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Jogos Eternos – Estudiantes 3×3 Grêmio 1983

Data: 08 de julho de 1983

O que estava em jogo: a vitória, claro, e pontos importantes por uma vaga na final da Copa Libertadores de 1983.

Local: Estádio Jorge Luis Hirschi, La Plata, Argentina.

Árbitro: Luis de la Rosa (Uruguai)

Público: 30.000 pessoas

Os Times:

Estudiantes: Bertero; Gette (Hugo Tevez), Camino, Rubén Agüero e Gugnali; Miguel Ángel Russo, José Daniel Ponce e Sabella; Trama, Trobbiani e Gurrieri. Técnico: Eduardo Manera.

Grêmio: Mazzaropi; Paulo Roberto, Leandro, De León e Casemiro; China, Osvaldo e Tita; Renato Portaluppi, Caio (César) e Tarciso (Tonho). Técnico: Valdir Espinosa.

Placar: Estudiantes 3×3 Grêmio. Gols: (Gurrieri-EST, aos 39’, e Osvaldo-GRE, aos 45’ do 1º T; César-GRE, aos 7’, Renato-GRE, aos 18’, Gurrieri-EST, aos 31’ e Russo-EST, aos 42’ do 2º T).

Cartões Vermelhos: Ponce-EST e Trobbiani-EST, aos 33’ do 1ºT; Camino-EST, aos 24’ e Tevez-EST, aos 30’ do 2ºT.

 

“A Batalha de La Plata”

 

Por Leandro Stein e Guilherme Diniz

 

Para um, foi um jogo de reflexão e alívio. Para o outro, um dos maiores exemplos da legítima garra pincharrata que forjou um dos clubes mais temidos da América. O duelo entre Estudiantes e Grêmio da noite do dia 08 de julho de 1983 ganhou o singelo apelido de “Batalha de La Plata” por ter sido um dos mais tensos e angustiantes que podemos recordar na Copa Libertadores. O duelo não terminou com o melhor resultado possível aos gaúchos, longe disso, mas ajudou a dar contornos épicos à caminhada dos tricolores rumo à sua primeira conquista na Libertadores, em 1983. O tricolor resistiu às faltas ríspidas dos argentinos, à pressão da torcida, às pedradas e conseguiu abrir 3 a 1 diante de um adversário com quatro jogadores a menos (!). Mas, de maneira impressionante, o Estudiantes, mesmo com a abissal desvantagem numérica e um esquema tático 3-2-1, fez dois gols e empatou um jogo que valeu por um título. O empate por 3 a 3 acaba se tornando um detalhe por aquilo que aconteceu na partida. Noite que forjou o imaginário gremista além das fronteiras e que sempre volta à tona quando alvirrubros e tricolores se enfrentam. É hora de relembrar.

 

Pré-jogo

Renato Portaluppi, um dos destaques do Grêmio em 1983.

 

Grêmio e Estudiantes possuíam histórias distintas na Libertadores durante aquele momento histórico, mas ambos vinham mais cascudos após a primeira fase da competição de 1983. Os tricolores atropelaram em uma chave que tinha o Flamengo, além dos representantes bolivianos. Já o Estudiantes suou bastante para ficar um ponto à frente de Cobreloa e Colo-Colo, em grupo que ainda contava com o Ferro Carril Oeste. Cruzavam-se no triangular semifinal, em chave na qual também estava presente o forte América de Cali.

O primeiro jogo entre Grêmio e Estudiantes aconteceu no Olímpico Monumental, abrindo a segunda fase da Libertadores. Pouco mais de 24 mil torcedores estiveram nas arquibancadas, em uma gélida noite de terça-feira. Não seria um jogo violento, mas sim batalhado, em que dois lampejos resolveriam o placar a favor dos tricolores. Aos cinco minutos, Osvaldo acertou uma bomba para deixar os anfitriões em vantagem. Sergio Gurrieri empatou para os pincharratas logo depois, mas a perseverança tricolor daria resultado nos instantes finais da partida. 

Valdir Espinosa arriscou aos 12 minutos do segundo tempo quando tirou Renato Portaluppi, xodó da torcida e principal alternativa ofensiva, para a entrada do veterano Tarciso. Pois o Flecha Negra decidiu. Depois de uma jogada fantástica de Caio, chapelando um e driblando outros dois antes de cruzar, o atacante apareceu na área para completar: 2 a 1. Aquele jogo marcou ainda a estreia internacional do goleiro Mazarópi com a camisa gremista, cinco dias depois de sua primeira partida pelo clube.

“O jogo foi muito bom. Guerreado, corrido, mas acho que o nosso time foi melhor. Vencemos graças ao esforço do grupo e, mais uma vez, provamos que estamos no caminho certo para novas vitórias. O importante era a vitória e graças a Deus conseguimos. Agora vamos a Cali parra buscar mais dois pontos. E o time só será definido lá”, avaliou Espinosa, na saída de campo, em entrevista ao Zero Hora

De qualquer forma, haveria o reencontro com o Estudiantes. E depois de uma vitória e uma derrota nos encontros com o América de Cali, ocupando a liderança, o Grêmio viajou a La Plata precisando evitar a derrota para se aproximar da classificação à final. Naquele momento, os tricolores tinham quatro pontos e encerravam sua participação na fase de grupos. Necessitavam de pontos, considerando que os dois concorrentes, mesmo atrás, teriam um jogo a mais.

O Grêmio viajou à Argentina com foco total. O próprio Renato refutou a fama de boêmio para permanecer concentrado e se dedicar ao máximo na Libertadores. Já tinha colhido os resultados com uma grande atuação contra o América e queria mais em La Plata. “Estou convencido que corri os 90 minutos contra o América porque não tinha ido a festas. Vou continuar concentrado. Sempre gostei de sair à noite, mas agora é a vez do título. O Espinosa me disse que depois do jogo em La Plata posso me soltar até no avião”, declarou o ponta, antes do confronto decisivo. 

“Nem tudo que passa pela minha cabeça são mulheres. Quero este título mais do que ninguém. Elas estão até me escolhendo como o rapaz mais lindo da cidade, mas nada disso vai me influenciar. O que importa agora é seguir os meus companheiros e voltar da Argentina com a classificação”.

A tensão tomava a partida antes mesmo de sua realização. Entre um jogo e outro, surgiram imagens do ano anterior, mostrando aviões militares ingleses se abastecendo em Canoas (RS) antes de seguirem à Guerra das Malvinas. O episódio resultou em uma crise diplomática entre Brasil e Argentina, que acabou levada para dentro de campo. Além disso, os tricolores já esperavam as hostilidades em La Plata. Quando o América de Cali havia atuado na Argentina, o Estudiantes ofereceu um ônibus para fazer o transporte dos atletas adversários rumo ao estádio. O trajeto demorou três horas, sabotado pelos anfitriões, e diminuiu o tempo de preparação aos visitantes já desgastados. Avisados pelos colombianos, os tricolores recusaram nova oferta dos pincharratas. Mas sabiam que outras situações adversas poderiam pintar ao longo da noite.

As dificuldades começaram desde a chegada ao acanhado Estádio Jorge Luis Hirschi, em La Plata. Durante o trajeto, várias pedras atingiram o ônibus do Grêmio, o que botou em risco os jogadores e a comissão técnica no caminho até o vestiário. E quando os gremistas pisaram no gramado, além dos objetos atirados, tiveram que lidar com os cânticos discriminatórios da torcida que lotava as arquibancadas. Antes mesmo do apito inicial, Marcelo Trobbiani recebeu cartão amarelo – segundo as versões brasileiras, por ofender o árbitro, mas conforme as argentinas, por invadir o círculo central. 

“O amarelo a Trobbiani serviu para acender nos jogadores argentinos uma ira raras vezes vista em campos de futebol, e que marcaria o comportamento deles até o fim do jogo. Provocações, cusparadas, pontapés e agressões sucederam-se desde o começo”, descreveu Eugênio Bortolon, em matéria publicada na revista Placar da época. E, quando a bola rolou, a fúria tomou conta de todos.

 

Primeiro tempo – Violência e pedradas

O Estudiantes começou dominando a partida, até que o Grêmio passasse a equilibrar a partir dos 15 minutos. Sobravam entradas duras. Assim, a primeira confusão não tardaria. Aos 32’, China fez falta em Trobbiani, que revidou com um chute no gremista. O argentino foi expulso, enquanto o brasileiro recebeu o amarelo. Diante do ocorrido, a revolta tomou os pincharratas, que pressionavam o árbitro Luis de la Rosa por não ter tomado a mesma atitude em lance anterior envolvendo De León. Logo depois, Ponce também foi para o chuveiro mais cedo, acusado pelo juiz de tê-lo empurrado. A desvantagem numérica, todavia, não impediu os alvirrubros de abrirem vantagem. A partir da cobrança da falta cometida por China, Gurrieri aproveitou o cochilo da defesa adversária e arrematou com força para abrir o marcador. Ao menos o Grêmio saiu para o intervalo com o empate, graças a chute cruzado de Osvaldo, aos 45’.

A cena mais grotesca da violência aconteceu na saída para o intervalo. Quando seus companheiros já estavam no vestiário, com a porta cerrada pelo segurança tricolor, o atacante Caio foi encurralado por três adversários nos corredores e acabou agredido sem piedade. Sofreu uma fratura na tíbia, sem sequer voltar para a etapa final. 

“Foi incrível. Algo que eu jamais poderia imaginar que fosse acontecer, apesar do clima de guerra que havia lá. Levei um chute tão forte no tornozelo que não pude voltar para o jogo e não está dando nem para caminhar direito. Dói muito. Não dá pra aceitar um túnel apenas para os dois times e também para o árbitro. É incrível isso”, declarou o jogador após a partida, antes de ter o diagnóstico completo da lesão. Quem também sofria era o goleiro Mazarópi, já com dores nas costas (que virariam hematomas) pelas pedradas desferidas contra ele pelos torcedores rivais.

Segundo tempo – Da vitória tranquila ao surrealismo

César, que entrou no lugar de Caio, virou o placar para o Grêmio aos oito minutos do segundo tempo. Aproveitou um cruzamento perfeito de Renato, que chamava o jogo para si. E por mais que o objetivo dos gremistas fosse escapar das pancadas, segurando o resultado, o garoto atrevido terminaria de incendiar a noite. Doze minutos depois, Renato driblou três e estufou as redes, com um golaço para ampliar a diferença: 3 a 1. Na comemoração, colocou o dedo em riste sobre a boca, pedindo silêncio à torcida da casa. As provocações, afinal, se viam ainda em outros jogadores visitantes. Algo que desatou a fúria definitiva no Estádio Jorge Luis Hirschi. 

Três minutos depois do gol, uma moeda atingiu a cabeça do bandeira Ramón Barreto, que ficou ensanguentado na beira do gramado e teve que ser atendido pelo médico gremista, Dirceu Colla. Na sequência, Camino foi o terceiro jogador do Estudiantes a ser expulso. E, quatro minutos depois, Tevez se tornou o quarto, ao agredir Renato com um pontapé.

Mesmo jogando com sete jogadores, o Estudiantes conseguiu avançar no ataque diante da passividade dos tricolores, que temiam mais as botinadas dos argentinos do que ir pra cima e golear o rival. Só que, aos 31’, Trama cruzou para a área e Gurrieri se esticou para descontar. Na sequência, o Grêmio teve um gol legítimo inexplicavelmente anulado, em impedimento mal assinalado por Ramón Barreto, que nenhum tricolor teve coragem de contestar. Os gaúchos queriam mesmo que o relógio passasse rápido e o duelo terminasse. 

E, em meio à pressão desenfreada, os pincharratas arrancaram um empate que parecia impossível. Com valentia e ferocidade, o Estudiantes manteve a bola na frente, à sua maneira, sem dar contra-ataque e surpreso pela perplexidade tricolor com 11 jogadores. Aos 42’, quatro gremistas cercaram Sabella e Trama. Mesmo assim, a dupla armou a jogada e mandou para a área. Leandro afastou, para o lado direito da área. Gurrieri recolheu, driblou dois e chutou rasteiro. Casemiro desviou, mas o rebote ficou com Russo, que aproveitou o rebote e mandou a bola pro fundo do gol: 3 a 3. Irado, Renato Portaluppi chegou perto de Leandro e Casemiro e mostrou quatro dedos da mão bem próximo aos rostos dos companheiros, escancarando a realidade nua e crua: o Grêmio havia permitido um time com quatro jogadores a menos marcar dois gols.

O placar de 3 a 3 barrava a classificação antecipada dos gaúchos, enquanto permitia ao Estudiantes ainda sonhar com a decisão, caso batesse o eliminado América na visita a Cali. “Não dá para entender. Fomos inocentes demais, fomos burros”, definia o capitão Hugo De León. “Não faltou coragem para nós. Eles tinham apenas sete, mas corriam, lutavam, pareciam que estavam onze quando tocavam a bola. Quando fizeram o terceiro gol, senti que nós tínhamos acabado de deixar escapar de nossas mãos a classificação”. 

Na saída de campo, os tricolores precisaram ser protegidos por escudos policiais, para evitar novas agressões. Já os heróis do Estudiantes foram carregados nos braços por seus torcedores, como se fossem campeões da América.

“Violência, jogo duro, socos, pontapés: tudo isso é compreensível numa decisão de Libertadores. O que não poderia ter ocorrido foi a nossa retração. Demos chance para que o adversário crescesse e tomasse conta do campo mesmo com apenas sete jogadores. Isto é inacreditável, jamais tinha visto algo parecido com isso na minha carreira”, avaliava Valdir Espinosa, depois da partida. 

“Eu não sei o que aconteceria se a gente tivesse ganho o jogo. Talvez a gente nem pudesse chegar vivo a Porto Alegre. Quando estávamos na frente, os jogadores do Estudiantes levaram os torcedores a ameaçarem romper o alambrado para invadir o campo. Desse ponto de vista, o empate foi até bom. Os jogadores do América também foram agredidos em La Plata, como nós, Os argentinos, em Cali, não serão recebidos com flores. E terão de jogar desfalcados dos quatro jogadores expulsos. Além do mais, tenho a promessa do técnico colombiano Gabriel Ochoa de que seus jogadores lutarão para ganhar”.

 

 

 

Em sua reportagem sobre o jogo, o Clarín (ARG) foi enfático quanto à postura do Grêmio: “Não foi assim por causa da habilidade de Sabella. O Estudiantes começou a se aproximar de Mazarópi a partir da força de seu temperamento, algo que precisamente não tiveram os visitantes, que pareciam confusos e atemorizados por esta vergonha esportiva que expunham seus rivais”. Uma opinião da qual discordava Paulo Sant’Ana, em sua coluna no Zero Hora: 

“Dizem que o Grêmio empatou porque teve medo. Essa não foi minha impressão no estádio. A única coisa que vi errada, ainda assim desculpável, foi a insistência com a troca de passes. A vontade que possuiu aqueles sete do Estudiantes foi uma coisa que impressionou a todos. Seriamente, não é possível jogar naquele estadinho. A torcida é furiosa, os dirigentes entram em campo, os jogadores argentinos partem para a briga. O melhor fez Renato, que correu da agressão, fato até imitado por outros jogadores que engoliram desaforos. Mas a impressão geral que o time do Grêmio me deu foi de bravura. Naquele indescritível inferno, não há ninguém que não tenha medo. Mas nenhum jogador do Grêmio foi covarde”.

Ruy Carlos Ostermann, por sua vez, era mais enfático no mesmo Zero Hora: “Desafortunadamente, o Grêmio terá que registrar nos seus anais, no histórico do seu clube, que numa noite de muito frio em La Plata, numa decisão de semifinal de Libertadores, ele estava vencendo por 3×1 um adversário com quatro jogadores expulsos e o placar final acabou em 3×3. É exatamente isso que há de ficar como história, não há de ficar outra coisa. Quando alguém disser, certa vez o Grêmio empatou com o Estudiantes, vai se lembrar, mas que 3×3 foi aquele. 

 

E é exatamente isso que vai acabar se justificando como dado mais importante desta competição. É difícil, eu imagino a cara de vocês, eu vi a cara das pessoas aqui. Eu próprio sou um comentarista habituado a muitos episódios que são incríveis, são impensáveis até, mas raramente me dei conta de um fato tão invulgar, tão inusitado e tão insólito, quanto esse empate do Grêmio com o Estudiantes de La Plata”.

Já a revista El Gráfico (ARG), em leitura totalmente diferente da partida, botava a culpa no árbitro: “Teria sido melhor que o árbitro não tivesse entrado predisposto ao campo. Talvez sem preconceitos teria cumprido a missão que encomendaram, a de administrar a justiça. Não o fez e por isso se tornou no principal responsável de ter transformado o que era até então uma boa partida de futebol em uma luta de vale-tudo. 

A outra cota de responsabilidade recai sobre os jogadores do Estudiantes. São profissionais e não podem nem devem se deixar levar pelas provocações, perder a serenidade, entrar na prepotência e no descontrole. Por não fazerem isso, se justificam três das quatro expulsões”. A reportagem ainda questionava a necessidade de se colocar tamanha bandagem na cabeça do bandeira após ser atingido pela torcida e exaltava a postura do Estudiantes, que viveu naquela noite um de seus momentos mais impressionantes na história da Libertadores.

 

Pós-jogo: O que aconteceu depois?

 

Estudiantes: com chance de classificação, mas desfigurado pelas suspensões de seus atletas, o Estudiantes só empatou com o América em Cali e ficou de fora da final, vencida pelo Grêmio. O time argentino faria outros seis jogos contra o Grêmio após 1983, todos eles pela extinta Supercopa da Libertadores. Os gremistas venceram três destas partidas, com direito a um histórico triunfo por 3 a 0 em La Plata, que selou a classificação em 1989. Entretanto, a nova “Batalha” aconteceu mesmo em 1990, em duelo que terminou com sete jogadores expulsos, quatro deles tricolores, e no qual Wolnei Caio chegou a desmaiar em campo após receber um soco (!). A vitória por 2 a 0 classificou os pincharratas, enquanto a saída dos jogadores de campo, protegidos por um corredor de escudos policiais, deixou outra imagem emblemática. 

O confronto se reeditou em 2018, nas oitavas de final da Copa Libertadores. Campeão em 2017, o Grêmio perdeu a ida por 2 a 1, em La Plata, mas venceu a volta, em casa, pelo mesmo placar, levando a decisão para os pênaltis. Na marca da cal, o tricolor venceu por 5 a 3 e seguiu firme até a semifinal, quando acabou perdendo para o River Plate, que se sagrou campeão ao derrotar o rival Boca Juniors na maior das finais da Libertadores. Sob menos tensões, mas um passado tão intenso, o Estudiantes irá reencontrar o Grêmio em mais uma Libertadores neste ano de 2024, pela fase de grupos. A certeza é uma só: teremos mais dois jogos marcantes para a história de um duelo tão emblemático.

Grêmio: a diretoria tricolor tentou impugnar o resultado em La Plata. O presidente Fábio Koff acionou a Conmebol, que deveria julgar o episódio antes da partida entre América e Estudiantes na Colômbia. Entretanto, alegando “dificuldades técnicas para avaliar a fita”, a entidade continental adiou a decisão. O empate sem gols em Cali, ao menos, ratificou a classificação dos tricolores à final contra o Peñarol, somando um ponto a mais que os pincharratas. Para, então, a América ser pintada pelas cores gremistas pela primeira vez na história. As marcas da Batalha de La Plata, de qualquer forma, permanecem – e longe da visão apocalíptica que alguns previam. Hoje em dia, as noções de heroísmo ao redor dos gaúchos são bem maiores do que a vergonha do empate naquela época.

 

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2 Comentários

  1. Outra coisa em 66 na copa o tecnico alf ramsey chamou os argentinos de animais depois do tumulto contra a inglaterra.imagina se o mesmo ramsey estivesse na batalha infernal de la plata o que ele diria sobre a hospitalidade argentina kkkkk.provavelmente ele iria xingar todos e seria deportado pra patagonia kkkk.

  2. Muito legal o texto guilherme voltando a epoca se o gremio perde a vaga na final ele seria zoado pelo inter pro resto da vida e tachado de amarelao pra sempre.mas por outro lado eles sairam vivos daquele inferno e levaram o titulo.dos times argentinos o estudiantes eu nao respeito pois sempre manchou a historia da liberta com seus animais e treinadores loucos .

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