Por Guilherme Diniz
Eles foram reis na Europa e na América do Sul. Conseguiram o que pouquíssimos atletas no planeta algum dia almejam alcançar: venceram a maior das glórias no Velho Continente – Liga dos Campeões da UEFA – e também na América – Copa Libertadores. Se vencer uma ou outra já é difícil, que dirá as duas!? Confira abaixo a seleta lista dos jogadores que venceram em suas carreiras a Liberta e a Velhinha Orelhuda!
Sumário
Juan Pablo Sorín (ARG)
Copa Libertadores pelo River Plate-ARG – 1996
Liga dos Campeões da UEFA pela Juventus-ITA – 1995-1996
O grande lateral-esquerdo argentino foi o primeiro jogador da história a conseguir o feito. E o fez de maneira curiosa. Ele começou a carreira no Argentinos Juniors e, em 1995, foi jogar na Juventus. Por lá, não teve espaço na constelação de craques do técnico Marcello Lippi e acabou jogando apenas um jogo da campanha da Juve na Liga dos Campeões da UEFA de 1995-1996 antes de ser emprestado ao River Plate. Com isso, essa solitária partida fez dele campeão da Europa indiretamente mesmo atuando com a camisa millonaria! Com uma medalha garantida, Sorín foi em busca de outra na Libertadores e conseguiu, ao vencer com o River a glória eterna na decisão diante do América de Cali-COL. O lateral acabou permanecendo no River até 1999, levantou mais títulos e depois foi virar ídolo no Cruzeiro.
Santiago Solari (ARG)
Copa Libertadores pelo River Plate-ARG – 1996
Liga dos Campeões da UEFA pela Real Madrid-ESP – 2001-2002
O meio-campista não disputou nenhum jogo da campanha do título continental do River em 1996, mas, como estava no elenco campeão, ganhou sua medalha. Anos depois, o argentino foi jogar no Real Madrid por indicação de Fernando Redondo, ídolo merengue e que estava para deixar o clube na virada do milênio. Solari foi titular em várias partidas e esteve em campo na decisão continental de 2002, quando participou da jogada do lendário segundo gol merengue diante do Bayer Leverkusen-ALE, aqueeeele de Zidane.
Dida (BRA)
Copa Libertadores pelo Cruzeiro-BRA – 1997
Liga dos Campeões da UEFA pelo Milan-ITA – 2002-2003 e 2006-2007
Este foi o primeiro campeão “autêntico” da nossa lista, com participações decisivas em ambas as conquistas. Primeiro, Dida foi o paredão que brilhou na caminhada do Cruzeiro em busca da Libertadores de 1997. O camisa 1 defendeu pênaltis, parou atacantes e teve uma atuação espetacular na final agônica diante do Sporting Cristal-PER. Tempo depois, o craque foi jogar no Milan e se transformou simplesmente no maior goleiro da história do clube rossonero. Em 2003, defendeu três pênaltis (!) na decisão contra a Juventus-ITA que garantiu o título europeu daquele ano. E, quatro anos depois, foi outra vez seguro e impecável na trajetória de outro título do clube italiano. Leia mais sobre ele clicando aqui!
Roque Júnior (BRA)
Copa Libertadores pelo Palmeiras-BRA – 1999
Liga dos Campeões da UEFA pelo Milan-ITA – 2002-2003
O zagueiro campeão do mundo com a seleção em 2002 faturou a Libertadores de 1999 como titular absoluto do grande Palmeiras de Felipão, que derrotou o Deportivo Cali-COL na eletrizante final. Ele permaneceu no clube até 2000, quando foi jogar no Milan, onde não teve tanto espaço, mas integrou o elenco campeão da Liga dos Campeões da UEFA de 2002-2003, atuando em dois jogos.
Cafu (BRA)
Copa Libertadores pelo São Paulo-BRA – 1992 e 1993
Liga dos Campeões da UEFA pelo Milan-ITA – 2006-2007
O lendário lateral-direito faturou duas Libertadores pelo super São Paulo de Telê no começo da década de 1990 e, após anos de muitas glórias, teve passagens pelo Real Zaragoza, Juventude e Palmeiras antes de ficar em definitivo na Europa. Por lá, venceu títulos pela Roma e foi jogar no Milan a partir de 2003. No clube rossonero, o capitão do penta quase venceu a UCL de 2004-2005, mas o Liverpool não deixou. A desforra veio em 2006-2007, contra o mesmo Liverpool, e o lateral venceu a Velhinha Orelhuda e entrou para esta seleta lista de campeões. Leia mais sobre ele clicando aqui!
Carlos Tevez (ARG)
Copa Libertadores pelo Boca Juniors-ARG – 2003
Liga dos Campeões da UEFA pelo Manchester United-ING – 2007-2008
Carlitos foi simplesmente o melhor jogador da Copa Libertadores de 2003 e peça fundamental para o terceiro título em quatro anos do esquadrão xeneize. Vivendo o auge da carreira, o atacante marcou 5 gols e virou ídolo do clube. Em seguida, o argentino foi jogar no Corinthians e depois migrou para o West Ham United-ING. Em 2007, foi para o Manchester United e atuou no super time de Alex Ferguson campeão da Liga dos Campeões da UEFA de 2007-2008. Naquela campanha, Tevez disputou 12 jogos, marcou 4 gols e deu uma assistência, além de ter formado um trio de ataque poderoso ao lado de Cristiano Ronaldo e Wayne Rooney.
Walter Samuel (ARG)
Copa Libertadores pelo Boca Juniors-ARG – 2000
Liga dos Campeões da UEFA pela Internazionale-ITA – 2009-2010
O zagueirão argentino foi campeão da América em 2000 como titular do Boca Juniors que encerrou o jejum de 22 anos sem títulos na maior competição do continente. Jogando ao lado do colombiano Bermúdez, Samuel compôs uma zaga temida e que não aliviava para os rivais naquela era histórica do clube xeneize. Anos depois, o defensor foi jogar na Internazionale e virou ídolo do torcedor nerazzurri. Ele integrou o time titular que levantou a UCL de 2010 ao vencer o Bayern München-ALE na decisão disputada no Santiago Bernabéu. Samuel fez dupla de zaga com o brasileiro Lúcio e também atuou com o colombiano Ivan Córdoba.
Ronaldinho Gaúcho (BRA)
Liga dos Campeões da UEFA pelo Barcelona-ESP – 2005-2006
Copa Libertadores pelo Atlético Mineiro-BRA – 2013
O Bruxo foi o primeiro desta lista a fazer o caminho inverso: vencer a UCL e depois a Libertadores. Melhor jogador do mundo em 2004 e 2005, o craque consagrou sua passagem pelo Barcelona com a conquista da Liga dos Campeões em 2005-2006 atuando de maneira magistral na campanha do título blaugrana. Anos depois, o meia vestiu a camisa do Atlético-MG e conduziu o grande Galo de 2012-2013 a um vice-campeonato brasileiro em 2012 e ao título da Libertadores de 2013, levantada diante do Olimpia em um Mineirão lotado. O troféu colocou Ronaldinho no rol de ídolos do Galo. Leia mais sobre ele clicando aqui!
Neymar (BRA)
Copa Libertadores pelo Santos-BRA – 2011
Liga dos Campeões da UEFA pelo Barcelona-ESP – 2014-2015
Assim como Tevez, Neymar venceu a Libertadores como melhor jogador da competição e sendo decisivo para o Santos encerrar um jejum de 49 anos sem o torneio. Vivendo a melhor fase da carreira, ainda sem polêmicas nem festas, Neymar marcou gol na final diante do Peñarol-URU e se consagrou na história do Santos. Na sequência, foi jogar no Barcelona e fez parte do lendário trio MSN – Messi, Suárez, Neymar – que empilhou gols nos rivais e conquistou a Liga dos Campeões da UEFA, além do segundo Treble da história do Barça. De novo, Neymar fez gol na final (o último nos 3 a 1 sobre a Juventus-ITA) e levantou sua única UCL da carreira.
Danilo (BRA)
Copa Libertadores pelo Santos-BRA – 2011
Liga dos Campeões da UEFA pelo Real Madrid-ESP – 2015-2016 e 2016-2017
O lateral foi titular absoluto do Santos campeão da América em 2011 e o troféu abriu as portas para ele no futebol europeu. Ele foi jogar no Porto em 2012 e, em 2015, se transferiu para o Real Madrid. No clube merengue, não foi titular por causa da concorrência com Carvajal, mas integrou o time campeão da UCL de 2015-2016 e 2016-2017.
Rafinha (BRA)
Liga dos Campeões da UEFA pelo Bayern München-ALE – 2012-2013
Copa Libertadores pelo Flamengo-BRA – 2019
O lateral-direito jogou o Bayern de 2011 até 2019 e, no período, venceu a UCL de 2012-2013, além de ser vice-campeão em 2011-2012. O jogador não foi titular absoluto na campanha do título continental pelo fato de ser reserva “só” do capitão Lahm, mas disputou três jogos naquele ano. Em 2019, retornou ao Brasil para ser titular do inesquecível Flamengo de Jorge Jesus, campeão da Libertadores daquele ano após derrotar o River Plate em uma final dramática e só decidida nos minutos finais.
Ramires (BRA)
Liga dos Campeões da UEFA pelo Chelsea-ING – 2011-2012
Copa Libertadores pelo Palmeiras-BRA – 2020
O meio-campista fez parte do Chelsea que surpreendeu o Bayern em plena Allianz Arena e conquistou a UCL de 2011-2012. O jogador foi um dos grandes nomes da campanha, principalmente por sua participação decisiva na semifinal histórica diante do Barcelona de Guardiola, quando marcou um gol. Suspenso, ele não jogou a decisão, mas celebrou o título europeu. Anos depois, participou de sete jogos da campanha do Palmeiras no título da Libertadores de 2020, mas acabou negociado antes do fim da competição. Mesmo assim, pode ser considerado campeão.
David Luiz (BRA)
Liga dos Campeões da UEFA pelo Chelsea-ING – 2011-2012
Copa Libertadores pelo Flamengo-BRA – 2022
Vivendo grande fase pelo Chelsea entre 2012 e 2013, o brasileiro foi titular da equipe campeã europeia em 2012. Em 2014, foi jogar no PSG, retornou ao Chelsea e passou pelo Arsenal antes de assinar com o Flamengo em 2021. Naquele ano, alcançou a final da Libertadores, mas o rubro-negro perdeu para o Palmeiras na prorrogação e ficou com o vice. Em 2022, o time carioca repetiu a caminhada rumo à final e conquistou o sonhado tricampeonato ao vencer o Athletico-PR por 1 a 0. David Luiz foi titular e, com sua experiência, ajudou muito o rubro-negro no título da Libertadores.
Julián Álvarez (ARG)
Copa Libertadores pelo River Plate-ARG – 2018
Liga dos Campeões da UEFA pelo Manchester City-ING – 2022-2023
Prodígio, o argentino despontou no super River Plate de Gallardo e faturou em 2018 a Copa Libertadores, embora tenha jogado apenas um jogo na campanha do título. Em 2019, teve mais chances e ajudou o clube millonario a alcançar outra final, perdida para o Flamengo. Em 2022, Álvarez foi jogar no Manchester City e se transformou em uma espécie de 12º jogador do técnico Guardiola ao longo da temporada, atuando em 10 jogos e marcando 3 gols na campanha histórica que culminou no primeiro título da UCL do clube de Manchester. De quebra, Julián Álvarez se tornou o primeiro atleta na história a vencer uma Copa do Mundo e um treble em uma mesma temporada!
Marcelo (BRA)
Liga dos Campeões da UEFA pelo Real Madrid-ESP – 2013-2014, 2015-2016, 2016-2017, 2017-2018 e 2021-2022
Copa Libertadores pelo Fluminense-BRA – 2023
Cria do Flu, Marcelo saiu cedo do Brasil para jogar pelo Real Madrid, que buscava lá em 2007 um substituto à altura de Roberto Carlos. Aos poucos, o jogador foi crescendo, ganhou a titularidade e virou uma referência no time que dominou a Europa por três temporadas seguidas. Marcelo levantou 5 Ligas dos Campeões da UEFA, a última delas em 2022, levantada como capitão em homenagem a tudo o que ele havia feito pelo clube e por simbolizar sua despedida dos merengues. Após uma passagem sem brilho pelo Olympiacos, o lateral foi anunciado pelo Fluminense em 2023 e ajudou o tricolor a levantar sua primeira Libertadores.
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