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Argentina x França: Todos os duelos em Copas do Mundo

 

Por Guilherme Diniz

 

Finalistas da Copa do Mundo de 2022, Argentina e França fizeram um confronto relativamente raro na decisão. Desde 1930, ano do primeiro encontro entre ambos, foram apenas 13 jogos na história, com seis vitórias argentinas, três da França e quatro empates. Em Copas, os gigantes se enfrentaram quatro vezes e, curiosamente, antes da final de 2022, em todas um dos dois disputou a final. Confira a seguir como foram esses confrontos.

 

Argentina 1×0 França – Fase de Grupos – 1930

Depois de estrear com goleada por 4 a 1 em cima do México na estreia, que teve o primeiro gol da história das Copas, a França tinha esperança de se classificar para a etapa final do Mundial, mas teve pela frente a fortíssima Argentina de Della Torre, Monti, Varallo e Ferreira. Embora o artilheiro argentino Guillermo Stábile não tenha jogado nessa partida, a equipe sul-americana era favorita e confirmou as expectativas ao vencer o primeiro jogo da história entre argentinos e franceses por 1 a 0, gol de Monti, aos 36’ do segundo tempo, no estádio Parque Central, em Montevidéu. Durante o jogo, a torcida uruguaia, anfitriã da Copa, provocou incessantemente os argentinos e causou inclusive uma crise emocional no atacante Roberto Cherro, que desmaiou no vestiário e não retornou ao segundo tempo. Para piorar, o árbitro brasileiro Gilberto de Almeida Rêgo encerrou o jogo aos 39’ por causa de um erro do cronometrista (sim, o árbitro não usava relógio na época!). Só depois de muita confusão e o alerta dos franceses que o jogo foi recomeçado para a disputa dos seis minutos finais, sem gols nem grandes lances – alguns jogadores até tinham tomado banho!

O capitão Ferreira, da Argentina, entra em campo para o duelo contra a França: detalhe para o uniforme pré-jogo!

 

A confusão daquele jogo persistiu até fora do estádio, quando 500 vândalos apedrejaram o ônibus argentino em tumulto que só foi controlado pela polícia quase uma hora depois. Tais incidentes motivaram a delegação argentina a voltar ao seu país, mas os organizadores da Copa e até o presidente uruguaio Juan Campisteguy apelaram para que a seleção albiceleste continuasse, oferecendo garantias de segurança para o decorrer do torneio. Os argentinos aceitaram e seguiram até a final, quando perderam para o Uruguai por 4 a 2. Já a França acabou derrotada pelo Chile no terceiro jogo e não conseguiu a vaga na fase final, pois apenas os primeiros colocados avançavam – a Argentina foi a líder do grupo.

 

Argentina 2×1 França – Fase de grupos – 1978

Anfitriã do Mundial, a Argentina teve várias pedreiras em seu grupo: Itália, França e Hungria. Na estreia, a albiceleste venceu os húngaros por 2 a 1 e encarou a França na segunda rodada para ficar ainda mais perto da classificação, enquanto a equipe europeia precisava vencer de qualquer maneira, pois havia perdido na estreia para a Itália por 2 a 1. O jogo foi bastante disputado no primeiro tempo, afinal, ambas as seleções tinham craques do mais alto nível como Fillol, Passarella, Tarantini, Ardiles, Kempes e Alonso, do lado argentino, e Bossis, Trésor, Battiston, Platini e Rocheteau do lado francês. 

Platini (centro) em ação.

 

O placar só foi inaugurado aos 45’, quando Passarella converteu um pênalti para a Argentina e fez 1 a 0. Na segunda etapa, aos 15’, a França partiu para o ataque e Lacombe tentou encobrir o goleiro Fillol, mas a bola bateu no travessão. No rebote, o jovem Platini fuzilou e empatou: 1 a 1. Mas, aos 28’, Luque recebeu de Ardiles na entrada da área, chutou, a bola desviou na zaga e enganou o goleiro: 2 a 1. A Argentina estava classificada e manteve o sonho do título, consumado tempo depois na decisão contra a Holanda. Já a França foi eliminada e amargou um novo desprazer contra os sul-americanos em Mundiais.

 

França 4×3 Argentina – Oitavas de final – 2018

Mbappé fuzila… Goleada francesa em Kazan. Foto: Laurence Griffiths / Getty Images.

 

Demorou, mas a vingança francesa em uma Copa diante dos argentinos veio em grande estilo. No dia 30 de junho de 2018, a Arena de Kazan, na Rússia, foi o cenário escolhido por um garoto de 19 anos para sua “estreia” definitiva ao mundo do futebol, com ingressos esgotados e grande elenco. Kylian Mbappé fez do duelo contra a Argentina seu recital. Com a camisa 10, a mesma utilizada por Michel Platini e Zinédine Zidane, ele nem sequer sentiu o peso de um manto tão sagrado. E exibiu diversas facetas. Quando recebia a marcação de um, dois, três argentinos, passava por eles com dribles e técnica dignos de um camisa 7, camisa 11. Na hora de ir ao ataque, utilizava uma explosão impressionante, era imparável, como um legítimo camisa 9. E, quando finalizava, era de uma classe exuberante, precisão letal, como um camisa 10. 

Mbappé vira o jogo para a França. Foto: Alexander Hassenstein / Getty Images.

 

Eram várias camisas num só jogador. Primeiro, sofreu o pênalti que resultou no primeiro gol de seu time. Depois, marcou o gol da virada. E, para finalizar, fechou uma goleada fácil e se tornou o primeiro adolescente a marcar dois gols em um mata-mata de Copa do Mundo desde ninguém mais ninguém menos que Pelé, em 1958… Poderia ser mais, mas a França estava satisfeita, talvez respeito à Argentina, um mero retrato do que fora um dia, mas com pequenos lampejos que transformaram um duelo clássico em Copas em um dos mais incríveis da história dos Mundiais. Sete gols. Duas viradas. Gols improváveis. E ainda uma chance de empate no último segundo. 

Foi um jogo de fases. Que apresentou definitivamente a futura campeã, a França. E escancarou uma das mais bagunçadas Argentinas de todos os tempos. Nem o golaço de Di María salvou. Nem Messi. Nem a raça. Nem a transformação de Kazan em La Bombonera, Monumental de Núñez, com a maioria argentina pulsando e cantando. Foi dia de França. Dia de Pogba. Dia de Griezmann. De Kanté. E de Mbappé, o garoto que estraçalhou a bicampeã do mundo. Leia mais clicando aqui!

 

Argentina 3×3 França – Final – 2022

Enfim, o maior jogo da história entre as essas duas nações foi realizado no domingo, dia 18 de dezembro de 2022, no Lusail. E foi simplesmente a maior final da Copa do Mundo do século XXI, o maior jogo deste século e um dos maiores jogos de todos os tempos. A Argentina abriu o placar por 2 a 0 no primeiro tempo, levou o empate com dois gols de Mbappé, o jogo foi para a prorrogação, a Argentina fez 3 a 2, a França empatou, e o goleiro Martínez defendeu um chute francês no último minuto, isso sem contar os tantos lances de perigo e a tensão. Nos pênaltis, a Argentina venceu por 4 a 2 e ficou com o tricampeonato, coroando a lenda de Messi, melhor deste século. Um jogo eterno que você pode relembrar clicando aqui!

 

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Comentários encerrados

3 Comentários

    • Obrigado! Sim! Vamos começar a relembrar nesta semana, com a decisão, Marrocos 2022 e o jogo Argentina x Holanda. Aí, na semana que vem, fechamos o ano com a Argentina 2021-2022!

  1. Pelo Messi, estou torcendo para a Argentina, mas acho que vai dar França. Mas independentemente de quem vencer, será um duro golpe na arrogância e soberba dos Pachecos torcedores do time amarelão da CBF, que até agora não se contém de raiva, ódio e ressentimento de que os finalistas são esses dois. E por causa desses dois motivos, que independentemente de quem vencer, eu estarei muito satisfeito.

O que vem depois do torneio no Catar?

Jogos Eternos – Especial – Boca x River – Final da Copa Libertadores 2018