Por Guilherme Diniz
Eles são os Les Bleus (Os Azuis). Mas também são multiétnicos. Multitradicionais. Multicampeões. Com uma Copa do Mundo, duas Eurocopas, duas Copas das Confederações e uma Medalha de Ouro Olímpico no currículo, a Seleção Francesa de futebol possui uma rica, vitoriosa e centenária história repleta de craques fabulosos, jogos inesquecíveis e características únicas, como seu inconfundível uniforme que remete à bandeira do país, conhecida como drapeau tricoleur: camisa azul, calção branco e meias vermelhas, além da foto de galo. Mas nem sempre os azuis de Paris jogaram dessa maneira.
A história da Seleção Francesa começou no começo do século XX, em 1904, quando a equipe fez seu primeiro jogo contra a Bélgica, no dia 1º de maio daquele ano. A partida foi disputada em Uccle, na Bélgica, e terminou empatada em 3 a 3, com o primeiro gol francês na história marcado por Louis Mesnier. Naquela partida, a França adotou uma camisa branca com o logotipo da Union des Sociétés Françaises de Sports Athlétiques (antiga federação que organizava diversos esportes no país à época, tais como rúgbi, ciclismo, atletismo, hóquei, natação e, claro, o futebol), calção azul e meias vermelhas.
Em 1906, a equipe mudou a cor da camisa para o vermelho, manteve o calção azul e deixou as meias também em vermelho. Só em 1908 que a camisa azul, calção branco e as meias vermelhas ganharam a “titularidade” no kit da francês. Até o final da Primeira Guerra Mundial, os Bleus ainda mudaram mais uma vez seu uniforme e vestiram camisas listradas em azul e branco, calção branco e meias vermelhas, até as três opções tradicionais voltarem em definitivo no ano de 1919, que marcou a fundação da Federação Francesa de Futebol. Em 1930, na primeira Copa do Mundo, a França foi a protagonista do primeiro gol da história dos Mundiais, na goleada por 4 a 1 sobre o México. Os Bleus jogaram com sua tradicional vestimenta e começaram com o pé direito sua trajetória no torneio.
Nas décadas seguintes, a equipe manteve seu uniforme intacto, disputou quatro Copas do Mundo (com destaque para o terceiro lugar no Mundial de 1958, na Suécia) e só voltou a mexer em suas vestimentas na década de 60, quando o azul mais escuro deu lugar a um tom mais claro, que foi utilizado na Copa do Mundo de 1966, na qual os franceses caíram ainda na primeira fase. Naquele torneio, a equipe enfrentou o Uruguai com camisas e calções brancos e apenas as meias na cor vermelha. A combinação não trouxe lá muita sorte e os uruguaios venceram por 2 a 1. Na Copa do Mundo de 1978, a equipe viveu uma situação inusitada no duelo contra a Hungria, na primeira fase. As duas seleções levaram apenas uniformes brancos para o jogo e, com isso, houve um sorteio que definiu que o perdedor teria que utilizar um jogo de uniformes improvisado. A França se deu mal e teve que jogar com uma camisa listrada em verde e branco, cores do pequenino C.A. Kimberley, de Mar del Plata. Curiosamente, o uniforme deu sorte e a França venceu por 3 a 1. Leia mais sobre esse episódio clicando aqui.
Nos anos 80, o futebol francês se agigantou e a seleção azul fez campanhas excepcionais em todos os torneios que disputou. Na Copa do Mundo de 1982, a brilhante geração de Platini e companhia chegou até as semifinais e só caiu nos pênaltis depois de uma partida eletrizante contra a Alemanha. Em 1984, duas glórias: Medalha de Ouro nas Olimpíadas de Los Angeles e título na Eurocopa, disputada na própria França.
Em 1986, a equipe voltou a disputar uma semifinal de Copa do Mundo, mas caiu (de novo) diante da Alemanha. Naquela época, os franceses encantaram a todos com seu futebol vistoso e uniformes inconfundíveis. A camisa azul ganhou uma faixa horizontal em vermelho no peito e listras brancas, itens que deram um tom bem único e inesquecível ao manto dos Bleus. Nos anos 90, após um começo ruim e ausência nas Copas de 1990 e 1994, os franceses reinaram absoluto entre 1998 e 2000 e conquistaram a Copa do Mundo e a Eurocopa, com uma geração de craques marcante como Barthez, Desailly, Thuram, Vieira, Zidane, Henry e outros. Nessa época, a equipe voltou às origens de brilho dos anos 80 e vestiu um uniforme bem parecido com o da turma comandada por Platini.
Nos anos 2000, o branco ganhou mais força e passou a ser utilizado com mais frequência, principalmente na reta final da Copa de 2006, quando os Bleus viraram Blancs e disputaram os quatro jogos do mata-mata de branco, da camisa às meias. A cor pura deu sorte até a decisão, mas o intenso azul da Itália foi mais forte e deu aos franceses um amargo vice-campeonato. Em 2008, a equipe voltou a usar camisas vermelhas, mas por pouco tempo.
Atualmente, a França deixou de lado as camisas detalhistas de antes e aposta em combinações mais sóbrias e sem invenções. Salvo alguns lançamentos pontuais (como a camisa branca com listras finas em azul, de 2011, e a camisa azul-celeste, de 2013), os Bleus apostaram no tradicional uniforme tricoleur e fizeram bonito na Copa do Mundo de 2018, quando conquistaram o bicampeonato na Rússia.
Este texto foi uma parceria do Imortais com o Mantos do Futebol, mais completo site brasileiro de notícias sobre camisas de futebol. Acesse este link e confira as novidades e lançamentos de todos os clubes do mundo!
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As camisas da Adidas eram bonitinhas, mas as da Nike são bem mais lindas e detalhadas e modernas. as da Adidas são simples.
Voltarei mais vezes nessa site, conteúdo muito bom e de boa qualidade esse. Muito show saber a história da linda camisa da França 🙂
Desde que a Nike chegou só vem ferrando com as camisas da França. As da época da Adidas são mil vezes melhores.
Desculpe Felipe, mas eu descordo. As da Adidas eram muito lindas mesmo, mas as da Nike são muito mais lindas! Mas isso cada um tem seu gosto, as da Nike são mais modernas e detalhadas, já as da Adidas são bem mais simples, mas o que importa é jogar bem. Muito legal conhecer a história da linda camisa da França. Gostei bastante. 🙂