Grandes feitos: Campeão do Campeonato Paulista (1996) e Vice-Campeão da Copa do Brasil (1996). Embora tenha durado apenas seis meses, é tido como um dos maiores esquadrões da história do futebol brasileiro e teve a melhor campanha da história do profissionalismo no Campeonato Paulista.
Time-base: Velloso; Cafu, Sandro Blum (Cláudio), Cléber e Júnior; Flávio Conceição e Amaral (Galeano); Djalminha e Rivaldo; Müller (Elivélton) e Luizão. Técnico: Vanderlei Luxemburgo.
“Terror Alviverde”
Por Guilherme Diniz
Você se lembra de algum time que causava medo nos adversários? Digo medo mesmo, pânico, pavor. Difícil, não é mesmo? No futebol moderno é cada vez mais raro isso acontecer. No futebol brasileiro, ainda mais. Há mais de 20 anos que não surge um time daqueles capazes de destroçar um rival com requintes de crueldade, com um apetite voraz. Tivemos grandes esquadrões nesse período, a maioria relembrada aqui no Imortais. Só que nenhum foi como um time que encantou demais e durou de menos. Seis meses. 45 jogos. 138 gols marcados. 29 gols sofridos. Média de 3,06 gols por jogo. O prenúncio veio já na pré-temporada, com uma goleada de 6 a 1 sobre um time que viria a ser campeão europeu e mundial no ano seguinte (o Borussia Dortmund-ALE). No Campeonato Paulista, 27 vitórias, dois empates e apenas uma derrota. Foram 102 gols naquele título conquistado com uma facilidade jamais vista na história. Paralelo à disputa, eles faziam vítimas também na Copa do Brasil. Ninguém escapava. Até chegar uma fatídica final e a mais previsível das taças ser perdida por fatores extraordinários, que poderiam ter sido evitados. Mas o legado já estava escrito, apresentado, imortalizado. O que a Sociedade Esportiva Palmeiras jogou naquele primeiro semestre de 1996 no futebol brasileiro foi algo único, sublime, inesquecível. Um time veloz. Goleador. Que não queria saber de olé. Queria bola na rede. Os adversários eram destroçados sem dó. Placares como 4 a 0, 6 a 0, 8 a 0, eram normais. Quase sempre iniciados nos 15, 20 minutos. Do primeiro tempo. Eram minutos de terror. Terror alviverde.
Terror de personagens como Cafu e Júnior e suas subidas constantes ao ataque em velocidade. Terror de zagueiros como Sandro e Cléber, que não tinham o que fazer lá atrás e iam aprontar nas zagas rivais. Terror de Flávio Conceição e Amaral, além de Galeano, marcadores, tomadores de bola e que trabalhavam para a linha de frente da demolição. Avassaladora. Djalminha, o homem dos dribles, da classe, que deixava os adversários no chão. Rivaldo, o gênio que estava com os dias contados para brilhar na Europa, mas não antes de deixar gravado na retina dos torcedores seus gols, oportunismo, visão, arte. Müller, reinventado, armava jogadas e usava sua experiência para abrir caminhos no ataque e municiar Luizão, o centroavante nato, jovem, ávido por gols e mais gols. E ainda tinha Elivélton. E o técnico Vanderlei Luxemburgo, em tempos de brilho, tempos em que era um dos maiores treinadores do Brasil, escrevendo apenas o começo de uma carreira recheada de títulos e grandes times. É hora de relembrar a trajetória incrível desse autêntico Alviverde Imponente.
Do descanso à montagem da máquina
Após o início da vertiginosa injeção de capital promovida pela Parmalat, o Palmeiras conseguiu iniciar a década de 90 de maneira bastante promissora e cheia de títulos. Em 1993, a equipe destroçou um jejum de 16 anos sem taças, faturou campeonato Estadual, Brasileiro e deu verdadeiros shows com um esquadrão que o Imortais já relembrou aqui. Em 1995, a equipe perdeu o técnico daquele timaço (Luxemburgo), nomes importantes como Roberto Carlos, Mazinho, Edílson e Edmundo deixaram o clube e o então time que vencia tudo e todos acabou uma temporada em jejum. Perdeu o Paulista para o rival Corinthians. Na Libertadores, fez uma boa campanha na primeira fase, mas acabou eliminado pelo Grêmio nas quartas de final em dois jogos eletrizantes. No primeiro, deu tricolor: 5 a 0. No segundo, o Verdão quase conseguiu a classificação em um incrível 5 a 1 que você pode relembrar clicando aqui.
Comandado por Carlos Alberto Silva, o time ainda conseguia fazer bons jogos, mas faltavam jogadores de renome no meio de campo e no ataque para levar aquele time de volta à rota dos títulos. A diretoria começou a pensar já no ano seguinte em novembro de 1995, quando trouxe de volta o técnico Vanderlei Luxemburgo, que estava no Paraná Clube e vinha de uma passagem pífia pelo Flamengo no começo daquele ano – o rubro-negro investiu pesado e acabou passando em branco no ano de seu centenário, perdendo a final do carioca para o Fluminense, com o lendário gol de barriga de Renato Gaúcho.
Com a experiência de ter sido o comandante do esquadrão de 1993-1994, Luxa ganhou a certeza de reforços para ajudar naquele novo trabalho. E eles vieram cedo. Destaques do Guarani naquela época, os jovens Luizão e Djalminha foram contratados prontamente no final do ano. Para a lateral-esquerda, Júnior seria contratado em 1996 para preencher a vaga deixada por Roberto Carlos. Com esse trio e a manutenção dos bons nomes que já estavam no time como Velloso, Cléber, Galeano, Amaral, Rivaldo e Müller, Luxemburgo começou a treinar aquele elenco e ver o que poderia ser feito. E, para a felicidade alviverde, aquele time daria (muita) liga.
Na pré-temporada, Luxemburgo começou a testar o poder de fogo de seus comandados. Armou o time com Velloso no gol, Cléber e Sandro na zaga, os velozes e habilidosos Júnior e Cafu nas laterais e Flávio Conceição e Amaral no meio de campo, além da possibilidade de Galeano atuar por ali também em algumas partidas. Mas era do meio para frente que a coisa engrenava. Os meias eram Rivaldo e Djalminha. Ambos técnicos, inteligentíssimos, capazes de decidir jogos sozinhos, com um chute, um passe, uma jogada. E, no ataque, Müller se transformou em uma invenção do treinador.
Como já estava com 30 anos e sem a velocidade de antes, Luxa fez com que ele usasse seu conhecimento para abrir espaços na zaga e efetuar passes precisos e na medida para o centroavante de ofício Luizão, uma verdadeira máquina de gols na época. Jogando mais recuado, Müller seria um dos principais nomes para aquela engrenagem funcionar. O volume de jogo do time nos treinos era impressionante. A velocidade, contagiante. E os gols, em profusão. Mesmo com tantas estrelas no setor ofensivo, Luxa conseguia ter um time forte, também, na defesa, com a força e entrosamento dos zagueiros, o fôlego para ir, voltar e marcar dos laterais e a aplicação tática incrível de Amaral, Flávio Conceição e Galeano.
Além de tudo isso, o jeito de comandar de Luxemburgo também fazia a diferença. Titular ou reserva, cada jogador era treinado da mesma maneira. Ele queria o máximo de cada um, um elenco disposto a vencer tudo e todos, sem brigas, sem vaidade, sem guerra de egos, todos amigos. Em uma partida, se ele precisasse tirar alguém com 15 minutos de jogo ele tirava, pois sabia que o substituto poderia fazer a diferença. Era treinar, jogar e ganhar. Foco máximo de um técnico brilhante na época, sem dúvida alguma um dos maiores do Brasil.
No dia 19 de janeiro de 1996, o primeiro jogo amistoso foi contra o Grêmio, então campeão da América e que tinha perdido o Mundial Interclubes do ano anterior apenas nos pênaltis para o fortíssimo Ajax-HOL. Os gaúchos tinham um timaço comandado por Felipão e nomes como Arce, Rivarola, Émerson, Paulo Nunes e companhia. Mesmo sem sua força máxima, o Palmeiras venceu por 2 a 1 de virada e começou com o pé direito a temporada. Dias depois, a equipe foi até o estádio Castelão, em Fortaleza (CE), disputar o torneio amistoso Euro-América ao lado de Flamengo e Borussia Dortmund-ALE, campeão alemão, um dos principais times europeus da época e que seria campeão da Liga dos Campeões da UEFA de 1996-1997 e do Mundial Interclubes de 1997. E, no duelo contra os germânicos, o Palmeiras aplicou uma sonora goleada de 6 a 1 que fez os aurinegros perderem o rumo de volta pra casa. Rivaldo marcou três. Luizão, Cafu e Elivélton fecharam a conta. E provaram o poder do ataque alviverde. Contra o Flamengo, empate em 1 a 1 e título simbólico ao time paulista. Aqueles jogos foram apenas prenúncios. O Campeonato Paulista iria começar três dias depois para as apoteoses daquele esquadrão.
De quanto vai ser?
O Paulistão de 1996 seria disputado em turno e returno por 16 equipes. Os campeões de cada turno fariam a final após as 30 rodadas. Se um mesmo time vencesse os dois turnos, ele obviamente seria o campeão sem a necessidade de uma final. A estreia do time alviverde foi em casa, contra a Ferroviária. Resultado: 6 a 1. Em seguida, veio o Novorizontino, fora, e outro massacre: 7 a 1. Três dias depois, uma vitória magra por 3 a 0 sobre o Mogi Mirim e o empate sem gols contra o União São João na sequência fez todos acreditarem que a “potência” daquele Palmeiras havia minguado. Ledo engano. A equipe goleou o Juventus em casa por 4 a 1, bateu o São Paulo por 2 a 0, venceu a forte Portuguesa da época por 3 a 1 e, na primeira fase da Copa do Brasil, massacrou o Sergipe por 8 a 0 com quatro gols de Luizão. Em março, primeiro derby do ano contra o Corinthians e vitória por 3 a 1, com gols de Djalminha (com menos de um minuto de jogo!), Júnior e um contra de Célio Silva. Contra o Guarani, em casa, o Verdão venceu por 3 a 1, e, em dois jogos fora de casa, bateu o Araçatuba por 2 a 1 e o Botafogo de Ribeirão Preto por 8 a 0, com direito a cavadinha de Djalminha em cobrança de pênalti. Esse foi um jogo marcante para o goleiro Velloso, um mero espectador do baile alviverde:
“Foi a maior goleada que eu participei na minha carreira e uma coisa engraçada naquele jogo foi que o garoto do placar não tinha nem a plaquinha para colocar dos gols que o Palmeiras tinha feito!”. – Velloso, em entrevista ao documentário “20 anos do Paulista de 1996”, da TV Palmeiras. Detalhe: o placar de Ribeirão só tinha até o número 7, não tinha o número 8. Com isso, parou no 7 mesmo…
Nos dois jogos seguintes, mais duas goleadas: 4 a 1 no Rio Branco e 6 a 0 no América-SP, com dois de Luizão, dois de Rivaldo, um de Djalminha e um de Müller, um show do quarteto ofensivo do Palmeiras. Líderes inquestionáveis e avassaladores, os alviverdes já eram elogiados por todos pelo futebol apresentado e pelo volume de jogo. Mas um fato chamava a atenção: a maneira como os placares eram construídos. A equipe marcava quase sempre antes dos primeiros 20 minutos de cada tempo. Começava sempre de maneira alucinante, rápida, para atordoar o adversário. Eram golpes e mais golpes seguidos. Chances e mais chances criadas. Bolas na trave, trabalho danada para os goleiros e nada de morosidade: Luxemburgo queria ver gol.
“Ele (Luxemburgo) não falava para a gente tocar a bola após um 2 a 0. Ele pedia para a gente ir pra cima. Falava que éramos superiores, que tínhamos que fazer mais gols”. – Djalminha, em entrevista ao documentário “20 anos do Paulista de 1996”, da TV Palmeiras.
Ninguém mais perguntava se o Palmeiras iria vencer. Era óbvio. A pergunta que todos faziam era: “De QUANTO vai ser?”. E a maior apresentação daquele esquadrão seria a máxima de tudo isso e mais um pouco. E justamente em um território tão acostumado a bailes e apresentações de gala: a Vila Belmiro.
Campeões invictos
No dia 24 de março de 1996, a Vila Belmiro estava tomada por quase 15 mil pessoas. A grande maioria era palmeirense. O Santos vinha com alguns desfalques, mas tinha as armas do time que havia sido vice-campeão brasileiro no ano anterior como Jamelli, Giovanni, Marcelo Passos, Gallo e companhia. O Palmeiras foi praticamente completo. Quando a bola rolou, a Vila Belmiro presenciou um dos maiores shows da história do Palmeiras. Com menos de um minuto, Cafu se mandou pela direita, fez fila e quase marcou um golaço. Logo aos 4’, Rivaldo abriu o placar de cabeça. Aos 16’, Cléber, também de cabeça, ampliou. Apenas sete minutos, depois, o mesmo Cléber, de cabeça, fez 3 a 0
Na comemoração, foi ao banco e perguntou para Luxemburgo: “Professor, o que está acontecendo comigo?”. Luxa respondeu: “E eu é que sei?!”. O que todos sabiam era que aquele Palmeiras jogava muito. O placar de 3 a 0 era uma afronta à realidade. Deveria estar 8 a 0 tamanha superioridade e com base nas chances criadas até aquele momento – bola no travessão, chutes raspando as traves, voleio defendido pelo goleiro, chutes e mais chutes salvos pelo arqueiro alvinegro.
No segundo tempo, Cafu, aos 13’, fez o quarto. Djalminha, de pênalti, aos 36’, fez o quinto. E Rivaldo, aos 41’, fechou a conta: 6 a 0. Virou três. Acabou seis. Foram ao menos 20 chances reais de gol. A máquina mortífera alviverde era campeã invicta do primeiro turno. Um time que ousava jogar como um time uma vez jogou naquela Vila Belmiro, diziam os românticos do futebol. Mas com uma diferença: o Santos de Pelé fazia seis, sete gols, mas deixava o adversário jogar e marcar. O Palmeiras fazia seis, sete, mas não levava gols. Era impressionante. Uma ode ao futebol, ao espetáculo. Leia mais sobre esse jogo clicando aqui!
Dias depois, veio outra goleada para encerrar de vez o primeiro turno – 4 a 0 no XV de Jaú – e vitória por 2 a 1 em outro duelo pela Copa do Brasil, a ida, contra o Atlético-MG de Taffarel, Doriva e Euller. Já estávamos em abril. E o Palmeiras não sabia o que era derrota. Eles não tinham limites. Para se ter uma ideia, no primeiro turno do Paulista, foram 61 gols marcados em 15 jogos, média de 4,06 gols por jogo, além de 14 vitórias e um empate. Das 14, nove foram de goleada.
A fama percorre o mundo
No início do returno, o Palmeiras seguiu impossível: fez 5 a 1 na Ferroviária, fora de casa, 4 a 0 no Novorizontino, em casa, e bateu o Mogi Mirim de virada por 2 a 1, fora. No dia 16 de abril, a equipe recebeu o Atlético-MG pela volta da Copa do Brasil e trucidou os alvinegros: 5 a 0, dois gols de Rivaldo, um de Cléber, um de Müller e outro de Cafu. Após o jogo, uma história curiosa contada por Clóvis Rossi, da Folha de S. Paulo, em 1996. Os jogadores mineiros voltaram ao hotel no qual estavam hospedados, na região da Avenida Paulista, e chegaram em silêncio, cabisbaixos, ao restaurante. Mudos, nem se dirigiram ao garçom para pedir uma água. Só Taffarel que quebrou o silêncio e disse: “Eles foram muito cruéis com a gente”. Isso mesmo. O goleiro tetracampeão mundial com a seleção em 1994 tinha a humildade em dizer com todas as letras aquilo.
Era uma unanimidade. Um time que tinha uma média de quatro gols (eu disse QUATRO) por partida. Uma fama que foi parar do outro lado do Atlântico e estampou as páginas da tradicional revista italiana “Guerin Sportivo”. A manchete foi bilíngue: “Bianco, rosso e Verdão” (branco, vermelho e verde, as cores da bandeira italiana, e uma alusão ao apelido do Palmeiras). Em seguida, o texto começa com: “Massacram. Humilham. Vencem. Marcam”. Para continuar: “A orquestra do Palmeiras conta com 11 diretores e outros tantos primeiros-violinos”. Isso porque o time paulista disputava apenas o campeonato estadual e ainda engatinhava na Copa do Brasil! Leal, técnico do América na época, também comentou sobre o Palmeiras:
“Eles atacam com os alas, a gente tenta neutralizar os alas. Aí, eles atacam pelo meio, e você tenta neutralizar também o meio. Aí, eles vêm na diagonal, e a gente tenta bloquear a diagonal. Se a gente consegue mesmo bloquear tudo, aí vem o Cléber de trás e marca”.
Nos dois jogos seguintes, mais dez gols: 5 a 0 no União São João e 5 a 1 no Juventus – mesmo sem Cléber, Rivaldo, Luizão e Cafu. Contra o São Paulo, no dia 28 de abril, vitória por 3 a 2 – raro momento em que a defesa levou “absurdos” dois gols. E, em seguida, vitória por 2 a 1 sobre a Portuguesa no Canindé. Eram 21 vitórias seguidas desde fevereiro. Que só não virou 22 porque o time empatou em 2 a 2 com o rival Corinthians. Até aquele duelo, eram 23 jogos, 21 vitórias e dois empates no torneio. 65 pontos vencidos dos 69 pontos disputados, aproveitamento superior a 94%. Somando os amistosos e Copa do Brasil, 29 jogos e 113 gols, média de 3,89 gols por jogo.
E dados curiosos levantados por Rubens Leme da Costa, da Folha, na época: o saldo de gols do time era de 73 gols, simplesmente mais do que a soma dos saldos de Portuguesa (20), São Paulo (9), Corinthians (22), Santos (9) e Mogi Mirim (6), equipes que mais se aproximavam dos alviverdes e que, juntos, tinham 66. Luizão e Müller tinham 32 gols marcados – mais do que oito equipes inteiras (!) do campeonato. O zagueiro Cléber, com seis gols, já era mais artilheiro do que os atacantes Jamelli e Macedo, do Santos, Leonardo, do Corinthians, e Tico, da Lusa. Enfim, a superioridade do Palmeiras era gritante, escandalosa, sem pudor. Assim como seu futebol mortífero.
O primeiro “acidente”
Depois do clássico, o Palmeiras venceu o Paraná Clube por 2 a 0 na partida de ida das quartas de final da Copa do Brasil (gols de Djalminha e Müller) e, pelo Paulista, conheceu sua primeira derrota: 1 a 0 para o Guarani, em Campinas. Luxemburgo queria poupar todos os seus jogadores antes desse duelo por perceber que a maioria estava cansada, mas eles se recusaram a descansar. Queriam jogar, manter a boa fase. Mas Luxa estava certo: os jogadores não mostraram o pique dos jogos anteriores, erraram jogadas fáceis e provaram que eram de carne e osso. Luxemburgo não lamentou a derrota e creditou o revés à má atuação das estrelas do ataque. Teve mérito, também, o Bugre, que vinha em uma crescente para sair da zona de descenso e emendou sua quinta vitória seguida.
A volta por cima veio rápido, com vitórias sobre Araçatuba (3 a 1), Paraná (3 a 1, fora, na volta da Copa do Brasil) e Rio Branco (2 a 1). Já na segunda quinzena de maio, a equipe jogou em casa contra o Botafogo de Ribeirão e goleou por 4 a 0 com três gols de Djalminha (um deles olímpico!), em um jogo especial: foi a estreia como titular do ídolo Marcos, que substituiu Velloso (suspenso pelo terceiro cartão amarelo) no gol alviverde. E não poderia ser melhor: ele defendeu um pênalti. No duelo seguinte, vitória por 1 a 0 fora de casa sobre o América e o título cada vez mais perto. O duelo seguinte seria contra o Santos. Se vencesse, em casa, o Palmeiras seria campeão. Antes, a equipe enfrentou o Grêmio pelo duelo de ida da semifinal da Copa do Brasil e venceu o time de Jardel, Paulo Nunes, Danrlei, Dinho, Luis Carlos Goiano, Carlos Miguel e companhia com um categórico 3 a 1 no Parque Antártica com quase 30 mil pessoas. Djalminha, Rivaldo e Müller fizeram os gols do Verdão. Foi um aquecimento para o título. Era hora da contagem regressiva.
100 gols. E contando…
No dia 02 de junho de 1996, quase 30 mil pessoas lotaram o Parque Antártica para o duelo decisivo entre Palmeiras e Santos. Assim como no primeiro turno, o embate contra o alvinegro praiano poderia dar ao Verdão o título de um turno. Daquela vez, o segundo turno. Com um bônus: o título de Campeão Paulista por antecipação. O Santos ainda tinha esperança, mas era preciso derrotar o Palmeiras por goleada. Mas vamos ser francos: eles não tinham chances. O Palmeiras contava com suas estrelas, seu ataque fulminante e a energia de sempre. Antes de a bola rolar, 99 gols marcados apareciam na tabela de classificação quando alguém procurava por Palmeiras. Ou seja: naquela noite, eles queriam o gol de número 100. Muitos pensaram que haveria alguma tensão, natural em momentos decisivos, mas bastaram seis minutos para tudo correr como nos outros jogos. Júnior passou no meio de campo para Djalminha. O craque deixou com Müller, que ajeitou para Rivaldo. Ele chutou, o goleiro defendeu, mas deu rebote. E, dentro da área, sempre tinha Luizão. Gol. 100 gols. Gol que passou justamente pelos quatro craques. Os quatro jogadores que tanto fizeram por aquele esquadrão. Pronto. A festa estava completa.
No segundo tempo, Cléber, o zagueiro artilheiro que deixou Ronald Koeman com inveja naqueles meses, fez 2 a 0 e sacramentou a vitória alviverde e o título mais justo da história do Campeonato Paulista. Jamais aquela taça poderia ficar com outro clube. Ela era do Palmeiras. Da Sociedade Esportiva dos Gols. Do time mais avassalador do futebol brasileiro naquele primeiro semestre.
Campeão dos sonhos
A campanha no Paulista terminou com vitória por 1 a 0 sobre o XV de Jaú, com vários reservas. Estava consolidada a melhor campanha da história do Campeonato Paulista na era do profissionalismo. Foram 30 jogos, 27 vitórias, dois empates, uma derrota, 102 gols marcados (melhor ataque, óbvio) e 19 sofridos (melhor defesa). Aproveitamento: 92,2%. Impressionantes 83 pontos de 90 disputados – o vice-campeão, São Paulo, teve 55 pontos. Democrático, o Palmeiras não fez o artilheiro do torneio (foi Giovanni, do Santos, com 24 gols), mas sim vários goleadores, sendo os principais:
Luizão: 22 gols
Rivaldo: 18 gols
Djalminha: 15 gols
Müller: 15 gols
Cléber: 7 gols
Elivélton: 6 gols
Foi o título do time que mais encantou, do mais deslumbrante campeão paulista de todos os tempos. Mais até do que os grandes campeões do passado. O time que não se contentava em vencer por pouco. Queria vencer por mais e mais. Que pregava respeito ao adversário justamente marcando gols e não passando a bola para o lado, fazendo gracinha. Jogava futebol. Em sua mais pura essência. Aquele troféu ainda era muito pouco para aquele Palmeiras. Ele merecia mais. Um troféu nacional. Um continental. Um mundial. O primeiro estava quase no papo. Faltava pouco para a final da Copa do Brasil. Era só manter a vantagem sobre o Grêmio na volta e decidir o título nos dois jogos seguintes contra quem quer que fosse. Mas…
Palestrazo
Os ventos antes favoráveis na Copa do Brasil começaram a soprar de maneira diferente já no segundo jogo da semifinal contra o Grêmio, no Olímpico. O Palmeiras abriu o placar com Cláudio logo aos 12’ do primeiro tempo, mas Jardel e Zé Alcino viraram e deram a vitória ao tricolor por 2 a 1. Foi um revés pouco comum para aquele esquadrão tão acostumado às vitórias e recém campeão estadual – o duelo aconteceu cinco dias depois do título. Mesmo assim, a vaga na final foi carimbada. No dia 14 de junho, o Palmeiras foi até o Mineirão lotado para enfrentar o Cruzeiro no primeiro jogo da decisão. Os mineiros, comandados por Levir Culpi, tinham um ótimo time com Dida, Vítor, Nonato, Palhinha, Ricardinho e Marcelo Ramos, mas, respeitosamente, seriam azarões contra o timaço alviverde. Porém, o time paulista viajou com problemas. Cafu, Sandro, Flávio Conceição e Djalminha não iriam jogar. Outra baixa no time era o atacante Müller, que acabou acertando uma transferência para o rival São Paulo às vésperas da final – a notícia saiu no dia 11 de junho, apenas três dias antes do primeiro jogo. Foi um balde de água fria enorme para a torcida e um problema gigantesco para Luxemburgo, que não tinha ninguém com a eficiência tática e técnica do atacante.
“Se você pegar os jogos, em todos sempre teve minha participação, não só em gols, mas em passes para gols. Diziam que eu era o garçom do time, termômetro da equipe. Deixava o Luizão na cara do gol, Rivaldo também, eu tinha isso comigo. Lógico que o pessoal da Parmalat (parceira na época) não se deu conta disso, achavam que não precisavam de mim porque já era um timaço. Mas o grupo não pensava assim, nem o Vanderlei (Luxemburgo). […] Eu queria ter jogado com seguro, mas eles não aceitaram. Eu fiquei triste. Como vou trocar o certo pelo duvidoso? Não queria ter saído nunca do Palmeiras, eu tentei de todas as maneiras a renovação, o time era uma seleção. Como eu ia sair de uma equipe entrosada assim para um time desfigurado que era o São Paulo? Falei para me fazerem um seguro só para essa partida, final é final, é a coroação do trabalho. Queria a todo custo jogar. Depois do jogo era outra coisa, poderiam fazer 50 reuniões… Fiquei triste porque era um título que faltava para mim”. – Müller, em entrevista do diário Lance!, 02 de junho de 2016.
Por tudo isso, o Palmeiras foi completamente desfigurado para Minas. Mas, antes, surgiu outro problema. Ou pior: a diretoria arrumou um problema. Ao invés de deixar o time descansando e se preparando, ela agendou um amistoso contra o Botafogo na semana da decisão. Isso mesmo. Um amistoso (!). No Maracanã. Sem propósito. Com menos de cinco mil pessoas (!!). Foi 1 a 1. Ainda sim, no dia do jogo contra o Cruzeiro, no Mineirão, o Verdão conseguiu um valioso empate em 1 a 1. Na volta, era só ganhar. Por qualquer placar.
No dia 19 de junho, outra vez o Palestra Itália estava lotado. Os jogadores ausentes no primeiro jogo estavam de volta. Mas Rivaldo não estava 100%. Ele sentia dores na virilha esquerda e iria jogar no sacrifício. Não haveria Müller. Nem Flávio Conceição. Nem o coringa Elivélton. Mesmo em um cenário duvidoso, a torcida tinha certeza de que aquele Palmeiras seria campeão. Ainda tinha Luizão. Djalminha. Júnior. Cafu. O zagueiro-artilheiro Cléber. E, com apenas cinco minutos, Luizão abriu o placar para o Verdão após jogada arquitetada por Djalminha, no meio, com um toque genial para Rivaldo, que cruzou para o centroavante completar. Gol com a assinatura dos três remanescentes do quarteto de ouro do título estadual. Mas o time que tanto buscava gols se acomodou. Foi dominado no meio de campo, justo o setor que ele mais dominava. Aos 25’, Amaral falhou e Roberto Gaúcho empatou.
No segundo tempo, o Palmeiras acordou com a mudança de Luxemburgo, que tirou Cláudio e colocou Reinaldo. Pressionou. Obrigou Dida e sua zaga a trabalharem muito. O gol era questão de tempo. Mas a bola estava arredia aos alviverdes. Não entrava nem por reza brava. Em um lance na pequena área, um zagueiro e Dida tiraram duas vezes em cima da linha. Até que, aos 36’, Velloso, tão fundamental no título estadual, não segurou uma bola fácil após cruzamento de Roberto Gaúcho e Marcelo Ramos não perdoou: 2 a 1. Foi a segunda virada que o time sofria naquela Copa do Brasil.
A terceira derrota no semestre. Era o fim. Por mais surpreendente que pudesse parecer, o Palmeiras perdeu. Mas a torcida aplaudiu. Luxemburgo foi consolar Velloso, desolado, que pediu desculpas pela falha no segundo gol. Foi um revés tão inesperado que aquele jogo ficou conhecido como o Palestrazo alviverde, em alusão ao Maracanazo da seleção brasileira em 1950. Foi, também, um divisor de águas. Meses de ouro que embalaram um time encantador estavam prestes a terminar.
Emoldurado para sempre
A dolorosa derrota e consequente perda da vaga direta à Copa Libertadores de 1997 iniciou uma debandada no clube. Rivaldo, Cafu, Luizão, Flávio Conceição e Djalminha foram para a Europa. Luxemburgo foi trabalhar no Santos. E o Palmeiras ficaria mais um ano em jejum à espera de uma nova era de ouro que o Imortais já relembrou aqui. Já se passaram mais de duas décadas e até hoje aquele time do primeiro semestre de 1996 permanece vivo como um dos mais fantásticos e exuberantes esquadrões da história do futebol brasileiro. Nem o próprio Palmeiras de 1998-2000 foi como aquele time. E nenhuma equipe por aqui teve tanto apetite por gols como aquele Verdão. Claro que muita gente ainda tem a petulância de dizer que “ah, fez tudo aquilo em um campeonato estadual, queria ver no Brasileiro”.
Mas, se algum dia você ouvir isso, pergunte a esse alguém se o time dele fez isso em algum estadual desde então. Pois é. Ele vai revirar livros, arquivos e dificilmente vai encontrar um time com 102 gols em 30 jogos, com quase 93% de aproveitamento de pontos nem com a força e o equilíbrio demonstrados por aquele avassalador Verdão. Djalminha, um dos grandes artistas daquela equipe, foi sábio nas palavras sobre a essência daquele Palmeiras. “A gente fez o torcedor desfrutar muito do futebol. Essa é a diferença. Não foi um time que só ganhou, o time ganhou e deu espetáculo. E isso o torcedor não esquece jamais”. Nem o torcedor e muito menos o amante do futebol, grande Djalma. Aquele Palmeiras de 1996 foi um esquadrão imortal.
Os personagens:
Velloso: cria do clube, o goleiro foi um dos maiores ídolos do Palmeiras por mais de uma década e disputou 456 jogos com a camisa alviverde. Dono de reflexos apurados, ágil e muito regular, Velloso foi o dono da meta em boa parte da década de 90. Em 1999, acabou deixando o Palmeiras para jogar no Atlético-MG.
Cafu: craque incontestável, Cafu chegou em 1995 ao Verdão e foi um dos principais atletas da equipe e capitão em várias ocasiões. Pelo lado direito, era um virtuose com a bola nos pés. Rápido, seguro, apoiava e defendia com maestria e podia jogar, também, como meia, a exemplo do que fez em várias ocasiões no São Paulo de Telê. Com tanto poder ofensivo e a proteção que tinha dos volantes e da zaga, atuava como um verdadeiro ala direito naquele timaço e marcou sete gols na temporada. Em sua passagem pelo Palmeiras, disputou 99 jogos e marcou 13 gols. Em 1997, foi jogar na Roma, onde também brilhou e levantou títulos. Leia mais sobre ele clicando aqui.
Sandro Blum: veio do Juventude sem muita badalação, mas se mostrou um ótimo coadjuvante e fez uma dupla de zaga muito entrosada com o xerifão Cléber. Forte e concentrado, dava proteção ao miolo de zaga e não se aventurava tanto no ataque quanto o companheiro. Mesmo assim, ainda marcou dois gols na campanha do título paulista.
Cláudio: podia jogar como zagueiro ou volante e seria o titular do time no começo da temporada, mas uma lesão o tirou de combate e Sandro Blum acabou no onze principal. Mostrava muita força nas disputas mano a mano e era perigoso nas bolas paradas. E foi assim que marcou o gol do Palmeiras no primeiro jogo da final da Copa do Brasil, em uma paulada de fora da área que acertou o ângulo do goleiro Dida. Na volta, jogou como volante e acabou sacado no segundo tempo. Deixou o Verdão para jogar no futebol japonês.
Cléber: cria do Atlético-MG, chegou em 1993 ao Palmeiras para iniciar a melhor fase da carreira no clube paulista. Com força na marcação, ótimo no jogo aéreo e presença de área, “Clebão” foi um ídolo da torcida e um dos principais zagueiros do time até 1999. O título da Copa do Brasil que escapou em 1996 acabou vindo em 1998 justamente contra o algoz Cruzeiro. E, em 2000, o zagueiro levantou o bi da competição curiosamente com o clube de Minas, jogando ao lado do antigo companheiro de Palmeiras, Müller. Cléber disputou 372 jogos e marcou 21 gols pelo Palmeiras entre 1993 e 1999.
Júnior: com apenas 22 anos, veio como promessa após brilhar no Vitória e assumiu de maneira absoluta a lateral-esquerda. Com movimentação, velocidade, bons passes e grande presença no ataque, foi uma das maiores armas daquele timaço. Jogou no clube de 1996 até 2000 e participou de todos os grandes momentos da equipe no período. Foram 334 jogos e 19 gols.
Flávio Conceição: após a saída de Mazinho, Luxemburgo lapidou o volante para que ele assumisse a vaga disponível. E deu certo. Muito consistente, seguro e eficiente tanto na marcação quanto na roubada de bola, Conceição foi um dos grandes volantes da década e rapidamente despertou o interesse do futebol europeu, para onde foi já em 1996.
Amaral: era o “carregador de piano” do time. Brigava, desarmava e destruía as jogadas dos rivais. Muito esforçado, tinha um papel importante no esquema tático para proteger os laterais e dar liberdade para eles atacarem. Após sua primeira passagem pelo clube, de 1993 até 1996, foi para o futebol europeu, retornou ao Brasil e jogou em dezenas de clubes ao longo da carreira.
Galeano: cria das bases, Galeano retornou ao Palmeiras em 1996 e permaneceu até 2002. Foi um dos grandes símbolos do time no período e se destacava pela raça, entrega e regularidade na marcação do meio de campo. Muito identificado com o clube, Galeano disputou 474 jogos e marcou 25 gols pelo Verdão.
Djalminha: jogou de 1996 até 1997 no Palmeiras. Disputou apenas 88 jogos. Marcou 47 gols. Mas tem a eterna idolatria da torcida. Com passes precisos, gols, dribles desconcertantes e uma habilidade rara, Djalminha foi o meia clássico, o camisa 10 em sua mais pura essência, o craque que inspirou a garotada nas peladas de fim de semana, na escola, e impulsionou como nunca a venda de camisas 10 do clube. Foi um dos poucos jogadores a arriscar pênaltis com cavadinha, algo que se tornou uma de suas marcas registradas. Só não teve sucesso na seleção brasileira muito por conta de seu temperamento, que o tirou da convocação para a Copa de 2002, além de não ter figurado entre os escolhidos por Zagallo na Copa de 1998. Na Espanha, brilhou no grande Deportivo La Coruña campeão espanhol e que ousou em duelar contra os gigantes Barcelona e Real Madrid. Leia mais sobre ele clicando aqui!
Rivaldo: o craque jogou ainda mais naquele time de 1996 do que no de 1994. Com a companhia de Djalminha e a proteção dos volantes, pintava e bordava nas zagas rivais e foi um dos destaques daquela campanha inesquecível. Solto, marcava gols, dava passes e mostrava, jogo a jogo, que seria um dos melhores do mundo em pouco tempo. Disputou 126 jogos e marcou 67 gols pelo Palmeiras entre 1994 e 1996. Foi para a Europa, disputou duas Copas do Mundo fantásticas, venceu uma e virou um craque imortal. Leia mais sobre ele clicando aqui.
Müller: ele já não tinha obviamente a velocidade dos anos 80, mas se transformou em um importante garçom e grande arquiteto de jogadas daquele time. Eram passes geniais, atuações impecáveis e um futebol que encantou a todos, fundamental para aquela máquina. Uma pena que tenha saído justo antes da final da Copa do Brasil. Com ele em campo, dificilmente o Palmeiras perderia. Em 2000, o título que ele deixou de ganhar com o Verdão foi conquistado vestindo a camisa do Cruzeiro.
Elivélton: rápido, oportunista e com estrela para ser campeão, o coringa Elivélton podia jogar tanto no ataque como mais recuado, como um legítimo meia, se algum dos quatro titulares não pudesse atuar. Com isso, ele marcou seis gols importantíssimos na caminhada do título. Elivélton brilhou, também, no São Paulo, Corinthians e Cruzeiro, sendo campeão em todos esses clubes.
Luizão: imagine um centroavante ávido por gols e municiado por Djalminha, Rivaldo, Müller e laterais como Cafu e Júnior? Sim, Luizão viveu no paraíso naquele primeiro semestre de 1996. Foi artilheiro do time no Paulista, marcou gols de todos os jeitos e atuou como a grande referência no ataque devastador daquele esquadrão. Deixou o Palmeiras em 1997 para jogar no Deportivo La Coruña-ESP. Em seguida, brilhou no Vasco campeão da Libertadores de 1998 e em vários outros clubes.
Vanderlei Luxemburgo (Técnico): um dos melhores técnicos do Brasil na época, Luxa criou um esquadrão emblemático comandando com pulso firme um elenco cheio de estrelas e muito talento. Criou um grupo unido, sem egos nem picuinhas, e fez transbordar seu talento em armar timaços com uma obra-prima da bola, um time insaciável que só queria vencer de goleada. Nos anos seguintes, Luxa fez trabalhos marcantes no Corinthians, Cruzeiro e Santos, mas o que ele construiu no Palmeiras em 1993 e 1994 e principalmente em 1996 ficou eternizado para sempre.
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Cara, faz do vasco 77. A campanha foi bem parecida com essa aí, era um timaço
Seu trabalho e magnifico, mas times como Corinthians 1990 e 82-84, Vasco 87-89, Fluminense 75-76, Sao Paulo 85-87, Atletico MG 70-71, Palmeiras 1996 ja possuem conteudos maravilhosos enquanto grandes esquadroes do flamengo sao deixados de lado.
Poderiam falar sobre:
– O primeiro tri-campeonato do flamengo de 42-44 com Zizinho, Domingos da Guia, valido, Bigua, Pirilo e Veve.
– Ultimos titulos do Rei Zico e uma base forte com titulo estatual de 86 e vice em 87 e o titulo Brasileiro (copa Uniao) 87 se vingando na semi-final do Atletico-mg carrasco no brasileiro de 86.
– Alem do ultimo remanescente do titulo mundial, Maestro Junior, e outra base com futuros estrelados conquistando a Copa do Brasil 1990, Estadual 91, Brasileiro 92 e Vice na Supercopa e eliminacao na libertadores de 93 pro campeao mundial Sao Paulo.
Lembrando que isso nao e uma critica e sim um pedido, seria muito bom ver materias sobre esses esquadroes com bases fortissimas e idolos da nacao em suas conquistas.
Obrigado pelas dicas. Estão anotadas! E muito obrigado pelos elogios!
Imortais do Futebol,falando em Copa do Brasil de 1996,eu,como cruzeirense,gostaria muito que vc imortalizasse o Cruzeiro 1996-1997que derrotou o Palmeiras nessa Copa do Brasil.abraços,Imortais do Futebol
Bela lembrança desse esquadrão! Ainda tá falando o Vasco do ano 2000
Não só o desse ano como o tri de 92-93-94. Época que o campeonato carioca era mais importante do que o futebol brasileiro, libertadores etc. Isso sem contar os cariocas década de 70 e 80
Boa tarde!!! Parabéns,excelente trabalho,sucesso sempre!!! Quando vai lançar o próximo esquadrão imortal??? Poderia falar sobre o Grêmio de 1985 até 1990 Hexacampeão Gaúcho e campeão da copa do Brasil e supercopa do Brasil. Obrigado, abraços amigo!!!