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Esquadrão Imortal – Lazio 1997-2001

Lazio 1997-2001
Em pé: Simone Inzaghi, Alessandro Nesta, Paolo Negro, Sinisa Mihajlovic, Giuseppe Pancaro e Luca Marchegiani. Agachados: Dejan Stankovic, Matías Almeyda, Pavel Nedved, Roberto Mancini e Juan Sebastián Verón.
 

Grandes feitos: Campeã da Recopa da UEFA (1998-1999), Campeã da Supercopa da UEFA (1999), Campeã do Campeonato Italiano (1999-2000), Bicampeã da Copa da Itália (1997-1998 e 1999-2000) e Bicampeã da Supercopa da Itália (1998 e 2000).

Time base: Marchegiani (Peruzzi); Pancaro (Fuser), Nesta, Mihajlovic (Fernando Couto) e Paolo Negro (Favalli); Stankovic (Jugovic / Sérgio Conceição), Almeyda (Simeone), Roberto Mancini (Verón) e Nedved; Salas (Claudio Lopez / Boksic) e Vieri (Simone Inzaghi / Crespo). Técnico: Sven-Göran Eriksson.

 

“Centenário melhor? Impossível!”

Por Guilherme Diniz

O final dos anos 80 e toda a década de 90 foram dourados para o futebol italiano. Milan, Napoli, Juventus, Internazionale e Parma foram só alguns dos times que brilharam não só em território nacional, mas também fora dele, colecionando títulos internacionais das três competições da UEFA (Liga, Copa e Recopa). No final dos anos 90, quando outros times começaram a crescer, outra equipe italiana montou um esquadrão histórico e, a exemplo do Parma, soube usar o dinheiro de seu magnata para colecionar taças: a Lazio. Com jovens craques, um esquema de jogo muito bem desenhado pelo sueco Sven-Göran Eriksson e no embalo do aniversário de 100 anos do clube, a celeste da Cidade Eterna fez a alegria de sua torcida com sete títulos conquistados em apenas quatro anos. É hora de relembrar as façanhas de Nesta, Mihajlovic, Stankovic, Simeone, Verón, Nedved, Salas, Vieri, Inzaghi e Cia.

Investimentos de futuro

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Em 1992, Sergio Cragnotti assumiu a presidência da Lazio e começou a transformar o clube romano. Com investimentos pesados em contratações e grandes nomes, o time foi se reerguendo no Calcio de maneira gradativa e passou a figurar sempre entre os primeiros colocados, mas ainda distante de levantar uma taça. Nesse período, a equipe contou com o talento de Signori no ataque, craque que foi artilheiro da Serie A em três temporadas (1992-1993, 1993-1994 e 1995-1996). Mas, justamente quando o jogador deixou a equipe, a Lazio começaria a brigar por títulos (e conquistá-los). Em 1997, chegou ao comando técnico do time o sueco Sven-Göran Eriksson, que vinha de ótimos trabalhos no Benfica-POR da década de 80 e na Sampdoria-ITA entre 1992 e 1997, conquistando cinco títulos com o clube português (incluindo três torneios nacionais e ainda dois vice-campeonatos continentais, na UCL e na Copa da UEFA) e uma Copa da Itália pela Samp. A expectativa da diretoria da Lazio e da torcida era que o sueco levasse o bom time montado pelo italiano Dino Zoff e pelo checo Zdenek Zeman ao caminho das conquistas, principalmente pelo fato de no ano 2000 o clube completar 100 anos de vida. Seria o ápice conseguir uma taça no ano do centenário.

Com a grana vertiginosa de Cragnotti, que disponibilizou durante a permanência do sueco mais de £274 milhões para contratações, Eriksson conseguiu as peças que precisava para deixar seu time competitivo e capaz de duelar com qualquer adversário. O técnico trouxe junto com ele da Sampdoria o atacante e meia Roberto Mancini, além de ter os reforços do volante argentino Matias Almeyda, do lateral Giuseppe Pancaro e do atacante croata Boksic. Com uma base já formada e cheia de talento em todas as posições do campo (o seguro goleiro Marchegiani, os exímios defensores Nesta, Negro e Favalli, e o maestro do meio de campo Pavel Nedved), a Lazio poderia almejar muita coisa na temporada 1997-1998.

 

Boas impressões e a primeira taça

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No Campeonato Italiano, a Lazio ainda não teve forças para competir com a forte Juventus de Del Piero e ficou apenas na sétima colocação, com 16 vitórias, oito empates e 10 derrotas em 34 jogos, com 53 gols marcados e 30 sofridos (terceira melhor defesa). O artilheiro do time no torneio foi o checo Nedved, com 11 gols, seguido de Boksic, com 10. O destaque foram as duas vitórias sobre a rival Roma na competição: 3 a 1 no primeiro turno e 2 a 0 no segundo. Um fator determinante para o insucesso da equipe na Serie A foi a sequência de sete partidas sem vencer no final do campeonato, com cinco derrotas seguidas nas últimas rodadas. Não fosse um desempenho tão ruim, o time até poderia ter ficado em posição melhor.

Se em pontos corridos o time não foi bem, em torneio de mata-mata a história foi bem diferente. Na Copa da Itália, a celeste eliminou Fidelis Andria, Napoli, a rival Roma (com duas vitórias, 4 a 1 e 2 a 1) e a Juventus até chegar à final contra o Milan. No primeiro jogo, em Milão, vitória rossonera por 1 a 0. Na volta, em Roma, Gottardi, Jugovic e Nesta marcaram os gols da vitória por 3 a 1 que deu o título à Lazio.

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Fora da Itália, a equipe caminhou a passos largos na Copa da UEFA. O time eliminou Vitória de Guimarães-POR, Rotor Volgogard-RUS, Rapid Wien-AUT, Auxerre-FRA e Atlético de Madrid-ESP até chegar a decisão do torneio contra a Internazionale-ITA de Ronaldo e Zamorano. Na partida, disputada em Paris-FRA, o time de Milão não tomou conhecimento da equipe romana e aplicou 3 a 0, com gols de Ronaldo, Zamorano e Zanetti, ficando com o caneco. A derrota, claro, doeu muito para os jogadores e a torcida, mas serviu como experiência e para mostrar que ali surgia mais uma força no futebol italiano.

 

Novo caneco e reforços

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Salas: reforço da Lazio.
 

Em 1998, a Lazio faturou a Supercopa da Itália ao derrotar a Juventus na final por 2 a 1, com gols de Nedved e Conceição. Na temporada 1998-1999, o time se reforçou com as chegadas dos iugoslavos Sinisa Mihajlovic e Dejan Stankovic, do português Fernando Couto, do chileno Marcelo Salas e do italiano Christian Vieri. Com um elenco ótimo, a torcida contava como ganho o título do Campeonato Italiano. Mas, por mais incrível que pudesse parecer, o time não levantou o Scudetto por apenas um ponto. Foram 69 pontos ganhos contra 70 do campeão Milan. A Lazio venceu 20 jogos, empatou nove e perdeu cinco, marcando 65 gols e levando 31 (melhor defesa). Salas foi o artilheiro do time com 15 gols, seguido de Vieri, com 12, e Mancini, com 10.  A frustração foi enorme principalmente depois de a equipe ficar da 11ª até a 27ª rodadas sem saber o que era derrota.

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A sequência foi quebrada com dois revezes diante da rival Roma (3 a 1) e da Juventus (1 a 3), cruciais para o Scudetto ficar em Milão. Mesmo com o vice, a torcida pôde vibrar com vitórias marcantes do time durante o campeonato, como um 5 a 3 em cima da Internazionale em pleno estádio Giuseppe Meazza (com gols de Salas, Nedved, Conceição (2) e Mancini), 1 a 0 na Juventus em Turim (gol de Salas) e 5 a 2 na Sampdoria (gols de Mihajlovic (3), Stankovic e Salas). Mas os comandados de Eriksson ainda brindariam a fanática torcida celeste com uma taça inédita e histórica naquela temporada.

 

Para fazer história

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O time da final. Em pé: Nesta, Vieri, Mihajlovic, Pancaro, Marchegiani e Mancini. Agachados: Stankovic, Favalli, Almeyda, Nedved e Salas. Um timaço!
 

Em 1999, a Recopa da UEFA, competição que reunia os vencedores das copas nacionais de diversos países europeus, seria extinta por conta do excesso de competições e de partidas no calendário europeu. A Copa da UEFA, com isso, ganharia mais peso e abrigaria esses campeões de copas a partir de 2000. Por conta desse fator curioso, a Lazio teria a chance de ser a última campeã do torneio que foi, por décadas, o segundo em termos de importância no velho continente.

A equipe estreou na competição contra o Lausanne-Sport-SUI e penou para se classificar. Depois de um empate em 1 a 1 em casa (gol de Nedved), um novo empate em 2 a 2 (gols de Salas e Conceição) garantiu a Lazio na fase seguinte graças aos gols marcados fora de casa. Nas oitavas de final, novo empate em casa contra o Partizan-IUG, mas vitória de virada na Iugoslávia por 3 a 2 (dois gols de Salas e um de Stankovic). Nas quartas de final, enfim, um duelo mais tranquilo contra os gregos do Panionios e duas vitórias: 4 a 0 na Grécia (dois gols de Stankovic, um contra de Gazis e um de Nedved) e 3 a 0 na Itália (gols de Nedved, Stankovic e de la Peña). Na semifinal, mais sufoco, dessa vez contra o Lokomotiv Moscow-RUS. No primeiro jogo, na Rússia, empate em 1 a 1 (gol de Boksic). Na volta, o empate sem gols garantiu a equipe na final.

A Lazio da final da Recopa: força e flexibilidade do meio de campo, aliados ao talento do ataque foram fundamentais para a conquista.
A Lazio da final da Recopa: força e flexibilidade do meio de campo, aliados ao talento do ataque foram fundamentais para a conquista.
 

Os últimos campeões!

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A decisão da última Recopa Europeia da história aconteceu em Birmingham, na Inglaterra, no estádio Villa Park. Mais de 33 mil pessoas acompanharam o duelo entre a Lazio, favorita, e o Mallorca-ESP, comandado por Héctor Cúper. O jogo começou a todo vapor e Vieri abriu o placar para os italianos aos sete minutos, após cruzamento perfeito de Pancaro. Aos 11´, Dani empatou para os espanhóis. Depois de muito equilíbrio, aos 36´do segundo tempo, o craque Nedved fez o gol do título da Lazio e decretou a vitória por 2 a 1. Para a inveja da Roma e para a alegria da torcida celeste, a Lazio era pela primeira vez campeã da Recopa da UEFA. Mais do que isso, tinha a honra de ser o último clube a escrever seu nome no histórico troféu. O título deu ao clube a chance de disputar a Supercopa da UEFA de 1999. O adversário? Simplesmente o Manchester United-ING, de Stam, Beckham, Keane, Scholes, Giggs, Solskjaer, Andy Cole e Sheringham.

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Aperitivo do centenário

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Em agosto, logo no início da temporada 1999-2000, a Lazio já mostrou seu poder de fogo e o quanto queria fazer história em seu centenário. Na final da Supercopa da UEFA, o time venceu o favorito Manchester United por 1 a 0, gol de Salas, e levantou mais uma taça inédita. O troféu serviu para colocar fim a uma suposta crise que poderia chegar depois da tumultuada saída de Vieri do time, que foi vendido para a Internazionale por mais de 30 milhões de libras, um recorde na época. Para o seu lugar, a equipe trouxe o irmão de Filippo Inzaghi, Simone, além dos volantes argentinos Verón e Simeone. Com um meio de campo fantástico, a Lazio tinha como meta ganhar tudo o que disputasse naquela temporada.

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Nos torneios de mata-mata, o time chegou até as quartas de final da Liga dos Campeões da UEFA depois de uma ótima campanha na primeira fase (quatro vitórias e dois empates em seis jogos) e na segunda fase (três vitórias, dois empates e uma derrota em seis jogos), mas sucumbiu diante do forte Valencia-ESP ao perder fora de casa por 5 a 2 e vencer em Roma por apenas 1 a 0. Naquela competição, Simone Inzaghi foi o artilheiro da equipe com nove gols, sendo quatro deles marcados num só jogo, na goleada de 5 a 1 sobre o Olympique de Marselha-FRA.

Na Copa da Itália, o time eliminou Ravenna, Juventus e Venezia até chegar à decisão contra a Internazionale. Nela, veio a vingança da final da Copa da UEFA de 1998 com uma vitória por 2 a 1 no primeiro jogo (gols de Nedved e Simeone). Um fato triste foi que na primeira partida da final, o brasileiro Ronaldo, da Inter, sofreu a fatídica lesão no joelho que quase encerrou sua carreira. Na volta, empate sem gols em Milão e título celeste. Mas ainda tinha mais naquela temporada de ouro: o Scudetto.

 

O inesquecível “Double”

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Celebrar um centenário com títulos é bom. Agora, conquistar uma dobradinha vencendo os dois principais torneios do país é demais.  E foi exatamente isso que a Lazio fez. Além da Copa da Itália, a equipe faturou o tão sonhado Scudetto, o primeiro desde 1974. Foram 21 vitórias, nove empates e quatro derrotas em 34 jogos, com 64 gols marcados e 33 sofridos. Ao contrário das temporadas anteriores, o time mostrou força na reta final do torneio e ficou da 27ª até a 34ª rodadas sem perder, com destaque para as vitórias sobre a rival Roma por 2 a 1 (gols de Nedved e Verón) e sobre a vice-campeã Juventus, fora de casa, por 1 a 0 (gol de Simeone). O jogo do título foi em casa, na rodada final, com uma vitória por 3 a 0 sobre a Reggina, gols de Inzaghi, Verón e Simeone. Salas foi outra vez o goleador do time com 11 gols, seguido de Verón, com oito, e Mihajlovic e Inzaghi, com sete. O torcedor da Lazio era o mais feliz do planeta depois de duas conquistas históricas como presente máximo aos 100 anos do clube.

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A base da Lazio campeã italiana: puro talento em todos os setores do campo, além de várias peças de reposição no banco de reservas.
A base da Lazio campeã italiana: puro talento em todos os setores do campo, além de várias peças de reposição no banco de reservas.
 

Última taça e o fim

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Crespo foi o novo homem-gol da Lazio em 2000-2001.
 

No início da temporada 2000-2001, a Lazio levantou mais uma Supercopa da Itália ao bater a Internazionale por 4 a 3, com dois gols do recém-contratado Claudio López, um de Mihajlovic e um de Stankovic, mas aquela foi a última taça de Eriksson no comando da equipe. O sueco aceitou o desafio de comandar a seleção da Inglaterra e partiu para a terra da rainha em 2001. Com isso, a Lazio não manteve o ritmo copeiro e vencedor dos anos anteriores e parou de brilhar, ficando apenas na terceira posição da Serie A de 2000-2001, vencida pela rival Roma, e com Crespo como artilheiro com 26 gols. O clube caiu numa crise financeira terrível por conta da gastança dos anos anteriores, vendeu seus principais jogadores e conquistou apenas duas Copas da Itália nas temporadas seguintes, em 2004 e 2009.

Enquanto a equipe tenta se reerguer, a torcida segue relembrando os feitos e partidas históricas do time que marcou época na Itália naquela virada de século com um futebol criativo e um dos mais incríveis sistemas de meio de campo que o Calcio já viu. Pelos títulos, pelo brilho e por deixar a rival Roma louca de inveja, é fácil entender a importância daquele time na história do clube, tido por 10 entre 10 torcedores como o melhor de todos os tempos. Uma Lazio imortal.

 

Os personagens:

Marchegiani: frio, seguro, imponente, ídolo. Luca Marchegiani, “O Conde”, foi um dos maiores goleiros da história da Lazio e um dos responsáveis pelas glórias do time naquela virada de século. Jogou 10 anos no time, de 1993 até 2003, e ganhou para sempre os torcedores não só por fazer defesas incríveis, mas também por sua capacidade de comandar a defesa dando instruções e comandos táticos. Marchegiani é o quinto jogador que mais vestiu a camisa da Lazio na história: foram 339 jogos disputados.

Peruzzi: ícone da Juventus nos anos 90, o goleiro chegou já experiente a Lazio em 2000. No clube de Roma, Peruzzi ganhou aos poucos a condição de titular e encerrou a carreira vestindo a camisa celeste em 2007. Pena que a fase dourada do time já havia passado.

Pancaro: polivalente, o lateral podia jogar tanto pela esquerda quanto pela direita, sempre dando conta do recado. Ajudava no ataque com bons cruzamentos e protegia a defesa. Jogou na Lazio de 1997 até 2003, justamente nos melhores anos da Lazio.

Fuser: podia jogar como volante ou mesmo defensor, com muita raça e poder de marcação. Jogou de 1992 até 1998 na Lazio, onde perdeu a chance de levantar a Copa da UEFA de 1998 (perdida para a Inter). Depois disso, jogou no Parma, onde brilhou, e na Roma, o que não pegou bem para sua imagem diante da torcida celeste.

Nesta: cria das categorias de base da Lazio, o zagueiro Alessandro Nesta se transformou num dos maiores jogadores dos anos 90 e 2000, com regularidade, posicionamento impecável, técnica e talento. Foi o capitão do time naqueles anos de ouro e marcou inclusive alguns gols, como na final da Copa da Itália de 1998. É o 11º na lista dos jogadores que mais vezes vestiram a camisa da Lazio, com 263 partidas disputadas. Foi figura constante na seleção e depois de mais de 10 anos de Lazio, seguiu carreira no Milan, onde ficou até 2012. Leia mais sobre ele clicando aqui!

Mihajlovic: Tinha um chute poderosíssimo e foi um dos maiores cobradores de faltas na década de 90, ao lado de Ronald Koeman e Roberto Carlos. Craque campeão da Europa e do Mundo pelo Estrela Vermelha em 1991, o iugoslavo chegou à Lazio já consagrado, em 1998, tendo passado por vários setores do campo, como o meio de campo e a lateral-esquerda, mas mostrou que ainda tinha muita lenha pra queimar. Como zagueiro, fez uma dupla inesquecível com Nesta e esbanjou categoria, segurança, poder de marcação e, claro, gols. Suas subidas ao ataque eram um perigo para qualquer adversário. Foram seis anos de Lazio e uma eternidade no coração da torcida. Leia mais sobre ele clicando aqui.

Fernando Couto: chegou à equipe em 1998 para dar mais qualidade no setor defensivo do time e foi essencial quando jogou, mesmo com a concorrência de Nesta e Mihajlovic. Foi um dos grandes jogadores de seu tempo e um dos principais de Portugal na década de 90.

Paolo Negro: outro bom defensor polivalente do time celeste, podendo jogar como lateral-direito ou zagueiro. Jogou na Lazio de 1993 até 2005 e viveu todos os bons e maus momentos do clube. Muito eficiente, Negro é o terceiro na lista dos que mais vezes vestiram a camisa da equipe na história com 376 partidas disputadas.

Favalli: lateral e volante, Giuseppe Favalli virou o capitão da Lazio após a saída de Nesta, em 2002. Foi um dos principais jogadores de defesa da equipe de Eriksson naqueles anos dourados, sendo um dos destaques na lateral-esquerda. É o recordista em partidas pela Lazio na história com 401 jogos de 1992 até 2004.

Stankovic: tanto na marcação do meio de campo e quanto no apoio ao ataque (principalmente com seus chutaços de longe), Stankovic foi um dos craques do grande meio de campo da Lazio naqueles anos de conquistas. Jogou na equipe romana de 1998 até 2004 e fez uma parceria histórica ao lado de Nedved e Mancini. Depois de vários títulos e partidas fantásticas, foi aumentar sua coleção de taças pela Internazionale.

Jugovic: com uma visão de jogo fantástica e passes incríveis, Jugovic foi um dos maiores meio-campistas que o futebol sérvio já produziu em toda história. Revelado pelo Estrela Vermelha, foi um dos personagens mais marcantes do clube de 1989 até 1992. Na Lazio, já estava no final de carreira, mas ainda sim contribuiu para o título da Copa da Itália de 1997-1998. Deixou a equipe para jogar no Atlético de Madrid em 1998-1999 até pendurar as chuteiras em 2005 jogando no futebol alemão.

Sérgio Conceição: tinha velocidade, era bom nos dribles, dava passes e cruzamentos precisos para os companheiros e ainda marcava seus gols. O português chegou a Lazio em 1998 e brilhou constantemente até 2000. Marcou vários gols decisivos e foi um dos craques que desfilaram pelo meio de campo e ataque da equipe no período.

Almeyda: foi ídolo no River Plate por sua eficiência no meio de campo e por protagonizar partidas memoráveis, com muita técnica e disposição. Volante clássico, Almeyda venceu três campeonatos nacionais e a Libertadores de 1996 com o time de Buenos Aires. Depois de jogar muito no River, partiu para a Lazio, onde foi igualmente vencedor. Marcou um gol simplesmente espetacular no Campeonato Italiano de 1999-2000 contra o Parma, que na época tinha como goleiro o mito Buffon.

Simeone: um dos volantes mais raçudos e guerreiros do futebol argentino, Simeone ajudou a Lazio a conquistar o épico doble na temporada 1999-2000. Como um legítimo cão de guarda, Simeone dava a liberdade para Nedved e companhia criarem as jogadas de ataque do time. Além de proteger o sistema defensivo como fosse preciso (incluindo várias faltas), ainda marcava alguns gols. Ficou na equipe até 2003 e encerrou a carreira no Racing-ARG em 2006.

Roberto Mancini: depois de brilhar constantemente na melhor Sampdoria de todos os tempos, aquela do final dos anos 80 e início dos anos 90, campeã italiana, tetra da Copa da Itália, campeã da Recopa e vice-campeã da Liga dos Campeões, o meia e atacante Roberto Mancini foi em busca de novos desafios na Lazio. O craque desembarcou em Roma junto com o recém-contratado técnico Sven-Göran Eriksson e foi um dos principais jogadores do time entre 1997 e 2000, mais como garçom do que como artilheiro. Habilidoso e técnico, Mancini era ao mesmo tempo mandão, chato e de personalidade forte. Mancini se aposentou na Lazio em 2001 e foi o técnico do time entre 2002 e 2004 até brilhar na Inter e no Manchester City nos anos seguintes, além de levar a seleção da Itália ao título da Eurocopa de 2020.

Verón: um dos maiores meio-campistas da Argentina na história, Juan Sebastian Verón foi um ícone dos anos 90 e 2000, capaz de marcar, defender e atacar com a mesma qualidade, técnica e talento de um craque fora de série. Era titular absoluto da seleção da Argentina quando chegou a Lazio em 1999, onde ficou até 2001. No período, foi peça crucial para o doble na Itália (Campeonato e Copa), além dos títulos da Supercopa da UEFA sobre o Manchester United e da Supercopa da Itália sobre a Internazionale. Depois que deixou a Lazio e foi jogar no Manchester, em 2001, perdeu o brilho e só voltou aos bons tempos com a camisa do seu querido Estudiantes-ARG, onde levantou a Libertadores de 2009. Leia mais sobre ele clicando aqui!

Nedved: depois de ótimas temporadas no futebol checo e de uma atuação de destaque na Eurocopa de 1996, Nedved chegou a Lazio em 1996 para ser o cérebro do time até 2001. Com ele em campo, a Lazio podia contar com um perito em arrancadas, passes precisos, construção de jogadas e gols, além de ser letal em cobranças de falta. Conquistou sete títulos com a Lazio e continuou a brilhar na Juventus, de 2001 até 2009, ano em que encerrou a carreira. Nedved foi descrito por seu técnico na Lazio, Eriksson, como “um meio campista de extrema habilidade e completo”. A torcida da Lazio assina embaixo. Leia mais sobre ele clicando aqui.

Salas: depois de brilhar no River Plate, o chileno Salas foi para a Lazio em 1998 e virou um dos xodós da torcida. Com seus gols, sua presença de área e sua habilidade, foi um dos principais artilheiros do time no período mais glorioso do clube e responsável direto pelas taças inéditas do esquadrão romano. É um dos maiores artilheiros da Lazio em competições europeias, com oito gols.

Claudio López: chegou justo quando a Lazio começava a perder força, mas ainda sim faturou uma Supercopa da Itália ao marcar dois gols na final contra a Inter, em 2000, e ainda a Copa da Itália de 2004. Foi um dos principais atacantes argentinos de seu tempo e adorava jogar pela ponta esquerda. Sofreu com muitas contusões enquanto defendeu a camisa celeste, mas mesmo assim foi muito querido da torcida pelos gols bonitos que marcava, com um olímpico na Liga dos Campeões de 2000-2001 contra o Anderlecht-BEL, em Roma.

Boksic: atacante de muita força, explosão e técnica, o croata Boksic jogou na Lazio de 1993 até 1996 e voltou para jogar de 1997 até 2000, conseguindo brilhar mesmo com a concorrência no ataque. Marcou gols importantes e foi uma das peças do técnico Eriksson para fazer o time brilhar em várias competições simultâneas. Teve destaque, também, no Olympique de Marselha-FRA, onde faturou a Liga dos Campeões da UEFA de 1993. Poderia ter feito uma dupla letal com Suker na Copa do Mundo da França em 1998, mas uma contusão o tirou do mundial.

Vieri: depois de jogar muito com a camisa do Atlético de Madrid e ser o artilheiro do Campeonato Espanhol com 24 gols em 24 jogos disputados, o atacante italiano desembarcou na Lazio para fazer uma dupla dos sonhos com Marcelo Salas. Uma pena que a parceria tenha durado tão pouco. Com Vieri em campo, a Lazio conseguiu faturar o inédito título da Recopa da UEFA de 1999, quando o matador marcou um dos gols da final. Apenas uma temporada depois, a Internazionale pagou uma quantia até então recorde de 32 milhões de libras pelo atacante, que partiu para Milão.

Simone Inzaghi: a família Inzaghi deu ao mundo do futebol dois exímios atacantes bons de bola. Um, Filippo, brilhou no Milan e foi campeão do mundo com a seleção. O outro, Simone, fez história na Lazio, onde jogou de 1999 até 2010 e conquistou os principais títulos da equipe no período. Habilidoso e goleador, é o 10º na lista dos maiores artilheiros da Lazio na história com 55 gols, além de ser o maior artilheiro da equipe em competições europeias, com 20 tentos.

Crespo: o argentino já tinha brilhado no River e no Parma antes de chegar a Lazio. Artilheiro nato, Crespo mostrou a que veio logo em sua primeira temporada, em 2000-2001, quando foi o artilheiro da Serie A com 26 gols. Mesmo com o faro de gol apurado em Roma, a crise financeira do time forçou a venda do craque para a Inter já em 2002.

Sven-Göran Eriksson (Técnico): o sueco transformou a Lazio numa das maiores potências da Itália nas quatro temporadas em que esteve no comando técnico do time. Com um esquema tático sem segredo, simples, Eriksson colocou o que de melhor tinha a sua disposição e faturou sete troféus, além de um vice-campeonato na Copa da UEFA de 1998. Sua Lazio tinha como característica principal a força na defesa e no meio de campo, principalmente, graças aos talentosos jogadores do forte elenco celeste. Suas façanhas em Roma foram tão marcantes que chamaram a atenção dos ingleses, que o levaram para o comando da seleção inglesa em 2001. Até hoje, grande parte da torcida considera Eriksson como o melhor técnico da história do clube. Leia mais sobre ele clicando aqui!

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Comentários encerrados

7 Comentários

  1. Que time!
    Virei torcedor da Lazio na final da década de 1990. Pra mim a camiseta mais linda do futebol mundial é a da Lazio. O azul celeste com a faixa preta cortando de um lado a outro é histórica.
    Me lembro de jogar Fifa 1999 no Playstation 1 e só escolher a Lazio de Salas e Vieri. Que ataque!
    Nesta, um dos melhores zagueiros dos últimos tempos, cria da base, me lembro de quase chorar quando ele foi pro Milan.
    Nedved voando, jogava demais. Vieri sempre eficiente e artilheiro, complementando o brilhante Marcelo Salas!
    Um grande time. Um grande treinador!
    Fico feliz ao ver que hoje em dia a Lazio voltou a figurar entre os primeiros colocados na Serie A, espero que em breve possamos comemorar outro Schudetto.

    Forza Lazio!

  2. Lembro claramente de assistir aos jogos da Lazio nas manhãs de domingo, entre 1999 e 2000. O timaço de Nesta, Simeone, Veron, Nedved, Salas e cia. O time que eu tinha na cabeça como o campeão italiano de 2000 foi exatamente o que você montou no campo. Parabéns pelo trabalho.

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