Nascimento: 15 de setembro de 1951, em Heemstede, Holanda.
Posições: Meia, Atacante, Volante e Lateral-Direito.
Clubes: RCH-HOL (1968-1970), Ajax-HOL (1970-1974), Barcelona-ESP (1974-1979), New York Cosmos-EUA (1979-1984), Groningen-HOL (1984-1985), Fort Lauderdale Sun-EUA (1985), Kansas City Comets (1985-1986), Löwenbrau-SUI (1986-1987), Baar-SUI (1987-1988) e Zug-SUI (1990-1991)
Principais títulos por clubes: 1 Mundial Interclubes (1972), 3 Liga dos Campeões da UEFA (1970-1971, 1971-1972 e 1972-1973), 2 Supercopas Europeias (1972 e 1973), 2 Campeonatos Holandeses (1971-72 e 1972-73) e 2 Copas da Holanda (1970-71 e 1971-72) pelo Ajax.
1 Copa do Rei (1977-1978) e 1 Recopa da UEFA (1978-1979) pelo Barcelona.
2 Campeonatos Norte-Americanos (1980 e 1982) pelo New York Cosmos.
Principais títulos individuais:
Chuteira de Prata da Copa do Mundo da FIFA: 1974 (5 gols)
Eleito para o All-Star Team da Copa do Mundo da FIFA: 1974
Prêmio Don Balón de Melhor Jogador Estrangeiro do Campeonato Espanhol: 1975-1976
Eleito um dos 50 Melhores Jogadores do Século XX pela Planète Foot: 1996
Eleito um dos 50 Melhores Jogadores do Século XX pela Voetbal International
Eleito o 93º Melhor Jogador do Século XX pela revista Placar: 1999
Eleito para o Hall da Fama do Ajax
FIFA 100: 2004
Eleito o 57º Melhor Jogador da História das Copas pela revista Placar: 2006
Eleito para a Seleção dos Sonhos da Holanda do Imortais: 2020
Eleito para o Time dos Sonhos do Barcelona do Imortais: 2021
“O Pulmão Mecânico”
Por Guilherme Diniz
O que o fabuloso Ajax tricampeão europeu nos anos 70 e a Holanda vice-campeã mundial em 1974 e 1978 tiveram em comum? Todos foram movidos por um mesmo “pulmão mecânico” que jamais fraquejou ou necessitou de reparos. Aquela peça fundamental trabalhava limpidamente e com uma eficiência impressionante que municiava as demais engrenagens num ritmo acelerado, inovador e único. Era a totalidade do futebol. E a tona dos maiores esquadrões que o futebol holandês já teve. Se Johan Cruyff foi o coração e o mais famoso craque total do Futebol Total, Johannes Jacobus Neeskens, mais conhecido como Johan Neeskens, foi o pulmão e maestro de uma seleção holandesa que entrou para a história mesmo sem levantar títulos. Rápido, inteligente, raçudo, com um fôlego interminável e faminto pela bola como se ela fosse seu último banquete na vida, Neeskens personificou a inovação tática proposta pelo técnico Rinus Michels naqueles anos 70 e foi um dos principais jogadores de toda a história de seu país, além de ser um exemplo de garra e sempre deixar os gramados por onde esteve com seu uniforme encharcado de suor e repleto de marcas de sua entrega em campo. Vencedor e forte nos momentos decisivos, Johan II, como ficou conhecido, foi o principal parceiro de Johan I, o Cruyff, e causou estragos tremendos nas defesas rivais que teve pela frente não só com seus gols pontuais, mas também com suas roubadas de bolas e passes precisos para Cruyff e tantos outros atacantes. É hora de relembrar.
Garra desde sempre
Nascido em Heemstede, em North Holland, província localizada no noroeste holandês, Neeskens começou desde seus tempos de criança, na escola primária Heemsteedse Dreefschool, a mostrar aptidão pelo esporte, em particular o beisebol, modalidade que jogou com a mesma garra e determinação que exibiria anos depois. Em pouco tempo, ele se destacou pelo Racing Club Heemstede (RCH) e chegou até a disputar campeonatos, mas foi com o futebol que ele se familiarizou melhor no mesmo RCH e decidiu optar pelo esporte mais popular do planeta, estreando como profissional em 1968. Após dois anos, o jovem de 19 anos foi descoberto por Rinus Michels, técnico do Ajax na época, que quis o mais rápido possível a contratação daquele jogador que aliava técnica e raça nas mesmas proporções de maneira impressionante. A diretoria alvirrubra ouviu Michels e trouxe Neeskens para Amsterdã já em 1970.
No gigante da capital holandesa, Neeskens conheceu diversos talentos que jogavam um futebol diferente e que não obedecia a posições, o chamado Futebol Total. Com essa característica, a equipe já era uma das principais forças do país e tinha até chegado à final da Liga dos Campeões de 1969, quando perdeu para o experiente Milan-ITA do copeiro Nereo Rocco. A derrota ensinou muito e o time sabia o que fazer para alçar voos ainda maiores. E, com Neeskens no elenco, tal ambição seria reforçada.
O início da lendária parceria
![Neeskens e Cruyff: símbolos do melhor Ajax da história.](http://www.imortaisdofutebol.com/wp-content/uploads/2014/08/portret05.jpg)
Entre os bons companheiros de Neeskens nos treinos do Ajax, um deles se destacava: o xará Johan Cruyff, já considerado o maior talento dos últimos tempos na Holanda e que se entendia quase que por telepatia com as ideias e táticas de Rinus Michels. Neeskens não demorou muito para entrar no papo cabeça da dupla e virou o terceiro integrante que formou uma “santíssima trindade” no clube alvirrubro. Enquanto Cruyff organizava e concluía em gol as jogadas, Neeskens fazia o trabalho árduo da marcação, da roubada de bola e da abertura de espaços nas defesas com passes, lançamentos e aparições surpresas, além de também armar os ataques. Rapidamente, a dupla Johan I e Johan II mostraram total simetria e viraram as principais peças do complexo esquema tático de Michels. Como não poderia deixar de ser, Neeskens aprendeu a jogar em mais de uma posição e foi escalado muitas vezes mais recuado como lateral-direito, como volante e, se precisasse, até como zagueiro.
![Krol, Haan e Neeskens, expoentes da defesa, do meio de campo e do elo entre o ataque do timaço alvirrubro.](http://www.imortaisdofutebol.com/wp-content/uploads/2014/08/krol-haan-neeskens-70s.jpg?w=600)
Em 1970, o jogador recebeu suas primeiras convocações para a Seleção Holandesa e atuou em dois jogos, contra Alemanha (pelas Eliminatórias da Eurocopa de 1972) e Romênia (amistoso). Pelo Ajax, Neeskens foi titular absoluto na campanha do vice-campeonato holandês na temporada 1970-1971 do time da capital e venceu seus primeiros troféus como profissional ao celebrar a Copa da Holanda e a Liga dos Campeões da UEFA, esta com Neeskens sendo decisivo na semifinal, quando marcou o gol da vitória por 3 a 0 sobre o Atlético de Madrid-ESP que selou a classificação alvirrubra para a decisão, contra o Panathinaikos-GRE, vencida por 2 a 0 e com Neeskens atuando como lateral-direito.
Na temporada 1971-1972, mesmo sem Michels no comando técnico, Neeskens se consolidou no meio de campo do Ajax e a parceria com Cruyff se mostrou simplesmente magnífica. Com os dois em campo, o time de Amsterdã virou sinônimo de futebol eficiente, ofensivo e artístico, colocando os rivais na roda e faturando os títulos mais nobres possíveis. Naquela temporada, a equipe venceu o Campeonato Holandês com uma campanha irretocável (30 vitórias, três empates, uma derrota, 104 gols marcados e apenas 20 sofridos em 34 jogos), com Neeskens marcando 10 gols em 28 jogos disputados. Os alvirrubros também venceram a Copa da Holanda e, para fechar com chave de ouro, a Liga dos Campeões da UEFA, com direito a uma vitória inapelável por 2 a 0 na decisão contra a Internazionale-ITA, que se defendeu desesperadamente enquanto o Ajax atacava e atacava jogando praticamente em casa, na cidade de Roterdã (HOL) e diante de mais de 61 mil pessoas.
Em setembro, Neeskens venceu o Mundial Interclubes com seu time após empate em 1 a 1 na partida de ida, na Argentina, contra o Independiente, e vitória por 3 a 0 na volta, em Amsterdã, com o primeiro gol marcado pelo craque, que tabelou, invadiu a área e fuzilou o goleiro Santoro. Naqueles dois anos, Neeskens também brilhou pela seleção e foi convocado para sete jogos, incluindo dois válidos pelas Eliminatórias para a Copa de 1974. Naquelas partidas, ele anotou cinco gols, sendo três em uma goleada de 9 a 0 sobre a Noruega.
Galeria cheia e classificação para a Copa
Na temporada 1972-1973, Neeskens atuou em 32 dos 34 jogos da campanha de mais um título nacional do Ajax e marcou sete gols. Na Liga dos Campeões, o craque foi mais uma vez essencial no esquema do técnico romeno Stefan Kovacs e venceu o tricampeonato após o triunfo por 1 a 0 sobre a Juventus-ITA na final e até um baile de 4 a 0 sobre o Bayern München-ALE de Beckenbauer nas quartas de final. Após o título, o Ajax perdeu Cruyff para o Barcelona-ESP e Neeskens tomou para si o protagonismo do time na temporada 1973-1974, que teve o craque como artilheiro da equipe com 15 gols em 31 jogos e autor de um dos gols da goleada de 6 a 0 sobre o Milan-ITA na final da Supercopa da UEFA de 1973, disputada em janeiro de 1974. Aquele, no entanto, seria o último grande momento do melhor esquadrão holandês de todos os tempos, que perderia seu poder de fogo em solo continental por um longo tempo.
![Momento de tranquilidade na seleção em novembro de 1972: Wim Suurbier, um médico da Holanda na época, Pierre van den Akker, Neeskens e Cruyff.](http://www.imortaisdofutebol.com/wp-content/uploads/2014/08/tumblr_mkja85ikej1rmxfeao1_1280.jpg?w=600)
Pela seleção, Neeskens disputou 10 jogos entre novembro de 1972 e junho de 1974, sendo cinco pelas Eliminatórias para a Copa, e foi o principal responsável pela criação de muitos gols e por desarmar adversários ou destruir tentativas de ataques rivais. Foram cinco gols marcados e o alívio de ver a Holanda classificada para o Mundial após um empate sem gols contra a Bélgica, que terminou na segunda posição e com as mesmas quatro vitórias e dois empates que os holandeses e sem nenhum gol sofrido em seis jogos. O que prevaleceu foi o saldo de gols, com goleada da Holanda: 22 contra 12. Titular absoluto em sua seleção e em seu clube, Neeskens vivia o auge da carreira e precisava apenas de uma boa participação na maior competição do futebol mundial para ter seu talento reconhecido mundialmente. E seria para isso que ele iria trabalhar, como ele mesmo disse na época: “Meu objetivo no Mundial é valorizar minha cotação no mercado futebolístico internacional”.
Só faltou a taça
Entrosados e jogando por música, os holandeses chegaram ao Mundial da Alemanha com o peso do favoritismo mesmo sem possuir laços de uma potência futebolística na época, muito menos reconhecimento fora do continente europeu. Logo na estreia, contra o Uruguai, a equipe laranja mostrou suas qualidades ao vencer os sul-americanos por 2 a 0, um placar que não refletiu o que foi o jogo. Foi um genuíno massacre, que obrigou o goleiro Mazurkiewicz a realizar defesas sensacionais para evitar uma goleada ainda maior. Na partida seguinte, empate sem gols contra a Suécia e, no último duelo da primeira fase, goleada de 4 a 1 sobre a Bulgária com o primeiro show de Neeskens, que marcou dois gols de pênalti graças aos seus chutes fortes e certeiros e ajudou a Holanda a se classificar.
Na etapa seguinte, nova goleada, dessa vez por 4 a 0 sobre a Argentina, e nova atuação de gala do craque, que bateu o escanteio que originou o segundo gol, de Krol, e participou da jogada do quarto gol, quando tabelou com Jansen, chutou, viu o goleiro defender e Cruyff finalizar no rebote. Contra a Alemanha Oriental, os laranjas foram mais uma vez dominantes e venceram por 2 a 0, com um gol de voleio de Neeskens. No duelo decisivo pela vaga na final, a equipe holandesa enfrentou o tricampeão Brasil, que chegou cheio de pompa e arrogância. Em campo, a Holanda colocou os sul-americanos na roda e venceu mais uma: 2 a 0, com outro gol de Neeskens na Copa, que se antecipou à zaga e finalizou para o gol de Leão após cruzamento de Cruyff. Além do gol, Neeskens foi sublime e infernizou a defesa brasileira, que teve de apelar para as mais diversas faltas e viu o zagueiro Luís Pereira ser expulso após quase quebrar Neeskens em dois em uma falta duríssima.
![Neeskens fuzila e abre o placar para a Holanda na final da Copa de 1974.](http://www.imortaisdofutebol.com/wp-content/uploads/2014/08/bundesarchiv_bild_183-n0716-0315_fuc39fball-wm_brd_-_niederlande_2-1.jpg?w=600)
Na grande final, contra a dona da casa, a Alemanha, a Holanda deu a saída e trocou 15 passes sem deixar os rivais tocarem na bola até que Cruyff invadisse a área e fosse derrubado por Vogts. Pênalti! Na cobrança, Neeskens bateu forte e no meio do gol e fez o primeiro tento do jogo. Muitos acreditaram que a partida seria mais um show holandês, mas a Alemanha acalmou os nervos, marcou Cruyff como nunca e venceu por 2 a 1, ficando com a taça de campeã. Aquela foi uma decepção enorme para Neeskens, que jogou muito e foi eleito um dos melhores jogadores do Mundial, além de ter vencido a Chuteira de Prata com cinco gols marcados. Mas não havia tempo para lamentar. Era preciso seguir em frente.
Ídolo na Catalunha e novo vice na Copa
![No Barça, novo encontro com Cruyff.](http://www.imortaisdofutebol.com/wp-content/uploads/2014/08/cruyff-neeskens.jpg?w=600)
Após a Copa, o Barcelona não demorou muito para perceber que Neeskens seria um jogador pontual para as ambições da equipe na segunda metade dos anos 70, principalmente pelo fato de Cruyff e Michels estarem no elenco blaugrana na época. Com isso, a negociação não foi difícil e o craque mudou de ares já na temporada 1974-1975, quando o Barça almejou a Liga dos Campeões da UEFA e chegou até as semifinais, mas acabou perdendo para o Leeds United-ING. Mesmo sem títulos em seus primeiros anos de clube, Neeskens conquistou a torcida graças a sua entrega em campo e a sua plena visão de jogo e entendimento técnico e tático em qualquer situação ou contra qualquer adversário. Ao lado de Cruyff, o craque fez partidas marcantes e chegou à marca de 12 gols em 32 jogos no Campeonato Espanhol de 1975-1976, quando foi eleito o Melhor Jogador Estrangeiro do torneio. Na temporada 1977-1978, Neeskens sofreu com contusões e disputou apenas 18 jogos de La Liga, mas celebrou seu primeiro título: a Copa do Rei, quando participou da campanha do título e esteve em campo na final vencida por 3 a 1 sobre o Las Palmas, em Madrid.
Em junho de 1978, Neeskens viajou até a Argentina como uma das estrelas da Holanda que tentaria vencer a Copa do Mundo. Sem Cruyff e Michels, o time já não era a virtuose de antes, mas ainda sim impunha respeito por causa da base de 1974 que tinha o goleiro Jongbloed, os defensores Suurbier, Haan e Krol, os meio-campistas Jansen e Neeskens e a linha de frente formada por Rep e Rensenbrink. Mesmo sem a velocidade de antes, Johan II ainda tinha sua garra de sempre e cumpriu uma função mais defensiva no Mundial. Na primeira fase, atuou nos três primeiros jogos, mas no terceiro saiu ainda no primeiro tempo por causa de uma lesão e a Holanda acabou perdendo para a Escócia por 3 a 2. Na segunda fase, Neeskens não jogou na vitória por 5 a 1 sobre a Áustria nem no empate em 2 a 2 com a Alemanha, e retornou no duelo contra a Itália, que terminou com vitória holandesa por 2 a 1, resultado que colocou a Holanda em mais uma final de Mundial. No entanto, a Argentina, dona da casa, fez valer a força de sua torcida e a estrela do artilheiro Kempes e venceu por 3 a 1. Era o fim da trajetória de Neeskens em Copas. O jogador disputaria mais quatro jogos pela seleção nos anos seguintes, se aposentando de vez do escrete laranja em 1981, após 49 jogos e 17 gols.
Taça continental e passeios pelo mundo
Após a Copa, Neeskens voltou suas atenções para o Barcelona e foi o maestro do time na campanha do título da Recopa da UEFA da temporada 1978-1979, a primeira do clube na história da competição. Antes da final, a equipe despachou Shakhtar Donetsk (à época da URSS), Anderlecht-BEL, Ipswich Town-ING e Beveren-BEL. Na decisão, duelo eletrizante contra o Fortuna Düsseldorf-ALE. No tempo normal, empate em 2 a 2. Na prorrogação, Neeskens deu um passe magistral para Rexach colocar o Barça em vantagem e, na sequência, iniciou a jogada do quarto gol e praticamente selou a vitória catalã por 4 a 3, naquele que foi o maior título do craque com a camisa do clube catalão. Após o título, Neeskens percebeu que era hora de fazer o pé-de-meia e aceitou se aventurar no futebol norte-americano, mais precisamente no New York Cosmos, para onde foi em 1979 mesmo com os protestos da torcida blaugrana, que o tinha como grande ídolo.
Nos EUA, Neeskens encontrou várias estrelas do futebol como Beckenbauer, Carlos Alberto Torres, Rijsbergen e Chinaglia e viveu bons momentos, faturando títulos nacionais e nomeações para os All-Star Teams eleitos pela crítica do soccer. Depois de ganhar uma graninha na terra do Tio Sam, Neeskens voltou ao futebol europeu e teve passagens esporádicas pelo Groningen-HOL e por times da Suíça, além de uma nova volta aos EUA na segunda metade dos anos 80. Em 1991, aos 40 anos, o craque se aposentou de vez vestindo a camisa do Zug, da Suíça.
Para sempre maestro
Após pendurar as chuteiras, Neeskens seguiu no mundo esportivo e virou técnico com passagens pelo Zug e NEC-HOL, além de ter sido assistente técnico de Guus Hiddink na seleção holandesa entre 1995 e 1998, e na Austrália, entre 2005 e 2006, e do técnico Frank Rijkaard na seleção holandesa entre 1998 e 2000, e no Barcelona-ESP, entre 2006 e 2008. Ainda no mundo futebolístico, o eterno pulmão do Carrossel Holandês também ensina jovens em escolinhas e projetos da KNVB (Real Associação de Futebol Holandesa), tendo passado inclusive pelo Brasil e encantado a garotada com lampejos do futebol que ele tanto praticou por anos e anos. Durante um desses treinos, em junho de 2014, em Porto Alegre (RS), Neeskens mostrou os conceitos de “todos marcam, todos defendem” e hipnotizou os “guris” com os ensinamentos de quem havia participado ativamente dos dois mais lendários esquadrões de toda a história do futebol holandês. Embora nunca tenha tido a fama do xará Cruyff, Neeskens cravou seu nome para sempre por ser completo e fundamental para as façanhas realizadas por Ajax e Holanda no começo dos anos 70, além de suprir muitíssimo bem a ausência do compatriota no Barcelona do final daquela década. O fato é que o Futebol Total seria apenas “Parcial” se Neeskens não tivesse aparecido. Para o bem do esporte, ele existiu. E foi um craque imortal.
Números de destaque:
Disputou 124 jogos e marcou 33 gols no Campeonato Holandês pelo Ajax.
Disputou 230 jogos e marcou 56 gols pelo Barcelona.
Disputou 49 jogos e marcou 17 gols pela Seleção Holandesa.
Leia mais sobre o grande Ajax tricampeão europeu e sobre a Holanda de 1974 no Imortais!
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