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Craque Imortal – Mihajlovic

 

Nascimento: 20 de fevereiro de 1969, em Vukovar, Iugoslávia (atualmente Croácia). Faleceu em 16 de dezembro de 2022, em Roma, Itália. 

Posições: Zagueiro e Meio-campista

Clubes: Borovo-IUG (1986-1988), Vojvodina-IUG (1988-1990), Estrela Vermelha-IUG (1990-1992), Roma-ITA (1992-1994), Sampdoria-ITA (1994-1998), Lazio-ITA (1998-2004) e Inter de Milão (2004-2006).

Principais títulos por clubes: 1 Campeonato Iugoslavo (1988-1989) pelo Vojvodina.

1 Mundial Interclubes (1991), 1 Liga dos Campeões da UEFA (1990-1991) e 2 Campeonatos Iugoslavos (1990-1991 e 1991-1992) pelo Estrela Vermelha.

1 Recopa da UEFA (1998-1999), 1 Supercopa da UEFA (1999), 1 Campeonato Italiano (1999-2000), 2 Copas da Itália (1999-2000 e 2003-2004) e 2 Supercopas da Itália (1998 e 2000) pela Lazio.

1 Campeonato Italiano (2005-2006), 2 Copas da Itália (2004-2005 e 2005-2006) e 1 Supercopa da Itália (2005) pela Inter de Milão.

Principais títulos individuais:

Eleito para o Time do Ano da ESM: 1998-1999 e 1999-2000

Jogador do Ano da Iugoslávia: 1999

Recordista em gols de falta na história do Campeonato Italiano: 28 gols

Recordista em número de gols de falta em um só jogo no Campeonato Italiano: 3 gols

 

“Defensor Estrela”

Por Leandro Stein

 

Alguns dos momentos mais emocionantes do futebol europeu nas últimas temporadas aconteceram em Bolonha. Desde que Sinisa Mihajlovic foi diagnosticado com leucemia em julho de 2019, se empenhou em conciliar o trabalho como treinador do Bologna e o tratamento da doença. Era contagiante a paixão do técnico pelo futebol, bem como a relação criada com seus jogadores. Mesmo se ausentando do cotidiano do clube nas fases da quimioterapia, o sérvio seguiu ligado à equipe – era também uma maneira de enfrentar a doença. Recebeu serenatas dos atletas no hospital e sua presença à beira do campo enquanto se recuperava era emblemática. Porém, a leucemia voltou em março de 2022. Seria mais um período internado, quando até ganhou o prêmio de técnico do mês da Serie A pelos resultados do Bologna. Já no início da atual temporada, sem que o time engrenasse, deixou o cargo numa pesarosa demissão. E, depois de uma história tão marcante no futebol, que abarca também momentos inesquecíveis como jogador, Mihajlovic descansou. No dia 16 de dezembro de 2022, aos 53 anos, o craque faleceu em decorrência da leucemia.

Desde que deixou o Bologna, Mihajlovic seguiu em tratamento. Estava internado em uma clínica na cidade de Roma, sem resistir à doença. “Sua esposa Arianna, seus filhos Viktorija, Virginia, Miroslav, Dusan e Nikolas, sua neta Violante, sua mãe Vikyorija e seu irmão Drazen, em dor, comunicam a morte injusta e prematura do exemplar marido, pai, filho e irmão Sinisa Mihajlovic. Homem único, profissional extraordinário, prestativo e bondoso com todos. Ele lutou bravamente contra uma doença terrível. Agradecemos aos doutores e enfermeiras que o acompanharam nesses anos. Sinisa sempre estará conosco e viverá através de todo o amor que nos deu”, anunciou a nota de pesar emitida pela família. E, em homenagem a esse craque, o Imortais relembra agora a trajetória de Mihajlovic.

 

O jogadoraço de tanto sucesso

Mihajlovic para sempre será um dos símbolos de um momento crucial da Iugoslávia. O versátil e extremamente técnico defensor participou das últimas glórias de um país às vésperas da cisão. Inclusive, representa exatamente o caldeirão cultural iugoslavo. Nasceu em Vukovar, uma cidade no atual território croata, próxima à fronteira com a Sérvia. Seu pai era sérvio, mas vindo da atual Bósnia, enquanto sua mãe era de etnia croata. Apesar de sua identificação como sérvio, sobretudo por frequentar a Igreja Ortodoxa, não negava as suas raízes croatas. E sua trajetória acabaria marcada também pela crueldade da guerra.

A antiga casa de Mihajlovic em Vukovar foi destruída por militares croatas, entre eles um amigo de infância. Seus pais tiveram que fugir, diante dos riscos evidentes. Um tio materno tentou matar seu pai, só dissuadido da ideia após receber uma ligação do jogador. Além disso, também um tio materno do craque foi capturado por forças sérvias e só ganhou a liberdade com a intervenção do sobrinho. Lidar com o ranço nos Bálcãs foi uma constante na carreira do defensor, algo que influenciaria os seus rumos dentro de campo. Ele mesmo dizia que sempre procurava um “inimigo em campo”.

Formado nas categorias de base do NK Borovo, Mihajlovic chegou a ser cortejado pelo Dinamo Zagreb, mas não entrou em acordo na hora de assinar o contrato. Recebendo o desdém do técnico Miroslav Blazevic, futuro comandante da seleção croata na Copa de 1998, o jovem resolveu retornar para sua cidade natal. Por conta da pendência, também perdeu a chance de participar do Mundial Sub-20 com a célebre seleção iugoslava que faturaria o título em 1987. Mas logo o destino abriria outras portas ao talento. Em 1988, ele assinou com o Vojvodina. Logo virou um dos destaques do time, que surpreendeu e conquistou o Campeonato Iugoslavo em 1988/89. Jogando no meio-campo, o novato disputou 31 partidas e anotou quatro gols, como um dos homens de confiança do técnico Ljupko Petrovic. Depois, ainda teria a chance de disputar a Champions com o clube. Evidenciava sua firmeza defensiva e o seu dom para bater na bola com a canhota mágica.

 

O craque se revela pelo Estrela Vermelha

 

Nos descaminhos do futebol, Mihajlovic “caiu para cima” em dezembro de 1990. O Estrela Vermelha gastou alto e contratou o jovem destaque para o seu time. Ganhou até carro e apartamento para assinar. Por lá, seria treinado outra vez por Ljupko Petrovic. O volante tomou conta da cabeça de área e, ao lado de outros tantos craques, viveria a maior glória de um clube iugoslavo naquela mesma temporada de 1990/91. Seria ele, afinal, um dos heróis na conquista da Champions.

Mihajlovic atuava ainda no meio-campo, logo à frente da defesa, numa excepcional parceria com Vladimir Jugovic. Preparava o jogo para outros craques como Dejan Savicevic, Darko Pancev e Robert Prosinecki aparecerem mais à frente. A participação decisiva do jovem aconteceu na semifinal, no duelo de volta contra o Bayern de Munique. Anotou um gol de falta (sua grande especialidade) para abrir o placar e ainda participou do tento contra de Klaus Augenthaler, que possibilitou o empate por 2 a 2 nos instantes finais e garantiu os alvirrubros na histórica final. Já na decisão contra o Olympique de Marseille, converteria uma das cobranças na disputa por pênaltis, que confirmou a façanha dos balcânicos.

Uma semana depois, outro episódio célebre aconteceu na final da Copa da Iugoslávia. O duelo entre Estrela Vermelha e Hajduk Split evidenciou o ódio que tomava conta do país. Igor Stimac se transformou no arqui-inimigo de Mihajlovic em campo. Entre provocações pesadíssimas, o croata declarou que “rezava para que a família do sérvio fosse assassinada”. Após tantas entradas duras e trocas de agressões, ambos foram expulsos no segundo tempo. O caso mais evidente de uma carreira cercada também por polêmicas. Além de sua habilidade, Mihajlovic era reconhecido por seu temperamento agressivo e por atitudes explosivas que o levaram a diferentes suspensões.

O Estrela Vermelha campeão mundial em 1991. Em pé: Najdoski, Belodedici, Radinovic, Mihajlovic, Milojevic e Savicevic. Agachados: Ratkovic, Jugovic, Stosic, Pancev e Vasilijevic. Foto: Masahide Tomikoshi / TOMIKOSHI PHOTOGRAPHY.

 

Mihajlovic permaneceu no Estrela Vermelha por mais uma temporada. Disputou a primeira edição do Campeonato Iugoslavo após a declaração de independência de Croácia e Eslovênia. Na busca pelo bicampeonato da Champions, os sérvios sequer puderam mandar os seus jogos no país em 1991/92. E a eclosão do conflito prejudicou principalmente a carreira do meio-campista na seleção. Convocado a partir de 1991, Mihajlovic perdeu a oportunidade de disputar a Eurocopa de 1992. O embargo internacional impediu que a Iugoslávia figurasse na fase final do torneio, mesmo classificada e já concentrada na Suécia. O craque também não permaneceria nos Bálcãs, assinando com a Roma para a temporada 1992/93. A partir de então, consolidou-se como uma enorme referência na Serie A.

 

Lenda no calcio

Na capital, Mihajlovic ganhou seu espaço logo na primeira temporada, sob as ordens do técnico Vujadin Boskov – não só sérvio como o reforço, mas ele próprio uma antiga lenda do Vojvodina. No entanto, a saída do comandante e a queda de desempenho atravancaram a carreira do novato com os giallorossi. Duas temporadas depois, ele arrumou as malas e se juntou à Sampdoria. Em Gênova, recuperou o seu melhor futebol. Se o desempenho dos blucerchiati não era o mesmo do início da década, o defensor ao menos virou um dos protagonistas da equipe. Acumulou quatro temporadas como um dos melhores jogadores dos genoveses, a partir de 1994/95. E foi como jogador da Samp que ele auxiliou a Iugoslávia na caminhada rumo à Copa do Mundo de 1998. Era o líbero do time que devastou a Hungria com 12 a 1 agregados na repescagem. Seria titular também nas quatro partidas da equipe no Mundial, anotando o gol da vitória contra o Irã.

Após a Copa, Mihajlovic se mudou ao clube que mais marcou a sua carreira. Em tempos endinheirados da Lazio, o defensor foi uma parte importante do projeto do esquadrão laziale a partir de 1998/99. E não se nega a importância do sérvio na ascensão da nova potência da Serie A. Novamente sob as ordens de Sven-Göran Eriksson, que havia sido o seu comandante na Samp, o craque chegou ao seu melhor nível. Virou uma peça imprescindível e acumulou gols. Conquistou a Serie A, duas Copas da Itália, uma Recopa Europeia e uma Supercopa da Uefa. É um dos jogadores mais queridos, quando se pensa naquela era gloriosa dos biancocelesti – especialmente por suas virtudes, entre os lançamentos cirúrgicos e os chutes magistrais. O momento mais lembrado aconteceu logo em sua primeira temporada, anotando uma tripleta apenas em cobranças de falta nos 5 a 2 contra a Sampdoria.

Outro momento bastante significativo de Mihajlovic aconteceu nas eliminatórias da Euro 2000. A Iugoslávia foi sorteada no mesmo grupo da Croácia, e conquistaria a classificação em meio a duelos tensos. Depois do empate por 0 a 0 em Belgrado, os iugoslavos saíram de Zagreb com um empate por 2 a 2. Os dois gols do time, anotados por Predrag Mijatovic e Dejan Stankovic, nasceram a partir de faltas cobradas por Mihajlovic. Aquela viagem ainda guardou um encontro pessoalmente importante: o jogador recebeu, no hotel, a visita do antigo amigo do exército croata que explodiu sua casa em Vukovar. O rapaz pediu desculpas e afirmou que foi obrigado a fazer isso, porque todos os militares sabiam da amizade. Explicou que tentou avisar a família de todas as formas possíveis para fugirem, mas que, se não executasse o serviço, seria assassinado. Recebeu o perdão.

Mihajlovic com a camisa da Iugoslávia na Copa de 1998. Foto: Getty Images.

 

Na Euro 2000, Mihajlovic seria titular em três das quatro partidas da competição continental. Expulso na estreia contra a Eslovênia, quando voltou não evitou a derrota para a Espanha por 4 a 3 e nem a goleada por 6 a 1 da Holanda nas quartas de final. Sem conseguir auxiliar na classificação da seleção para a Copa do Mundo de 2002, sua carreira com a equipe nacional não duraria mais tanto tempo, até 2003, já sob o nome de Sérvia e Montenegro. Foram 67 partidas e dez gols no total.

Zanetti e Mihajlovic pela Inter de Milão.

 

Sem a mesma consistência física, Mihajlovic se tornava também menos frequente em suas últimas temporadas com a Lazio. Em 2004, acabou assinando com a Internazionale, levado pelo amigo Roberto Mancini, companheiro dos tempos de Sampdoria. Seria uma breve passagem de dois anos por Milão. Apesar das raras presenças, acumulou mais alguns títulos, inclusive anotando o gol decisivo na final da Copa da Itália de 2004/05. Aposentou-se aos 37 anos, com um vastíssimo currículo pelo Calcio. Deixaria um rico legado e uma memória vivíssima por suas múltiplas qualidades, da firmeza na defesa à precisão no apoio.

O técnico e seu exemplo nos últimos anos

Como técnico, Mihajlovic ainda permaneceria na Itália. Inclusive começou como assistente de Mancini na Internazionale. Depois treinou diferentes clubes do país, com uma curta passagem pelo Bologna, antes de dirigir Catania e Fiorentina. Também comandou a seleção da Sérvia por um breve período, de 2012 a 2013, sem conseguir a classificação para a Copa do Mundo. Teve bons momentos na Sampdoria, não deixou saudades no Milan e conseguiu resultados razoáveis no Torino. Isso até que reassumisse o Bologna em 2019, no principal trabalho de sua carreira à beira do campo – por simbolismo, mas também por longevidade, com 131 partidas no total e bons resultados para livrar os rossoblù dos riscos de queda.

Essa última parte da história de Mihajlovic no futebol também trouxe um novo olhar para o sérvio. Ao longo de sua carreira, ele seria marcado por algumas declarações execráveis – como no episódio com Patrick Vieira em que ambos trocaram ofensas racistas, resolvido tempos depois e que rendeu até uma amizade entre os craques. Diante da descoberta da leucemia, o técnico do Bologna apresentou sua face mais humana e também a mais apaixonada pelo futebol.

“Depois de alguns exames, descobri que estou com leucemia. Mal posso esperar para ir ao hospital e começar a luta. É um câncer agressivo, mas curável. Quando recebi a notícia, foi um verdadeiro golpe. Eu passei dias chorando, sua vida passa diante dos olhos. Mas essas lágrimas não eram de medo. Respeito a doença, vou encará-la com o peito estufado e olhando nos olhos, como sempre fiz”, declarou em julho de 2019, na coletiva em que anunciou que estava com leucemia. “Expliquei aos jogadores e, como é natural, chorei. Disse a eles que precisamos atacar e vencer. Se nos sentarmos e tentarmos defender, seremos vencidos. Tenho que usar minhas táticas nessa batalha e estou certo que vencerei. Infelizmente, não ganhei nada de graça na vida. Tive que lutar por tudo. E eu vou lutar por isso também”.

Mihajlovic também aproveitou sua fama para conscientizar mais pessoas sobre o autocuidado: “Aposto que vocês pensavam que eu era uma das últimas pessoas que poderiam ficar doentes. Eu treino, sou grande, sou forte, fiz exames e tudo estava normal. Eu treinei todos os dias até maio, viajei para todos os cantos, joguei futebol, fiz stand up paddle, não me senti cansado, não tive dor. Estava normal. Meu pai morreu de câncer, então faço exames regulares. Se não fizesse isso, não teria apresentado sintomas por um ano. Nenhum de nós deve pensar que somos indestrutíveis. 

Todos pensam que não acontecerá, mas, quando acontece, é um golpe. Sua única esperança é antecipar, porque se você descobrir depois de dois meses ou de um ano, isso faz uma grande diferença. Como uma pessoa famosa, posso transmitir isso. Espero que eu possa ajudar outras pessoas a tomarem mais cuidado, a se prepararem e a perceberem que isso pode acontecer com qualquer um. Eu estava perfeitamente saudável em todas as maneiras e agora estou aqui. Isso muda sua vida em um instante”.

Depois de livrar o Bologna do rebaixamento em 2018/19, antes de descobrir a doença na pré-temporada, Mihajlovic ainda esteve à beira do campo no início da Serie A em 2019/20. Já tinha perdido os cabelos por causa do tratamento e estava mais magro, mas preferiu não se licenciar da função ou pedir demissão. Em outubro de 2019, ele passaria um tempo afastado para receber um transplante de medula óssea. Mesmo assim, continuou orientando os colegas de comissão técnica à distância e falando com os jogadores por vídeo. Deixou o hospital em dezembro de 2019 e o tratamento teve sucesso. Tanto é que continuou à frente do Bologna, mesmo com os riscos que a pandemia passou a representar a partir de março de 2020.

O bom trabalho de Mihajlovic no Bologna seguiu em frente, com campanhas de meio de tabela na Serie A. Já em março de 2022, novos exames mostravam que sua recuperação sofreu uma recaída e a leucemia reaparecia. De novo, Mihajlovic se afastou e passou semanas internado para a quimioterapia. Enquanto isso, o time passou a emendar ótimos resultados em campo, que renderam a ele inclusive o prêmio de melhor técnico do mês de abril na liga. Logo ele estaria de volta à beira do campo, para encerrar o Campeonato Italiano. Todavia, o time caiu de rendimento em 2022/23 e o Bologna optou por mudar de técnico em setembro de 2022. Havia um claro sentimento de pesar no clube pelo lado humano, embora priorizassem a parte esportiva na decisão.

“Essa decisão infelizmente se tornou inevitável, apesar do forte vínculo de afeto criado com o clube e a cidade inteira, nesses emocionantes e dramáticos três anos e meio. Infelizmente, mesmo aqueles períodos esportivos que trouxeram satisfação como esse podem perder o fôlego e o embalo inicial. Agradecemos a Sinisa e sua comissão técnica por realizarem seu trabalho em circunstâncias extraordinárias e delicadas, num nível puramente humano, com excepcional dedicação e profissionalismo”, declarou o clube, em nota oficial.

O presidente Joey Saputo ainda afirmou: “É a decisão mais difícil que tomei como presidente do Bologna. Ao longo dos anos tivemos momentos maravilhosos e dolorosos com Sinisa, que cimentou um relacionamento que não era apenas profissional, mas acima de tudo humano. O clube e a cidade inteira abraçaram Mihajlovic durante essa difícil experiência pessoal, por mais que ele pedisse sempre, e com razão, para ser avaliado apenas por seu trabalho. Agora, infelizmente, chegou o momento de uma mudança no comando, uma decisão difícil que tivemos que tomar para o bem do elenco e do clube. Mas, mesmo que Sinisa não seja mais o técnico, o clube e todas as pessoas nele estarão sempre ao seu lado, até a recuperação completa e no resto de sua carreira”.

Durante os últimos três meses, Mihajlovic pôde passar seus dias finais ao lado da esposa, dos cinco filhos e da neta. Sua última mensagem pública veio em 17 de novembro, ao ser reconhecido como cidadão honorário de Bolonha. Palavras que ecoam diante de seu adeus: “O reconhecimento de hoje tem como referência a gestão da doença. Nunca tenha vergonha se, na vida, você precisar lidar com esses momentos. A vida não é vivida na ausência de problemas, mas é vivida apesar dos problemas”. Uma lição que parece resumir tantos momentos de Mihajlovic, bons ou ruins, e que fica como legado de uma história que se encerra, apesar do luto, com a beleza bem mais presente em toda a sua grandiosidade – como atleta, como treinador, como humano.

 

 

Este texto foi publicado pelo magnífico site Trivela e cedido ao Imortais. Se você gosta de textos bem escritos e é apaixonado por futebol, ler o Trivela é quase uma obrigação. Acesse o site https://trivela.com.br/ e siga o portal no Facebook (https://www.facebook.com/sitetrivela/) e no Twitter (https://twitter.com/trivela).

 

 

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