Data: 09 de dezembro de 2022
O que estava em jogo: uma vaga na semifinal da Copa do Mundo da FIFA de 2022.
Local: Lusail Iconic Stadium, Lusail, Catar.
Árbitro: Antonio Mateu Lahoz (Espanha)
Público: 88.235 pessoas
Os Times:
Holanda: Noppert; Timber, Van Dijk e Aké; Dumfries, Marten de Roon (Koopmeiners, intervalo), De Jong e Blind (Luuk de Jong, aos 19’ do 2º T); Gakpo (Lang, aos 8’ do 2º T da prorrogação); Bergwijn (Berghuis, intervalo) e Memphis Depay (Weghorst, aos 33’ do 2º T). Técnico: Louis van Gaal.
Argentina: Emiliano Martínez; Molina (Montiel, intervalo da prorrogação), Romero (Pezzella, aos 33’ do 2º T), Otamendi, Lisandro Martínez (Di María, aos 7’ do 2º T da prorrogação) e Acuña (Tagliafico, aos 33’ do 2º T); De Paul (Paredes, aos 22’ do 2º T), Enzo Fernández e Mac Allister; Messi e Julián Álvarez (Lautaro Martínez, aos 37’ do 2º T). Técnico: Lionel Scaloni.
Placar: Holanda 2×2 Argentina. Gols: (Molina-ARG, aos 35’, do 1º T; Messi-ARG, pênalti, aos 28’, e Weghorst-HOL, aos 38’ e aos 45’ + 11’ do 2º T).
Nos pênaltis: Argentina 4×3 Holanda. (Messi, Paredes, Montiel e Lautaro Martínez fizeram para a Argentina. Enzo Fernández perdeu. Koopmeiners, Weghorst e Luuk de Jong fizeram para a Holanda. Van Dijk e Berghuis perderam).
Cartões: foram 18 cartões amarelos e um vermelho. Argentina: Acuña, Cristián Romero, Lisandro Martínez, Paredes, Messi, Otamendi, Montiel, Pezzella, Walter Samuel (auxiliar técnico) e Lionel Scaloni (técnico). Holanda: Timber, Weghorst, Memphis Depay, Berghuis, Bergwijn, Dumfries e Lang. Dumfries levou o segundo amarelo e foi expulso.
“Drama, Arte e Loucura em Lusail”
Por Guilherme Diniz
“E aí, tudo bem? Está pronto para hoje?”
“Por supuesto que sí. Vamos ganhar de novo, de um jeito ou de outro”
“Lembre-se de 1974 e 1998… Temos cartas nas mangas”
“Não preciso comentar sobre 1978, teve aquele empate de 2006, mas ganhamos nos pênaltis em 2014 contra esse mesmo técnico. Hoje é por Messi, meu sucessor”.
“Confio no Van Gaal, a ver…”.
Esse hipotético bate-papo divino aconteceu momentos antes da bola rolar em Lusail, no dia 09 de dezembro de 2022. Cruyff e Maradona estavam prontos para ver lá de cima suas seleções em mais um duelo pela Copa do Mundo. E esses deuses do futebol não se decepcionaram. No 6º encontro entre argentinos e holandeses em um Mundial, os amantes do esporte viram um duelo épico, eletrizante, dramático, acirrado, catimbento, tenso. Da calmaria argentina com 2 a 0 no placar, com participação de Messi em ambos os gols (uma assistência e um gol), tudo se transformou em um pandemônio quando o reserva Weghorst diminuiu o placar para a Holanda faltando sete minutos para o fim.
Mas, com tantos cartões e perda de controle total do árbitro – a exemplo do que aconteceu na Batalha de Nuremberg de 2006 – o jogo teve 11 minutos de acréscimos. E, no último minuto, a Argentina cometeu uma falta na entrada da área. Todos em sã consciência pensaram que o tiro iria direto. Só que, hoje em dia, poucos conseguem cobrar uma falta perfeita. Cruyff e Maradona conseguiriam. Mas a Holanda tinha cartas na manga, como Cruyff adiantou.
Os holandeses têm a ousadia em fugir do óbvio. Sempre foram assim, com táticas, revoluções e carrossel. E, em uma falta ensaiada, fizeram o gol de empate, de novo com Weghorst, apenas o terceiro na história a sair do banco e marcar dois gols em uma fase final de Copa. Teríamos prorrogação. Como em 1978. E 2014. A Argentina tentou evitar os pênaltis a qualquer custo, mas não conseguiu. E, ao apito do árbitro, pênaltis. Como em 2014… Ávido, o goleiro Emiliano Martínez defendeu duas cobranças dos laranjas. A Argentina só errou uma. E o placar de 4 a 3 colocou a albiceleste em mais uma semifinal de Copa e garantiu outra classificação diante do rival. Simplesmente inesquecível. É hora de relembrar.
Pré-jogo
Um dos jogos mais tradicionais na história das Copas, Holanda e Argentina se encontraram pela 6ª vez em um Mundial naquela etapa de quartas de final de 2022. O primeiro jogo entre a dupla foi em 1974, quando a lendária Holanda de Cruyff goleou os argentinos por 4 a 0 na segunda fase final. Quatro anos depois, a Argentina conseguiu se vingar ao derrotar os laranjas por 3 a 1 na grande final de 1978, após empate em 1 a 1 no tempo regulamentar e vitória albiceleste por 2 a 0 no tempo extra. O terceiro encontro foi em 1998, nas quartas de final do Mundial da França, e a Holanda venceu por 2 a 1 um confronto histórico, com golaço de Bergkamp no finalzinho. Em 2006, o jogo foi logo na fase de grupos e deu empate sem gols. E, em 2014, o duelo foi na semifinal e a Argentina venceu nos pênaltis após empate sem gols no tempo regulamentar e na prorrogação.
Com todo esse passado e as memórias da eliminação de 2014 vivas, a Holanda queria uma nova vingança, ainda mais o técnico Louis van Gaal, treinador da laranja no torneio do Brasil naquela oportunidade. Ele defendia também sua invencibilidade em Copas, pois não perdeu nenhum jogo em 2014, e, em 2022, vinha de três vitórias e um empate. Além disso, a Holanda estava há 20 jogos sem perder para times sul-americanos em Mundiais – o último revés foi para o Brasil, por 3 a 2, nas quartas de final do Mundial dos EUA em 1994. Outro ponto que dava ainda mais combustível para o duelo era a rixa que Van Gaal sempre teve com jogadores sul-americanos em seus clubes, alimentada por Di María, que disse antes do jogo que o holandês foi o “pior técnico que teve na carreira” (quando jogou no Manchester United).
A Argentina, após perder por 2 a 1 na estreia para a Arábia Saudita, acordou na competição e emendou três vitórias seguidas, garantindo sua vaga nas quartas de final graças ao talento de Messi, jogando muito e fazendo a melhor Copa de sua carreira, e aos jovens comandados pelo técnico Lionel Scaloni. A expectativa seria de um grande jogo, provavelmente um dos mais aguardados junto com França x Inglaterra, do outro lado da chave.
Primeiro tempo – O craque só precisa de centímetros
Van Gaal montou seu time com três jogadores na defesa, quatro no meio de campo, um mais solto pelo meio (Gakpo) e dois atacantes. A expectativa era reduzir os espaços e não deixar Messi aparecer, como ele se vangloriava pelo jogo de 2014, quando disse que naquele duelo Messi “não havia encostado na bola”. Do lado argentino, Scaloni também colocou três zagueiros à frente do goleiro Emiliano Martínez, mas tinha como ponto chave os laterais Molina e Acuña, que podiam defender e subir ao ataque, enquanto três homens faziam o meio de campo e Messi e Álvarez ficavam na frente. Os sul-americanos começaram melhor e, aos 4’, a equipe de Scaloni cruzou na área, a bola pegou na defesa e sobrou na altura da meia-lua. De Paul arriscou o chute, mas a redonda pegou em um companheiro dentro da área e saiu.
Preocupada com Messi, a Holanda focou suas atenções no camisa 10 e pouco criou nos primeiros minutos. Pressionando os laranjas, a Argentina quase complicou a vida dos europeus aos 7’, quando o goleiro Noppert recebeu uma bola recuada, tocou rasteiro e Messi se esticou para atrapalhar o lance. Por centímetros o capitão argentino não conseguiu tocar a bola. Depois de alguma pressão argentina, só aos 15’ que a Holanda chegou com perigo, quando Blind subiu de cabeça no meio da área, mas a bola passou por cima. Àquela altura, a partida estava muito pegada e disputada, com lances mais ríspidos.
Aos 21’, Messi passou pela marcação de Marten de Roon e chutou colocado, para fora. Três minutos depois, a resposta holandesa veio com Bergwijn, em tabela com Memphis, mas o chute foi ruim. A Argentina seguia em busca do gol e mais no ataque, porém, sem encontrar o espaço que queria. Aos 33’, por reclamação, o assistente de Scaloni, o ex-jogador Walter Samuel, levou amarelo. Mas, um minuto depois, eis que o craque do jogo apareceu. Messi conduziu a bola com rara liberdade na intermediária, foi se aproximando da área e esperou o momento certo para dar o passe na medida diante de três adversários até a bola chegar ao lateral Molina, que invadiu a grande área e chutou na saída do goleiro: 1 a 0.
Que jogada de Messi, que nem precisou olhar para o companheiro para saber que ele estava se aproximando. Lindo gol! Era a justiça pelo que a Argentina fazia no jogo e pelo que a Holanda deixava de fazer. A torcida sul-americana enlouqueceu no estádio Lusail, e, em grande número, ecoou seus cânticos que entusiasmaram ainda mais os jogadores. Aos 39’, Messi tentou mais uma vez, só o giro e o chute de perna direita não levaram perigo ao goleiro Noppert. Nos minutos finais, o árbitro teve trabalho e aplicou três cartões amarelos praticamente na sequência, para Timber, Acuña e Romero. Nos acréscimos, o atacante reserva Weghorst também levou amarelo, por reclamação.
Estava tenso o jogo naquele momento e o árbitro corria o risco de se perder caso deixasse prevalecer as provocações. Ao apito final, a partida foi para o intervalo com vitória argentina, 14 faltas e mais chances de gol dos sul-americanos. Porém, a equipe de Scaloni não poderia baixar a guarda, pois do outro lado estava um adversário duríssimo e que jamais havia perdido para a albiceleste no tempo regulamentar em Copas.
Segundo tempo – Da tranquilidade à loucura
Descontente com seu meio de campo, o técnico Van Gaal mudou duas peças do time: tirou De Roon e colocou Koopmeiners e sacou Bergwijn para a entrada de Berghuis. Com isso, a Holanda esperava destravar o bloqueio argentino de cinco homens quando ia ao ataque e teve o controle da bola nos primeiros minutos, mas sem grandes perigos ao goleiro Martínez. Só aos 17’ que aconteceu a primeira chance clara de gol, com a Argentina, quando Messi cobrou falta e a bola raspou a rede por cima do gol. Aos 18’, Van Gaal mexeu de novo e colocou o atacante Luuk de Jong no lugar de Blind, deslocando Gakpo para a esquerda. Mais ofensiva, a Holanda tinha alternativas de gol, mas pouco agredia. Dois minutos depois, De Paul, com dores, saiu para a entrada de Paredes e a Argentina ganhou mais energia para o meio de campo.
Até que, aos 25’, Acuña avançou pela esquerda, deu um corte em Dumfries e o ala holandês, em péssimo dia, derrubou o argentino na linha da grande área. Sem pestanejar, o árbitro marcou pênalti. Na cobrança, Messi. O argentino mirou o gigante goleiro holandês – jogador mais alto daquele Mundial, com 2,03m de altura – e pensou em uma maneira de vencê-lo. O camisa 10 bateu cruzado, no canto, e não deu chance alguma: 2 a 0. Gol histórico de Messi, que se igualou a Gabriel Batistuta como argentino com maior número de gols em Copas: 10 tentos. Na comemoração, Messi provocou Van Gaal com as mãos nas orelhas estilo Topo Gigio, como quem diz “o que você dizia sobre mim mesmo?”. Foi uma alusão, também, a uma comemoração de Riquelme em seus tempos de Barcelona quando o clube era comandado por Van Gaal, que também não gostava de Riquelme.
Aos 29’, a partida esquentou de vez quando o goleiro Martínez dividiu a bola pelo alto com Luuk de Jong. O goleiro ficou com ela, mas esbarrou no holandês, que caiu no chão. Eles começaram a discutir e outros jogadores chegaram no rebuliço. O árbitro acabou aplicando mais dois amarelos, para Lisandro Martínez e Memphis Depay. Com a confusão, os técnicos decidiram fazer mais mudanças: Romero e Acuña saíram para as entradas de Pezzella e Tagliafico, e Memphis saiu para a entrada de Weghorst. Em seguida, Álvarez deu lugar a Lautaro Martínez. Estava claro que o técnico Van Gaal iria apostar totalmente na bola aérea com seus centroavantes altos e parar de tentar jogadas pelo chão.
E, num claro exemplo da estrela do técnico, o grandalhão Weghorst recebeu na grande área e cabeceou certeiro, sem chance para o goleiro argentino, aos 37’, para diminuir e colocar (ainda) mais fogo no jogo: 2 a 1. A Holanda se mandou totalmente ao ataque, usou e abusou dos chuveirinhos e até o zagueiro Van Dijk virou centroavante para tentar cabeçadas na área. Aos 39’, Berghuis tentou uma bomba de frente para o gol, mas a bola foi para fora. Minutos depois, o holandês levou amarelo por falta em Messi. Aos 43’, Paredes deu dois carrinhos em sequência, fez falta em Aké e deu um chutão para afastar a bola para a lateral. Porém, a redonda foi com tudo no banco de reservas holandês e imediatamente os jogadores invadiram o gramado e iniciaram outra discussão fervorosa que envolveu vários atletas.
O árbitro havia perdido completamente o controle do jogo e deveria expulsar alguns nomes por causa daquela briga, mas acabou dando amarelo apenas para Paredes. Bergwijn e o técnico Scaloni também levaram amarelo. Por causa de toda aquela confusão, o árbitro deu mais 10 minutos de acréscimos e aumentou a angústia argentina. O jogo seguiu tenso, com as bolas altas da Holanda e algumas escapadas argentinas. Até que, no último minuto dos acréscimos, Pezzella fez falta na entrada da área em cima de Weghorst. Que chance para a Holanda! Última chance.
O time laranja não tinha cobradores de falta como outrora, por isso, era preciso pensar em algo diferente. Mandar a bola direto, com uma barreira enorme e um jogador deitado atrás dela era difícil. Mas a Holanda sempre foi criativa, inventiva. E ousou. Na cobrança, quando todos pensaram que a bola iria pelo alto, Koopmeiners tocou ao lado da barreira, Luuk de Jong se afastou e Weghorst apareceu como um fantasma para girar, usar o corpo para afastar o marcador e chutar, estupefando toda a zaga argentina, todo o estádio, todo o mundo: 2 a 2. Um gol arquitetado. Um gol mecânico. Um gol digno da laranja. Só mesmo a Holanda para ousar e marcar um gol daquele jeito, naquele minuto, com aquela doce loucura. E um fato curioso é que o mesmo Weghorst havia marcado um gol parecido como aquele dois anos antes, pelo Wolfsburg, no Campeonato Alemão.
A comemoração dos holandeses foi absurda, daquelas para extravasar e enlouquecer uma nação. Como não poderia deixar de ser, os holandeses provocaram os argentinos após o apito final e teve mais confusão. Os nervos estavam à flor da pele. Nem na final de 1978, nem em nenhum outro Holanda x Argentina vimos tanta birra e tensão como naquela noite em Lusail. Teríamos mais 30 minutos de futebol. E emoção.
Prorrogação e pênaltis – Um novo herói argentino
Precavidos, os times não se arriscaram no primeiro tempo por causa do cansaço e de levar um gol, afinal, buscar um empate àquela altura seria dificílimo. Na segunda etapa, a Argentina foi mais incisiva e teve uma boa chance com Messi, aos 5’, mas o chute não saiu limpo e sequer levou perigo ao goleiro Noppert. Dos 10’ aos 15’, só deu Argentina, que assustou Noppert em chutes de Fernández, Pezzella e Lautaro Martínez. Após mais um minuto de acréscimo, o jogo seria decidido nos pênaltis, como em 2014.
O capitão holandês Van Dijk iniciou a disputa e Emiliano Martínez defendeu o primeiro chute. Messi foi para a bola pela Argentina e, de novo, venceu o goleiro Noppert. Berghuis, que fez bom jogo, foi para a segunda cobrança pela Holanda e Martínez defendeu de novo! Mais um goleiro pegador de pênaltis na história argentina em Copas! Paredes fez o seu e Koopmeiners abriu o placar para a Holanda. Montiel deixou a Argentina em vantagem e Weghorst também converteu o seu. Enzo Fernández chutou para fora a quarta cobrança argentina e deu um pouco de esperança para a Holanda, que marcou o terceiro gol com Luuk de Jong. Na última cobrança, Lautaro Martínez, em branco naquela Copa, foi para a bola, enfim desencantou, e selou a vitória por 4 a 3 e a classificação argentina para a semifinal.
Na celebração dos sul-americanos, mais provocação, mais confusão, mais cartões. É que, durante as cobranças, os holandeses provocaram os batedores argentinos, em especial Lautaro Martínez, como bem disse Otamendi após o duelo: “Tinha um jogador deles (Dumfries) que, em cada pênalti que tínhamos, vinha e dizia coisas para um dos nossos jogadores. A foto foi tirada fora do contexto e nós fizemos em resposta a isso”, disse o zagueiro em entrevista à ESPN. Por isso, quando Martínez fez o gol, praticamente todos direcionaram as comemorações aos holandeses.
O jogo ficou marcado como um dos recordistas em cartões na história das Copas (os 18 cartões amarelos são um recorde) e causou o afastamento do árbitro espanhol Antonio Mateu Lahoz, muito criticado pela falta de pulso diante das confusões a exemplo da péssima arbitragem do russo Valentin Ivanov na Batalha de Nuremberg, que ainda detém o recorde de cartões em Copas – 20 cartões, sendo 16 amarelos e quatro vermelhos. O fato é que a Holanda seguiu invicta em Copas desde 2014, mas sem a vaga. E a Argentina sem conseguir vencer a seleção laranja em 90 minutos, mas com a vaga. O que Maradona e Cruyff acharam de tudo isso? Bem, certamente Dieguito gritou muito no ouvido de Cruyff “Argentina ganó, Argentina ganó”, com as típicas mãos balançando. Já o Craque Total enalteceu a invencibilidade de Van Gaal, a arte do gol de falta e a péssima arbitragem… Se antes não havia tanta rivalidade assim entre albicelestes e laranjas, esse jogo épico de Lusail mudou para sempre a relação entre a dupla. Simplesmente imortal.
Pós-jogo: O que aconteceu depois?
Holanda: depois do duelo quente, os holandeses teceram duras críticas à arbitragem e o atacante Weghorst, autor dos gols que empataram o confronto, quis cumprimentar Messi pelo jogo e pedir a camisa do craque. Porém, o argentino estava nervoso e encarou o adversário dizendo “¿Qué mirás bobo?’ Andá para allá” (“Está olhando o que, bobo? Vai para lá”). Talvez, em outros tempos, Messi daria a camisa. Mas, naquele dia e naquela Copa, o 10 estava em uma versão maradoniana, ávida, tensa, uma mistura de gênio de outro planeta com humano. Enquanto isso, a Holanda aguarda um novo encontro com os argentinos.
Argentina: a celebração pela vaga foi apoteótica no país e revelou o já mencionado lado furioso de Messi, que além de não dar a camisa a Weghorst criticou duramente o técnico Van Gaal: “Ele (Van Gaal) vende a ideia que joga bom futebol, mas dá chutões. […] Não gosto que falem antes das partidas. Isso não é parte do futebol. Eu sempre respeito todo mundo, mas gosto que me respeitem também. Van Gaal não foi respeitoso conosco”, disse o argentino no pós-jogo. A equipe sul-americana chegou com tudo à semifinal e sapecou a Croácia por 3 a 0, com mais um espetáculo de Messi, que marcou um gol e deu um passe para um dos dois gols de Álvarez. A equipe terminou campeã mundial em um jogo épico diante da França.
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Até a final este era o jogo mais dramático da copa.
Pretende fazer um texto sobre Inglaterra 1 x 2 França? Foi um grande jogo também. Harry Kane desperdiçando o pênalti e consequentemente a chance de empate da Inglaterra