Grandes feitos: Campeã da Eurocopa (1968) e Vice-campeã da Copa do Mundo da FIFA (1970).
Time base: Enrico Albertosi (Dino Zoff); Tarcisio Burgnich, Roberto Rosato, Aristide Guarneri (Pierluigi Cera) e Giacinto Facchetti; Sandro Salvadore (Mario Bertini / Antonio Juliano) e Giancarlo De Sisti (Giorgio Ferrini); Angelo Domenghini, Roberto Boninsegna (Pietro Anastasi), Sandro Mazzola (Gianni Rivera / Giovanni Lodetti) e Luigi Riva (Pierino Prati). Técnico: Ferruccio Valcareggi.
“De volta à cena, 30 anos depois”
Por Guilherme Diniz
A camisa que antes despertava admiração, temor e era sinônimo de glórias havia virado um manto comum. Três décadas já haviam se passado e a Itália, bicampeã do mundo em 1934 e 1938, tinha perdido o protagonismo de antes para seleções como Uruguai, Alemanha, Brasil e Inglaterra, os campeões mundiais após o esquadrão de Giuseppe Meazza e Vittorio Pozzo. Porém, foi em 1968 que a Squadra Azzurra despertou de seu sono profundo e dos micos de outros mundiais para conquistar o inédito título da Eurocopa, em casa, sobre a Iugoslávia. Mais do que isso, a equipe voltou a jogar bem em uma Copa, em 1970, e só não foi campeã por ter o azar de cruzar o caminho do fabuloso Brasil de Carlos Alberto, Gérson, Tostão, Jairzinho, Rivellino e Pelé.
Mesmo com o vice, aquela Itália marcou seu nome na história por apresentar ao mundo jogadores de raro talento e extrema técnica tanto para atacar quanto para defender. Albertosi, Zoff, Burgnich, Facchetti, Mazzola, Rivera, Boninsegna, Domenghini, Riva. Todos foram ícones de seus clubes e símbolos de uma geração de ouro do futebol italiano que só voltaria a brilhar nos anos 80, com uma doce e “rossiana” vingança sobre o Brasil. É hora de relembrar as façanhas de uma Azzurra de ouro.
Para retomar o orgulho
Quando o árbitro francês Pierre Schwinte apitou o final do jogo Coreia do Norte 1×0 Itália, na primeira fase da Copa do Mundo de 1966, o que muitos achavam ser apenas uma má fase se confirmava como algo seríssimo: a Itália estava desaparecendo. Perder uma partida de Copa era algo normal, mas perder para a Coreia do Norte era surreal, inimaginável e totalmente fora dos padrões lógicos do futebol na época. O revés custou caro aos italianos, que foram recebidos por uma chuva de frutas e tomates podres na volta a Roma. O fiasco na terra da Rainha tinha explicação: falta de empenho, desconcentração e escolhas equivocadas do técnico Edmondo Fabbri (que escalou um jogador – Bulgarelli – na partida contra os norte-coreanos com uma séria lesão no joelho sabendo que não eram permitidas substituições!).
Foi preciso acontecer uma calamidade desse tipo para que a Federação Italiana mudasse de uma vez sua filosofia e planejasse o futuro com os pés no chão. Em primeiro lugar, o novo técnico da seleção não teria um salário exorbitante como seu antecessor. Segundo, os craques estrangeiros não teriam mais as portas abertas no Calcio, uma forma de os clubes investirem mais em suas categorias de base para revelar novos talentos. Tudo pelo bem do futebol italiano e, consequentemente, para a Squadra Azzurra, que teria uma chance de ouro para dar a volta por cima já em 1968, na Eurocopa.
Com a vaga em casa
A Federação optou por dois treinadores para começar a reconstrução da Azzurra: Ferruccio Valcareggi e Helenio Herrera, este último já consagrado por seu trabalho na Internazionale bicampeã da Europa e do mundo nos anos de 1964 e 1965. A dupla, porém, ficou apenas quatro partidas na função e Valcareggi assumiu o posto sozinho a partir de junho de 1967. Antes disso, em novembro de 1966, a Itália iniciou sua caminhada na Eurocopa vencendo a Romênia por 3 a 1, na primeira partida da fase classificatória do torneio (na época, 24 equipes disputavam apenas quatro vagas na fase final da competição). Já em 1967, a Itália venceu o Chipre, fora de casa, por 2 a 0, bateu a Romênia, fora, por 1 a 0, goleou o Chipre, em casa, por 5 a 0 (com três gols de Riva e dois de Mazzola), empatou com a Suíça, fora, em 2 a 2, e derrotou os suíços, em casa, por 4 a 0.
Na chamada “quartas de final”, os italianos encararam a surpreendente Bulgária, que havia deixado para trás a seleção portuguesa, de Eusébio. No primeiro jogo, em Sofia, os búlgaros quebraram a retranca azul e venceram por 3 a 2. Na volta, em Nápoles, mais de 90 mil torcedores empurraram os comandados de Valcareggi para uma grande vitória por 2 a 0, com gols de Prati e Domenghini, resultado que colocou a equipe na fase final da Euro ao lado de Inglaterra, Iugoslávia e URSS (vale lembrar que apenas esta fase seria disputada na Itália, o país sede).
O futebol apresentado pelo time de Valcareggi foi satisfatório e serviu para amenizar as críticas de 1966. A equipe tinha uma defesa extremamente segura com Burgnich, Facchetti, Rosato e Salvadore, um meio de campo forte na marcação e muito combativo com Guarneri, Lodetti, De Sisti e Ferrini e vários bons jogadores de ataque como Mazzola, Rivera, Riva, Domenghini, Prati e Anastasi, que se revezavam entre os titulares conforme a necessidade da partida. Com a vaga na mão, era hora de os italianos voltarem a sorrir em uma grande competição.
Santa moedinha…
Em 05 de junho de 1968, em Nápoles, a Itália enfrentou a URSS por uma vaga na grande final da Euro. O jogo, como não poderia deixar de ser, mostrou duas defesas intransponíveis e que anularam completamente os ataques rivais. Após 120 minutos de jogo e nenhum gol marcado, a partida deveria ir para os pênaltis, correto? Errado. A decisão foi, acredite se quiser, na moedinha! Isso mesmo! O árbitro Kurt Tschenscher reuniu os capitães no gramado, perguntou quem queria cara ou coroa, jogou a moeda de uma Lira para o alto e o estádio conheceu o vencedor: a Itália, que enfrentaria na decisão a Iugoslávia de Pantelic, Fazlagic, Osim e Dzajic.
… E bendita taça!
No dia 08 de junho, a Itália recebeu os iugoslavos, em Roma, e passou por maus bocados. Mesmo com a torcida a seu favor, o time da casa foi dominado pela Iugoslávia, não teve grande poder ofensivo e ainda viu a torcida vaiar Lodetti e Juliano por prenderem demais a bola. Para piorar, a velocidade dos atacantes iugoslavos contrastava com a ausência de mobilidade pelo lado italiano, que não tinha Mazzola, Rivera e Riva. Aos 39´do primeiro tempo, Dzajic abriu o placar e deixou os iugoslavos perto de uma taça histórica. Na segunda etapa, o jogo ficou nervoso, as faltas duras aumentaram e a torcida já esperava pelo pior. Porém, Domenghini empatou a dez minutos do fim e deu números finais ao jogo. Após mais 30 minutos de prorrogação, a final ficou mesmo em 1 a 1 e uma nova partida foi marcada para apenas dois dias depois, em 10 de junho, no mesmo estádio Olímpico de Roma.
Com a volta de Rosato, Salvadore, De Sisti, Mazzola e Riva, a Itália foi outra no repeteco contra os iugoslavos e dominou praticamente todo o jogo. A zaga ficou mais protegida, o meio de campo foi bem mais criativo e o ataque, enfim, funcionou. Anastasi jogava melhor, Riva mostrava sua habitual gana vencedora e Mazzola enxergava o jogo como fazia na Inter. Resultado? Vitória da Azzurra ainda no primeiro tempo por 2 a 0, gols de Riva, aos 12´, e Anastasi, aos 31´. Pela primeira vez em sua história, a Itália conquistava o título da Eurocopa. Melhor do que isso, a equipe era campeã diante de sua torcida, que tinha o prazer de celebrar um título depois de exatos trinta anos de espera.
A volta da mística
O título europeu embalou de vez a Itália rumo à Copa do Mundo de 1970, no México. Nas Eliminatórias, a equipe mostrou soberania e despachou os rivais com facilidade. Na estreia, fora de casa, contra País de Gales, vitória azul por 1 a 0 (gol de Riva). Contra a Alemanha Oriental, fora, empate em 2 a 2 (dois gols de Riva). Nos duelos em casa, os italianos venceram os galeses, por 4 a 1 (três gols de Riva e um de Mazzola), e os alemães, por 3 a 0 (um gol de Mazzola, um de Domenghini e um de Riva). Com Albertosi, Burgnich e Facchetti na liderança do setor defensivo e contra-ataques poderosos orquestrados por Mazzola, Riva e Domenghini, o técnico Valcareggi tinha em mãos uma equipe muito competitiva e que poderia ir longe na Copa, mesmo com parte da imprensa italiana ainda não acreditando no poder do time.
Que raios é staffetta?
Depois de disputar dois amistosos antes da Copa (empate em 2 a 2 contra a Espanha e vitória por 2 a 1 sobre Portugal), a Itália viajou ao México com uma teoria polêmica criada pelo técnico Ferruccio Valcareggi. Segundo ele, os meias Mazzola e Rivera não poderiam jogar juntos e, para que ambos tivessem chances no time, cada um jogaria um tempo. Para piorar, Rivera havia tido problemas com o técnico por causa disso e só não abandonou a seleção por intermédio do presidente da Federação Italiana. O tal rodízio entre Mazzola e Rivera ganharia o nome de staffetta (revezamento, em italiano).
Nas duas primeiras partidas da equipe, no entanto, Rivera não jogou, mas a Itália conseguiu importantes resultados. O primeiro foi uma vitória por 1 a 0 sobre a Suécia de Kindvall, com um gol marcado por Domenghini após um frango constrangedor do goleiro Hellström. No duelo seguinte, o empate sem gols contra o Uruguai praticamente garantiu os italianos na segunda fase. Curiosamente, Valcareggi escalou Rivera e Mazzola juntos na segunda etapa do último jogo da fase inicial, contra Israel, e os meias não produziram nada jogando pelo lado esquerdo do campo. A Azzurra empatou novamente em 0 a 0 e o treinador ganhou a “carta de resposta” que precisava caso algum crítico o questionasse sobre a presença da dupla em campo. Staffetta à parte, era hora do mata-mata.
Despertar de Riva
Nas quartas de final, a Itália teve pela frente os anfitriões, que vinham embalados após não sofrer gols na primeira fase. Porém, tudo conspirou a favor dos italianos naquele dia 14 de junho de 1970. José Luis González até abriu o placar para os mexicanos, aos 13´, mas o zagueiro Peña, contra, igualou para os italianos, aos 26´. No segundo tempo, Rivera entrou no lugar de Mazzola e fez com que a bola começasse a chegar mais ao atacante Luigi Riva, que desencantou e marcou dois gols, um aos 19´e outro aos 31´. Rivera deixou o dele, aos 24´, e a Itália goleou os donos da casa por 4 a 1, resultado que surpreendeu a todos e deu mais confiança à equipe de Valcareggi para o duelo semifinal contra a Alemanha de Beckenbauer e Gerd Müller.
A vitória no “Jogo do Século”
O duelo entre italianos e alemães era cercado de expectativas. Seria o poder ofensivo de Gerd Müller e Uwe Seller contra a técnica e a segurança da zaga italiana comandada por Facchetti, Burgnich, Cera e Rosato. No primeiro tempo, Boninsegna abriu o placar e deu comodidade aos azuis, mas a Alemanha chegou ao empate no finalzinho do jogo e levou o duelo para a prorrogação.
Nela, as duas equipes protagonizaram um dos jogos mais sensacionais da história do futebol e uma prorrogação alucinante com cinco gols marcados! Este duelo foi tão épico e tão mágico que ganhou um relato especial. Para ler, clique aqui! A Itália venceu por 4 a 3 com grande atuação de Rivera, autor de dois gols. Seria natural que o craque do Milan disputasse a final. Mas, na cabeça de Valcareggi, o meia deveria ficar no banco de reservas. Um erro que custaria muito caro diante do adversário final no caminho dos italianos: o Brasil.
Vítimas da teimosia. E de um time fora de série
Brasil e Itália duelaram pela posse definitiva da taça Jules Rimet no dia 21 de junho de 1970, no estádio Azteca. Bicampeões do mundo, as seleções faziam a final perfeita no mundial perfeito e com o maior número de craques na história das Copas. Embora muitos acreditassem em uma partida equilibrada, a Itália não foi páreo para o talento absoluto do Brasil, que goleou os europeus por 4 a 1 com gols maravilhosos, jogadas sensacionais e um futebol de encher os olhos de qualquer amante do esporte. A taça ficou em boas mãos e premiou a melhor seleção do mundial, mas a Itália poderia ter sido mais agressiva não fossem o cansaço do jogo semifinal contra a Alemanha e a ausência de Rivera, que jogou apenas os seis minutos finais de jogo – um deboche explícito por parte do técnico Valcareggi, diga-se de passagem. Era nítido que o craque do Milan vivia fase melhor na Copa que Mazzola. Apenas Valcareggi não notou isso. E a Itália ficou com o vice.
À espera de Rossi e Cia.
Após o mundial, a Itália perdeu a força que construiu entre 1968 e 1970 e voltou a dormir por mais de uma década. Os azuis só teriam novos momentos de brilho em 1982, quando Zoff, Scirea, Cabrini, Tardelli e, sobretudo, Paolo Rossi, reconquistaram o mundo para a Azzurra, uma façanha já relembrada aqui no Imortais.
Embora não tenha conquistado o título mundial de 1970, a Itália campeã da Europa ainda hoje é tida como uma das melhores da história do país por ter diversos craques em várias posições do campo e por trazer de volta o orgulho do italiano em torcer por sua seleção. Acima de tudo isso, ver aqueles jogadores vestidos em azul conquistar a Europa e derrotar a Alemanha como eles derrotaram é algo para poucos. Uma seleção imortal.
Os personagens:
Enrico Albertosi: goleiro extremamente ágil e capaz de fazer defesas acrobáticas, Albertosi foi um grande nome do futebol italiano nos anos 60 e 70. Foi ídolo na Fiorentina, clube onde começou a carreira profissional, e também no Cagliari. Brilhou com a camisa da Itália principalmente na Copa do Mundo de 1970, quando foi titular. Disputou 34 jogos pela seleção.
Dino Zoff: o mito do gol estava capengando em sua carreira naquele final de anos 60 quando virou titular da seleção na conquista da Euro, em 1968. Cheio de qualidades e tido como melhor goleiro de toda a história do futebol italiano, Zoff só não foi titular na Copa de 1970 pelo fato de Albertosi estar embalado na época por causa do título do Campeonato Italiano que ele conquistara com o Cagliari. Depois do mundial, Zoff virou titular absoluto e só abandonou a camisa 1 já quarentão e com a taça de campeão do mundo nas mãos, em 1982. Um craque imortal que você pode ler mais clicando aqui.
Tarcisio Burgnich: raçudo, valente e muito eficiente, Tarcisio Burgnich era um dos símbolos do catenaccio da Grande Inter da década de 60. Jogou 467 partidas pela equipe de Milão e marcou seis gols, sendo peça chave para a segurança da quase impenetrável zaga nerazzurri. O talento do jogador também foi visto com a camisa da Itália, onde foi um símbolo na conquista da Eurocopa de 1968. Disputou 66 partidas pela Nazionale.
Roberto Rosato: foi um defensor de muita segurança e determinação que brilhou no Milan dos anos 60. Pela seleção, teve importante papel durante a Copa do Mundo de 1970 e, também, na campanha do título da Euro de 1968. Disputou 38 partidas pela seleção.
Aristide Guarneri: outro bom defensor, Aristide Guarneri foi peça chave nas conquistas europeias da Internazionale em 1964 e 1965. Jogou, também, na seleção italiana que disputou a Copa do Mundo de 1966 e a Eurocopa de 1968, onde se sagrou campeã. Acabou ficando de fora da Copa de 1970 por causa da boa fase de Cera.
Pierluigi Cera: como volante ou líbero, Cera era o líder e capitão do surpreendente Cagliari campeão da Itália na temporada 1969-1970. Jogava sempre de cabeça erguida, com muita disposição e qualidade nos passes, além de ser exímio na marcação e em coordenar os companheiros em campo. Seu desempenho na Sardenha o levou à seleção italiana, pela qual disputou a Copa do Mundo de 1970 como líbero titular da equipe vice-campeã mundial.
Giacinto Facchetti: um dos maiores laterais esquerdos de todos os tempos (muitos até acham o italiano o melhor, mais até que Nilton Santos!), Giacinto Facchetti foi um ícone e um gênio com a camisa da Inter e da seleção italiana, onde foi capitão e atuou em 94 partidas, marcando 3 gols. Rápido, elegante, preciso no passe e no chute, e com uma visão de jogo estupenda, Facchetti jogou toda a sua carreira na Internazionale (de 1960 até 1978), onde disputou 634 partidas e marcou 75 gols. Foi eleito, em 2004, para o FIFA 100. Sua camisa, de número 3, foi aposentada pelo clube. Um mito. Leia mais sobre ele clicando aqui.
Sandro Salvadore: capitão da Juventus por 11 anos, Salvadore foi um dos maiores defensores de toda a história do clube e também do futebol italiano. Foi um dos destaques da Itália na campanha da Eurocopa de 1968 e disputou 36 jogos pela Nazionale. Tinha raça, vigor físico e enorme presença de área.
Mario Bertini: meio-campista eficiente na marcação e nos passes, Bertini teve destaque na Fiorentina e na Inter durante parte dos anos 60 e 70. Pela seleção, jogou de maneira mais constante a partir da Copa de 1970, até encerrar seu ciclo na Azzurra em 1972, após 25 jogos e dois gols.
Antonio Juliano: o meio-campista disputou 18 jogos pela Itália, a maioria deles durante a campanha da Euro de 1968. Jogou a maior parte da carreira no Napoli, de 1962 até 1978, até pendurar as chuteiras no Bologna, em 1979.
Giancarlo De Sisti: com muita técnica e habilidade para sair com a bola dominada, o meio-campista foi ídolo na Fiorentina e na Roma com grandes partidas, gols e ótimos passes. Pela seleção, foi campeão da Euro jogando a decisão e disputou a Copa de 1970 como titular. Foram 29 jogos pela Azzurra e quatro gols.
Giorgio Ferrini: teve apenas sete convocações para a seleção, mas o suficiente para ser campeão da Euro em 1968. Jogou no meio de campo do Torino entre 1959 até 1975.
Angelo Domenghini: legítimo ala pela direita, Domenghini ganhou notoriedade jogando pela Internazionale e pelo Cagliari, onde começou a se entrosar com Luigi Riva. Com muita velocidade e precisos arremates com a perna esquerda, Domenghini foi um dos principais atacantes italianos dos anos 60. Essencial para o título europeu de 1968 e na campanha do vice na Copa de 1970. Foram 33 jogos e sete gols com a camisa da Itália.
Roberto Boninsegna: o atacante passou por várias equipes italianas e ganhou seu espaço na seleção graças ao oportunismo e a presença de área. Teve grandes atuações na Copa de 1970, principalmente na semifinal e na final. Foram 22 jogos e nove gols pela Azzurra.
Pietro Anastasi: o atacante foi um dos mais aclamados pela mídia no final dos anos 60 após marcar três gols na incrível goleada de sua equipe, o Varese, sobre a poderosa Juventus, em 04 de fevereiro de 1968. A atuação de gala do jovem lhe rendeu convocações frequentes para a seleção e uma transferência milionária para a própria Juventus. Na Eurocopa, Anastasi marcou o gol do título italiano, mas acabou perdendo espaço na equipe por causa da concorrência de Riva, Domenghini e Boninsegna.
Sandro Mazzola: a Itália ganhou um Mazzola brilhante e inesquecível na década de 40, que comandou o também inesquecível Torino, pentacampeão italiano consecutivo e um dos maiores times de todos os tempos. Quis o destino que anos depois outro Mazzola fosse também brilhante e marcante para o futebol do país: Sandro, o filho de Valentino Mazzola. Com muita técnica, enorme visão de jogo e faro de artilheiro, Sandro foi um ícone da Grande Inter e também da seleção italiana do final dos anos 60. A única lamentação foi o craque não ter realizado uma boa Copa do Mundo, em 1970, nem ter tido as devidas oportunidades de jogar ao lado de Rivera. Disputou 70 jogos e marcou 22 gols pela Itália.
Gianni Rivera: prodígio, craque, colecionador de títulos e um imortal dentro do Milan. Gianni Rivera foi um dos mais representativos jogadores da história rossonera. Garçom, goleador e dono das ações criativas do ataque do time, Rivera disputou 658 jogos pelo Milan, sendo 501 na Série A, e marcou 164 gols. Conquistou 12 títulos em quase 20 anos de clube, com destaque para duas Ligas dos Campeões, um Mundial e três Scudettos. Em 1969, seu trabalho foi coroado com a Bola de Ouro de melhor jogador do continente. Apesar de tudo isso, Rivera nunca teve o espaço que merecia na seleção nem conseguiu jogar o que jogava no Milan. Mesmo assim, o craque teve lampejos artísticos na fase final da Copa de 1970, quando encaminhou a vitória sobre o México, por 4 a 1, e levou a Azzurra ao triunfo épico sobre a Alemanha na semifinal. Disputou 60 partidas e marcou 14 gols pela seleção. Leia mais sobre ele clicando aqui.
Giovanni Lodetti: meio-campista de muito talento e visão, Lodetti fez uma grande parceria com Rivera no Milan e ajudava tanto o time quanto a seleção com muita precisão no desarme e nos passes. Foi importante na conquista da Eurocopa de 1968.
Luigi Riva: combativo, decisivo, goleador, dono de um chute potente, altamente técnico, veloz, correto e leal. Luigi Riva foi tudo isso e muito mais nos anos em que esteve defendendo as cores do Cagliari e da seleção da Itália. Riva foi um dos maiores mitos do futebol mundial e permanece até hoje como o maior artilheiro da história da seleção italiana com 35 gols em 42 jogos. Pelo Cagliari, marcou 164 gols em 312 partidas de Série A. Ao se aposentar, o atacante viu sua camisa 11 também se retirar dos jogos de uniformes do Cagliari. Um craque imortal que você pode conhecer melhor clicando aqui.
Pierino Prati: ponta de muita qualidade técnica e precisão na hora de concluir ao gol, Pierino Prati fez uma dupla histórica com Rivera no Milan. Seu grande momento foi em 1969, quando marcou um hat-trick na final da Liga dos Campeões da UEFA contra o Ajax de Cruyff e praticamente deu o bicampeonato europeu ao clube rossonero. Prati marcou 102 gols em 209 jogos pelo Milan. Pela seleção, foi campeão da Euro e marcou sete gols nos 14 jogos que disputou com a camisa azul entre 1968 e 1974.
Ferruccio Valcareggi (Técnico): o maior crime do técnico foi não ter encontrado uma solução para colocar Mazzola e Rivera juntos no esquema tático da seleção. Mesmo assim, Valcareggi tem lá seus créditos por levar a Itália ao inédito e histórico título da Eurocopa de 1968, que serviu para espantar os fantasmas da Copa de 1966 e recolocar a equipe de volta aos trilhos. Na Copa de 1970, levou a Itália à final com uma defesa forte e um ataque valente que se impunha com velocidade e os lampejos de genialidade de Riva, Mazzola, Rivera (quando jogava…) e Domenghini. Nunca foi uma unanimidade em seu país, mas merece respeito pelo que fez. Faleceu em novembro de 2005 com apenas um grande título conquistado como treinador: a Eurocopa de 1968, que segue como a única da Itália na competição.
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Facchetti monstro ….