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Grandes jogadores em comum na história de Flamengo e São Paulo

 

Por Guilherme Diniz

 

Rivais na final da Copa do Brasil de 2023, Flamengo e São Paulo já realizaram jogos memoráveis ao longo da história – e você pode conferir nesta matéria especial os principais deles. Um fato curioso é que a dupla também já teve grandes jogadores em comum e até ídolos que brilharam tanto com a camisa rubro-negra quanto com a tricolor. Confira a seguir!

 

Leônidas da Silva

Sem dúvida alguma, o Diamante Negro foi o mais emblemático jogador a vestir as duas camisas. Após ser campeão estadual pelo Botafogo e pelo Vasco, Leônidas chegou ao Flamengo em 1936 como dono de seu próprio passe. Na Gávea, Leônidas se tornou uma estrela em definitivo e ajudou, ao lado de Domingos da Guia, Fausto dos Santos, Valido, Jarbas e Alfredo González a popularizar o Flamengo não só pelo Rio de Janeiro, mas também pelo Brasil, transformando o rubro-negro em um clube de massa. Com vários gols, jogadas maravilhosas e um temor constante para qualquer equipe adversária, o craque venceu o Carioca de 1939 após ser artilheiro da Copa do Mundo da França, em 1938, com 7 gols. O Diamante Negro é ate hoje o jogador com maior média de gols em toda a história do Flamengo: 1,02 gol por jogo.

Após brilhar pelo Mengão, Leônidas foi contratado em 1942 a peso de ouro pelo São Paulo. Mesmo com tanto talento e um futebol primoroso, houve um grande questionamento por causa do alto valor pago pelo clube: 200 contos de réis, a contratação mais cara da história do futebol brasileiro na época e que muitos pensaram que era uma tremenda mentira pelo fato de o anúncio ter sido feito num dia 1º de abril. 

Porém, foi Leônidas quem transformou para sempre a história do tricolor e acabou de vez com o estigma de que o clube não podia brigar com os rivais Corinthians e Palmeiras. Não só brigou como goleou, atropelou e dominou, provando que “a moeda podia, sim, cair em pé”. Com Leônidas, o São Paulo virou grande, fez história e catapultou sua trajetória dali em diante. Artilheiro pleno do time nos anos 1940, o craque provou que mesmo com mais de 30 anos ainda podia jogar muito futebol. Disputou 211 jogos e marcou 144 gols pelo São Paulo entre 1942 e 1950. É o 8º maior artilheiro da história do clube. Coisa de craque imortal. Leia mais sobre ele clicando aqui!

 

Zizinho

Ele foi o ídolo de Pelé. E todos, sem exceção, admiravam sua valentia, seu talento e sua genialidade em atacar, armar jogadas, cabecear, chutar e ver o jogo como ninguém poderia ver. Seu futebol era vistoso, bonito de se ver. Na Gávea ou no Maracanã, dava aula e se exibia para todos com seu jeito arisco de ser. Zizinho foi o primeiro ídolo com a letra Z no Flamengo e um craque que ditava as ações do meio de campo e não tirava a perna nas divididas. Mestre Ziza conseguiu espaço em um time de feras do Flamengo na década de 1940 e teve a honra de jogar ao lado de craques como Domingos da Guia e Leônidas da Silva. Zizinho é um dos maiores artilheiros da história do Flamengo com 146 gols.

Já consagrado por suas passagens pelo Flamengo e pela seleção brasileira, Zizinho aceitou o desafio de jogar no São Paulo, em 1957, já veterano e com 35 anos. Mestre Ziza era visto com desconfiança pela imprensa paulista, mas mostrou que ainda tinha lenha para queimar. O craque conduziu o tricolor de Poy, Mauro Ramos, Gino Orlando e Canhoteiro ao título do Campeonato Paulista daquele ano com uma vitória decisiva por 3 a 1 sobre o Corinthians de Gylmar e Cláudio no Pacaembu. 

Pelé e Zizinho: troca de trono no futebol brasileiro.

 

Foram 67 jogos pelo São Paulo e 27 gols. Foi pelo São Paulo, inclusive, que Zizinho enfrentou, sem saber, um fã: Pelé, então com 17 anos, que viu seu grande ídolo em 1957 na goleada de 6 a 2 do tricolor pra cima do Peixe. Naquele jogo histórico, acontecia a troca de majestade no futebol brasileiro: saía Ziza, melhor brasileiro dos anos 1940 e 1950, e entrava Pelé, melhor dos anos 1960, 1970 e da eternidade. Leia mais sobre Zizinho clicando aqui!

 

Gérson

Ele não era muito de cabecear, não gostava de marcar, costumava ficar centralizado em uma posição, tinha cara amarrada e nenhuma papa na língua. No entanto, aquele meia-armador tinha uma perna esquerda capaz de verdadeiras obras de arte e de realizar lançamentos superiores a 40 metros de distância como quem os fazia com as mãos. Ninguém jamais lançou como ele e com tamanha precisão. Ninguém colocou bolas nos peitos, pés e cabeças de tão longe e com tanta classe. E nenhum jogador na história do futebol brasileiro foi tão precioso como um legítimo armador de jogadas e, claro, gols, como Gérson, “cérebro” da Seleção Brasileira campeã da Copa do Mundo de 1970, no México, e ídolo em todos os clubes por onde passou. 

O Fla de 1961. Em pé: Joubert, Ari, Bolero, Jadir, Carlinhos e Jordan. Agachados: Othon, Moacir, Henrique, Gérson e Babá.

 

O Canhotinha de Ouro foi revelado pelo Flamengo no final da década de 1950 e, em apenas um ano como profissional, já recebeu sua primeira convocação para a Seleção Brasileira. Pelo Fla, Gérson entrou no esquema tático do técnico Fleitas Solich, se entendeu com Jordan, Joel, Henrique e Dida e faturou, no ano de 1961, o título do Torneio Rio-SP, uma das principais competições do país na época. O Flamengo disputou 12 jogos, venceu oito, perdeu quatro e marcou e sofreu 22 gols. Gérson anotou seis tentos e cravou de vez seu espaço no time. O craque foi um dos destaques do último ano do Rolo Compressor e só não ficou mais no time por causa de desentendimentos com o técnico Flávio Costa em 1963, que fizeram com que ele fosse para o Botafogo.

Foto: Acervo / Placar.

 

Após brilhar no alvinegro, Gérson foi contratado no final de 1969 pelo São Paulo e, após o título na Copa do Mundo, o Canhotinha teve a missão de tirar o Tricolor da fila no Campeonato Paulista. E ele conseguiu mais do que isso. Capitão e líder em campo, o meia levou o time do Morumbi ao título estadual de 1970 e ao bicampeonato em 1971. Jogando ao lado de Pedro Rocha, Toninho Guerreiro, Pablo Forlán, Roberto Dias e Terto, Gérson teve o apoio necessário para fazer do São Paulo um dos principais times do Brasil naquele começo de anos 70. Ainda em 1971, o craque bem que ajudou, mas o São Paulo não conseguiu vencer o primeiro Campeonato Brasileiro da história, que acabou ficando com o Atlético-MG.  Leia mais sobre ele clicando aqui!

 

Gilmar Rinaldi

Desde Waldir Peres que o São Paulo não tinha um goleiro tão eficiente debaixo das traves como Gilmar naquela segunda metade de anos 1980. Seguro, sortudo e falador, Gilmar marcou época no Morumbi e foi essencial para os títulos estaduais no período de 1985, 1987 e 1989 e principalmente na conquista do Brasileiro de 1986, quando ganhou a Bola de Prata. Gilmar jogou no São Paulo de 1985 a 1990 e acumulou 253 partidas. Após brilhar no tricolor, o goleiro chegou já experiente ao Flamengo, com 31 anos, e conseguiu a titularidade ao longo de 1991. Com a regularidade de sempre e grandes defesas, faturou o Carioca e o Brasileiro de 1992, seu terceiro troféu nacional. Foi convocado para a Copa de 1994 e esteve no elenco campeão do mundo. Jogou no Fla até 1994 e disputou 239 jogos.

 

Leonardo

Com apenas 17 anos, Leonardo foi lançado ao time titular do Flamengo em 1987 e ajudou a equipe a vencer a Copa União daquele ano. Era o prenúncio de uma carreira de sucesso e de um dos mais talentosos laterais do futebol brasileiro. Inteligente, rápido, com passes precisos e uma rara noção tática, Leonardo jogou por pouco tempo no rubro-negro, mas o suficiente para ficar na história do clube. Por ser muito técnico, jogou durante muitos anos como meia. Em 1990, foi para o São Paulo e teve duas grandes passagens pelo clube. 

Em pé: Leandro, Zé Carlos, Andrade, Edinho, Leonardo e Jorginho. Agachados: Bebeto, Aílton, Renato Gaúcho, Zico e Zinho. Esse era o Fla de 1987…

 

Antes lateral, Leonardo (à direita) foi deslocado para o meio de campo e foi um grande camisa 10 no São Paulo de Telê em 1993. Foto: Arquivo / São Paulo FC

 

Na primeira, entre 1990-1991, ajudou na conquista do Brasileiro de 1991, vencendo inclusive a Bola de Prata. Na segunda, entre 1993-1994, ganhou o Mundial de Clubes e outros títulos internacionais atuando na maioria das vezes como meia-esquerda, uma das posições que consagraram o jogador em sua carreira. Muito técnico, com notável visão de jogo e intelectual, foi um dos grandes futebolistas brasileiros do final dos anos 1980 e em toda a década de 1990. Foi campeão do mundo com a seleção em 1994 e esteve no time vice-campeão mundial em 1998.

 

Júnior Baiano

Um dos mais célebres zagueiros dos anos 1990, Júnior Baiano despontou no time do Flamengo campeão da Copa SP de Futebol Júnior de 1990 – ele fez inclusive o gol do título contra o Juventus -, mas ganhou espaço no time profissional já em 1988. Alternava grandes jogos com outros esquecíveis, uma constante em sua carreira. Mas, naquela época, foi mais vigoroso e regular, além de aparecer no ataque tanto em jogadas aéreas quanto em investidas pontuais. É um dos maiores zagueiros-artilheiros da história do Flamengo com 33 gols em 337 jogos nas três passagens que teve pelo clube. Foi zagueiro, também, da seleção brasileira, vestindo a amarelinha em 25 oportunidades, incluindo a Copa de 1998.

No começo de 1994, o zagueiro foi contratado pelo São Paulo e o técnico Telê Santana ajudou demais no amadurecimento do jogador e transformou Júnior Baiano em um grande marcador, líder dentro de campo e com melhor senso de posicionamento. Entre 1994 e 1995, o zagueiro ajudou o tricolor a vencer a Recopa Sul-Americana de 1994 e a alcançar a final da Copa Libertadores do mesmo ano, quando o time paulista acabou derrotado pelo Vélez Sarsfield. Em 81 jogos pelo São Paulo, Júnior Baiano anotou 11 gols.

 

Ronaldão

O zagueirão considerado “de pouca técnica” jogou muito sobre a batuta de Telê. Além de atuar na zaga, ele ia bem também na lateral e no meio naquele time imortal do começo dos anos 1990. Ronaldão vestiu a camisa tricolor de 1986 até 1994 e colecionou títulos no Morumbi: foram 13 troféus, contando apenas os oficiais. Referência no setor defensivo, disputou mais de 290 jogos pelo tricolor até se transferir para o futebol japonês, em 1994. Em meados de 1995, foi jogar no Flamengo e curiosamente foi campeão da Copa Ouro daquele ano em cima do São Paulo, após vitória rubro-negra na final por 3 a 1 – o zagueiro, inclusive, foi capitão do time carioca. Na época, Ronaldão fez uma elogiada – e temida! – dupla de zaga com Júnior Baiano, quando este retornou do futebol alemão. Em 98 partidas pelo Flamengo entre 1995-1996, Ronaldão marcou dois gols.

 

Válber

 

Um dos mais polivalentes jogadores do futebol brasileiro nos anos 1990 – podia atuar como zagueiro, volante, lateral e meia – Válber foi um dos principais nomes do super São Paulo bicampeão mundial em 1992 e 1993. Muito técnico, tinha categoria para sair jogando, iniciar contra-ataques e dava passes precisos, além de ser perito no desarme e ter enorme senso de posicionamento – Telê Santana dizia que ele tinha mais potencial que Franco Baresi!. Em 1993, inclusive, Válber enfrentou Baresi na final do Mundial de Clubes daquele ano e se deu bem: vitória do São Paulo por 3 a 2. Depois de tantos títulos e 158 jogos, deixou o tricolor para jogar no Flamengo, em 1995, mas não teve a mesma sequência como nos tempos de São Paulo. Faturou apenas o Campeonato Carioca de 1996. Foram 39 jogos e três gols pelo Fla no período.

 

Luizão

 

O atacante multicampeão por onde passou teve duas passagens curtas tanto por São Paulo quanto pelo Flamengo, porém, em ambas ele foi decisivo (e campeão, claro). Pelo tricolor, em 2005, Luizão anotou cinco gols (um deles na final) e ajudou o São Paulo a conquistar a Copa Libertadores daquele ano. Fez uma memorável dupla de ataque com Amoroso e brilhou, também, na conquista do Campeonato Paulista. Um ano depois, foi jogar no Flamengo e, embora tenha sofrido com as lesões, teve tempo para ajudar o Fla a conquistar a Copa do brasil de 2006, quando marcou um gol nos 2 a 0 sobre o Vasco no primeiro jogo da final.

 

Reinaldo

Revelado pelo Flamengo, o atacante jogou de 1999 até 2003 na Gávea e foi um dos principais atletas do time no período, ajudando o Flamengo a vencer torneios estaduais e também a Copa Mercosul de 1999, primeiro grande torneio sul-americano do clube desde a Libertadores de 1981. Em 2001, ainda ajudou o Fla a levantar a Copa dos Campeões diante do São Paulo de Kaká. Em 132 jogos pelo Flamengo, Reinaldo anotou 47 gols, a maioria em jogos decisivos.

Foto: Ana Carolina Fernandes / Folhapress.

 

Em 2002, o atacante foi jogar no São Paulo para tentar suprir a lacuna deixada pela saída do atacante França, que foi jogar no futebol alemão. Jogando ao lado de Luís Fabiano, Reinaldo fez uma das mais temidas duplas de ataque do futebol brasileiro na época, mas a parceria acabou não rendendo títulos. Ele acabou deixando o Morumbi em 2003 para jogar no PSG. Em 80 jogos pelo São Paulo, Reinaldo marcou 37 gols.

 

Adriano

Outra cria das bases do Fla, Adriano foi sem dúvida um dos maiores atacantes do futebol mundial nos anos 2000 e só não teve uma carreira muito mais longeva por causa dos problemas pessoais que viveu. Mesmo com uma trajetória relativamente curta, marcou seu nome na história do clube principalmente pelo ano mágico de 2009, quando foi artilheiro e um dos principais nomes do time que encerrou o jejum de títulos no Campeonato Brasileiro.

Foi ídolo do torcedor e sempre mostrou seu amor ao Flamengo. Em 94 jogos pelo Mengo, Adriano anotou 46 gols. Antes de brilhar no Brasileirão de 2009, Adriano teve uma curta passagem por empréstimo pelo São Paulo, em 2008, quando ajudou o tricolor a alcançar as quartas de final da Copa Libertadores – o time do Morumbi foi eliminado pelo Fluminense. Mesmo assim, em 28 jogos, Adriano marcou 16 gols. 

 

Rodrigo Caio

O zagueiro que ganhou títulos e virou um dos principais nomes do Flamengo entre 2019-2020 teve uma passagem conturbada pelo São Paulo, clube que o revelou. Jogando de 2011 até 2018 no Morumbi, Rodrigo Caio alternou altos e baixos, jogou como zagueiro e também lateral-direito, mas nunca conseguiu realmente brilhar no tricolor, que viveu no período momentos de seca de títulos e muitos problemas administrativos. Já pelo Fla, Rodrigo Caio foi uma das grandes surpresas do time na temporada de 2019 com grandes jogos e muita regularidade. Passou a ter mais segurança com o técnico Jorge Jesus, e, ao lado de Pablo Marí, acabou com os problemas defensivos que tanto assolaram o time nos últimos anos. Marcou, inclusive, cinco gols em suas investidas ao ataque. 

Pelo SPFC, Rodrigo Caio teve altos e baixos, mas foi campeão olímpico com a seleção em 2016. Foto: Acervo / SPFC.

 

No Fla, o zagueiro deu a volta por cima. Foto: Renato Pizzutto / BP Filmes.

 

Se destacou, também, pelos desarmes e neutralização de jogadas dos rivais, embora tenha sofrido com atacantes mais habilidosos em determinados jogos. Mesmo assim, o zagueiro marcou seu nome no clube em um ano mágico, cabalístico, tão importante quanto 1981, pois fez ressurgir o Flamengo para o futebol internacional e colocou o rubro-negro no tão falado “outro patamar”. Em 2020, Rodrigo Caio seguiu titular, mas sofreu com as lesões que impediram uma sequência maior de partidas. Os problemas físicos, inclusive, acabaram virando rotina e ele segue sem ter uma grande sequência de jogos desde 2021.

 

Rogério Ceni

 

Foto: Alexandre Vidal / Flamengo.

 

O maior goleiro-artilheiro de todos os tempos e ídolo do São Paulo aparece por aqui por causa de sua passagem como técnico do Flamengo entre 2020-2021, quando ajudou o rubro-negro a levantar o título brasileiro de 2020. O jogo que definiu a conquista, inclusive, foi contra o São Paulo, no Morumbi. O Fla saiu derrotado (2 a 1), mas nem o revés atrapalhou a conquista da equipe carioca. Ceni permaneceu até julho de 2021, quando acabou demitido mesmo com quase 60% de aproveitamento.

 

Se colocássemos esse time no papel, poderíamos escalar o Fla-São Paulo com Gilmar no gol; Leonardo e Válber nas laterais; Júnior Baiano e Ronaldão na zaga e Gérson e Zizinho compondo o meio de campo. Na frente, Leônidas ficaria mais centralizado, com Reinaldo e Adriano mais abertos e Luizão no meio.

 

Nessa outra versão, Rodrigo Caio entra no lugar de Júnior Baiano. 

 

Rodrigo Caio poderia atuar, também, como lateral-direito, deslocando Válber para a zaga ao lado de Ronaldão.

 

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