bayern logo aos 3’ de jogo e acendeu de novo o alerta no torcedor merengue: mais sofrimento? Até que, aos 11’, Benzema acabou com a seca que vivia naquela temporada da Liga dos Campeões e empatou. 

No comecinho do segundo tempo, o mesmo Benzema aproveitou uma bobeada do goleiro para virar o jogo: 2 a 1. O Real começou a aproveitar as brechas na marcação bávara para liquidar a fatura, mas Cristiano Ronaldo, irreconhecível, perdeu uma grande chance minutos depois após cruzamento de Marcelo. O Bayern tentava o empate na base do chuveirinho, mas a zaga madrilena não dava trégua. Só aos 18’ que James Rodríguez empatou e não comemorou em respeito ao seu ex-clube. O time alemão precisava de mais um gol, mas não foi organizado na hora de atacar. Melhor para o Real, que segurou o empate e se garantiu em mais uma final europeia, a terceira seguida, a quarta em cinco anos. Nela, derrotou o Liverpool e fechou uma era inesquecível que coroou um esquadrão imortal.

2023-2024 – Semifinal

Foto: ANGEL RIVERO

 

Bayern München 2×2 Real Madrid, Allianz Arena

Real Madrid 2×1 Bayern München, Santiago Bernabéu

 

O reencontro entre os titãs da Europa já começou, com o primeiro jogo empatado em 2 a 2, dia 30 de abril, de novo por uma semifinal de UCL. O Real chega como favorito após despachar o campeão Manchester City e tem na experiência de Carlo Ancelotti e em seu ataque os triunfos para sair com a classificação, além do retrospecto recente amplamente favorável, com sete jogos de invencibilidade diante dos bávaros desde 2012 e três classificações seguidas sobre os alemães. Já o Bayern, após eliminar o Arsenal, quer voltar a ser La Bestia Negra e tem no goleador Harry Kane e na juventude de Musiala os talismãs para acabar com a sina e voltar a uma final europeia pela primeira vez desde 2020, quando venceu sua 6ª Velhinha Orelhuda de maneira invicta e com 100% de aproveitamento.

No primeiro jogo, em Munique, o time da casa apostou na muralha vermelha de sua torcida para tentar apavorar o Real Madrid e resgatar os tempos de La Bestia Negra. Mas, no primeiro tempo, quem fez careta foi o time espanhol, que nas poucas chances que criou, levou perigo. E, aos 24’, Toni Kroos, que há 10 anos foi desdenhado pela diretoria bávara e marchou exatamente para o Real Madrid, deu um passe magistral para Vini Júnior, que só precisou de um toque para fazer 1 a 0.

No segundo tempo, o Bayern acordou e marcou dois gols em apenas quatro minutos. Primeiro, com Leroy Sané, em jogadaça na qual o alemão invadiu a área, fintou o marcador e mandou uma bomba pro gol. Depois, Musiala foi derrubado dentro da área e Kane converteu o pênalti, virando o placar. Ancelotti fez mudanças no time e o Real seguiu em busca do empate, para mostrar que os tempos de Bestia Negra do Bayern haviam acabado (pelo menos até a volta, semana que vem). E, aos 83’, Vini Júnior, em cobrança de pênalti, fez o gol de empate que aumentou ainda mais o favoritismo espanhol.

Joselu entrou no segundo tempo da partida no Bernabéu e classificou o Real! Foto: La Presse

 

Na volta, o Real tentou liquidar o jogo no primeiro tempo, mas Neuer fez grandes defesas e impediu o zero de sair do placar. Vini Jr pintou e bordou pra cima de Kimmich e fez uma partidaça. No segundo tempo, o Real continuou em cima, mas Neuer seguiu inabalável. Mas foi o Bayern que abriu o placar com Davies, aos 23’, e obrigou o time espanhol a ir com tudo em busca da virada. E ela começou a ser construída justamente por uma falha de Neuer, que bateu roupa em chute de Vini e deixou a bola nos pés de Joselu, que empatou, aos 43’. Três minutos depois, o mesmo Joselu virou e confirmou o pacto do Real na UCL e a vaga na final. Simplesmente impressionante!

Curiosidades:

  • O maior público da história de Real x Bayern foi exatamente o primeiro jogo, o 1 a 1 lá de 1976: 111 mil pessoas no Santiago Bernabéu, 
  • Os maiores artilheiros do duelo são Cristiano Ronaldo (Real Madrid), com 9 gols, e Giovane Élber (Bayern), com 4 gols;
  • Cristiano Ronaldo (Real Madrid) é o único a anotar uma tripleta em um jogo: nos 4 a 2 do Real em 18 de abril de 2017;
  • Iker Casillas (Real Madrid) é o recordista em jogos disputados na história do duelo com 14 partidas. Depois dele, vêm Raúl (Real Madrid), Oliver Kahn (Bayern) e Salihamidzic (Bayern), ambos com 12 partidas;
  • Giovane Élber (Bayern) é o recordista em assistências para gols na história do confronto: 5 passes;
  • Contando os duelos deste ano, Bayern e Real já se enfrentaram em 16 jogos de semifinais de UCL, 6 jogos de quartas de final, 4 jogos de oitavas de final e 2 jogos de fase de grupos;
  • Alguns jogadores tiveram passagens por Bayern e Real e disputaram o clássico. Os mais notáveis foram: Paul Breitner, Zé Roberto, Robben, Kroos, Xabi Alonso, James Rodríguez e Alaba;
  • Alemães e espanhóis já disputaram 9 partidas amistosas ao longo da história, com 5 vitórias do Bayern, 2 vitórias do Real e dois empates. O Bayern ainda aplicou a maior goleada da história do confronto em um amistoso: 9 a 1, em Munique, no dia 05 de agosto de 1980, com sete gols só no primeiro tempo! Dieter Hoeness (irmão de Uli Hoeness), marcou três, Rummenigge fez dois e os demais gols foram de Paul Breitner, Kurt Niedermayer, Wolfgang Kraus e Pasi Rautiainen.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

Um Comentário

  1. Parabens pelo texto guilherme bayern x real certeza de grandes jogos.pra mim a historia mais legal vem de 75-76 quando no bernabeu estava 1 x1 e um torcedor do real invadiu o campo e deu um soco no arbitro linemayer alegando um penalti pro real criando se assim o el loco do bernabeu.ja na volta 2 x 0 pro bayern destaque pro presidente santiago bernabeu que criticou publicamente os alemaes netzer e breitner alegando que eles se intimidaram em munique e renderam bem pouco.esse caso foi o estopim para bernabeu se livrar imediatamente de netzer e no outro ano saia breitner .

Esquadrão Imortal – Dukla Praga 1956-1966

Jogadores emergentes para ficar de olho este ano