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Craque Imortal – Kenny Dalglish

 

Nascimento: 04 de Março de 1951, em Glasgow, Escócia 

Posição: Atacante

Clubes: Celtic-ESC (1969-1977) e Liverpool-ING (1977-1990).

Principais títulos por clubes: 4 Campeonatos Escoceses (1971-1972, 1972-1973, 1973-1974 e 1976-1977), 4 Copas da Escócia (1971-1972, 1973-1974, 1974-1975 e 1976-1977) e 1 Copa da Liga Escocesa (1974-1975) pelo Celtic.

3 Ligas dos Campeões da UEFA (1977-1978, 1980-1981 e 1983-1984), 1 Supercopa da UEFA (1977), 6 Campeonatos Ingleses (1978-1979, 1979-1980, 1981-1982, 1982-1983, 1983-1984 e 1985-1986), 1 Copa da Inglaterra (1985-1986), 4 Copas da Liga Inglesa (1980-1981, 1981-1982, 1982-1983 e 1983-1984), 5 Supercopas da Inglaterra (1977, 1979, 1980, 1982 e 1986) e 1 Supercopa da Liga de Futebol (1986) pelo Liverpool.

 

Principais títulos por seleção: 3 Campeonatos Britânicos (1973-1974, 1975-1976 e 1976-1977) pela Escócia.

Principais títulos individuais e Artilharias:

Artilheiro do Campeonato Escocês: 1975-1976 (24 gols)

2º colocado no Ballon d’Or: 1983

Jogador do Ano da PFA: 1982-1983

Jogador do Ano da FWA: 1978–79 e 1982–83

Incluído no Hall da Fama do Futebol Inglês: 2002

Incluído no Hall da Fama do Futebol Escocês: 2004

FIFA 100: 2004

Maior Artilheiro da História da seleção da Escócia: 30 gols em 102 jogos

Jogador que mais vestiu a camisa da Escócia na história: 102 jogos

8º Maior Artilheiro da História do Liverpool: 172 gols em 515 jogos

10º Maior Artilheiro da História do Celtic: 173 gols em 338 jogos

Eleito para o Time dos Sonhos do Liverpool do Imortais: 2022

 

“King Kenny”

Por Guilherme Diniz

 

No final dos anos 1970 e em toda a década de 1980, as arquibancadas de Anfield Road ecoavam os gritos de “King, King, King” em grandes vitórias do Liverpool. Era algo rotineiro, o embalo que moveu o esquadrão vermelho campeão de praticamente tudo naquela época e que monopolizou o campeonato inglês. Com o King em campo, os Reds tinham certeza da vitória. E, como dizia o célebre técnico Bob Paisley, “quando Kenny Dalglish brilhava, todo o time se iluminava”. Sir Kenneth Mathieson Dalglish, mais conhecido como Kenny Dalglish, é considerado por muitos o maior jogador da história da Escócia e também um dos maiores jogadores britânicos de todos os tempos. Rápido, inteligente, goleador e exuberante, o craque foi a estrela que faltava para o Liverpool virar quase imbatível, ao chegar aos Reds em 1977. Jogou até 1986 no time e virou o maior ídolo do clube no período, ganhando o apelido de “King Kenny”. Além de ser uma lenda nos gramados, Dalglish foi jogador-treinador do clube e faturou incríveis 9 títulos nacionais entre 1986 e 1990, dando a ele mais de 30 títulos na carreira como jogador e treinador. Simplesmente uma lenda que brilhou, também, no Celtic multicampeão dos anos 1970. É hora de relembrar.

 

Prodígio dos gols

Nascido em Glasgow, no distrito de Dalmarnock, Dalglish cresceu em Milton, no norte da cidade. Tempo depois, quando tinha 14 anos, o garoto e sua família se mudaram para a região das docas de Govan, próximo ao estádio do Rangers, o Ibrox. E, por estar em uma região totalmente adepta dos azuis e ser de família protestante, o jovem demonstrou simpatia pelo clube e torceu pelo Rangers em sua juventude. Apaixonado por futebol, Dalglish frequentou os times das escolas que estudou, a Miltonbank Primary School e a High Possil Senior Secondary School, porém, naquela época, ele se arriscava no gol e faturou alguns títulos atuando em tal posição.

Mas, aos poucos, o garoto percebeu que sua vocação não era evitar gols, mas sim fazê-los. Por isso, decidiu atuar mais avançado, como atacante, e tentou a sorte em vários clubes, incluindo seu time de coração, mas não teve sucesso. Em 1966, quando tinha 15 anos, Dalglish fez um teste, veja só, no Liverpool e não convenceu os olheiros do time de Anfield. No mesmo ano, tentou a sorte no West Ham e impressionou a todos, principalmente por causa de um golaço que marcou em sua partida inaugural na peneira. Porém, quem levou o garoto foi o católico Celtic, que conseguiu fechar contrato com o jovem em maio de 1967. Antes de efetivar o negócio, diz a lenda que o olheiro do clube escocês e assistente de Jock Stein, Sean Fallon, decidiu ir à casa de Dalglish para conhecê-lo junto a sua família. Ao saber da visita, o jovem arrancou todos os pôsteres que tinha no quarto do Rangers para não melar o negócio – tal história sempre foi negada por Dalglish.

Um jovem Dalglish com a camisa do Cumbernauld United.

 

Antes de integrar o time principal, Dalglish foi emprestado ao Cumbernauld United para ganhar experiência e trabalhar como aprendiz de marceneiro. Em sua primeira temporada, o escocês anotou 37 gols e, embora Jock Stein quisesse que ele ficasse mais uma época no Cumbernauld, Dalglish queria se profissionalizar e jogar pelo Celtic. Com isso, ele foi incorporado na época 1968-1969 ao time reserva dos Scots chamado Quality Street Gang, grupo de jovens que substituiu o lendário esquadrão dos Lisbon Lions campeões europeus em 1967 e que seria a base da seleção escocesa na década de 1970. A “gangue” tinha nomes como Danny McGrain, George Connelly, Lou Macari e David Hay.

 

Estrela em ascenção

Depois de estrear pelo time profissional em 1968 e passar boa parte do período 1968-1971 na equipe reserva, Kenny Dalglish empilhou gols nos jogos do time B do clube e anotou 19 gols em 31 partidas, seguidos de mais 23 gols em 1970-1971. O jovem virou de vez titular na época 1971-1972, quando atuava como meia e ajudava não só na criação de jogadas, mas também nos gols. Além disso, em uma partida amistosa contra o Kilmarnock, Dalglish marcou seis gols nos 7 a 2 dos Scots, algo que não deixou qualquer dúvida no técnico Jock Stein, que foi avançando o craque aos poucos e, já naquela temporada, viu Dalglish marcar 29 gols em 53 jogos, desempenho fundamental para os títulos do Celtic no Campeonato Escocês e na Copa da Escócia – nesta, o time alviverde goleou o Hibernian por 6 a 1 na decisão em Hampden Park.

 

Foto: Daily Record.

 

Na temporada 1972-1973, o atacante foi o principal artilheiro do time ao marcar 39 gols em 56 jogos, seu mais prolífico ano na carreira, e faturou outra vez o título nacional, além de ser considerado por vários jornais escoceses o melhor jogador do ano no país. Foi naquele começo de anos 1970 que o jovem começou a ser convocado para a seleção da Escócia, atuando em duas partidas em 1971, mais duas em 1972 e nove jogos em 1973. No ano seguinte, Dalglish foi convocado para a Copa do Mundo de 1974 e atuou nos três jogos da equipe britânica no Mundial, que acabou eliminada na primeira fase, embora não tenha perdido nenhum jogo. Dalglish não marcou gols.

Kenny Dalglish em ação pela Escócia. Foto: PA: Empics

 

Na época 1973-1974, o Celtic era um dos favoritos ao título da Liga dos Campeões da UEFA e foi fazendo valer sua fama ao alcançar a semifinal. Nela, porém, o time escocês foi eliminado pelo Atlético de Madrid em disputas polêmicas por causa da “Batalha de Glasgow”, na qual o clube madrileno abusou da violência e teve três jogadores expulsos. Dalglish disse anos depois que aquele foi o “sem dúvida o pior jogo que já joguei no que diz respeito à violência”. Respeitado por todos, Kenny Dalglish virou capitão do Celtic a partir da temporada 1975-1976 após a aposentadoria da lenda Billy McNeill, e, naquele ano, foi o artilheiro máximo do Campeonato Escocês com 24 gols em 35 jogos, embora não tenha faturado o título. O craque marcou 32 gols em 53 jogos naquela temporada e já era o principal craque escocês, cobiçado por vários clubes. Só que, naquele final de anos 1970, Kenny Dalglish se viu estagnado no Celtic. Ele queria deixar a equipe e buscar novos desafios. E eles chegariam muito em breve.

 

A chegada do King

Em 1977, o Liverpool recebeu uma notícia terrível logo após seu primeiro título na Liga dos Campeões da UEFA, ao derrotar o Borussia Mönchengladbach: Kevin Keegan, seu grande astro ofensivo, queria deixar Anfield. O jogador inglês desejava atuar em outra liga e tinha como objetivo vestir a camisa de algum clube espanhol. Com isso, o Liverpool começou a buscar no mercado algum jogador que tivesse as mesmas características de Keegan. Nesse período, não vieram as ofertas que o atacante esperava e o desejo de jogar na Espanha não se materializou. Só perto do final da janela de transferências que o Hamburgo-ALE apareceu com 500 mil libras e levou o atacante para a Alemanha. O técnico Bob Paisley, então, foi até a Escócia certo de que encontraria mais um grande jogador para o clube vermelho, a exemplo do que já havia acontecido no passado com Billy Liddell, Bill Shankly, Ian St. John, Ron Yates, Alan Hansen e, mais tarde, Graeme Souness.

Paisley sabia que Dalglish era o nome certo que o Liverpool precisava, mas comprar o craque era complicado. Embora ele quisesse sair do Celtic, o Celtic não queria vender seu principal astro. Depois de muita conversa, Paisley conseguiu se reunir com Jock Stein e pagou 440 mil libras por Kenny Dalglish, valor recorde na época no futebol britânico – o clube ainda ficou com 60 mil da venda de Keegan no caixa. Stein só aceitou liberar Dalglish por causa do explícito desejo do atacante em deixar o Celtic. Caso contrário, segundo o treinador na época, ele “não teria aceitado dinheiro algum”. E, a partir dali, começaria uma nova era não só na carreira de Dalglish, como também no Liverpool.

 

Tempos de ouro

Dalglish foi o herói do bicampeonato europeu do Liverpool.

 

Com um esquadrão formado por nomes como Ray Clemence, Phil Neal, Joey Jones, Phil Thompson, Emlyn Hughes, Ian Callaghan, Terry McDermott, Ray Kennedy, Steve Heighway, David Johnson, David Fairclough e Alan Hansen, o Liverpool se transformou no maior time da Europa naquela virada de década e empilhou troféus como nunca antes em sua história. E tudo começou de maneira emblemática: uma goleada de 6 a 0 sobre o Hamburgo de Kevin Keegan (!) na final da Supercopa da UEFA de 1977, com o sexto gol anotado, adivinhe, por Kenny Dalglish.

Dalglish virou titular absoluto do Liverpool e não deixou de disputar nenhuma partida do Campeonato Inglês de 1977 até 1980. Em sua primeira temporada, o atacante participou de impressionantes 62 jogos, marcou 31 gols e foi o herói do bicampeonato europeu do Liverpool ao marcar o gol da vitória por 1 a 0 sobre o Club Brugge na decisão de Wembley, diante de 92 mil pessoas. Em 1978-1979, marcou 25 gols em 54 jogos e foi eleito o Melhor Jogador da temporada pela FWA, época na qual venceu o Campeonato Inglês. 

Dalglish (à dir.) celebra seu gol na vitória por 3 a 2 sobre a Holanda na Copa do Mundo de 1978. Foto: Peter Robinson/Empics.

 

Em 1978, disputou sua segunda Copa do Mundo pela Escócia e marcou um gol nos 3 a 2 sobre a vice-campeã Holanda, na primeira fase, mas outra vez sua seleção foi eliminada precocemente. Já nos anos 1980, o craque seguiu em alta e com média de 50 jogos disputados por temporada. Como raramente se lesionava e tinha excelente preparo físico, o atacante era nome certo no 11 inicial do técnico Paisley, que escalava o Liverpool praticamente com “Dalglish e mais 10”. Na temporada 1980-1981, o craque faturou outra Liga dos Campeões da UEFA e, em 1982, disputou sua terceira Copa do Mundo, deixando sua marca no duelo contra a Nova Zelândia. A Escócia, porém, não avançou.

O time de 1984. Em pé: Bruce Grobbelaar Alan Kennedy, Kenny Dalglish, Mark Lawrenson, Alan Hansen e Ian Rush. Agachados: Phil Neal, Sammy Lee, Graeme Souness, Craig Johnston e Ronnie Whelan.

 

O Rei Pelé entrega o prêmio de Futebolista do Ano de 1983 da FWA a Kenny Dalglish.

 

Em 1983, o atacante ficou em segundo lugar na premiação do Ballon d’Or, atrás apenas do francês Michel Platini, que vivia o auge da carreira. Foi naquela época que Dalglish venceu o prêmio de Gol da Temporada da BBC, quando fez um golaço pela seleção da Escócia em duelo contra a Bélgica, quando recebeu na ponta-direita, girou pra cima do marcador, invadiu a área, driblou mais um e chutou colocado. No ano seguinte, o escocês venceu outra taça europeia, na final contra a Roma, em tempos nos quais ele já não marcava mais tantos gols e atuava um pouco mais recuado – foram 12 em 51 partidas, apenas a segunda temporada de sua trajetória como profissional na qual ele anotou menos de 20 gols. 

 

Transição para o banco 

A partir de 1985, após a derrota do Liverpool para a Juventus na decisão europeia que ficou marcada pela Tragédia de Heysel, Kenny Dalglish começou a jogar menos e demonstrou enorme abatimento por causa do ocorrido. No mesmo ano, porém, o craque recebeu a prestigiada Ordem do Império Britânico por seus serviços ao futebol, passando a ter a alcunha de Sir naquele momento. Antes de se aposentar, porém, o craque decidiu atuar como jogador-treinador do Reds após a saída do técnico Joe Fagan. Com isso, o atacante atuou em apenas 21 jogos na temporada do título inglês de 1985-1986 e marcou três gols – um deles na vitória por 1 a 0 sobre o Chelsea em pleno Stamford Bridge, na última rodada, que selou o título -, além de jogar seis jogos e marcar um gol na campanha do título da Copa da Inglaterra (vencida com vitória por 3 a 1 sobre o rival Everton), dando ao Liverpool seu primeiro Double

Gol de Dalglish garantiu o título nacional de 1986.

 

Uma semana depois, veio o double!

 

Com o sucesso da experiência, inusitada, mas bem interessante, Dalglish seguiu intocável na posição jogador-treinador e, na época seguinte, jogou menos ainda – 18 partidas da First Division. A partir de 1987, o jogador começou a se concentrar mais como treinador e praticamente não jogou mais. Ele venceu três títulos ingleses como técnico, duas Copas da Inglaterra e quatro Supercopas da Inglaterra. Em 1990, entrou em campo pela última vez, aos 39 anos, e pendurou oficialmente as chuteiras. No ano seguinte, deixou o Liverpool com aproveitamento superior a 60% e cravou de vez seu nome na história como uma das personalidades mais marcantes dos Reds em todos os tempos.

 

King Imortal

O craque em seu adeus dos gramados, em 1990.

 

Após deixar Anfield Road, Dalglish brilhou mais uma vez na temporada 1994-1995, quando conduziu o Blackburn Rovers ao histórico título da Premier League, provando que suas conquistas de anos anteriores não eram obra do acaso. Posteriormente, o técnico teve uma passagem pelo Newcastle United entre 1997 e 1998 e retornou à sua terra natal para comandar o Celtic, pelo qual venceu a Copa da Liga Escocesa de 1999-2000. No novo milênio, Kenny Dalglish decidiu se ausentar um pouco do futebol e só depois de quase uma década retornou às pranchetas, quando assumiu o Liverpool entre janeiro de 2011 e maio de 2012. Antes, em 2002, foi eleito para o Time dos Sonhos do Celtic em votação feita pelos próprios torcedores do clube escocês. A escalação teve Simpson, McGrain, Gemmell, Murdoch , McNeill, Auld, Johnstone, P. McStay, Dalglish, Larsson e Lennox.

De volta ao Liverpool, Dalglish manteve a sina e venceu mais um título – a Copa da Liga Inglesa – após derrotar o Cardiff City nos pênaltis por 3 a 2 (nos 120 minutos foi 2 a 2). Na sequência, o Liverpool acabou perdendo a final da Copa da Inglaterra para o Chelsea e Dalglish deixou o clube pela última vez. Desde então, o craque trabalha no meio do futebol e, em 2013, virou diretor do Liverpool. Em 2017, a arquibancada lateral de Anfield localizada à frente da Main Stand, a Centenary Stand, passou a se chamar Sir Kenny Dalglish Stand, algo que deixou o astro emocionado em seu discurso realizado no dia do anúncio, em Anfield.

 

“Este é um clube que significa muito, não apenas para mim, mas para inúmeras pessoas que contribuíram para ele, seja por meio de suas habilidades como jogadores de futebol, sua paixão como torcedores ou seu compromisso como proprietários e administradores. Se as pessoas que importam pensam que desempenhei um pequeno papel no sucesso que desfrutamos ao longo dos anos, isso é uma honra em si, porque estou tão ciente quanto qualquer um de que nenhum indivíduo jamais foi ou será maior do que o clube. Só espero que as pessoas sentadas na arquibancada que leva meu nome tenham tanto prazer em assistir ao Liverpool quanto eu tive em jogar por eles.”

Uma homenagem mais do que merecida a um jogador que fez de sua carreira uma extensão da história do Liverpool, que conduziu o clube a quase todos os títulos possíveis e criou um misticismo em Anfield que permanece até hoje. Coisa de rei. De King. De craque imortal.

 

Números de destaque:

 

Disputou 515 jogos e marcou 172 gols pelo Liverpool.

Disputou 338 jogos e marcou 173 gols pelo Celtic.

Disputou 102 jogos e marcou 30 gols pela seleção da Escócia.

Disputou 955 jogos e marcou 375 gols na carreira.

 

 

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