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10 Maiores Laterais-Direitos das Copas

 

Por Guilherme Diniz

 

Neste texto, integrante de nossa série especial 10 Mais das Copas, elencamos os maiores laterais-direitos da história dos Mundiais. Lembrando que o foco nessas listas são os jogadores que brilharam exclusivamente em Copas, por isso, muitas lendas não irão aparecer por aqui ou não estarão em uma posição tão relevante quanto outros que brilharam mais na competição, ok? Boa leitura!

 

10º Sergio Ramos (Espanha)

Copas disputadas: 4 (2006, 2010, 2014 e 2018)

Jogos: 17 (3 jogos em 2006; 7 jogos em 2010; 3 jogos em 2014; 4 jogos em 2018)

Premiações

  • Eleito para o All-Star Team da Copa do Mundo de 2010

 

Foi um dos maiores laterais-direitos do planeta entre 2008 e 2010 e migrou aos poucos para o miolo de zaga. Técnico, com ótima visão de jogo, fortíssimo nos jogos aéreos e impecável nos cruzamentos, foi um dos maiores símbolos da Espanha e do Real Madrid, pelo qual venceu absolutamente todos os títulos possíveis. Por outro lado, nunca escondeu de ninguém seu estilo de jogo – duro, implacável, às vezes desleal. A primeira Copa de Ramos foi em 2006, quando assumiu a titularidade do time após a aposentadoria de Michel Salgado. O defensor esteve nos duelos contra Ucrânia, Tunísia e França. Após ser campeão da Eurocopa de 2008, na Copa de 2010 o lateral foi absoluto pelo setor direito da defesa da Espanha campeã mundial. Seguiu jogando em alto nível e ajudou a Fúria a vencer mais uma Eurocopa em 2012, já atuando como zagueiro.

Na Copa de 2014, seguiu na zaga, mas não conseguiu repetir a boa fase de antes e a seleção foi eliminada na fase de grupos. Em 2018, foi o capitão da equipe que alcançou as oitavas de final. Sergio Ramos é o jogador que mais vestiu a camisa da Espanha na história com 180 jogos, além de ter marcado 23 gols.

 

9º Wim Suurbier (Holanda)

Copas disputadas: 2 (1974 e 1978)

Jogos: 11 (7 jogos em 1974; 4 jogos em 1978)

Premiações

  • Vice-campeão das Copas de 1974 e 1978

 

Com 17 títulos pelo Ajax e duas Copas do Mundo pela seleção, Wim Suurbier foi sem dúvida um dos mais completos defensores de sua época e lateral-direito titular dos maiores times do futebol holandês. Forte na marcação, nos passes e no apoio ao ataque, tinha todas as virtudes necessárias para manter em funcionamento o Carrossel de 1974 e a máquina do Ajax tricampeão da Europa entre 1971 e 1973. Foi ainda um dos primeiros laterais modernos do futebol europeu, com a virtude de atacar e defender com a mesma precisão, servindo de exemplo para vários atletas nas décadas seguintes. Suurbier jogou pela Holanda de 1966 até 1978, disputou 60 jogos e marcou três gols. Ficou conhecido também por seu jeito irreverente e o gosto por festas e pela noite. O craque faleceu em julho de 2020, aos 75 anos, vítima de um AVC.

 

8º Giuseppe Bergomi (Itália)

Copas disputadas: 4 (1982, 1986, 1990 e 1998)

Jogos: 16 (3 jogos em 1982; 3 jogos em 1986; 7 jogos em 1990; 3 jogos em 1998)

Títulos: 1 (1982)

 

Rápido, inteligente e com notável senso de colocação, Bergomi foi um dos grandes defensores da Azzurra nos anos 1980 e 1990. Seu batismo em Copas aconteceu já em 1982, quando o craque entrou no decorrer do duelo contra o Brasil e assumiu a titularidade na semifinal, contra a Polônia, e na final, contra a Alemanha, partida na qual Bergomi teve a dura missão de marcar o alemão Rummenigge, trabalho feito com maestria e que assombrou o mundo pelo fato de Bergomi ter apenas 18 anos na época! Em 1986, virou titular e, em 1990, teve a honra de ser o capitão da Itália no Mundial disputado em solo italiano. 

Bergomi (à dir.) na cola de Rummenigge: marcação implacável na final de 1982.

 

Bergomi atuou pela direita no esquema 3-2-3-2 do técnico Azeglio Vicini. Ao lado de Franco Baresi e Ricardo Ferri, Bergomi ajudou o sistema defensivo italiano a permanecer cinco jogos seguidos sem sofrer gols – nos três da fase de grupos, nas oitavas e nas quartas de final. Porém, a Azzurra caiu na semifinal diante da Argentina após empate em 1 a 1 e derrota nos pênaltis. Na disputa pelo terceiro lugar, a Itália venceu a Inglaterra por 2 a 1. O defensor acabou de fora da convocação para a Copa de 1994 por conta de uma expulsão durante as eliminatórias da Eurocopa de 1992, mas foi chamado por Cesare Maldini para o Mundial de 1998. Já com 34 anos, Bergomi disputou três jogos, dois deles como titular após a lesão de Alessandro Nesta, e compôs a retaguarda da Azzurra ao lado de Costacurta, Fabio Cannavaro e Paolo Maldini. Mas, de novo nos pênaltis, a Itália foi eliminada pela França e deu adeus ao sonho do tetra. Bergomi disputou 81 partidas pela seleção e foi um dos ídolos do país nas décadas de 1980 e 1990.

 

7º Berti Vogts (Alemanha)

Copas disputadas: 3 (1970, 1974 e 1978)

Jogos: 19 (6 jogos em 1970; 7 jogos em 1974; 6 jogos em 1978)

Títulos: 1 (1974)

Premiações

  • Eleito para os All-Star Teams das Copas de 1974 e 1978

 

Um dos maiores jogadores alemães da história e um dos maiores “carrapatos” do futebol mundial. Defensor notável e cheio de fôlego, capaz de disputar bolas como se não houvesse amanhã, Berti Vogts foi leal durante toda sua carreira ao Borussia Mönchengladbach, clube pelo qual jogou de 1965 até 1979. Capitão do time na era de ouro dos anos 1970, Vogts disputou 419 partidas de Bundesliga e marcou 33 gols, além de jogar 64 vezes em competições europeias e marcar oito gols. Pela Alemanha, foram 96 jogos e dois títulos: a Eurocopa de 1972 e a Copa do Mundo de 1974, competição na qual Vogts foi um dos principais responsáveis pelo título alemão. Motivo? O craque simplesmente anulou o maior nome do futebol mundial naquele tempo, o holandês Johan Cruyff, aplicando-lhe a maior marcação de toda sua vida. 

 

Antes do título, Vogts disputou a Copa de 1970 e foi um dos destaques da campanha germânica até a semifinal, quando a Alemanha acabou derrotada pela Itália no aclamado Jogo do Século. Em 1978, foi o capitão da Nationalelf na Copa da Argentina, mas sua seleção acabou eliminada na segunda fase após a derrota por 3 a 2 para a Áustria no chamado “Milagre de Córdoba”, pelo fato de o time austríaco ter vencido uma seleção alemã depois de 47 anos. Vogts acabou fazendo um gol contra nesse duelo, mas nada que abalasse sua reputação, pois ele foi eleito para o All-Star Team do Mundial para compor a defesa ao lado de Ruud Krol, Daniel Passarella e Alberto Tarantini.

 

6º José Leandro Andrade (Uruguai)

Copas disputadas: 1 (1930)

Jogos: 4 (4 jogos em 1930)

Títulos: 1 (1930)

Premiações

  • Eleito para o All-Star Team da Copa de 1930

 

Com atuações tão impecáveis e perfeitas, José Leandro Andrade recebeu do público francês que o viu jogar nas Olimpíadas de 1924, em Paris, o apelido de “A Maravilha Negra”. E ainda era pouco para descrever o uruguaio. Dono do meio de campo e do setor direito da defesa da melhor seleção uruguaia de todos os tempos (entre 1923 e 1930), Andrade esbanjava vigor físico, elegância e precisão no desarme com suas famosas tesouras. O mítico jogador ajudou a Celeste Olímpica a conquistar nada mais nada menos que seis títulos, entre eles dois ouros olímpicos e a primeira Copa do Mundo da FIFA, em 1930. Com 1,80m de altura e 79kg, Andrade tinha um físico privilegiado e se impunha perante os rivais com muito fôlego, passes precisos e seriedade. Disputou 43 jogos pela Celeste, perdeu apenas três e marcou um gol. Leia mais sobre ele clicando aqui!

 

5º Lilian Thuram (França)

Copas disputadas: 3 (1998, 2002 e 2006)

Jogos: 16 (6 jogos em 1998; 3 jogos em 2002; 7 jogos em 2006)

Gols: 2 (em 1998)

Títulos: 1 (1998) / Vice-campeão em 2006

Premiações

  • Eleito para os All-Star Teams das Copas de 1998 e 2006
  • Bola de Bronze da Copa do Mundo de 1998

 

Nascido em Guadalupe, Lilian Thuram foi um monstro na lateral-direita da França de 1994 até 2008. É o jogador com maior número de partidas pela seleção: 142 jogos. Tanta categoria o levou à zaga, função que também desempenhou com maestria. Sempre levava a melhor nas divididas e impunha respeito ao chegar junto dos atacantes e pontas, mas com lealdade. Com um físico privilegiado, era um profundo leitor do jogo, antevendo o que os atacantes iriam fazer, além de ter um senso de colocação impressionante. Após jogar por seis anos no Monaco, ganhou ainda mais fama vestindo a camisa do Parma, pelo qual venceu a Copa da UEFA (atual Liga Europa) de 1999 e também na Juventus, onde conquistou os campeonatos italianos de 2002 e 2003. Na Copa de 1998, foi titular absoluto do time campeão do mundo e viveu uma situação curiosa na semifinal contra a Croácia de Suker

Thuram (à esq.) fica pensando, mas a ficha não havia caído ainda…

 

O defensor falhou no comecinho do segundo tempo e a Croácia abriu o placar. Mas ele mesmo empatou o jogo um minuto depois e mais adiante virou para 2 a 1. Como praticamente nunca marcava gols, na comemoração, ele ajoelhou e ficou pensando “o que raios está acontecendo comigo?”, em uma das mais engraçadas e icônicas cenas das Copas. Foram os primeiros e únicos gols (!) de Thuram vestindo a camisa da França na carreira. Justamente os que colocaram o país na final, vencida sobre o Brasil por 3 a 0. Thuram disputou ainda as Copas de 2002 e 2006, esta uma Copa monumental do defensor, que jogou de zagueiro ao lado de Gallas e foi uma das principais peças do time que alcançou a final contra a Itália. Simplesmente imortal. Leia mais sobre ele clicando aqui!

 

4º Philipp Lahm (Alemanha)

Copas disputadas: 3 (2006, 2010 e 2014)

Jogos: 20 (7 jogos em 2006; 6 jogos em 2010; 7 jogos em 2014)

Gols: 1 (em 2006)

Títulos: 1 (2014)

Premiações

  • Eleito para os All-Star Teams das Copas de 2006, 2010 e 2014

 

Com uma técnica apurada e privilegiada, ele se sobressaía nas categorias de base do Bayern nos anos 1990. Naquele início, criava jogadas pelo meio e, aos poucos, foi recuando para as laterais, sendo apto a atuar tanto pela direita quanto pela esquerda. Quando conseguiu uma vaga entre os profissionais do Bayern, logo foi emprestado ao Stuttgart, algo que certamente deixaria outro jogador bravo e desmotivado por ser jogado para escanteio. Só que ele agarrou aquela oportunidade para amadurecer e crescer. Retornou ao seu clube do coração e provou seu valor. E, em 2006, fez seu debute em uma Copa do Mundo marcando um golaço logo na estreia da Nationalelf. De fato, ele não era um jogador comum. Era especial. 

Lahm comemora o golaço na abertura da Copa de 2006. Foto: REUTERS/Kai Pfaffenbach.

 

Ano a ano foi vencendo títulos tanto pelo Bayern quanto individuais até alcançar o auge entre 2013 e 2014, quando venceu o Treble que apagou o drama da perda do título europeu em casa para o Chelsea, em 2012, e capitaneou a Alemanha rumo ao tetra na Copa do Mundo de 2014. Líder, profissional, craque, completo. Um jogador que jamais foi expulso em toda a carreira. Eleito para o All-Star Team de todas as Copas do Mundo que disputou (2006, 2010 e 2014), recorde restrito apenas a ele, Djalma Santos e Franz Beckenbauer. Um impecável lateral-direito e um estupendo lateral-esquerdo. O Lahmteral perfeito. 

 

Philipp Lahm cravou seu nome na história como um dos melhores laterais de todos os tempos. Isso não é exagero algum. Afinal, você encontrará dificuldades para listar quantos laterais ao longo da história conseguiam jogar com perfeição nos dois lados do campo e ainda “tirar onda” no meio de campo. Em 2006, ele atuou pela esquerda. Em 2010, pela direita. E, em 2014, jogou no meio e na lateral-direita, esta de maneira definitiva principalmente na fase final e com a braçadeira de capitão da Nationalelf. Simplesmente uma lenda e um dos mais polivalentes jogadores da história das Copas. Não estranhe se ele aparecer nas listas dos 10 maiores laterais-esquerdos e dos 10 maiores volantes também… Leia mais clicando aqui!

 

3º Cafu (Brasil)

Copas disputadas: 4 (1994, 1998, 2002 e 2006)

Jogos: 20 (3 jogos em 1994; 6 jogos em 1998; 7 jogos em 2002; 4 jogos em 2006)

Títulos: 2 (1994 e 2002) / Vice-campeão em 1998

Premiações

    • Eleito para o All-Star Team da Copa do Mundo de 2002
    • Único jogador na história a disputar três finais de Copas consecutivas

 

Uma. Duas. Três. Quatro. Cinco. Seis. Sete. Oito. Imagine você ser reprovado em oito peneiras de clubes logo no início de sua carreira como futebolista. Terrível, não é mesmo? Seria a deixa para desistir e partir para outra carreira? Para muitos, sim, mas para Cafu, de jeito nenhum! O craque e capitão do pentacampeonato mundial do Brasil, em 2002, foi exemplo de perseverança e conseguiu superar os obstáculos para se tornar um dos maiores jogadores da história do futebol mundial. Ícone do melhor São Paulo de todos os tempos, lateral que deu à Roma um título nacional depois de mais de uma década e soberano na lateral-direita do Brasil por 10 anos, Cafu fez história com seus números, recordes e regularidade. Cheio de fôlego, polivalente e líder, o jogador fez seu debute em Copas na edição de 1994, quando atuou em três partidas, entre elas na final contra a Itália.

Cafu persegue Roberto Baggio (à esq.) na final da Copa de 1994.

 

Em 1998, foi titular absoluto e só não jogou a eletrizante semifinal contra a Holanda por estar suspenso. Na final, Cafu voltou, mas sucumbiu diante da França de Zidane. A volta por cima aconteceu na Copa de 2002, quando o craque assumiu a braçadeira de capitão após o corte de Emerson e fez uma Copa impecável, com suas investidas pontuais ao ataque sem descuidar da marcação. Na final, ergueu a taça diante da Alemanha e se transformou no primeiro (e até hoje único) jogador a disputar três finais de Copas seguidas.

 

Em 2006, já veterano, foi mais uma vez o capitão e se tornou o brasileiro com mais jogos em Copas do Mundo (20 partidas), mas outra vez a França foi algoz e eliminou a seleção nas quartas de final. O lateral foi um dos atletas mais identificados com a seleção na história e também com a própria Copa. Leia mais sobre ele clicando aqui!

 

2º Carlos Alberto Torres (Brasil)

Copas disputadas: 1 (1970)

Jogos: 6 (6 jogos em 1970)

Gols: 1 (em 1970)

Títulos: 1 (1970)

Premiações

  • Eleito para o All-Star Team da Copa do Mundo de 1970

 

Ele foi o último homem na Terra a levantar a Taça Jules Rimet. No alto das arquibancadas do Estádio Azteca, mais de 100 mil pessoas ovacionaram o Capita e a seleção brasileira tricampeã da Copa do Mundo do México de 1970. E o Grand Finale dos 4 a 1 sobre a Itália teve assinatura do lateral-direito brasileiro, que concluiu em um chutaço de primeira o gol coletivo mais bonito da história dos Mundiais. Carlos Alberto Torres disputou apenas uma Copa na carreira, mas o fez com maestria e um desempenho sensacional. Com o respeito do elenco e a confiança do técnico Zagallo, Carlos Alberto era o principal estandarte defensivo do time brasileiro. Se o jogo estava complicado, era bola para ele que tudo ficava bem. Se o time precisava de mais brio, ele tratava de colocar todos no eixo. E se a jogada exigisse um drible, um lance artístico, ele o fazia com uma classe rara.

Carlos Alberto (à esq.) fuzila para marcar o gol do título do Brasil na final de 1970.

 

 

Com um fôlego privilegiado, visão de jogo e uma liderança notável, Carlos Alberto foi um dos maiores defensores de toda a história não só do Brasil, mas do futebol. Podia atuar perfeitamente, também, na zaga. A primeira Copa do Capita poderia ter sido a de 1966, mas o craque ficou de fora da convocação final do técnico Vicente Feola e viu a seleção ser eliminada ainda na primeira fase. Felizmente, a injustiça foi superada em 1970 e o lateral disputou todos os jogos do Brasil na campanha do tri. Carlos Alberto disputou 53 jogos e marcou oito gols pela seleção. Leia mais sobre ele clicando aqui!

 

1º Djalma Santos (Brasil)

Copas disputadas: 4 (1954, 1958, 1962 e 1966)

Jogos: 12 (3 jogos em 1954; 1 jogo em 1958; 6 jogos em 1962; 2 jogos em 1966)

Títulos: 2 (1958 e 1962)

Premiações

  • Eleito para os All-Star Teams das Copas do Mundo de 1954, 1958 e 1962
  • Eleito para o All-Star Team do Século XX da Copa do Mundo da FIFA

 

Se o destino lhe impediu de dobrar a mão direita após um acidente, ele tratou de ganhar mais firmeza e força para lançar a bola com as mãos e fazer dos arremessos laterais verdadeiros escanteios. Se lhe deram apenas 90 minutos para jogar futebol na Copa do Mundo de 1958, ele simplesmente anulou o perigoso sueco Skoglund e se transformou, em apenas um jogo, no melhor lateral-direito daquele mundial. Detalhe: os tais 90 minutos foram válidos pela final da Copa. Além disso, ele jogou até os 41 anos, foi um sinônimo de elegância e genialidade pela direita e um símbolo do futebol brasileiro. Djalma Santos é uma lenda do esporte e um ícone quando pensamos em craque da lateral-direita. 

Em uma das fotos mais clássicas do futebol brasileiro, Djalma Santos vibra junto com Pelé e Garrincha um dos cinco gols da final contra a Suécia.

 

Poucos tiveram a ousadia de Djalma em partir ao ataque e dar preciosos cruzamentos para seus companheiros. Raros foram os jogadores capazes de anular um adversário e ainda esbanjar força física e talento nos passes e tabelas com o meio de campo. E só Franz Beckenbauer e Philipp Lahm conseguiram ser eleitos para três All-Star Teams da Copa do Mundo da FIFA como Djalma Santos conseguiu. Façanha restrita a imortais e jogadores que marcaram seus nomes não só com a camisa de suas seleções, mas também com a de clubes. Djalma Santos foi uma lenda na Portuguesa e deu poder de combate à Academia do Palmeiras que tanto azucrinou a vida do Santos de Pelé

À esquerda, após a conquista do primeiro título mundial da seleção.

 

Djalma com a camisa da seleção da FIFA.

 

Djalma Santos disputou sua primeira Copa em 1954 e, mesmo com apenas três jogos disputados, foi eleito para a seleção do torneio. Em 1958, foi reserva do lateral De Sordi até a final, quando jogou demais e entrou de novo na seleção do Mundial. Em 1962, foi titular absoluto, venceu o bicampeonato e fez a trinca de All-Star Teams. Um ano depois, Djalma Santos estava na seleção da FIFA ao lado de lendas como Yashin, Puskás, Denis Law, Di Stéfano, Kopa, Eusébio e Gento. O último Mundial do craque foi em 1966, quando disputou dois jogos da fraca campanha do Brasil. Por toda sua representatividade e por ter dois títulos mundiais, Djalma é o nosso campeão. Leia mais sobre ele clicando aqui!

 

Menções Honrosas

 

Jorginho (Brasil)

O brasileiro foi um dos mais talentosos laterais do final dos anos 1980 e início dos anos 1990 e disputou duas Copas: em 1990 e em 1994, quando foi titular do time campeão mundial, dando duas assistências para gols e eleito para o All-Star Team do torneio. Jorginho só não jogou toda a final contra a Itália por causa de uma lesão – dando lugar ao jovem Cafu. Jorginho se destacava pela técnica, velocidade e ótimos passes.

 

Leandro (Brasil)

Leandro, com a camisa da Seleção. (Photo by Peter Robinson/EMPICS via Getty Images).

 

Se a lendária seleção de 1982 tivesse levantado o título, com certeza Leandro estaria no Top 10. Telê Santana afirmou inúmeras vezes que Leandro foi o melhor lateral-direito que viu jogar. Flávio Costa o comparava a Domingos da Guia pela precisão no posicionamento e pela técnica fora do comum para limpar a jogada e iniciar os ataques. Falcão, companheiro na Copa de 1982, revelou que todos naquele time eram fãs do lateral e consideravam-no o mais habilidoso daquele elenco repleto de craques. Maior jogador da posição na história do Flamengo e um gigante do futebol brasileiro, Leandro foi um dos mais técnicos defensores de toda a história do futebol brasileiro, um craque que disputou todos os jogos do Brasil na Copa de 1982 e poderia ainda ter disputado a de 1986, mas entrou em desavença com  o técnico Telê e não foi para o México. Leia mais sobre Leandro clicando aqui!

 

George Cohen (Inglaterra)

Cohen foi um dos mais talentosos defensores ingleses dos anos 1960 e um dos destaques do time campeão do mundo de 1966. Com atuações marcantes – em especial na semifinal e na final -, força na marcação e apoio ao ataque com passes precisos e cruzamentos na medida, Cohen foi eleito para o All-Star Team do torneio e é um dos jogadores conhecidos como “one-trophy wonder”, por ter vencido apenas a Copa do Mundo em sua carreira profissional. Como jogou toda a carreira no modesto Fulham, Cohen acabou não levantando outro troféu de 1956 até 1969, ano que marcou sua aposentadoria precoce por conta de uma séria lesão.

 

Claudio Gentile (Itália)

Foi o “carrapato da Copa de 1982” ao marcar de maneira precisa (e também bem dura) os craques Maradona e Zico, anulando ambos nas partidas vencidas pela Itália na segunda fase. Foi um monstro naquele mundial e peça fundamental na conquista do título da Azzurra por atuar não só na lateral-direita, mas também na zaga e no meio de campo. Polivalente, teve destaque na Juventus e disputou 12 jogos em Copas: seis em 1978 e seis em 1982.

 

Manfred Kaltz (Alemanha)

Um dos grandes defensores do futebol alemão e mundial nos anos 1970 e 1980, Kaltz foi um mito no Hamburgo, onde jogou de 1971 até 1989, com uma passagem no futebol francês até encerrar a carreira no mesmo Hamburgo, em 1991. Perito em cobranças de pênalti, marcou 53 gols dessa maneira só no Campeonato Alemão. Dava cruzamentos formidáveis, muitos com curvas bizarras durante suas trajetórias, os Bananenflanken. Foram 69 jogos e oito gols pela seleção entre 1978 e 1983, além das titularidades nas Copas de 1978 e de 1982, esta marcada pelo vice-campeonato alemão.

 

Javier Zanetti (Argentina)

O maior lateral-direito da história do futebol argentino merecia sorte maior em Copas. Seu debute aconteceu em 1998, quando ajudou a albiceleste a eliminar a Inglaterra nas oitavas de final com um belo gol no eletrizante empate de 2 a 2 que terminou com vitória argentina nos pênaltis. Titular absoluto da Argentina, Zanetti nada pôde fazer para evitar a eliminação diante da forte Holanda nas quartas de final. Em 2002, o craque voltou a ser titular, mas a Argentina foi eliminada já na fase de grupos. Em 2006, não foi convocado por José Pekerman, uma decisão até hoje polêmica e que prejudicou demais o desempenho da equipe naquele Mundial. Em 2010 e 2014, Zanetti não foi lembrado e ficou mesmo com apenas duas participações em Copas e oito jogos disputados. Muito pouco para um imortal que você pode conhecer mais clicando aqui.

 

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