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Craque Imortal – Roberto Carlos

 

Nascimento: 10 de abril de 1973, em Garça (SP), Brasil.

Posição: Lateral-Esquerdo

Clubes: União São João-BRA (1990-1992), Atlético Mineiro-BRA (1992), Palmeiras-BRA (1993-1995), Internazionale-ITA (1995-1996), Real Madrid-ESP (1996-2007), Fenerbahce-TUR (2007-2009), Corinthians-BRA (2010-2011), Anzhi Makhachkala-RUS (2011-2012) e Delhi Dynamos-IND (2015).

Principais títulos por clubes: 2 Campeonatos Brasileiros (1993 e 1994), 1 Torneio Rio-SP (1993) e 2 Campeonatos Paulistas (1993 e 1994) pelo Palmeiras.

2 Mundiais Interclubes (1998 e 2002), 3 Ligas dos Campeões da UEFA (1997-1998, 1999-2000 e 2001-2002), 1 Supercopa da UEFA (2002), 4 Campeonatos Espanhóis (1996-1997, 2000-2001, 2002-2003 e 2006-2007) e 3 Supercopas da Espanha (1997, 2001 e 2003) pelo Real Madrid.

2 Supercopas da Turquia (2007 e 2009) pelo Fenerbahce.

Principais títulos por seleção: 1 Copa do Mundo da FIFA (2002), 1 Copa das Confederações (1997), 2 Copas América (1997 e 1999) e 1 Medalha de Bronze nos Jogos Olímpicos de Atlanta (1996) pelo Brasil.

Principais títulos individuais:

Bola de Prata da revista Placar: 1993, 1994 e 2010

2º Melhor Jogador do Mundo da FIFA: 1997

Eleito para o Time do Ano da ESM: 1996–1997, 1997–1998, 1999–2000, 2000–2001, 2001–2002, 2002–2003 e 2003–2004

Eleito para o All-Star Team da Copa do Mundo da FIFA: 1998 e 2002

Trofeo EFE: 1997-1998

Defensor do Ano da UEFA: 2002 e 2003

Eleito para o Time do Ano da UEFA: 2002 e 2003

2º colocado no Ballon d’Or: 2002

Golden Foot: 2008

FIFA 100: 2004

Eleito o Melhor Lateral-Esquerdo da História do Real Madrid

Eleito para o Time dos Sonhos do Palmeiras do Imortais: 2021

Eleito para o Time dos Sonhos do Real Madrid do Imortais: 2021

Eleito para a Seleção de Todos os Tempos do jornal Marca: 2014

 

“O Especialista da Lateral-Esquerda”

Por Guilherme Diniz

Ele dominava a bola como um maestro rege uma orquestra. Ele corria até a linha de fundo e voltava com a facilidade de um carro super potente. Ele mandava petardos explosivos de sua perna esquerda como a NASA dispara seus foguetes. E ele dominava toda a lateral esquerda como um leão domina seu território. Forte, com um dos físicos mais privilegiados da história do esporte e uma unanimidade por mais de uma década, Roberto Carlos da Silva Rocha, simplesmente Roberto Carlos, foi um dos maiores laterais que o mundo já viu, dono da camisa 6 da Seleção Brasileira em três Copas do Mundo e da camisa 3 do poderoso Real Madrid por 11 anos. De 1997 até 2007, ninguém jogou mais do que ele em sua posição. Ninguém foi tão preciso quanto ele. E poucos colecionaram tantos títulos como ele.

Jogador completo, Roberto Carlos atacava como poucos, cruzava, fazia tabelas, aparecia como elemento surpresa nas zagas rivais, cobrava laterais impressionantes como se usasse os pés, e, acima de tudo, sabia defender, voltava para ajudar na marcação e tomava para si um lado inteiro do campo, como bem disse certa vez Vicente Del Bosque, um de seus treinadores no Real Madrid. Além disso, cansou de desafiar os físicos com as curvaturas impressionantes que seus chutes seguiam. Estrela em tempos concorridos, o craque teve a honra de jogar com alguns dos melhores jogadores de todos os tempos (Rivaldo, Redondo, Seedorf, Zidane, Ronaldo, isso só para citar alguns…) e foi ídolo de gerações. É hora de relembrar.

 

Do interior para o super Verdão

Batizado com o nome do ídolo musical (o cantor Roberto Carlos) do pai, seu Oscar, Roberto nasceu em Garça, no interior de São Paulo, e teve o futebol como inspiração muito por causa do próprio pai e do tio Aparecido, o “craque” da família. Na fazenda dos pais, o jovem começou a chutar as primeiras bolas até se mudar para Cordeirópolis, em 1981, quando foi morar na casa dos avós e trabalhar em uma tecelagem. Com apenas 11 anos, passou a jogar junto aos veteranos do time de uma fábrica de aguardente não só pela habilidade, mas também para se proteger das botinadas dos jovens, afinal, jogando ao lado do pai com os “marmanjos”, ele escapava da maldade graças ao respeito dos outros.

Jogando mais no meio de campo e no ataque, Roberto foi chamado para atuar no time de Cordeirópolis e, por acaso, virou o lateral-esquerdo que seria famoso no mundo inteiro. Num determinado jogo, o lateral do time se machucou e Roberto, que era atacante, foi improvisado na posição. Ele jogou tanto que foi o primeiro jogador júnior contratado pelo União São João, time novato da cidade de Araras, em 1988. Lá, o jogador começou a ser lapidado e convocado para a seleção brasileira sub-20.

“O União foi muito importante na minha carreira. Além de ser o clube onde comecei no futebol, era extremamente organizado, com uma boa estrutura e investia em jogadores de nome. Havia muita tranquilidade para jogar. Tive muita sorte de ter dado os primeiros passos por lá”. – Roberto Carlos, em entrevista ao Lance!, 1998.

 

Em 1990, já estava entre os profissionais e teve a oportunidade de aprender um pouco sobre cobranças de faltas e tiros fortes de longa distância com um ídolo dos anos 80: Éder, estrela do Atlético-MG e da seleção que teve uma curta passagem pelo time de Araras. Roberto ficava muito tempo observando o já veterano ponta treinar cobranças e chutes e se espelhou nele para o decorrer de sua carreira. Falando em Atlético, em 1992 o jovem foi emprestado ao clube mineiro para a disputa de um torneio amistoso na Espanha, onde ele despertaria pela primeira vez o interesse do Real Madrid. Porém, o presidente do Real à época, Ramón Mendoza, disse que o brasileiro “não tinha estatura para jogar no Real” – em alusão a baixa altura do lateral – e o negócio não foi para frente.

Mas aquilo não abalou o jogador, que, em sua volta ao Brasil, viu o Palmeiras – que tinha acabado de fechar um milionário contrato de patrocínio com a Parmalat – demonstrar interesse em seu futebol e contratá-lo por US$ 550 mil. O curioso é que o lateral foi oferecido pelo União São João ao Corinthians, mas o presidente alvinegro na época, o folclórico Vicente Matheus, preferiu o lateral Biro-Biro, do Bragantino (o tempo iria provar que o alvinegro errou feio…). Em 1992, Roberto sucumbiu com o time juvenil da seleção no Pré-Olímpico daquele ano. Porém, o lateral ganhou suas primeiras convocações para a Seleção Brasileira principal, pela qual disputou algumas partidas amistosas.

Roberto no União, em 1991. Ele é o quarto em pé da esquerda para a direita. Éder é o último agachado.

 

Fama e títulos

Edílson, Roberto Carlos, Edmundo e Antonio Carlos: estrelas do Verdão eram só risada (e títulos!) naquela época.

 

Em janeiro de 1993, Roberto Carlos fez sua estreia pelo Palmeiras na vitória por 2 a 1 sobre o Marília. Seria o início de um período inesquecível para o craque – e para o torcedor palmeirense. Com investidas à linha de fundo, habilidade notável com a bola nos pés e muita força física, o lateral ganhou a titularidade indiscutível do time e caiu nas graças da torcida e da imprensa. Vanderlei Luxemburgo, técnico do Verdão, aprimorou ainda mais a capacidade técnica do jovem e lapidou o lateral para ele se tornar o melhor do Brasil naquele ano.

“Aprendi muita coisa com o Vanderlei. Ele me auxiliou muito, tanto na parte técnica quanto na psicológica. Foi ele quem me ensinou a forma correta de me posicionar em campo, além de apontar os meus pontos fracos. Aprendi a cruzar e principalmente a marcar, pois ele vivia dizendo que eu não podia confiar só na minha velocidade”.Roberto Carlos, em entrevista ao Lance!, 1998.

 

E o resultado veio em campo: título no Campeonato Paulista – que colocou um ponto final no longo jejum de 16 anos sem títulos do clube, no Torneio Rio-SP e no Campeonato Brasileiro. Jogando ao lado de craques como César Sampaio, Zinho, Evair, Edílson, Edmundo entre outros, ele percebeu o que era jogar em um grande clube e a cobrança que é representar uma torcida de massa. O fim do jejum, inclusive, é considerado pelo jogador como um dos mais importantes da carreira do próprio, como ele mesmo disse:

“Aquele título foi um dos mais importantes da minha carreira. Foi maravilhoso poder participar de uma conquista que deu tanta alegria a uma torcida que vinha sofrendo muito”.

Para fechar o ano, Roberto ainda ganhou a Bola de Prata da revista Placar e disputou cinco jogos pela Seleção Brasileira, quatro deles na Copa América de 1993 – competição que o Brasil não jogou com seus principais jogadores por causa do foco nas Eliminatórias para a Copa do Mundo. Mesmo com a eliminação para a Argentina, Roberto Carlos esperava uma convocação do técnico Parreira muito por causa do futebol apresentado pelo Palmeiras, mas o treinador acabou preferindo o veterano Branco e Leonardo – mesmo este já atuando mais no meio de campo do que na lateral.

Em 1994, Roberto teve que ver o tetra pela TV, mas fez sua parte com a camisa do Palmeiras em mais duas campanhas marcantes no Paulista e no Brasileiro, ambos torneios vencidos pelo Verdão. Com o reforço de Rivaldo, o time alviverde foi ainda mais letal e provou ser o melhor time do país, assumindo o protagonismo que antes era do São Paulo de Telê. Com mais uma Bola de Prata após seu desempenho no torneio nacional, Roberto Carlos começou a receber várias sondagens de times internacionais, entre eles PSG-FRA, Aston Villa-ING e Internazionale-ITA, que conseguiu comprar o craque por US$ 7 milhões (perceba a valorização em apenas três anos! Lembra quanto o Palmeiras pagou por ele ao União São João?). Em 1995, o lateral poderia se despedir com mais um título Paulista, mas o Palmeiras acabou perdendo para o Corinthians. Mas o torcedor nem ligou, afinal, o lateral já havia provado seu valor com cinco títulos, 185 jogos e 18 gols, além de dezenas de assistências, umas de suas marcas registradas.

 

Fora de posição na Itália e titular na seleção

Roberto e Zanetti, contratações da Inter em 1995.

 

A ida à Europa em 1995 aconteceu no mesmo momento em que Roberto Carlos virou o titular da lateral-esquerda do Brasil, comandado naquela época por Zagallo. O treinador apostou em cheio no lateral com foco no Pré-Olímpico e na Copa América. No primeiro, o time passou bem e garantiu a vaga no torneio de 1996, em Atlanta, no qual terminou com a medalha de bronze. Já na competição continental, Roberto jogou muito bem e foi um dos destaques, mas o Brasil acabou com o vice perdendo a final nos pênaltis para o anfitrião Uruguai. Enquanto isso, na Itália, o brasileiro garantiu seu espaço logo de cara com gols nos dois primeiros jogos com a camisa do time de Milão, algo que agradou muito a imprensa e, principalmente, a torcida, que ficou impressionada com a força dos chutes do “brasiliano”.

O problema é que a Inter vivia tempos difíceis e não tinha um elenco à altura para disputar títulos. E, após a saída do técnico Otavio Bianchi, Roberto caiu de produção ao ser deslocado para o meio de campo e até como ponta pelo técnico Roy Hodgson, posições que não agradavam o jogador e que não o fazia render o que ele podia – e queria. Em determinado momento, o craque chegou a falar com o próprio presidente da Inter, Massimo Moratti, dizendo que estava jogando fora de posição e que seria melhor deixar o clube se fosse para continuar daquele jeito.

“Ele (Hodgson) queria que eu jogasse no ataque, sendo que eu era um defensor. Para mim, é melhor ter 80 metros para jogar e correr do que 20. E eu prefiro ter espaço à minha frente para poder trabalhar jogadas. Ele me queria parado, rígido, fixo. Eu falei com o Massimo Moratti para ele solucionar as coisas e chegou um momento que a melhor opção era mesmo partir”. – Roberto Carlos, em entrevista à revista Four Four Two, 10 de maio de 2005.

Com isso, o lateral ficou apenas uma temporada na Itália, disputou 34 jogos e marcou sete gols. Em 1996, o técnico Fabio Capello, então no Real Madrid, pediu para a diretoria contratar o brasileiro que ele havia enfrentado quando dirigia o Milan. Os espanhóis, dessa vez, não fizeram desdém da altura do lateral, e, mesmo com a resistência do presidente da Inter, conseguiram levar o lateral para Madrid por 3,5 milhões de euros. Começaria ali uma reviravolta eterna na carreira do jogador. E o salto do atleta para se tornar uma estrela mundial.

 

Melhor estreia impossível!

Roberto Carlos chegou ao Real e vestiu a camisa 3 do clube madrileno. A partir de 1996, jogando em sua posição preferida, com liberdade para apoiar e defender e num ambiente mais agradável, o jogador esbanjou talento e mostrou para a torcida do que ele era capaz: corridas impressionantes – ele fazia 100 metros em pouco menos de 11s, chutes devastadores – suas bombas chegavam aos 130km/h facilmente, habilidade, senso de colocação, inteligência, domínio de bola, lançamentos precisos e assistências de todos os jeitos.

Com tudo isso e mais um pouco, Roberto Carlos foi fundamental para o título espanhol do Real já em sua primeira temporada no clube. A equipe terminou apenas dois pontos a frente do Barcelona de Ronaldo e conquistou o título pelo equilíbrio demonstrado ao longo do torneio e por ter mantido a liderança da 14ª até a última rodada. O setor defensivo, curiosamente, foi o ponto forte do time, que levou apenas 36 gols em 42 jogos – foi a segunda melhor defesa, atrás apenas do Deportivo La Coruña.

Choque de titãs: Ronaldo e Roberto Carlos.

 

Roberto Carlos participou de 37 jogos da campanha do título e foi o segundo colocado no prêmio da EFE ao melhor jogador latino americano do torneio – o campeão foi o brasileiro Ronaldo. Além disso, foi eleito para o time do ano da European Sports Media como melhor lateral-esquerdo. Voando no Real, o craque também cravou ainda mais seu espaço na Seleção, pela qual sorriu muito em 1997 com dois títulos. Mas, antes, um episódio merece destaque…

 

“A física não permite?” Permite, sim!

No começo de junho de 1997, o Brasil foi até a Europa disputar o “Torneio da França”, uma competição amistosa que servia como preparação do país sede para a Copa do Mundo de 1998. Além do Brasil e da anfitriã, Itália e Inglaterra também participariam do quadrangular todos contra todos. Coube ao time verde e amarelo fazer a estreia no dia 03 de junho, contra a França, em Lyon. O jogo estava bem disputado e os franceses caçavam sem dó o astro Ronaldo, vedete do mundo da bola na época, além de Romário, também titular do ataque “Ro-Ro” canarinho. Foi então que, aos 21’, uma falta pouco depois da meia-lua do meio de campo foi marcada a favor do Brasil.

Roberto Carlos pegou a bola. Todos sabiam que ele chutava forte, mas, respeitosamente, era muito longe – 35 metros – e havia a barreira e o goleiro Barthez para atrapalhar. Seria (muito) difícil marcar o gol. Como sempre, ele tomou longa distância, indo até o círculo central. Partiu, deu a corridinha clássica e encheu o pé. Foi então que algo inexplicável aconteceu. A bola iria explodir na barreira. Mas não explodiu. Ela fez uma curva, passou a barreira como se tivesse vida própria ou fosse teleguiada e foi parar no fundo do gol de Barthez, que só ficou olhando, incrédulo. Aliás, o estádio todo ficou perplexo. O mundo ficou perplexo.

Aquele gol não foi só um gol. Foi o gol mais impressionante de toda a carreira do craque e ganhou o noticiário de todo o planeta pela trajetória que aquela bola fez. Tempo depois, a CNN elegeu o gol de Roberto como “lance esportivo do ano”, superando até as cestas incríveis de Michael Jordan no Chicago Bulls. O chute de trivela a 130km/h (!) do brasileiro ficou tão famoso que intrigou até os físicos, que começaram a fazer estudos para tentar explicar o inexplicável. Em 2010, os franceses Guillaume Dupeux, Anne Le Goff, David Quéré e Christophe Clanet publicaram um artigo (é verdade, está no site do Institute of Physics > http://iopscience.iop.org/article/10.1088/1367-2630/12/9/093004) no qual uma equação “explica” como a bola fez aquela trajetória:

“No caso do futebol, onde  é duas vezes menor do que L, vale a pena ser comentado. A trajetória da bola pode desviar significamente do circular, desde que o chute tenha longa distância. Dessa forma, a trajetória se torna surpreendente e imprevisível para o goleiro. É assim que interpretamos o famoso gol do brasileiro Roberto Carlos contra a França, em 1997. A falta foi cobrada de uma distância de aproximadamente 35 metros, ou seja, uma distância a qual é possível esperar uma trajetória inesperada. Levando em conta que o chute é poderoso o suficiente, uma característica do Roberto Carlos, a trajetória da bola curva brutalmente em direção à rede, em uma velocidade ainda grande o suficiente para surpreender o goleiro”.

 

Os franceses ainda disseram que, seguindo cálculos precisos, seria possível reproduzir aquele chute, mas isso é algo impossível por fatores externos, pela precisão no chute, impacto do pé, distância, entre outros. O próprio Roberto jamais tentou tal proeza a partir daquele dia.

“Para falar a verdade, nem eu sei como fiz aquele gol! Ele foi lindo, fruto de muitos anos de treinamento e trabalho duro. Mas eu nunca mais tentei, porque sabia que não ia acertar (risos)”. – Roberto Carlos, em entrevista ao site da ESPN Brasil, junho de 2017.

Veja um vídeo didático bem interessante explicando exatamente como foi o gol antológico:

 

A propósito, o Brasil empatou em 1 a 1 com a França e terminou na segunda posição aquele torneio amistoso, vencido pela Inglaterra. O fato é que o chute de trivela do brasileiro ficou mais famoso e foi mais marcante do que a competição em si. Roberto Carlos ainda marcaria muitos golaços com seus petardos de perna esquerda, incluindo outro tão bonito quanto esse em 21 de fevereiro de 1998, num jogo contra o Tenerife pelo Campeonato Espanhol de 1997-1998, chamado “gol impossível”, quando ele foi com a bola até a linha de fundo e chutou forte quando todos pensaram que ele iria cruzar. Ela fez uma curva e enganou o goleiro Marcelo Ojeda. O Real, no entanto, perdeu o jogo por 4 a 3. Mas que aquele golaço deveria valer por dois, ah, deveria! PS: o vídeo está no final do texto!

 

Títulos e no topo do mundo

Foto: Action Images

 

Voltando ao ano do craque pela Seleção, Roberto Carlos conquistou, em 1997, suas primeiras taças com a amarelinha. A primeira foi a Copa América, na Bolívia, com shows do time de Zagallo na primeira conquista do torneio fora do Brasil. Na primeira fase, vitórias sobre Costa Rica (5 a 0), México (3 a 2) e Colômbia (2 a 0). Nas quartas, vitória por 2 a 0 sobre o Paraguai, e, na semifinal, goleada de 7 a 0 sobre o Peru. Na decisão, vitória sobre os anfitriões por 3 a 1, com o primeiro gol, de Edmundo, marcado após rebote do goleiro de um chutaço de Roberto Carlos. Os outros gols foram de Ronaldo e Zé Roberto. Meses depois, foi a vez de conquistar a Copa das Confederações, pela primeira vez organizada pela FIFA. Após superar Austrália, México e Arábia Saudita na fase de grupos, o time verde e amarelo venceu a República Checa na semifinal e goleou a Austrália na decisão por 6 a 0, com três gols de Ronaldo e três de Romário.

Ronaldo, Pelé e Roberto Carlos durante a premiação da FIFA, em 1997.

 

Para encerrar uma temporada marcante, Roberto Carlos foi eleito o segundo melhor jogador do mundo pela FIFA, atrás apenas do compatriota Ronaldo. Era um feito enorme para um defensor em uma premiação que sempre privilegiou jogadores do meio de campo para frente. Roberto se consagrava como o melhor lateral do mundo, dono do chute mais devastador do futebol e já era o estrangeiro mais querido pela torcida do Real Madrid, com mais moral do que Seedorf e Redondo, por exemplo. Na temporada 1997-1998, o craque ainda participou de 30% dos gols do time e foi fundamental na campanha do título da Liga dos Campeões da UEFA pra cima da Juventus-ITA que encerrou um longo jejum do clube na competição.

O gol do título, inclusive, veio após rebote de um chute do craque – mais tarde, no Mundial Interclubes, o craque jogou muito na vitória por 2 a 1 do Real em cima do Vasco-BRA, com o primeiro gol vindo após um chute dele desviado pelo brasileiro Nasa, que marcou contra. Enfim, Roberto Carlos estava no topo, não precisava provar mais nada a ninguém e jogava o fino. E vinha uma Copa do Mundo pela frente. Seria a consagração dele, de Ronaldo e do favorito Brasil, certo? Na teoria, sim. Mas, na prática…

 

Para esquecer

A Copa do Mundo de 1998 tinha tudo para ser do Brasil. O time havia vencido a edição anterior do torneio, tinha parte da base do tetra, novos nomes e talentos enormes como Cafu, César Sampaio, Dunga, Rivaldo, Ronaldo explodindo qualidade e, claro, Roberto Carlos. Era um timaço, com defeitos, claro, mas um timaço. Porém, o que era para ser “a” Copa de Roberto e do Brasil foi, na verdade, uma tragédia. Na primeira fase, vitórias pouco convincentes sobre Escócia (2 a 1) e Marrocos (3 a 0) e derrota para a Noruega (2 a 1). Na segunda fase, a equipe acordou nos 4 a 1 sobre o Chile, mas os erros do sistema defensivo iriam persistir. O jogo que mais escancarou a fraqueza foi contra a Dinamarca, nas quartas de final. Os dinamarqueses abriram o placar aos dois minutos, mas Bebeto igualou, aos 10’, após passe de Roberto Carlos. Rivaldo, aos 25’, virou, mas a Dinamarca empatou após uma falha bisonha do lateral brasileiro, que furou uma bicicleta. Para a sorte do Brasil, Rivaldo jogou muito aquele dia e fez o gol da vitória por 3 a 2 nove minutos depois.

Após superar a Holanda num jogo épico (leia mais clicando aqui), a seleção teve pela frente a França na decisão. E, por conta de uma convulsão de Ronaldo horas antes do jogo que nitidamente abalou todo o grupo – Roberto Carlos viu tudo de perto por ser o companheiro de Ronaldo no quarto e foi o primeiro a chamar os médicos quando viu o amigo passando mal – o Brasil sucumbiu e perdeu por acachapantes 3 a 0. O primeiro gol, inclusive, surgiu após Roberto Carlos não evitar um escanteio e ainda chutar a bandeira de escanteio. Aquele lance mostrou um pouco dos defeitos de Roberto ao longo do Mundial: excesso de preciosismo, falta de humildade e pouca objetividade. O lateral, infelizmente, fez um Mundial para se esquecer. Mas ele ainda era jovem e tinha tempo de sobra para dar a volta por cima.

 

Com a bola, Roberto Carlos

A perda da Copa fez o craque rever suas ações e mudar completamente. O jogador passou a se concentrar mais e “colocar a bola no chão”, sem firulas desnecessárias ou excesso de preciosismo. Para ajudar, a vinda do técnico Vicente Del Bosque ao Real melhorou muito o futebol do camisa 3, que virou uma verdadeira divindade na lateral esquerda do clube espanhol. O próprio treinador afirmou à revista Sports Illustrated, em maio de 2014, que o brasileiro podia “cobrir a lateral esquerda sozinho tanto no ataque quanto na defesa”. E de fato podia. Após passar em branco a temporada 1998-1999, Roberto ajudou o Real a voltar ao topo da Europa com o título da Liga dos Campeões de 1999-2000, com quatro gols e participação em vários outros, incluindo os dois primeiros da vitória por 3 a 0 sobre o Valencia na grande final, no Stade de France, que outrora trazia más lembranças ao jogador. No primeiro gol, ele cobrou a falta que resultou no tento de Morientes. No segundo, o camisa 3 cobrou sua lateral característica para o miolo da área que resultou no belo gol de McManaman.

Karembeu, Roberto Carlos e Michel Salgado com a Liga dos Campeões de 2000.

 

Na temporada 2000-2001, Roberto marcou nove gols e teve sua temporada mais prolífica, além de ter disputado 50 jogos pelo Real. O craque disputou 36 dos 38 jogos na campanha de mais um título nacional do clube de Madrid, que ficou sete pontos à frente do Deportivo La Coruña, vice-campeão. Ainda em 2000, vale lembrar o golaço que o brasileiro marcou contra o Boca Juniors-ARG, na final do Mundial Interclubes – vencida pelos argentinos por 2 a 1 – quando matou no peito e encheu o pé sem chance alguma para o goleiro Córdoba.

Na temporada 2001-2002, Roberto viu seu time ganhar ainda mais qualidade com a vinda de Zidane ao Real, e, como não podia deixar de acontecer, o time merengue alcançou mais uma final de Liga dos Campeões, dessa vez contra os alemães do Bayer Leverkusen. E, assim como nas outras duas finais que havia disputado, Roberto Carlos participou diretamente dos gols do jogo. O primeiro, de Raúl, veio após uma cobrança absurda de lateral do craque brasileiro, que mandou a bola lá do campo de defesa nos pés do atacante espanhol. Um estrondo! O segundo… Bem, o segundo foi algo inesquecível. Após tabelar e sair em disparada pela esquerda, o lateral cruzou na medida para Zidane emendar o voleio mais sensacional de sua carreira e fazer um dos gols mais bonitos – ou seria o mais bonito? – da história da competição europeia.

Era a terceira Liga dos Campeões do craque, um número impressionante e alcançado por pouquíssimos jogadores na história. Naquele mesmo ano, foi eleito o Melhor Defensor do Ano pela UEFA, para o time do ano da UEFA, e para o time do ano da ESM. De novo, Roberto Carlos estava no auge. E, de novo, ele tinha uma Copa do Mundo pela frente. Era o momento ideal de calar quem o criticou em 1998 e provar sua volta por cima.

 

Fundamental no Penta!

Assim como Cafu, Rivaldo, Ronaldo, entre outros, Roberto Carlos queria apagar de vez as memórias terríveis da Copa de 1998 com o título da Copa de 2002. Embora não fosse favorita, a seleção brasileira tinha elenco para ganhar o título, e, sem a pressão de quatro anos antes, o desempenho poderia ser bem melhor. E foi. Na primeira partida, vitória sobre a Turquia por 2 a 1. No jogo seguinte, goleada de 4 a 0 sobre a China com um gol de falta de Roberto Carlos, que guarda aquele tento com muito carinho na memória.

“Fazer gol em uma Copa é como ser campeão. E para mim o sentimento foi esse. Fiz aquele gol contra a China, de falta, e foi ótimo. O que me recordo daquele lance foi o momento da comemoração. Lembro que corri com o Juninho Paulista e com o Denílson, que são grandes amigos, para comemorar o primeiro gol da Seleção. Essa imagem ficou marcada pela foto também (risos)”.Roberto Carlos, em entrevista ao globoesporte.com, 08 de junho de 2012.

Na sequência, o time canarinho bateu a Costa Rica (5 a 2), e, na segunda fase, despachou Bélgica (2 a 0), Inglaterra (2 a 1) e Turquia (1 a 0) até chegar a mais uma final – a terceira em três Copas consecutivas. O adversário era a Alemanha. E o Brasil mostrou sua força vencendo por 2 a 0, com dois gols de Ronaldo e ótima atuação coletiva do time de Felipão. Enfim, o Brasil era pentacampeão mundial e Roberto Carlos dava a volta por cima com o título mais importante de sua já estrelada carreira. O craque foi perfeito em sua posição, jogou para o time, foi discreto e fundamental na conquista. Ele ainda foi eleito para o All-Star Team do Mundial pela FIFA e ficou em segundo lugar no Ballon d’Or, se consagrando de vez como um dos maiores laterais-esquerdo de todos os tempos do Brasil e do mundo.

 

Estrela mundial

Ganhar uma Copa muda completamente a carreira de um jogador de futebol. E, com Roberto Carlos, não foi diferente. O astro do Real virou ainda mais ídolo de gerações, participou de comerciais icônicos, era membro certo em qualquer time da Master League em jogos do Winning Eleven da garotada e virou um dos três capitães do Real Madrid, ao lado de Raúl e Guti. Ainda em 2002, o lateral ganhou pelo Real a Supercopa da UEFA com a vitória por 3 a 1 sobre o Feyenoord-HOL, sendo eleito o “homem do jogo” por ter jogado absurdamente muito, ter cruzado a bola que culminou no primeiro gol do Real, contra, de Paauwe, e por ter marcado o seu, de perna direita, após tabelinha na entrada da área.

Mais tarde, foi a vez de conquistar o Mundial Interclubes, com vitória por 2 a 0 sobre o Olimpia-PAR e passe magistral de Roberto Carlos para o primeiro gol, de Ronaldo. Na temporada 2002-2003, Roberto só perdeu um dos 38 jogos disputados pelo Real no Campeonato Espanhol e foi outra vez uma das estrelas do título merengue e eleito Melhor Defensor da UEFA e para o time do ano da Europa.

Na temporada 2003-2004, marcou um dos gols da histórica vitória do Real sobre o Barcelona em pleno Camp Nou, por 2 a 1, que acabou com a invencibilidade do time catalão de 20 anos sem derrota para o rival em jogos da Liga Espanhola. Depois de 2003, o craque viveria um hiato de títulos após o apogeu do time dos Galácticos e o crescimento do Barcelona, mas ele ainda tinha tempo para disputar mais uma Copa do Mundo, dessa vez na Alemanha, em 2006.

 

Outra vez a França e o adeus à seleção

No Mundial de 2006, o Brasil era um dos favoritos ao título com o famoso quadrado mágico formado por Kaká, Ronaldinho, Adriano e Ronaldo, além dos remanescentes de 2002 Cafu, Lúcio e Roberto Carlos. Porém, o excesso de oba-oba ruiu qualquer esperança de título. Na primeira fase, jogos sem sal contra adversários fracos (Croácia, Austrália e Japão). E, nas oitavas, outro adversário sem grandes complicações – Gana. No primeiro desafio de verdade, o time sucumbiu. A França, com Zidane jogando tudo e mais um pouco, venceu por 1 a 0 com um gol de Henry.

Fim de Copa para o Brasil e fim da linha para vários jogadores. Roberto Carlos mais uma vez foi duramente criticado por estar supostamente “arrumando o meião” no momento do gol de Henry, que estava sozinho na pequena área quando Zidane cruzou a bola. Tudo bem que Roberto não era o jogador ideal para marcar o grandalhão francês devido à enorme diferença de estatura entre ambos, mas ele poderia pelo menos atrapalhar a corrida do atacante. O fato é que a falha e as críticas foram decisivas para Roberto Carlos dizer adeus à seleção. Era um fim melancólico e injusto para um jogador tão espetacular e importante em tantos jogos do Brasil.

 

Adeus ao Real e últimas camisas

Roberto e as três Ligas dos Campeões que conquistou.

 

Após a Copa, Roberto Carlos viveu um momento de alegria com a conquista do Campeonato Espanhol de 2006-2007 decidido no “head-to-head” com o Barcelona, pois ambas as equipes terminaram empatadas em pontos, mas o Real levou a melhor por ter vencido uma e empatado a outra nos dois jogos entre os times durante a competição. Porém, ao término da temporada, o lateral não renovou seu contrato com o clube merengue e decidiu mudar de ares muito por causa da relação desgastada com a diretoria e também pela eliminação do Real na Liga dos Campeões daquela temporada após revés para o Bayern-ALE logo nas oitavas de final. No duelo de volta, Roberto falhou na saída de bola e o Bayern abriu o placar com incríveis 11 segundos de jogo, no gol mais rápido da história da competição. O time alemão venceu por 2 a 1 e mandou os merengues para casa.

Após a saída, o jogador ganhou várias homenagens – muito por ter sido na época o estrangeiro que mais vestiu a camisa merengue na história – e teve seu momento de destaque nos festejos do título nacional, no Santiago Bernabéu. Afinal, com ele, o Real encerrou jejuns e voltou a ser o gigante que sempre foi no futebol mundial.

O próximo destino de Roberto foi a Turquia, mais precisamente o Fenerbahce. Por lá, jogou ao lado dos brasileiros Edu, Deivid e Alex, mas só conquistou duas Supercopas da Turquia e acabou se lesionando na reta final da temporada de 2007-2008, perdendo a chance de ajudar seu clube a brigar pelo título nacional – que acabou ficando com o Galatasaray. Muito querido pela torcida, o jogador fez bons jogos, mas acabou não se adaptando muito bem ao futebol turco. Em 2010, aceitou uma proposta do Corinthians e voltou ao Brasil depois de mais de uma década no futebol europeu. Ao lado do amigo Ronaldo, Roberto Carlos encontrou um ambiente complicado com a pressão pela conquista da Copa Libertadores, ainda um sonho da torcida e do clube na época.

Embora tenha feito bons jogos e até gol olímpico, Roberto Carlos foi um dos mais criticados pela torcida após a eliminação precoce na competição continental em 2011, quando o time paulista perdeu para o desconhecido Tolima-COL ainda na fase preliminar – isso porque o lateral nem jogou o fatídico duelo vencido pelos colombianos por 2 a 0. Preocupado com a família após as ameaças que recebeu por causa da eliminação, o jogador deixou o clube e foi jogar no Anzhi Makhachkala-RUS, onde foi capitão e atuou muitas vezes como volante e até como técnico.

No Timão, Roberto saiu após a precoce eliminação na Libertadores.

 

Por lá, o jogador decidiu se aposentar de vez, em 2012, aos 39 anos. Em 2015, fez algumas partidas como jogador/técnico pelo Delhi Dynamos, da Índia, mas a aventura durou pouco. Aposentado, Roberto Carlos tem participado de eventos pelo Real Madrid como embaixador do clube, se arrisca na carreira de técnico – em maio de 2017, foi anunciado pelo South Melbourne, da Austrália, e se desdobra como pode para ver e curtir seus nove (!) filhos.

 

No rol dos Imortais

Com números incontestáveis, quase todos os títulos possíveis para um jogador profissional e uma leva de lances e jogadas fantásticas, Roberto Carlos cravou seu nome como um dos maiores jogadores da história do futebol mundial e é considerado por muitos o melhor e mais completo lateral-esquerdo de todos os tempos. Se ele foi ou não, isso não vem ao caso. O fato é que ele jamais precisou provar algo nem responder críticas. Tudo o que ele fez, por seus clubes e pela seleção, foi impagável. Como contestar um jogador que participou de todos os gols e lances do Real nas três finais de Liga dos Campeões que venceu? Como contestar um jogador que participou diretamente dos gols do Real nas duas finais de Mundial Interclubes que venceu? Como contestar um jogador que amedrontava os adversários com suas cobranças de faltas e apenas com sua presença na lateral? Como contestar um jogador que dominava todo um setor do campo sem precisar de ajuda?  Como contestar um jogador que venceu uma Copa do Mundo jogando muito bem e para o time? É, não tem como contestar. Nem criticar. Roberto Carlos foi mesmo um craque imortal.

 

Números de destaque:

Disputou 185 jogos e marcou 18 gols pelo Palmeiras.

Disputou 527 jogos e marcou 68 gols pelo Real Madrid.

Disputou 125 jogos e marcou 11 gols pela Seleção Brasileira.

 

Leia mais sobre o Palmeiras de 1993-1994 clicando aqui.

Leia mais sobre o Real Madrid dos Galácticos clicando aqui.

Leia mais sobre o Brasil de 2002 clicando aqui.

 

Extras:

Veja o golaço contra o Tenerife pela liga espanhola de 1997-1998.

 

 

Veja os lances da histórica vitória do Real sobre o Barça, em 2003.

 

Veja lances do craque.

 

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Comentários encerrados

15 Comentários

  1. O maior lateral-esquerdo que eu vi jogar. E o gol dele contra a França foi o gol mais insano que eu vi na minha vida. Pena que, as vezes, o estrelismo acabava sobrepujando o grande futebol dele, como aconteceu em 1998 e 2006. Não sei se sucedeu que ele não fez bobagem em 2002. Deve ter recebido um tratamento psicológico daqueles para baixar a bola dele.

    Enfim, mais um jogador imortal e mais um texto imortal.

  2. Belo texto sobre um dos melhores e emblemáticos jogadores que eu vi. Resta só saudades que a gente mata aqui no seu blog. Parabéns belo trabalho. Poderia fazer do Steven Gerrard. Eu como colorado pediria do Fernandão. Abraços

  3. Parabéns pelo belo trabalho, é realmente um prazer pra quem ama futebol acompanhar a página.
    Eu creio que o Atlético de Madrid (2012-2015) merecesse uma homenagem.
    Como São Paulino que sou espero ansiosamente um craque imortal Rogério Ceni também, e pra finalizar,
    penso que o Leicester (2015-2016) deva ter espaço na sua farta galeria.
    Abraços e muito sucesso, continue sempre.

  4. Como sempre um ótimo texto, eu gostaria de saber se você pode fazer o esquadrão imortal do Borussia Dortmund ( 2010-2014) ? Obrigado pela atenção e parabéns pelo ótimo trabalho.

  5. Faço questão de compartilhar seus posts a vários amigos, e considero seu site uma enciclopédia obrigatória pra quem ama e acompanha o futebol. Parabéns e continue sempre.

  6. Biografia justa de um mestre por vezes injustiçado. Sua contribuição à seleção brasileira foi monumental. A exemplo de Rivaldo e Parreira, seus méritos nem sempre são reconhecidos. Quanto àquele gol de falta contra a França… Melhor nem entender certas coisas não se podem explicar amigo… rs… rs…

    Boas sugestões para um bom site:

    – Esquadrões imortais: Lyon (entre 2002 e 2008) e o Leicester (2015-2016) pela incrível conquista da Premiere League.
    – Craques Imortais: Ronaldinho Gaúcho e Zidane.

    Abs

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