Por Guilherme Diniz
A rixa: um é popularmente conhecido como o “Time do Povo”. O outro, o “Time da Elite”. Só com essas características, eles já tinham grandes chances de inimizades. E, com o tempo, de fato ela aconteceu, principalmente a partir da década de 1940, quando o novato São Paulo quase monopolizou o Campeonato Paulista, levou milhares e milhares ao Pacaembu e provou que a moeda podia cair em pé, acabando com a supremacia do Corinthians no estado. Com torcidas gigantescas, o célebre jornalista Thomaz Mazzoni não poderia escolher adjetivo melhor para apelidar o duelo: Majestoso. E assim ele virou o clássico estadual com as maiores torcidas do Brasil, já que a do Timão é a 2ª maior e a do Tricolor a 3ª. OBS.: se falarmos em clássico interestadual, o maior é Corinthians x Flamengo, pois reúne as maiores torcidas do Brasil.
Quando começou: no dia 25 de maio de 1930, na vitória do Corinthians sobre o São Paulo por 2 a 1, em jogo válido pelo Campeonato Paulista daquele ano.
Maior artilheiro: Teleco (Corinthians) – 24 gols
Quem mais venceu: Corinthians – 133 vitórias (até setembro / 2024). O São Paulo venceu 113. Foram 116 empates.
Maiores goleadas: São Paulo 6×1 Corinthians, 10 de setembro de 1933
Corinthians 6×1 São Paulo, 22 de novembro de 2015
Corinthians 5×0 São Paulo, 10 de março de 1996
Corinthians 5×0 São Paulo, 26 de junho de 2011
São Paulo 5×1 Corinthians, 1º de janeiro de 1946
São Paulo 5×1 Corinthians, 08 de maio de 2005
Fundado em 1910, o Corinthians nutria uma grande rivalidade com o Palmeiras nos 1930 quando começou a enfrentar um novo clube fundado na capital: o São Paulo. Já em 1931, apenas um ano depois da fundação do Tricolor, o clube foi campeão exatamente após derrotar o Corinthians, já sem chances de títulos na época, por 4 a 1. Mas o jogo que fez os alvinegros rivalizarem em definitivo com aquele novato atrevido aconteceu em 1933, quando o Tricolor aplicou a maior goleada da história do clássico: 6 a 1, com três gols de Luizinho, um de Waldemar de Brito, um de Armandinho e um de Hércules para o São Paulo, com Zuza descontando para o Corinthians. O jogo valeu por dois campeonatos, o Paulista e o Torneio Rio-São Paulo. O troco corintiano veio em 1938, quando o empate em 1 a 1 garantiu ao alvinegro o título paulista daquele ano.
Nos anos 1940, quando o Tricolor montou seu Rolo-Compressor, liderado por Leônidas da Silva, e venceu cinco Campeonatos Paulistas, a rivalidade se consolidou e virou uma das mais tradicionais do país, com decisões de títulos marcantes, duelos continentais nos anos 2010 e uma vantagem corintiana em grandes decisões reconhecida até mesmo pelos tricolores. Porém, foram vários os momentos em que o São Paulo derrubou o rival, causou demissões de técnicos e verdadeiras tempestades no Parque São Jorge. É hora de conferir a história desse clássico.
Quem é esse novato?
Depois dos já citados confrontos dos anos 1930, o Corinthians percebeu que o São Paulo seria um de seus principais rivais no estado. E, em 1940, a expectativa virou realidade quando o Tricolor passou a jogar a maioria de seus jogos no recém-inaugurado Pacaembu, que ajudou bastante no aumento da torcida do clube. Embalado com aquela nova era, apto a jogar no estádio após um acordo com a prefeitura e com uma das primeiras torcidas uniformizadas do país – a TUSP, Torcida Uniformizada do São Paulo, que muitos dizem ter sido a primeira do Brasil – e com a fama crescendo cada vez mais, o São Paulo precisava transformar tudo aquilo em títulos.
Mas ainda era uma tarefa difícil. Embora tenha vencido o Torneio Início do Campeonato Paulista em 1940, a grande vedete do tricolor era o torneio estadual. Em 1941, o time quase faturou o caneco, mas ficou com o vice. Foi então que, em 1942, a diretoria tricolor foi buscar no Flamengo um craque incontestável: Leônidas da Silva, maior jogador do país desde Friedenreich e grande destaque brasileiro na Copa do Mundo de 1938.
A estreia de Leônidas da Silva pelo São Paulo aconteceu em 25 de maio de 1942, no Pacaembu, justamente em um clássico contra o Corinthians. O entusiasmo do público para ver o astro foi tão grande que o estádio paulistano recebeu naquele dia 71.280 pessoas. A partida terminou empatada em 3 a 3 e Leônidas não deixou sua marca, mas valeu pela intensidade do jogo e pela presença do craque em campo – vale lembrar que foi após o lendário empate que o clássico ganhou o apelido de Majestoso. Depois da partida, Leônidas superou a desconfiança de todos e virou a estrela máxima do São Paulo até o final dos anos 40.
Graças ao “Diamante Negro”, o Tricolor deixou de ser apenas mais um clube no estado para virar uma força dentro dele e em todo Brasil ao conquistar os Campeonatos Paulistas de 1943, 1945, 1946 – invicto, 1948 e 1949, além das Taças dos Campeões Estaduais Rio-SP de 1943, 1945, 1946 e 1948. Dos 5 títulos Paulistas do Tricolor, em três o Corinthians foi vice (1943, 1945 e 1946). Durante esse período, o São Paulo venceu 15 jogos, empatou oito e perdeu 10 para o Corinthians, ostentando pela primeira vez uma vantagem em triunfos sobre o rival em uma década. Se pegarmos apenas o “período Leônidas”, entre 1943 e 1949, foram 23 Jogos, 12 vitórias do São Paulo, 5 empates e apenas 6 vitórias do Corinthians.
Mas, nos anos 1950, o Corinthians retomou a liderança na história do confronto muito graças ao timaço comandado por Cláudio, Luizinho, Baltazar, Oreco e companhia, esquadrão que levantou várias taças e derrotou o São Paulo por 2 a 0 no primeiro confronto internacional entre ambos, na Copa do Atlântico de Clubes. Além disso, o Timão foi campeão paulista em 1952 com o Tricolor como vice. Em 1957, a desforra são-paulina veio com estilo, com triunfo por 3 a 1 na decisão do Paulistão daquele ano, com destaque para os craques Canhoteiro e Zizinho, lendas do time tricolor na época e muita confusão ao final do jogo, em duelo que ficou conhecido como “Tarde das Garrafadas”.
Do ostracismo ao estrelato
Nos anos 1960 e em parte dos anos 1970, tanto o São Paulo quanto o Corinthians viveram momentos difíceis. Enquanto o Tricolor não tinha dinheiro para grandes contratações por conta da construção do estádio do Morumbi, o Corinthians viveu também uma enorme escassez de troféus. Para piorar, a dupla Palmeiras e Santos vivia seu auge e dominou as competições no período. Só na segunda metade da década de 1970 que o Majestoso voltou aos holofotes graças à retomada das contratações por parte do Tricolor e da volta do Timão às conquistas.
Entre outubro de 1975 e julho de 1980, o Corinthians ostentou uma notável sequência sem derrotas: 12 partidas, com oito vitórias (seis delas seguidas) e quatro empates, a mais lembrada o triunfo por 2 a 1 na semifinal do Paulistão de 1977, ano do fim do jejum alvinegro de 23 anos sem títulos na competição. Curiosamente, foi também em 1977 que o São Paulo venceu seu primeiro Campeonato Brasileiro, deixando o rival como único dos chamados grandes do estado sem um troféu de cunho nacional em sua galeria na época.
No começo da década de 1980, o Corinthians conseguiu o protagonismo no clássico graças ao esquadrão da Democracia comandado por Sócrates, Casagrande, Zenon, Biro-Biro e companhia, que venceu o Paulistão de 1982 sobre o Tricolor com triunfo por 3 a 1 na final (dois gols de Biro-Biro e um de Casagrande) – impedindo um inédito tricampeonato estadual do rival – e repetiu a dose em 1983. Essas duas finais ajudaram ainda mais a aumentar a rivalidade do clássico e consolidou a força da dupla no estado naquela época.
Anos depois, em 1986, o São Paulo iria faturar seu segundo título brasileiro com os Menudos do Morumbi, que ficaram 10 jogos sem perder para o rival entre 1985 e 1987. Em 1987, o Tricolor faturou o Paulista em cima do Corinthians após triunfo por 2 a 1 na ida e empate sem gols na volta. Entre 1981 e 1990, aconteceram 36 jogos entre São Paulo e Corinthians, sendo 28 jogos pelo Campeonato Paulista e 8 jogos pelo Campeonato Brasileiro. Os estádios utilizados nesse período foram o Pacaembu e o Morumbi. No período, o São Paulo ganhou 9 jogos, o Corinthians venceu 12 e aconteceram 15 empates.
Mas foi em 1990 que aconteceu talvez o maior Majestoso da história. Ambos decidiram o título do Campeonato Brasileiro daquele ano e o Corinthians conquistou, enfim, seu sonhado título nacional com duas vitórias sobre a equipe são-paulina, já comandada por Telê Santana e Raí: 1 a 0 no primeiro jogo (gol de Wilson Mano) e 1 a 0 no segundo, gol de Tupãzinho. Ambos os jogos foram no Morumbi, com o segundo jogo testemunhado por mais de 100 mil pessoas.
Mas, em clássicos, sempre tem a reviravolta. E, em 1991, o São Paulo iniciou sua mais brilhante era justamente com o título do Campeonato Paulista conquistado sobre o rival de maneira categórica: vitória por 3 a 0 no primeiro duelo da final com três gols de Raí, que virou um pesadelo para os corintianos naquele início de década. Entre abril de 1991 e maio de 1993, o São Paulo ficou oito jogos sem perder para o rival, sendo seis vitórias e dois empates, com cinco triunfos seguidos. Aliás, nesses oito jogos, o Corinthians não conseguiu marcar um gol sequer! Eram tempos de ouro do esquadrão tricolor, que só tinha como rival o Palmeiras da Parmalat.
Mas foi em 1993 que o Corinthians conseguiu a virada mais uma vez no clássico e ficou sete jogos sem perder, vencendo um deles por 4 a 1, em 1994, com dois gols de Marques, um de Marcelinho e outro de Souza. O troco tricolor veio na Copa Conmebol também de 1994, quando o São Paulo eliminou o Corinthians nos pênaltis após vitória por 4 a 3 no primeiro jogo, derrota por 3 a 2 no segundo e triunfo na marca da cal por 5 a 4 – esses encontros foram os primeiros entre a dupla válidos por uma competição internacional oficial. Dois anos depois, em 1996, o Timão goleou o rival por 5 a 0 – com três gols de Edmundo – em duelo válido pelo Paulistão. Em 1997, outro duelo decisivo entre ambos pelo Paulistão e o empate em 1 a 1 deu o título ao alvinegro, conquista presenciada pelo imperador japonês Akihito, que estava no Morumbi no dia do jogo.
O troco são-paulino veio já em 1998, na final do Paulistão daquele ano, que contou a volta do meia Raí ao São Paulo. O eterno camisa 10 chegou em uma “fogueira”, pois o Tricolor precisava da vitória a qualquer custo se quisesse ficar com o caneco. E Raí tratou de mostrar que ainda tinha a fama de carrasco. O jogador abriu o placar para o time do Morumbi, de cabeça, e ainda participou da construção da vitória por 3 a 1 (os outros gols foram do artilheiro França), que deu ao time mais um torneio estadual, o primeiro desde 1992, justamente quando Raí estava no tricolor.
Maaaas, em 1999, o Corinthians eliminou o rival tanto na semifinal do Paulista quanto no Brasileiro, este com doses de crueldade, pois o goleiro Dida fez uma de suas maiores atuações da carreira ao defender dois pênaltis justamente de Raí, garantindo a vitória alvinegra por 3 a 2 em um jogo épico. Entre 1991 e 2000, mesmo com a hegemonia do início da década, o São Paulo ganhou 14 jogos, o Corinthians venceu 14 jogos e aconteceram 16 empates.
Novo milênio – lá e cá
O começo do século XXI começou de maneira irresistível para o Corinthians. Em 2002, o clube eliminou o rival nas semifinais da Copa do Brasil (que seria conquistada pelo alvinegro) e, dias depois, venceu o Torneio Rio-SP em cima do Tricolor. Em 2003, mais duas vitórias corintianas e outro título estadual sobre o rival, aumentando ainda mais o retrospecto de vitórias alvinegras em duelos decisivos. Só a partir do Brasileirão de 2003 que o São Paulo equilibrou um pouco os encontros com uma série de 14 jogos sem perder – nove vitórias e cinco empates – e ainda uma goleada de 5 a 1 sobre o rival em 2005, no Pacaembu, que causou a demissão do técnico Daniel Passarella. Só em 2007 que o Corinthians acabou com o tabu ao vencer o rival por 1 a 0, pelo Brasileirão. No entanto, o clube acabou rebaixado, enquanto o São Paulo foi campeão brasileiro.
Em 2011, Rogério Ceni tornou-se o primeiro goleiro a chegar à marca de 100 gols em um jogo com sabor especial: contra o rival Corinthians. Rogério marcou um golaço de falta na vitória por 2 a 1 no campeonato estadual daquele ano. Além de marcar justamente seu gol de número 100 contra o alvinegro, Ceni o fez de frente para a torcida tricolor, que viu em sua plenitude aquele momento histórico e inesquecível. Dois anos mais tarde, tornou-se o jogador com mais jogos por um único clube, superando Pelé, no Santos. Tais façanhas levaram o craque ao Livro dos Recordes. Maaaas, pelo Brasileiro de 2011, o Corinthians recebeu o São Paulo no Pacaembu e goleou por 5 a 0, igualando sua maior goleada lá de 1996.
Em 2013, o Majestoso foi realizado seis vezes no ano, incluindo os duelos pela final da Recopa Sul-Americana. Mantendo sua hegemonia em duelos decisivos, o Timão venceu o Tricolor nos dois jogos por 2 a 1 e faturou a taça inédita. Em 2014, após mais de um ano sem vencer qualquer clássico, o São Paulo voltou a triunfar em cima do Corinthians no Pacaembu, com vitória por 3 a 2 de virada. No ano seguinte, em 2015, o Majestoso aconteceu pela primeira vez em uma Copa Libertadores. Foi na fase de grupos e cada um venceu em sua casa (2 a 0 em Itaquera e 2 a 0 no Morumbi). A vitória do Tricolor foi especial por ter quebrado uma invencibilidade de 26 jogos do Corinthians naquele ano e ainda um tabu de oito anos sem triunfos sobre o rival no Morumbi.
Até que, em novembro de 2015, o já campeão brasileiro Corinthians encarou o São Paulo na Neo Química Arena. E, jogando muito, o Timão goleou por 6 a 1 (virou três e acabou seis), a maior goleada do clássico e a primeira tão acachapante desde os 6 a 1 do Tricolor sobre o alvinegro lá em 1933. Além da goleada, o time do técnico Tite levantou naquele dia a taça do Brasileirão, em uma festa inesquecível para a Fiel torcida, que lotou a Arena – mais de 45 mil pessoas. Entre 2011 e 2020, o Corinthians sobrou no retrospecto do clássico: foram 18 vitórias, 14 empates e apenas 10 vitórias do Tricolor. Outro fato em destaque é que o Timão ficou sem perder para o tricolor em seu estádio desde sua inauguração, em 2014. Só em 30 de janeiro de 2024, pelo Paulistão, que o São Paulo conseguiu derrubar o tabu ao vencer o alvinegro por 2 a 1, gols de Calleri e Luiz Gustavo.
Com mais de 90 anos de histórias, grandes craques e jogos emocionantes, o Majestoso faz jus ao nome e segue como um dos duelos mais eletrizantes do futebol brasileiro e que sempre ganha temperos extras de um jeito ou de outro graças às provocações, torcidas inflamadas e personagens marcantes de ambas as equipes.
O Imortais deixa registrado um profundo agradecimento a Gabriel Cardoso Pereira Gama, que nos forneceu preciosas informações e dados sobre o clássico de seu Trabalho de conclusão de curso de Pós-Graduação lato sensu apresentado à Faculdade Cásper Líbero em 2020, como requisito parcial para a especialização em Práticas Jornalísticas na Contemporaneidade, sobre o Majestoso. Obrigado! 🙂
Curiosidades
- O São Paulo já “demitiu” 13 treinadores do Corinthians depois de um clássico, enquanto que o Corinthians demitiu 4 treinadores do São Paulo;
- O ex-goleiro Rogério Ceni, do São Paulo, é o jogador que mais disputou o clássico na história com 67 jogos;
- O Corinthians já foi 11 vezes campeão em torneios que tiveram o São Paulo como vice: 8 em Campeonatos Paulistas (1938, 1941, 1952, 1982, 1983, 1997, 2003 e 2019); uma no Campeonato Brasileiro (1990), uma no Torneio Rio-São Paulo (2002) e uma na Recopa Sul-Americana (2013). Destas, o Corinthians foi campeão em uma decisão direta contra o São Paulo 9 vezes: nos Paulistões de 1938, 1982, 1983, 1997, 2003 e 2019; no Campeonato Brasileiro de 1990; no Rio-São Paulo de 2002 e na Recopa Sul-Americana de 2013;
- O São Paulo já foi 8 vezes campeão de torneios em que o Corinthians terminou como vice, todas em Campeonatos Paulistas: (1931, 1943, 1945, 1946, 1987, 1991, 1998 e 2005). O São Paulo foi campeão em uma decisão direta contra o Corinthians em 5 oportunidades: 1931, 1957, 1987, 1991 e 1998;
- A torcida do Corinthians costuma se referir ao rival como Bambis, apelido criado pelo ex-volante Vampeta. Já os tricolores chamam os rivais de Gambás;
- O maior público da história do clássico é 119.858 pessoas (foram 117.061 pagantes), no São Paulo 3×2 Corinthians, em 5 de dezembro de 1982;
- Em 25 de julho de 2023, no primeiro jogo da semifinal da Copa do Brasil, o Majestoso registrou o maior público pagante da história da Neo Química Arena: 46.517 pessoas;
- Como mencionado no texto, apenas na década de 1940 que o São Paulo ostentou vantagem no confronto direto contra o Corinthians. Em todas as outras o Timão sempre levou vantagem ou houve empate.
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