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Esquadrão Imortal – Milan 1988-1990

Em pé: Maldini, Van Basten, Gullit, Ancelotti, Rijkaard e Galli. Agachados: Baresi, Donadoni, Costacurta, Colombo e Tassotti.

 

Grandes feitos: Bicampeão do Mundial Interclubes (1989 e 1990), Bicampeão da Liga dos Campeões da UEFA  (1988-1989 e 1989-1990), Bicampeão da Supercopa da UEFA (1989 e 1990), Campeão Italiano (1987-1988) e Campeão da Supercopa da Itália (1989).

Time base: Galli; Tassotti, Baresi, Costacurta e Maldini; Rijkaard, Ancelotti (Massaro), Colombo e Donadoni (Evani); Gullit e Van Basten. Técnico: Arrigo Sacchi.

 

“O melhor Milan da história”

Por Guilherme Diniz

Texto publicado em março de 2012 e atualizado em 2022

 

Imagine uma zaga impecável, robusta e técnica, com um dos maiores líberos da história do futebol: Baresi. Pense em laterais polivalentes, que atacavam e defendiam com maestria e sutileza: Maldini e Tassotti. Tente acreditar em um meio campo extremamente ofensivo, rápido, daqueles que deixam o adversário atordoado e que não o deixa nem sair de seu próprio campo: Ancelotti, Rijkaard, Donadoni e Colombo. E que tal um ataque driblador, com dois holandeses que se entendiam por telepatia e adoravam estufar as redes adversárias das mais diversas maneiras, principalmente em momentos decisivos: Gullit e Van Basten. Pronto, você tem um time dos sonhos. Peraí, sonhos? Que nada! Esse time existiu! Era de carne e osso, vestiu o manto rossonero do A.C. Milan nas temporadas de 1989 e 1990, e assombrou a Europa (e o mundo) de maneira soberana como há muito tempo não se via. Desde o esquadrão do Bayern München da década de 70 ou mesmo o Liverpool dos anos 1970 e 1980 que uma equipe não conquistava a Europa de maneira tão sublime como esse Milan conquistou. O técnico Arrigo Sacchi criou um time que dominava o adversário e deixava-o encurralado em seu próprio campo, além de tocar muito bem a bola. Espaços? O Milan não deixava. Atacar? Só se Baresi, Maldini e companhia permitissem. A torcida rossonera cansou de vibrar e comemorar títulos no final da década de 80. É, esse time era mesmo encantado. Vamos conhecer melhor essa magia.

 

Enterrando a “Era negra”

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O início da década de 80 foi terrível para o Milan. Devido a um escândalo de manipulação de resultados (tão comum na Itália, infelizmente), a equipe foi rebaixada e disputou a temporada 80/81 na série B do Calcio. A equipe dominou a competição e voltou à Série A. Porém, a volta à primeira divisão não foi reflexo de bons tempos, e a equipe seguiu fazendo campanhas ruins. Até que em 1986 um tal de Silvio Berlusconi (polêmico dirigente, até hoje no clube) assumiu a equipe de Milão com o objetivo de dar a volta por cima e devolver o time aos tempos de glória. Dito e feito. Primeiro, contratou o técnico Arrigo Sacchi, célebre estrategista e contrário ao tradicional sistema defensivo do futebol italiano. Berlusconi também correu atrás de 3 promessas holandesas que começavam a brilhar na Europa: Rijkaard, Gullit e Van Basten. E deu certo. Aquisições feitas, base do time formada, era hora de botar essa turma para treinar.

Arrigo Sacchi chegou ao Milan e foi logo tendo que conviver com a desconfiança da imprensa de Milão, que questionava o novato treinador pelo fato de ele nunca ter sido jogador profissional. Sempre sorrindo, o treinador preferiu dar um cala a boca aos críticos com trabalho. Ao chegar ao clube rossonero, Sacchi gostou do que viu. Muito, na verdade. A equipe tinha craques em todas as posições do campo e ainda um banco de reservas muito útil para a disputa de competições simultâneas. Era o cenário ideal para que ele aprimorasse sua ideia do “Calcio Total”. Com o Milan, Sacchi fez dos treinamentos táticos algo mágico e fundamental para aquela equipe dar liga. Ele exigia o máximo de atenção ao posicionamento dentro das quatro linhas, sempre organizado e coeso. O meio de campo deveria atacar e defender com a mesma eficiência, a defesa se adiantar e ficar sempre atenta aos comandos de Baresi para que as linhas de impedimento funcionassem e os atacantes tinham a missão de transformar em gols todo o esforço do conjunto.

Com isso, os treinos do Milan viraram verdadeiros shows, com megafones, anotações de posicionamentos táticos e muita ênfase no coletivo e na precisão. Isso tudo resultou num esquema 4-4-2 (ou 4-4-1-1) ofensivo, impecável e letal. O Milan estava pronto para não deixar adversário algum jogar em espaços abertos. O campo era encurtado. Jogadores marcavam em zona. Trocar mais que três passes era tarefa quase impossível, a não ser para o Napoli de Maradona ou a Sampdoria de Mancini, os únicos que conseguiram, ainda esporadicamente, burlar aquele esquema com genialidade, esta também presente no Milan graças a grandeza técnica do trio holandês Rijkaard-Gullit-Van Basten, sem dúvida alguma o maior símbolo de uma era vitoriosa que começaria já na primeira temporada de Sacchi no clube rossonero. Estava feita a revolução.

 

O primeiro caneco depois de 9 anos

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O Milan “pegou no breu” na temporada 1987/1988. Já mostrando um bom entrosamento e estilo de jogo bastante ofensivo, a equipe foi campeã italiana depois de nove anos, ficando à frente do grande Napoli de Maradona, Careca e Ferrara. O time venceu 17, empatou 11 e perdeu apenas dois dos 30 jogos disputados. Foram 43 gols marcados e apenas 14 sofridos (melhor zaga da competição). Vale destacar as vitórias sobre o Napoli, que brigou com o time de Milão pelo título, tanto em casa (4 a 1) quanto fora (3 a 2 – esta o jogo do título praticamente, há três rodadas do fim), além de um 2 a 1 na Sampdoria em Milão e um 1 a 0 na Juventus em Turim.  A conquista levou sua equipe à disputa da Liga dos Campeões da UEFA de 1988-1989.

 

A conquista da Europa e do mundo – parte 1

 

O objeto de consumo do Milan na temporada 88/89 era, sem dúvida alguma, a Copa dos Campeões. Na época, o sistema de disputa era bem diferente e não consistia nas fases que temos hoje, com qualificação, grupos e eliminatórias. Os clubes jogavam já em sistema eliminatório, em partidas de ida e volta. O número de participantes era bem menor, também. Por exemplo, o Milan daquela temporada precisou de apenas 9 jogos para levar o caneco, bem diferente de hoje em dia, quando um participante precisa de 13 a 15 jogos para ficar com a taça. No começo de sua escalada, o Milan despachou facilmente o Vitosha, da Bulgária, por 7 a 2 no placar agregado. Na fase seguinte, o adversário foi o Estrela Vermelha, da extinta Iugoslávia, que vendeu caro a eliminação, que só saiu nos pênaltis após empate em 1 a 1 nos dois jogos. Nas quartas de final, a equipe eliminou os alemães do Werder Bremen ao vencer por 1 a 0 no placar agregado.

Na semifinal… Bem, na semifinal o Milan empatou com o Real Madrid de Hugo Sánchez em 1 a 1, e levou a decisão para o San Siro. E, no caldeirão rossonero, a equipe protagonizou um dos maiores bailes da história da Copa dos Campeões: 5 a 0, com golaços, lances magníficos e obras assinadas pelo trio de ouro Gullit, Van Basten e Rijkaard. Foi uma das maiores derrotas do Real Madrid em competições europeias. Após a partida, todos davam como certa a conquista da equipe italiana. Mas ainda faltava a final, contra o não mais surpreendente à época Steaua Bucareste, da Romênia, campeão europeu e da supercopa europeia em 1986.

O Milan de Sacchi: duas linhas de quatro, Gullit mais recuado e Van Basten avançado. Jogar contra esse time era terrível…

Baile milanês

Sport. Football. European Cup Final. Nou Camp, Barcelona, Spain. 24th May 1989. AC Milan 4 v Steaua Bucharest 0. AC Milan's Carlo Ancelotti holds the trophy aloft with his team-mates.

Todos esperavam uma grande final no gigante Camp Nou, em Barcelona, entre Milan e Steaua Bucareste. Porém, apenas o Milan de Arrigo Sacchi jogou, ao massacrar a equipe romena por 4 a 0, com dobradinha de Gullit e Van Basten, que anotaram 2 gols cada. O resultado colocou o esquadrão italiano no topo da Europa e deu ao Milan seu terceiro título europeu. Próxima parada? Japão!

 

Mundo rossonero

 

Depois de vencer a Europa, o Milan ainda conquistou a Supercopa da UEFA, ao bater o Barcelona por 2 a 1 no placar agregado. Em seguida, era a vez de ir ao Japão e enfrentar o Atlético Nacional, da Colômbia, campeão da Libertadores de 1989, que tinha como destaque o folclórico goleiro Higuita. A decisão foi uma clara disputa entre o ataque do Milan e a retranca colombiana. Os italianos martelaram durante todo o jogo a defesa sul americana, mas esbarrava em tudo e em todos. O zero não saiu do placar no tempo normal, e o jogo foi para a prorrogação. Quando tudo parecia levar aos pênaltis, uma falta na entrada da área parecia ser a chance derradeira para o Milan furar a retranca do Atlético. E foi. Num chute seco de Evani, aos 119´, o Milan deixou Higuita sem reação, e conseguiu, enfim, o gol que garantiu o título mundial ao clube italiano, o segundo na história. Ano perfeito, hora de descansar? Que nada, o Milan queria mais…

 

Sacchi e Baresi posam com a taça do Mundial de 1989.
Sacchi e Baresi posam com a taça do Mundial de 1989.

 

Bicampeões

Maior esquadrão do planeta, o Milan começou a temporada 1989/1990 como o time a ser batido na Itália e na Europa. Suas partidas passaram a ser televisionadas em todos os cantos do planeta, e todos queriam ver aquela equipe fantástica jogar. Parecia não haver adversários a altura de Baresi, Maldini, Rijkaard, Van Basten, Gullit e Cia. Parecia, pois ao mesmo tempo, o Napoli de Maradona e Careca encantava a todos, com um futebol vistoso e mágico. Os embates entre as duas equipes eram épicos, nunca tinha favorito. Em 1989, a campeã italiana foi a Inter. Em 90, foi a vez do Napoli ficar com o Scudetto. Mas, se na Itália o Milan parecia não se importar muito em vencer, na Europa sua autoridade era absoluta.

 

Rijkaard - van Basten - Gullit: simplesmente incríveis com a camisa do Milan.
Rijkaard – Van Basten – Gullit: simplesmente incríveis com a camisa do Milan.

 

A equipe começou a Copa dos Campeões de 1989-1990 eliminando o Helsinki, da Finlândia, com fáceis 5 a 0 no placar agregado. Na fase seguinte, uma das vítimas do ano anterior: o Real Madrid. A equipe espanhola perdeu o primeiro jogo por 2 a 0, e não conseguiu reverter a vantagem em casa, ao vencer por apenas 1 a 0. Milan nas quartas de final. O adversário foi o duríssimo Mechelen, da Bélgica, que tinha como destaque o excelente goleiro Preud´Homme, que simplesmente parou o ataque do Milan. Após empate sem gols na Bélgica, o Milan sufocou de maneira absurda o adversário no San Siro, e só venceu na prorrogação por 2 a 0. A valentia do Mechelen naquele jogo foi coisa de cinema. A equipe vendeu muito caro a derrota. Que sufoco! Hora das semifinais.

A semifinal colocou dois tricampeões europeus frente a frente, o Milan e o Bayern München. O primeiro jogo teve vitória italiana por 1 a 0, e a decisão ficou para a Alemanha. O jogo foi muito disputado, e decidido apenas na prorrogação. O Bayern venceu por 2 a 1, mas o gol fora marcado pelo Milan garantiu a equipe rossonera pela segunda vez seguida na final.

 

“Bicampeões, ora pois!”

 

O Milan decidiu contra o Benfica (POR), dos brasileiros Aldair, Ricardo Gomes e Valdo, além do técnico sueco Sven-Göran Eriksson, o título europeu de 1990. A final teve predominância novamente do Milan, que era bloqueado pelo paredão brasileiro na zaga portuguesa. Mas, como elemento surpresa, Frank Rijkaard avançou pelo meio de campo e tocou na saída do goleiro Silvino para fazer, aos 68´, o gol do título e do bicampeonato europeu, o quarto do Milan. Era a consagração de uma equipe técnica, rápida e mortal.

 

Bimundial

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Depois do bicampeonato europeu, o Milan despachou a Sampdoria na final da Supercopa da UEFA, ficando com o título. No final do ano, era a vez de buscar mais um título mundial e tentar a façanha de ser o primeiro europeu tricampeão do mundo, façanha que era até então restrita aos uruguaios Peñarol e Nacional. E até que foi fácil. A equipe enfrentou o Olimpia, do Paraguai, campeão da Libertadores de 1990. A final, apitada pelo brasileiro José Roberto Wright, teve vitória incontestável do Milan por 3 a 0, com 2 gols de Rijkaard e um de Stroppa. Era o Milan tricampeão do mundo, bi consecutivo. Porém, seria o início do fim de uma geração de ouro.

 

O fim de uma equipe mítica

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Na temporada seguinte, a dolorosa eliminação para o brilhante Olympique de Marselha (FRA) nas quartas de final da Copa dos Campeões de 91, bem como a derrota na final da Copa de 93, pelo mesmo Olympique, provocaria, aos poucos, a saída do trio holandês da equipe. Marco van Basten, por problemas no tornozelo, encerraria precocemente a carreira. Gullit foi perdendo espaço na equipe e seguiria para a Sampdoria, em 1993. Rijkaard deixou o time italiano também em 1993 e encerrou a carreira no Ajax (HOL). Mesmo com os títulos italianos de 1992, 1993 e 1994, a equipe já não tinha o brilho de 1989/1990. Seguiria muito competitiva, mas aí já é outra história, que você pode ler clicando aqui. A magia do esquadrão bicampeão europeu e do mundo já havia terminado. Mas ela nunca saiu da memória dos amantes do futebol. E, com certeza, jamais sairá…

Os personagens:

Galli: goleiro seguro, era tido como coadjuvante em uma equipe de estrelas. Disputou 98 jogos pelo Milan de 1986 a 1990. Pela seleção italiana, jogou apenas 19 partidas. Venceu 6 canecos com o Rossonero.

Maldini: um dos maiores símbolos da história do Milan e do futebol italiano, só vestiu a camisa rossonera (e a da seleção italiana, claro) durante toda a sua carreira, de 1984 até 2009. Jogou como lateral, tanto esquerdo como direito, tinha exímia técnica, e sabia defender e atacar com maestria. Anos depois, foi zagueiro, e esbanjou qualidade na grande área. Conquistou todos os títulos possíveis no Milan, com destaque para as 5 Liga dos Campeões, 3 Mundiais, 7 Campeonatos Italianos, 5 Supercopas europeias e muitos outros. Fez 902 jogos pelo Milan e anotou 33 gols. Sua importância foi tamanha que a camisa número 3 do clube foi aposentada. Leia mais sobre ele clicando aqui.

Baresi: um dos maiores líberos do futebol mundial, Baresi foi exemplo de lealdade, sutileza e técnica como defensor. Romário, artilheiro do tetra, classificou o italiano como o maior marcador que teve na carreira, tamanha era sua qualidade. Nunca apelava para faltas, desarmava os atacantes de maneira precisa e sabia cadenciar o jogo quando era necessário. Assim como Maldini, só jogou no Milan durante toda a sua carreira, de 1977 a 1997. O grande capitão vestia a camisa 6, que foi aposentada para sempre do time italiano, reverência total ao líder de um time mágico. Venceu 6 campeonatos italianos, 3 Liga dos Campeões da UEFA, 2 Mundiais, 3 Supercopas da UEFA e 4 Supercopas da Itália. Pela seleção, atuou em 81 partidas, e venceu a Copa do Mundo de 1982, como reserva, já que no time titular o trio de zaga era nada mais nada menos que Cabrini, Gentile e Scirea. Disputou 719 jogos pelo Milan. Leia mais sobre ele clicando aqui.

Costacurta: outro eterno zagueiro rossonero, começou a carreira emprestado ao pequeno Monza, para ganhar experiência. E ganhou! Foi titular da equipe e só jogou no Milan, de 1985 a 2007. Tinha raça e às vezes apelava para as faltas para parar os adversários. Mesmo assim, era extremamente eficiente. Pela seleção, jogou 59 jogos.

Tassotti: iniciou a carreira na Lazio, mas logo em seguida partiu para o Milan, onde jogou de 1980 até 1997. Lateral marcador, que também apoiava o ataque, Tassotti jogou 583 partidas pelo Milan e conquistou 17 títulos com o clube. Pela seleção, não teve o mesmo brilho e disputou apenas 7 partidas.

Colombo: era o “carregador de piano” daquele time. Jogou no Milan de 1987 a 1990, exatamente na era dourada do clube. Colombo segurava a bronca no meio de campo para que Rijkaard pudesse subir ao ataque e apoiar o bombardeio que o Milan impunha aos adversários.

Donadoni: exímio ponta esquerda, daquele que infernizava a defesa adversária, Roberto Donadoni era o grande driblador do Milan supercampeão. Tinha um fôlego absurdo e muita raça, aliada à técnica apurada. Não era de marcar gols, prova disso é seu histórico: 390 partidas e apenas 23 gols. Pela seleção, atuou em 63 partidas.

Evani: outro que nasceu no Milan, Alberigo Evani era um dos donos do meio de campo da equipe na virada dos anos 80 e início dos 90. Tinha um pé esquerdo poderoso e marcava alguns gols de fora da área e de bola parada, como o do título mundial de 1989. Foram 393 jogos pelo clube e 19 gols.

Ancelotti: outro grande nome da história do Milan, Carlo Ancelotti atuava na ponta direita da equipe, e tinha mais características defensivas. Colecionou títulos no Milan tanto como jogador como técnico, profissão que segue hoje em dia. Atualmente, treina o PSG, da França. Pela seleção, disputou 26 partidas.

Rijkaard: uma das maiores estrelas da equipe, autor do gol do título europeu de 90, o holandês Frank Rijkaard foi um dos maiores craques da história do futebol, e atuava como volante, meia, ponta e até zagueiro. Formado no Ajax, foi para o Milan em 88 (mesmo ano em que venceu com a sua seleção, a Holanda, a Eurocopa), onde viveu o ápice de sua carreira. Com muita técnica, visão de jogo aguçada e elegância, Rijkaard ditava o ritmo da equipe no meio, e ajudava os compatriotas Gullit e Van Basten a fazerem estragos nas defesas adversárias. Disputou 201 jogos pelo Milan e marcou 26 gols. Encerrou a carreira vencendo uma Liga dos Campeões, por outra geração de ouro, a do Ajax, em 95. Pela Holanda, disputou 73 jogos. É um dos jogadores mais vitoriosos da história, com 25 títulos conquistados por Milan, Ajax e Holanda. Leia mais sobre ele clicando aqui.

Gullit: não era só a cabeleira de Ruud Gullit que chamava a atenção em campo. O seu futebol também. O holandês foi um dos símbolos do grande Milan supercampeão, ao ser peça fundamental no ataque da equipe, ao lado de Van Basten. Gullit podia jogar, também, como meia e até líbero. Iniciou a carreira no modesto Haarlem, da Holanda. De lá, partiu para o Feyenoord e PSV, onde conquistou vários títulos. Mas, seria no Milan o seu momento de ouro. Ganhou tudo, fez gols decisivos, e transformou a equipe na mais temida do planeta. Disputou 171 jogos pelo Milan e marcou 56 gols. Fez parte da grande Holanda campeã da Eurocopa de 88. Na seleção, marcou 17 gols em 66 jogos. Encerrou sua brilhante carreira no Chelsea, da Inglaterra. Leia mais sobre ele clicando aqui.

Marco van Basten: foi, sem dúvida alguma, um dos maiores atacantes da história do futebol. Era o verdadeiro matador, daqueles que fazia gols de tudo quanto é jeito. Fazia, também, golaços épicos, como na final da Euro de 88. Ele foi um dos maiores ídolos do grande Milan e a principal estrela daquela equipe. Em 201 jogos, marcou 124 gols. Está entre os 10 maiores artilheiros na história do clube, e entre os mais vitoriosos também. Ganhou 15 títulos no rossonero, onde jogou de 1987 a 1995. Foi obrigado a encerra a carreira de maneira precoce, aos 30 anos, devido a inúmeras lesões nos tornozelos, acabados de tanta pancada que levou dos zagueiros. Despediu-se com uma volta olímpica no San Siro, provocando choro até mesmo no durão Fabio Capello, técnico do Milan em 1995. Pela seleção, venceu a Eurocopa de 1988 e, em 58 jogos, marcou 24 gols. Marco van Basten foi um mito e deixou muita saudade. Leia mais sobre ele clicando aqui.

Massaro: de volante para ala até chegar a centroavante. Massaro foi um polivalente da bola antes de encontrar sua vocação verdadeira: fazer gols. Na ausência de Van Basten, o italiano era a maior referência do Milan e foi um dos maiores artilheiros do time naquele período. Costumava jogar muito em partidas decisivas.

Arrigo Sacchi (Técnico): um dos maiores treinadores de todos os tempos, estrategista nato e mestre daquele Milan Imortal. Armou um time que encurralava os adversários em seu próprio campo de defesa, não oferecendo espaços nem chances de trocar mais de três passes certos. Com isso, ganhou tudo o que disputou e escreveu seu nome na história. Depois de comandar o Milan, conduziu a seleção da Itália até a final da Copa do Mundo de 1994, perdida nos pênaltis para o Brasil. Leia mais sobre ele clicando aqui.

 

Leia mais sobre a goleada de 5 a 0 do Milan sobre o Real Madrid clicando aqui.

 

 

Extras

Milan 2×0 Mechelen

O Milan martelou, martelou, sufocou o adversário, e conseguiu a vitória. Veja o absurdo volume de jogo desse time nos links abaixo. Como o Mechelen conseguiu resistir tanto? Não faço ideia, pergunte para Preud´Homme!

Parte 1

Parte 2

 

Gols, gols, gols

Confira um especial da Gazzetta dello Sport com diversas obras primas do Milan 89/90.

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Comentários encerrados

8 Comentários

  1. Melhor time que vi jogar até hoje! ganha apertado do Barcelona do Guardiola do periodo 2009-2011! O Barcelona do Guardiola podia ser mais técnico com seu grande toque de bola , mas aquele Milan era mais completo! era um time forte em todos os setores, zaga meio e ataque! O atual time do Real Madri pode ser o primeiro a ser tri mundial de clubes consecutivo, mas não se compara aquele grande Milan do final dos anos 80 e inicio dos anos 90!

  2. Um dos maiores times da história do futebol mundial, Arrigo Sachhi implementou uma filosofia de jogo fantástica, com linhas compactadas e marcação pressão absurda, sufocando o adversário. Os holandeses foram geniais no ataque, era sempre garantia de gols com Gullit , Van Basten e até mesmo Rikjaard, juntando Baresi, Costacurta e Maldini na defesa, o time era praticamente imbatível.
    Esse time assombrou o mundo no final dos anos 80. Não tinha pra ninguém. O único time que fazia frente era o Nápoli de Maradona e Careca, e mesmo assim com muita dificuldade.

  3. esse time marcou a minha vida ,quando eu tinfha 13 para 14 anos assistia a esses verdadeiros mitos do futebol na bandeirantes,onde todos os domingos com narração do inesquecível silvio lancelotti tive o privilégio de acompanhar van basten,gullit,maradona e careca aquilo que era futebol não o que assistimos hoje ,onde esses jogadores não sabem criar,driblar,cruzar uma bola,bater faltas ,escanteios não acertam nem o gol ….pasmeeeem não sabem chutar uma bola o futebol morreu hoje é tudo igual preparo físico,marcação e correria.meu nome é cesar rabelo de freitas ainda bem que tenho 37 anos e vivenciei a época de ouro do futebol. um abraço

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