Grandes feitos: Campeão da Copa Sul-Americana (2003) e Campeão da Recopa Sul-Americana (2004). Foi o primeiro (e até hoje único) clube peruano a conquistar um torneio continental.
Time-base: Óscar Ibáñez; Miguel Llanos, Carlos Lugo (Manuel Arboleda), Santiago Acasiete e Giuliano Portilla; Alessandro Morán (César Ccahuantico), Juan Carlos La Rosa, Juan Carlos Bazalar (Carlos Lobatón) e Julio García; Rodrigo Saraz (Paolo Maldonado); Germán Carty. Técnico: Freddy Ternero.
“Quando Cusco voltou a ser a capital de um império”
Por Leandro Stein
No início do século XIII, surgiu no Peru a civilização inca, que se transformou tempo depois no maior império da América pré-colombiana. O auge aconteceu entre 1438 e 1533, quando o império assumiu diversas áreas do oeste da América do Sul, centrado na Cordilheira dos Andes. As conquistas dos incas eram de maneira pacífica e a capital do império era Cusco. Muito tempo se passou e, entre os anos de 2003 e 2004, Cusco voltou a ser a capital de um império, mas no futebol peruano: o Cienciano, de maneira espetacular, conseguiu o que nenhum outro clube no país havia conseguido: levantar um troféu continental. Foi a Copa Sul-Americana de 2003, quando os Imperiales desbancaram vários favoritos e levantaram um troféu inesquecível diante do River Plate. Além da Copa, a equipe ainda faturou no ano seguinte a Recopa Sul-Americana em cima do poderoso Boca Juniors e completou o doblete justamente sobre os maiores titãs do futebol argentino. “Só” isso… Relembre agora uma das campanhas mais surpreendentes que o futebol sul-americano já presenciou.
O título que mudou tudo
Fundado em 1901, o Cienciano acumulou títulos nos campeonatos citadinos de Cusco desde o início do século, mas nunca teve grande expressividade no cenário nacional. Figurinha carimbada na elite a partir de 1973, sete anos após a criação da liga profissional no Peru, os Imperiales estavam acostumados a permanecer como figurantes no meio da tabela. Algo que mudou a partir de 2001, quando o clube celebrou o centenário e investiu alto no elenco. Pela primeira vez, a equipe terminou o Campeonato Peruano na segunda colocação, conquistando a classificação inédita à Copa Libertadores. Pois os cusqueños fariam um papel digno no torneio da Conmebol, avançando aos mata-matas. Eliminaram 12 de Octubre e Oriente Petrolero na fase de grupos, terminando na segunda colocação da chave liderada pelo Grêmio – a quem derrotaram nos Andes. Já nas oitavas, foram eliminados pelo América do México.
Terceiro colocado na tabela agregada do Campeonato Peruano de 2002, o Cienciano se classificou “apenas” à Copa Sul-Americana do ano seguinte. Uma ocasião que seria muito bem-vinda aos cusqueños. A competição continental dava os seus primeiros passos, após a edição inaugural vencida pelo San Lorenzo – que ainda não contara com a participação dos clubes brasileiros. Já em 2003, todos os países filiados à Conmebol entraram no certame, disputando fases regionais até a expansão da disputa. Os Imperiales, de qualquer maneira, não conseguiram escapar dos times tradicionais desde o início da caminhada.
O grande mentor para buscar voos altos na Sul-Americana era o técnico Freddy Ternero. Defensor com passagens por vários clubes do país, sobretudo o Universitario, encerrou sua carreira como atleta no próprio Cienciano em 1992. Logo após pendurar as chuteiras, virou treinador e ascendeu rapidamente. Virou assistente da seleção peruana entre 1996 e 1998, embora seus trabalhos mais notáveis tenham ocorrido mesmo em suas três passagens pelos Imperiales. Aquele time de 2003 era reconhecido por seu empenho defensivo, compacto no 4-4-1-1. Além disso, os cusqueños atacavam em velocidade e primavam sobretudo no jogo aéreo, origem da maioria de seus gols.
Em campo, o protagonismo começava logo pelo goleiro Óscar Ibáñez. Argentino naturalizado peruano, o veterano já tinha uma carreira estabelecida na seleção local. Provou sua qualidade repetidamente na epopeia do Cienciano. À sua frente, na linha defensiva, Miguel Llanos e Giuliano Portilla fechavam as laterais, enquanto o miolo da zaga contava com os serviços de Santiago Acasiete e do paraguaio Carlos Lugo. Acasiete foi o coração dos cusqueños ao longo da Sul-Americana, com enorme consistência para conter a pressão de adversários. Não à toa, sua carreira deslanchou depois disso, defendendo por anos a seleção e também se transferindo ao Almería.
No meio, o Cienciano se valia da experiência de Juan Carlos Bazalar, multicampeão com Universitario e Alianza Lima, dono de lançamentos precisos. Ao seu lado na cabeça de área, atuava o potente Juan Carlos La Rosa. O trabalho nas meias ficava a encargo de Alessandro Morán e Julio César García. Já na frente, o colombiano Rodrigo Saraz auxiliava a ligação rumo ao artilheiro Germán Carty. Aos 35 anos, o medalhão possuía uma série de competições com a seleção no currículo, além de passagens por México e Bolívia. Seria essencial no sucesso, com vários gols decisivos, e mostrava que tinha ainda muita lenha a queimar. Por fim, entre as demais alternativas no plantel, além do selecionável Roberto Holsen e do efetivo Paolo Maldonado, ascendia o meia Carlos Lobatón, que depois se tornaria lenda do Sporting Cristal.
Caminho das pedras
A estreia na Copa Sul-Americana aconteceu contra o Alianza Lima, na fase nacional. Um primeiro desafio que já representou o potencial do Cienciano. Os Potrillos atravessavam uma era vitoriosa, em equipe estrelada por Jefferson Farfán, José Soto, Juan Jayo e outros ídolos históricos. Pois os cusqueños não tomaram conhecimento dos oponentes. Ganharam a ida em casa por 1 a 0 e repetiram o placar na visita a Lima, quando os aliancistas terminaram com dois expulsos. Já nas oitavas de final, a rivalidade atravessava as fronteiras rumo ao sul, no embate com a Universidad Católica de Mark González e Jorge Luis Campos. Uma nova oportunidade para os peruanos lavarem a alma. Em Cusco, os anfitriões foram impecáveis com a goleada por 4 a 0. Vantagem importante para segurar a pressão na visita a Santiago, quando perderam por 3 a 1 e ainda assim ficaram com a vaga – na única derrota de toda a caminhada.
Nada se comparava, porém, ao desafio que surgiu nas quartas de final. O Santos não apenas era o atual campeão brasileiro, como também vinha do vice-campeonato na Libertadores. Possuía um timaço cheio de energia e que continuava almejando todos os títulos que disputava, conciliando a Sul-Americana com a maratona no Brasileirão. E o Cienciano parecia um mero azarão contra a equipe treinada por Emerson Leão, desfrutando do talento de Robinho, Diego, Renato, Elano e outros mais. O primeiro obstáculo seria segurar o potente ataque na Vila Belmiro, onde aconteceu o jogo de ida.
O time titular do Santos, todavia, teve uma atuação decepcionante contra o Cienciano. Apesar da pressão, os alvinegros pecaram demais nas finalizações e pararam na inspiração do goleiro Oscar Ibáñez. Nem mesmo a vantagem numérica, com a expulsão de César Ccahuantico no fim do primeiro tempo, ajudou o Peixe. Aos 26’ da segunda etapa, os cusqueños abriram o placar com um gol achado, em bizarro desvio do zagueiro Alex contra as próprias redes. Sete minutos depois, Robinho acertou um lindo chute de fora da área, mas o 1 a 1 era pouco aos santistas. Permitia que os Imperiales acreditassem no milagre, contando com o apoio de sua torcida e o auxílio dos 3,4 mil metros de altitude na antiga capital do Império Inca.
Os maiores devaneios do Cienciano se cumpriram nos Andes. Os anfitriões surpreenderam o Santos e conquistaram a classificação às semifinais. Partindo ao ataque, o time da casa abriu o placar aos 11 minutos, com Germán Carty arrematando no canto de Fabio Costa. Elano recolocou o Peixe na parada, empatando dois minutos depois com um chute forte. Contudo, os Imperiales estavam bem mais confortáveis no Estádio Inca Garcilaso de la Vega e retomaram a vantagem aos 34, de novo com Carty, agora de cabeça. No segundo tempo, os alvinegros partiram para o desespero. Robinho acertou a trave e Fabiano teve um gol corretamente anulado. O esforço seria em vão. Os peruanos manteriam o triunfo por 2 a 1 e desbancaram um dos melhores clubes do continente. A prova cabal de que poderiam ficar com a taça.
Nas semifinais, que o oponente não fosse tão forte, era outra camisa pesada. O Atlético Nacional tinha uma boa equipe e chegava com moral, após despachar o Boca Juniors com goleada na fase anterior. Aquivaldo Mosquera, Juan Carlos Ramírez e Edixon Perea estavam entre os nomes mais relevantes daquele elenco verdolaga. E o Cienciano começou a aprontar já no Atanásio Girardot. O empate prevalecia até os 39’ do segundo tempo, quando o substituto Paolo Maldonado saiu do banco para determinar a vitória por 2 a 1, com um gol por cobertura espetacular. Caminho aberto para o reencontro no Peru, para que a torcida novamente aplaudisse o poder de decisão de Carty, autor do gol decisivo no triunfo por 1 a 0. Repetindo o feito do Universitario (1972) e do Sporting Cristal (1997), ambos na Libertadores, os Imperiales se tornavam o terceiro representante peruano em uma final continental.
Totalmente Imperial!
O River Plate seria o adversário do Cienciano na decisão. Os millonarios faziam uma campanha marcante, chegando a enfiar 8 a 1 no agregado contra o Independiente nas oitavas, além de superarem o São Paulo nas semifinais. O duelo contra os tricolores, aliás, ficou gravado pela vitória dos argentinos nos pênaltis e pela pancadaria generalizada no Morumbi, que terminou com seis expulsos. Assim, a equipe de Manuel Pellegrini tinha três desfalques para o primeiro confronto da finalíssima, sendo Horacio Ameli o mais importante deles. Apesar disso, o beque não parecia fazer falta ao time que conquistara o Torneio Clausura no primeiro semestre e vinha com força para buscar uma taça continental, algo que não erguia desde 1996. Marcelo Gallardo, Lucho González, Eduardo Coudet, Maxi López, Javier Mascherano e Marcelo Salas formavam a constelação em Núñez.
A partida de ida, no Monumental, foi completamente insana. O recebimento pulsante da torcida millonaria não intimidou os cusqueños. Tanto é que o Cienciano abriu o placar, aos 26 minutos, com Giuliano Portilla aproveitando rebote de bola na trave. A resposta do River viria com Maxi López. O jovem atacante arrancaria o empate um minuto depois e, com os millonarios martelando, virou no início da segunda etapa, graças a um cruzamento de Coudet. Os Imperiales não se entregariam. Aos 22’, Carty apareceu e silenciou a torcida argentina com um gol de cabeça. E diante das chances perdidas dos anfitriões, Portilla seria o herói inesperado, virando novamente o marcador, em testada firme aos 34 minutos. Os millonarios, ao menos, evitariam a derrota. A cinco minutos do fim, Salas resolveu, mostrando sua fome de gols, e fechou a conta em 3 a 3. O chileno poderia até ter assinalado o quarto, mas parou em milagre de Ibáñez no mano a mano. Seria necessário ao River tentar reverter no Peru.
Por conta dos limites de capacidade no Estádio Inca Garcilaso de la Vega, com espaço para 28 mil espectadores na época (seria ampliado logo depois para 42 mil, visando a Copa América de 2004), a finalíssima precisou ser realizada em Arequipa. Havia, é claro, um sentimento nacionalista em diferentes cidades do país, desejando a primeira conquista internacional de um clube peruano. Ainda assim, a torcida do Cienciano acompanhou seu time e criou uma atmosfera bastante calorosa no Estádio Monumental de la UNSA, com 47 mil presentes. O recebimento teve um espetáculo pirotécnico aos cusqueños. Seria uma noite dramática, contra a sedenta equipe de Manuel Pellegrini.
O River Plate pressionou durante todo o primeiro tempo, diante de um desencontrado anfitrião. Ibáñez acumulou defesaças, chegando a desviar um tiro venenoso de Gallardo rumo à trave. De problema aos portenhos, apenas a lesão precoce de Marcelo Salas, substituído por Daniel Montenegro. Já no início do segundo tempo, a situação ficou pior ao Cienciano. O árbitro foi um bocado rigoroso e expulsou Juan Carlos La Rosa com o segundo amarelo, ao levantar demais o pé em uma disputa dividida. Restavam 38 minutos e mais os acréscimos para os peruanos atuarem com 10. E, quando menos se esperava, os mandantes ratificaram sua atitude vencedora.
A arbitragem até parecia pender ao River. Na sequência do segundo tempo, um carrinho fortíssimo na intermediária poderia ter rendido a expulsão do paraguaio Ricardo Rojas – o juiz só mostrou amarelo. Ainda assim, o lance gerou uma falta perigosa ao Cienciano. O lance histórico, que selou a conquista continental aos cusqueños. Carlos Lugo se preparou à cobrança. Não bateu bem na bola, mandando à meia altura, em direção à barreira. Todavia, a pelota passou justamente entre dois argentinos. Seguiu em direção ao canto da meta e quicou bem na frente de Franco Costanzo, antes de morrer nas redes. Um lance improvável consagrou um campeão improvável, aos 32 minutos. No restante do tempo, caberia aos Imperiales segurarem os oponentes. Julio García também foi expulso, aos 42’, e, mesmo com nove, os anfitriões confirmaram o placar mínimo. A façanha se concretizava.
Nem todos os torcedores puderam viajar a Arequipa. E, por isso mesmo, Cusco viveu uma erupção de fanáticos enlouquecidos naquela noite. A Plaza de Armas, antigo centro administrativo do Império Inca, experimentava uma overdose de euforia. Milhares e milhares de pessoas abarrotavam o amplo espaço, assistindo à final em um telão. Comemoraram efusivamente o feito, como se fosse uma final de Copa do Mundo. Ao menos por uma noite, Cusco se tornava outra vez a cidade mais importante do continente. Ninguém tirava este orgulho, proporcionado pelo Cienciano. Que os clubes peruanos não possuam nas competições continentais um histórico condizente à sua tradição no futebol, bem menos vitoriosos que a seleção, os Imperiales honravam todos eles.
Outra taça e o fim
Sétimo colocado na tabela geral do Campeonato Peruano, o Cienciano voltaria à Libertadores de 2004 graças a uma seletiva. Cairia na fase de grupos, em chave que também tinha Nacional de Montevidéu e Independiente-ARG. De longe, veria o Once Caldas-COL emular o seu sucesso em patamar maior, também se pautando em uma equipe forte defensivamente e capaz nas bolas paradas. Os cusqueños, ainda assim, teriam sua ponta de glória em setembro de 2004. A Recopa Sul-Americana daquele ano aconteceu em jogo único, no Estádio Lockhart de Fort Lauderdale, nos EUA. A grande atração ao público estadunidense era o Boca Juniors, campeão da Libertadores de 2003 e campeão mundial em cima do super Milan-ITA de Ancelotti. Treinados por Miguel Brindisi, os xeneizes tinham em campo Martín Palermo, Carlos Tevez, Diego Cagna e Pato Abbondanzieri, entre outros. Medalhões que também sucumbiram aos nanicos.
Tevez ia dando o título para o Boca com um gol aos 33’ do primeiro tempo. No entanto, aos 44’ da etapa final, Rodrigo Saraz apareceu para desviar uma falta cobrada de muito longe, surpreendendo Abbondanzieri. O empate por 1 a 1 forçou a disputa por pênaltis. E nela Ibáñez se consagraria um pouco mais. O goleiro defendeu as cobranças de Tevez e Fabián Vargas. Garantiu a vitória por 4 a 2, com seus companheiros convertendo todos os chutes. Outra vez, o Cienciano erguia uma taça continental. Mais do que isso, eternizava-se desbancando Boca Juniors e River Plate em duas decisões consecutivas.
Na sequência da década, além de se transformar em figurinha carimbada na Libertadores (com participações consecutivas até 2008, sempre caindo na fase de grupos), o Cienciano bateria na trave em suas tentativas de conquistar o Campeonato Peruano. Seria duas vezes vice-campeão, sem conseguir quebrar o tabu na liga. O único clube do país com um título continental permanece virgem na liga nacional. O sucesso, entretanto, não se sustentou. Encarando crises administrativas na virada da década, perdeu relevância no cenário local, até enfrentar o inédito rebaixamento em 2015.
O ano de 2015, aliás, seria ainda mais doloroso à torcida cusqueña. Freddy Ternero deixou o Cienciano em 2004, após a conquista da Recopa Sul-Americana, para se tornar o comandante da seleção peruana. Assumiu a bomba após a demissão de Paulo Autuori e ficou poucos meses à frente da Blanquirroja, com um aproveitamento ruim. Ainda assim, o moral era tamanho que Ternero deixou a casamata para tentar a sorte na política. Por dois mandatos, foi prefeito de San Martín de Porres. Porém, em 18 de setembro de 2015, nove meses após deixar a municipalidade, o ídolo imperial faleceu, vítima de um câncer hepático. As homenagens aos campeões de 2003, cada vez mais, se tornaram tributos ao homem que tornou o sonho possível. Àquele que liderou um dos maiores contos de fadas do futebol sul-americano.
Os personagens:
Óscar Ibáñez: argentino naturalizado peruano, o veterano já tinha uma carreira estabelecida na seleção local. Provou sua qualidade repetidamente na epopeia do Cienciano com muita regularidade e sangue frio. É o goleiro com mais títulos na história do futebol peruano com 13 taças, sendo os dois continentais pelo Cienciano e ainda dois torneios nacionais em 2005 e 2006.
Miguel Llanos: campeão nacional pelo Alianza Lima em 1999, chegou ao Cienciano em 2003 e foi titular da lateral-direita em boa parte da campanha do título continental. Quando não podia jogar, Alessandro Morán fazia a função em seu lugar. Llanos jogou no Cienciano até 2005, passou por vários clubes e retornou para mais um período em 2009-2010.
Carlos Lugo: zagueiro com 1,88m de altura, o paraguaio fez uma grande dupla com Acasiete no miolo central do time peruano. Passou também por outros clubes da América Latina.
Manuel Arboleda: o zagueiro colombiano chegou em 2004 ao Cienciano e permaneceu até 2005. Foi campeão da Recopa jogando como titular ao lado de Carlos Lugo. Em 2006, foi jogar na Polônia, se naturalizou e até foi convocado para as Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2014, mas uma grave lesão no joelho encerrou sua carreira em meados da temporada 2013-2014, quando atuava pelo Lech Poznan.
Santiago Acasiete: foi o coração dos cusqueños ao longo da Sul-Americana, com enorme consistência para conter a pressão de adversários. Não à toa, sua carreira deslanchou depois disso, defendendo por anos a seleção – foram 44 jogos, além de ter disputado três Copas Américas – e também se transferindo ao Almería-ESP.
Giuliano Portilla: cobria o lado esquerdo da zaga e costumava aparecer no ataque. Foi assim que virou o herói do empate em 3 a 3 contra o River, em Buenos Aires, ao marcar dois gols no primeiro jogo da final. Jogou no Cienciano de 2003 até 2006.
Alessandro Morán: podia jogar como lateral-direito e também no meio de campo, como volante. Jogou de 2002 até 2005 pelo clube e tinha eficiência no passe e boa visão de jogo.
César Ccahuantico: nascido em Cusco, El Inca, como ficou conhecido, atuava como volante e fez jogos importantes ao longo daquela trajetória vencedora. Não foi titular absoluto, mas atuava bem quando entrava no time por sua experiência.
Juan Carlos La Rosa: se impunha no meio de campo pela altura e também por ter bons passes e ser eficiente na marcação. Atuou, também, pela seleção peruana, pela qual disputou a Copa América de 2004.
Juan Carlos Bazalar: multicampeão com Universitario e Alianza Lima, dono de lançamentos precisos e principal articulador do meio de campo, Bazalar foi fundamental para aquela era de ouro do Cienciano. Podia atuar mais recuado e também um pouco mais avançado. Jogou no clube de Cusco de 2003 até 2008 e faturou quatro títulos.
Carlos Lobatón: o meio-campista chegou em 2003 ao Cienciano e permaneceu até 2005. Fez grandes jogos e foi um dos destaques na campanha do título continental, dando uma assistência para o gol de Germán Carty no triunfo sobre o Santos, nas quartas de final. Foi frequentemente convocado, também, para a seleção do Peru. Foram 76 jogos e 17 gols pelo Cienciano na carreira.
Julio García: ídolo da torcida, foi outro que brilhou no clube em três oportunidades: entre 2002 e 2004, entre 2005 e 2008 e entre 2009 e 2012, quando encerrou a carreira. Marcou gols importantes e ajudava bastante no elo entre meio de campo e ataque. Disputou mais de 200 jogos com a camisa dos Imperiales.
Rodrigo Saraz: auxiliava a ligação rumo ao artilheiro Germán Carty, atuando como segundo atacante. Jogou entre 2003 e 2004 e retornou em 2007.
Paolo Maldonado: o meia alternava jogos como titular e também como suplente, sempre cumprindo bem o seu papel no meio de campo. Aparecia no ataque com frequência e era muito importante na troca de passes. Marcou um golaço no duelo contra o Atlético Nacional.
Germán Carty: aos 35 anos, o medalhão possuía uma série de competições com a seleção no currículo, além de passagens por México e Bolívia. Foi essencial no sucesso do time naquela época com vários gols decisivos. Terminou como artilheiro da Sul-Americana daquele ano de 2003 com 6 gols. Ídolo da torcida, Carty jogou até os 47 anos e foi o futebolista peruano que defendeu mais clubes na história: 23 times.
Freddy Ternero (Técnico): sem dúvida alguma é o maior treinador da história do Cienciano graças aos títulos e a era que marcou no clube de Cusco. Transformar um clube como aquele em campeão continental, algo que nem os gigantes Universitario e Alianza Lima conseguiram, foi algo para a eternidade. Seus únicos títulos como técnico foram exatamente aqueles pelo Cienciano, alcançados graças à liderança de Ternero, que construiu uma mentalidade vencedora nos atletas e teve em todo o momento o grupo na mão, que se manteve unido até o fim. Depois de encerrar sua trajetória como treinador, virou prefeito de San Martín de Porres até falecer em 2015.
O trabalho Imortais do Futebol – textos do blog de Imortais do Futebol foi licenciado com uma Licença Creative Commons – Atribuição – NãoComercial – SemDerivados 3.0 Não Adaptada.
Com base no trabalho disponível em imortaisdofutebol.com.
Podem estar disponíveis autorizações adicionais ao âmbito desta licença.
Parabens pelo post guilherme.futebol sulamericano sempre tem essas coisas meio estranhas certo.me lembro bem desse cienciano pois quando eliminou o super santos a imprensa nojenta brasileira em geral que sempre tira sarro antes e se ferra depois ficou pasma dizendo que era impossivel um timeco desses eliminar o atual campeao brasileiro.ai em 2004 o santos caiu pro once caldas na liberta e a midia sarrista se ferrou de novo.obrigado cienciano por lascar santos e river kkk.