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Os Seletos: os craques que venceram Copa do Mundo, Liga dos Campeões e Ballon d’Or

 

Por Guilherme Diniz

 

O auge na carreira de qualquer futebolista é vencer uma Copa do Mundo. Mas é possível ir além se, durante a carreira, tal jogador vencer um torneio continental e ser eleito o Bola de Ouro da temporada. É uma tarefa dificílima, por isso, apenas 9 atletas conseguiram o feito de vencer Copa do Mundo, Liga dos Campeões da UEFA e Ballon d’Or em suas carreiras. Quais foram eles? Vamos ver a seguir, em ordem cronológica.

 

Bobby Charlton (Inglaterra)

 

  • 1 Copa do Mundo pela Inglaterra, em 1966
  • 1 Liga dos Campeões da UEFA, em 1967-1968, pelo Manchester United.
  • 1 Ballon d’Or, em 1966

 

Ele teve todas as características de um jogador exuberante: velocidade, técnica apurada, inteligência fora do comum, pioneirismo tático, força nos chutes, faro de gol e espírito vencedor, além de cavalheirismo e exemplo de fair play. Charlton se transformou num craque fora de série e viveu seu auge nos anos 1960, quando conduziu o Manchester United a títulos inesquecíveis – como a Liga dos Campeões da UEFA de 1967-1968 – e a Inglaterra ao triunfo em sua primeira (e única) Copa do Mundo, mesmo ano em que venceu o Ballon d’Or. Irresistível com a bola nos pés, símbolo de uma geração de ouro do futebol inglês e considerado por muitos como o maior jogador da história de seu país, Bobby Charlton marcou época com qualidades únicas e paixão pelo esporte que ele tanto ajudou a engrandecer. Leia mais sobre ele clicando aqui!

 

Franz Beckenbauer (Alemanha)

 

  • 1 Copa do Mundo, em 1974, pela Alemanha
  • 3 Ligas dos Campeões da UEFA (1973-1974, 1974-1975 e 1975-1976) pelo Bayern München
  • 2 Ballons d’Or, em 1972 e 1976

 

Considerado o melhor zagueiro de todos os tempos, Beckenbauer foi o maior símbolo do esporte na Alemanha por duas décadas. O craque mudou para sempre o futebol no país com uma elegância e eficiência nunca antes vista na história, além da extrema liderança em campo. Suas atuações brilhantes, fabulosas e seguras deram a ele o título de “Der Kaiser” (O Imperador, em alemão). Franz Beckenbauer foi, sem dúvida, o maior jogador alemão da história do futebol, e também um dos cinco ou seis maiores de todos os tempos. O craque podia jogar plenamente na zaga, formidavelmente no meio de campo e até como lateral. Para melhorar, ainda marcava gols.

Foi um dos grandes líderes do super Bayern München da década de 1970 e capitão da Alemanha nos títulos da Eurocopa, em 1972, e da Copa do Mundo, em 1974. Depois de pendurar as chuteiras, conseguiu se igualar ao brasileiro Zagallo e ser o segundo homem a vencer uma Copa do Mundo tanto como jogador quanto como técnico. Além disso, Beckenbauer é um dos três jogadores eleitos para três All-Star Teams diferentes de Copas. Nos anos 1970, mesmo com tantos craques na concorrência, venceu dois Ballons d’Or, em 1972 e 1976. Leia mais sobre ele clicando aqui!

 

Gerd Müller (Alemanha)

  • 1 Copa do Mundo, em 1974, pela Alemanha
  • 3 Ligas dos Campeões da UEFA (1973-1974, 1974-1975 e 1975-1976) pelo Bayern München
  • 1 Ballon d’Or, em 1970

 

Ele foi um dos mais letais e precisos goleadores da história do futebol, daqueles que dificilmente ficava um jogo sem marcar. Seus chutes eram certeiros, rasteiros, um terror para os goleiros. Seu faro apurado deixava o Bayern sempre com a certeza de que um placar de 1 a 0 era praticamente garantido antes mesmo do pontapé inicial, afinal, Gerd Müller, era um verdadeiro bombardeio. Com números incríveis e média de quase 1 gol por jogo em toda carreira, o baixinho troncudo fez história pelos bávaros conquistando um punhado de títulos, entre eles o tricampeonato europeu na década de 1970 e um Mundial Interclubes. Pela seleção, Gerd Müller foi artilheiro da Copa de 1970 com 10 gols (mesmo ano de seu título no Ballon d’Or) e campeão em 1974, quando anotou quatro gols, entre eles o do título mundial sobre a temida Holanda de Cruyff.

Gerd Müller ergue a UCL de 1973-1974.

 

Por muitos anos, o atacante ostentou a invejável marca de maior artilheiro da história das Copas do Mundo, com 14 gols, até ser superado por Ronaldo e pelo compatriota Klose décadas depois. Gerd Müller é o 2º maior artilheiro da história da Alemanha com 68 gols em 62 jogos, uma média impressionante de 1,10 gols por jogo! Ele é também o maior artilheiro da história da Bundesliga com 365 gols em 427 partidas e o maior artilheiro da história do Bayern München com 563 gols em 605 jogos. Uma máquina, simples assim! Leia mais sobre ele clicando aqui!

 

Paolo Rossi (Itália)

  • 1 Copa do Mundo, em 1982, pela Itália
  • 1 Liga dos Campeões da UEFA, em 1984-1985, pela Juventus
  • 1 Ballon d’Or, em 1982

 

Um dos maiores carrascos da história do futebol brasileiro, Paolo Rossi foi um atacante de puro talento e tino vencedor. Um dos três jogadores a vencer todos os principais prêmios de uma Copa do Mundo na história (venceu o título, foi Chuteira de Ouro com seis gols e ganhou a Bola de Ouro de melhor do Mundial, tudo em 1982), Rossi foi um dos mais perigosos atacantes do final dos anos 1970 e boa parte dos anos 1980. Presente nas Copas de 1978, 1982 e 1986, o Bambino foi uma das referências da Juventus campeã de tudo na década de 1980 e vencedor do Ballon d’Or de 1982. Finalizador nato, sempre bem colocado (Brasil que o diga…), muito técnico e decisivo, ele crescia quando mais o time precisava. Marcou 20 gols em 48 jogos pela Itália entre 1977 e 1986. Leia mais sobre ele clicando aqui!

 

Zinédine Zidane (França)

  • 1 Copa do Mundo, em 1998, pela França
  • 1 Liga dos Campeões da UEFA, em 2001-2002, pelo Real Madrid
  • 1 Ballon d’Or, em 1998

 

Para muitos, é o maior jogador da história do futebol francês em todos os tempos. E atributos nunca lhe faltaram: elegância, técnica, pleno controle de bola, passes perfeitos, precisão cirúrgica na bola parada e nos dribles secos. Absoluto. Virtuoso. Único. Foi decisivo sempre que a França precisou dele (exceto uma vez…), magnífico quando seus clubes também precisavam dele e primoroso quando o público queria ver um bom futebol. Venceu 3 vezes o prêmio de Melhor Jogador do Mundo da FIFA, 1 Ballon d’Or e também os mais desejados títulos possíveis pela França (Copa do Mundo e Eurocopa), pela Juventus (campeonatos nacionais, Mundial de Clubes…) e pelo Real Madrid (Liga dos Campeões da UEFA, campeonatos nacionais, Mundial de Clubes…).

Zidane em ação: maestro foi o dono da final de 1998. Foto: Getty Images.

 

Zidane foi sinônimo de seleção francesa, de carrasco do Brasil e um craque que desequilibrou nos mais diversos momentos por seu país: marcou dois dos três gols da final da Copa de 1998 contra o Brasil, e, como capitão da França na Copa de 2006, fez o seguinte: acabou com a Espanha nas oitavas de final (marcou um golaço nos 3 a 1); destroçou o Brasil nas quartas de final (deu o passe para o gol da vitória por 1 a 0, deu chapéu em Ronaldo, dribles, etc…), fez o gol da vitória por 1 a 0 sobre Portugal nas semifinais e se tornou um dos raros jogadores a marcar gols em duas finais de Copas na história, ao fazer um golaço de pênalti no empate em 1 a 1 contra a Itália. A carreira de Zidane estava perfeita até aquela decisão, mas… Aconteceu a cabeçada em Materazzi e ele foi expulso. Nos pênaltis, deu Azzurra. Mesmo assim, Zidane é até hoje uma das maiores lendas que o futebol já viu. Leia mais sobre ele clicando aqui!

 

Rivaldo (Brasil)

  • 1 Copa do Mundo, em 2002, pelo Brasil
  • 1 Liga dos Campeões da UEFA, em 2002-2003, pelo Milan
  • 1 Ballon d’Or, em 1999

 

Um dos maiores meias da década de 1990 e início dos anos 2000 no Brasil e no mundo, Rivaldo era a mais pura definição do craque, um meia técnico, ágil e capaz de decidir qualquer partida com seus chutes venenosos, sua plasticidade e classe exuberantes. Revelado no Santa Cruz, o meia foi para São Paulo e brilhou no super Palmeiras da Parmalat, após um período conturbado no Corinthians. Do Palmeiras, foi ganhar o mundo na Europa, onde viveu seus melhores momentos e o auge no Barcelona, sendo eleito o melhor jogador do mundo em 1999. Foi uma das maiores estrelas do futebol nacional na Copa do Mundo de 1998 e, principalmente, no Mundial de 2002, quando jogou demais, marcou cinco gols e deu passes magistrais, fazendo uma dupla inesquecível com Ronaldo. Após a Copa, ainda venceu a Liga dos Campeões da UEFA de 2002-2003, participando de oito dos 13 jogos como titular. Leia mais sobre ele clicando aqui!

 

Ronaldinho (Brasil)

  • 1 Copa do Mundo, em 2002, pelo Brasil
  • 1 Liga dos Campeões da UEFA, em 2005-2006, pelo Barcelona
  • 1 Ballon d’Or, em 2005
  • Bônus: 1 Copa Libertadores da América, em 2013, pelo Atlético-MG

 

Ele não era um simples jogador de futebol. Ele era um artista. Com a bola nos pés, não dominava. Fazia malabares. Quando dava um passe, não precisava olhar para saber a direção. Quando ele aprontava e sorria, todo mundo sorria de volta. Quando ele dava um elástico, todo mundo fazia “oh”. Em sua primeira Copa, foi titular e só não fez chover quando enfrentou os ingleses e marcou um gol para a antologia dos Mundiais. A propósito, em sua primeira Copa, foi campeão. Quando ele deu um, dois, três chapéus num só marcador, o mundo pensou que ele era um extraterrestre. Por dois anos, foi o melhor do mundo. Do universo. Foi o maior espetáculo da terra no futebol. Ronaldinho foi a alegria e o impossível num campo de futebol. 

Puyol e Ronaldinho com a taça da Liga. Foto: GABRIEL BOUYS/AFP/Getty Images.

 

O que o brasileiro fez com a bola nos pés poucos – ou ninguém – conseguiram fazer. Os dribles, as jogadas plásticas, os lançamentos, os golaços, tudo o que ele fez foi algo enorme, único. Ronaldinho mudou para sempre o esporte e fez uma legião sem precedentes começar a gostar de futebol e do Barcelona por causa dele. Fez as editoras lançarem no Brasil álbum de figurinhas do Campeonato Espanhol. Fez a TV passar a transmitir mais jogos do mesmo campeonato e dar mais valor para a Liga dos Campeões. O “show man” pedia isso. O público pedia isso. Até personagem de quadrinhos e nome de abelha (!) ele virou. Com ele em campo, o espetáculo era garantido. E, com ele, o Barcelona renasceu das cinzas e voltou a celebrar uma Liga dos Campeões da UEFA após 14 anos de jejum. Além de vencer Copa, UCL e Ballon d’Or, ainda é o único desta lista com uma Libertadores no currículo. Tinha que ser o Bruxo mesmo… Leia mais sobre ele clicando aqui!

 

Kaká (Brasil)

  • 1 Copa do Mundo, em 2002, pelo Brasil
  • 1 Liga dos Campeões da UEFA, em 2006-2007, pelo Milan
  • 1 Ballon d’Or, em 2007

 

Depois de dar um título inédito ao São Paulo e fazer parte da seleção brasileira campeã da Copa do Mundo de 2002, Kaká foi parar no Milan. Mas, com Rivaldo e Rui Costa no time, qual a chance daquele garoto se dar bem? Oras, ele tinha talento de sobra. Era um atleta moderno. Não dependia apenas da técnica nem dos dribles. Tinha visão de jogo, explosão, físico, consciência tática. E chutava… Ah, como chutava! E como fazia golaços! De 2004 até 2008, viveu o auge. Suas arrancadas em direção ao gol o levaram ao topo do planeta. 

Foi o Melhor Jogador do Mundo pela FIFA e Ballon d’Or em 2007. Conduziu o Milan ao título europeu e ao título do Mundial de Clubes. Enfim, faturou tudo o que um jogador de futebol pode sonhar em um curtíssimo espaço de tempo. Baixar a guarda? Jamais. Sempre foi profissional. E só não foi ainda mais longe porque as lesões em sequência prejudicaram demais sua carreira. Leia mais sobre ele clicando aqui!

 

Lionel Messi (Argentina)

  • 1 Copa do Mundo, em 2022, pela Argentina
  • 4 Ligas dos Campeões da UEFA (2005-2006, 2008-2009, 2010-2011 e 2014-2015) pelo Barcelona
  • 7 Ballons d’Or, em 2009, 2010, 2011, 2012, 2015, 2019 e 2021

 

A conquista da Copa de 2022 coroou definitivamente a carreira de Messi como o maior jogador do século XXI e sua condição de ídolo da nação, do amante do futebol e do esporte. Já vencedor de 7 Ballons d’Or e 4 Ligas dos Campeões, faltava uma Copa para sua galeria ficar completa. E a maneira como ele se transformou na seleção a partir do título da Copa América de 2021 foi assombrosa, quase divina, uma intervenção maradoniana, para ir em busca do sonho. Messi encarnou várias facetas em uma só e, aos 35 anos, foi genial, rápido, raçudo, líder, decisivo e a alma da Argentina campeã mundial. Com 7 gols, foi vice-artilheiro da Copa, além de ser assistente de três gols. Foi o primeiro jogador a marcar em todos os jogos da fase final de uma Copa do Mundo, se tornou o jogador com mais jogos em Mundiais na história – 26 partidas – e ganhou a Bola de Ouro de melhor jogador.

 

Não há dúvida de que o time se uniu por ele e jogou por ele. Afinal, muitos daqueles jogadores cresceram vibrando por Messi, torcendo por Messi, e estavam ali, jogando com Messi em uma Copa do Mundo. As apresentações do craque no Catar já estão marcadas para sempre no futebol. E serão eternas, contadas por gerações. Leia muito mais sobre Messi e sua carreira clicando aqui!

 

 

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