Por Guilherme Diniz
Os uniformes azul e ouro vinham da Inglaterra e eram uma verdadeira coqueluche para aqueles remadores cariocas. Era impossível não vê-los em alto mar e de longe. Porém, o produto inglês não era feito para aguentar o sol e o sal brasileiros e desbotava com facilidade. Como vencer a força da natureza? Escolhendo cores tão fortes quanto ela própria e que seriam as marcas naturais de um dos maiores clubes do Brasil e do mundo: vermelho e preto, o rubro-negro tão famoso e tão vitorioso do Clube de Regatas do Flamengo.
Ao contrário do que muitos pensam, demorou quatro anos até que o time de futebol do Flamengo conseguisse entrar em campo vestindo a tradicional camisa listrada em vermelho e preto. Em 1912, por exigência dos atletas do remo (que não permitiam o uso do mesmo uniforme pelos jogadores de futebol), foi criada uma camisa xadrez em vermelho e preto que ficou conhecida como Papagaio de Vintém. No entanto, a camisa só trouxe azar e foi substituída, em 1913, por uma camisa com listras horizontais em vermelho e preto e frisos brancos, semelhante às cores de uma cobra coral. Como a camisa ficou muito parecida com a bandeira da Alemanha na época (país que virou inimigo mundial por causa da I Guerra), os frisos brancos acabaram sendo retirados para não causar polêmicas. Dessa vez, os remadores não se incomodaram e o Flamengo eternizou a camisa listrada rubro-negra, os calções brancos e as meias rubro-negras a partir de 1916.
Em 1938, o então técnico flamenguista Dori Kruschner sugeriu a criação de um segundo uniforme, na cor branca, para “facilitar a visualização em partidas noturnas”. A nova vestimenta foi aprovada pelo clube, que se tornou pioneiro no Brasil a possuir um segundo uniforme. A camisa branca tinha duas listras rubro-negras no peito e assim permaneceu até 1979, mudando para a tradicional com listras apenas nas mangas – e que virou amuleto após o título mundial de 1981, conquistado exatamente com essa camisa. Com o passar dos anos, a camisa principal do clube sofreu poucas alterações e ora teve listras mais finas e ora mais grossas. Já a camisa número dois apenas variou com listras no peito, centralizadas ou nas mangas. O Flamengo passou a inovar mais a partir dos anos 90 principalmente em seus terceiros uniformes ou comemorativos.
Em 1995, foi relançada a camisa Papagaio de Vintém em homenagem ao centenário do clube. Nos anos seguintes, a equipe chegou a jogar toda de preto, com camisa preta e menos listras vermelhas, camisa vermelha e até com a camisa azul e dourada lá do começo do século XX, mas que não caiu no gosto dos torcedores e deu um ar de “tabajara” ao time. Em 2009, o time usou pela primeira vez em 25 anos um uniforme limpo e sem patrocínio, algo que parece ter inspirado o clube a conquistar o título do Campeonato Brasileiro daquele ano (já com camisas patrocinadas).
Desde então, o clube segue fiel a sua história e cores trajando sua inconfundível camisa rubro-negra, que caiu no gosto de milhões de torcedores espalhados pelo Brasil e pelo mundo.
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