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Real Madrid x Atlético de Madrid – El Derbi Madrileño

 

 

Por Leandro Stein

 

A rixa: O então Madrid FC, que crescia exponencialmente na capital espanhola naquele começo de século XX, enfrentava o Athletic Club em um duelo pela Copa de la Coronación de 1903. Após terminar o primeiro tempo vencendo por 2 a 0, o Madrid tomou a virada dos bascos e foi derrotado. O resultado comoveu a comunidade basca e motivou rapidamente a criação de uma sucursal do Athletic na capital, dando origem ao Athletic Club de Madrid. O novo clube virou tempo depois Atlético de Madrid e ousou em atrapalhar o reinado solitário dos merengues na cidade como um contrapoder de Bilbao contra a capital. Só que o Atlético ganhou força própria, se desvencilhou do Athletic e consolidou uma das mais tradicionais rivalidades do futebol espanhol.

Quando começou: no dia 02 de dezembro de 1906, na vitória do Madrid sobre o Athletic por 2 a 1, pelo Campeonato Regional Centro.

Maior artilheiro: Cristiano Ronaldo (Real Madrid) – 22 gols

Quem mais venceu: Real Madrid – 153 vitórias (até setembro / 2024). O Atlético de Madrid venceu 74. Foram 72 empates.

Maiores goleadas: Atlético de Madrid 7×3 Real Madrid, 27 de julho de 2019

Atlético de Madrid 5×0 Real Madrid, 23 de novembro de 1947

Atlético de Madrid 5×1 Real Madrid, 02 de dezembro de 1950

Real Madrid 5×0 Atlético de Madrid, 02 de novembro de 1958

Real Madrid 5×0 Atlético de Madrid, 30 de outubro de 1983

Real Madrid 6×2 Athletic Club de Madrid, 17 de junho de 1923

 

É um duelo de semelhantes, nascidos a alguns quarteirões de distância e que cresceram juntos. Brigaram e andaram de mãos dadas, venceram e foram vencidos, foram aliados e alheios ao poder. Algumas diferenças são óbvias. O Real Madrid, clube mais rico e mais vitorioso do mundo, contra o Atlético de Madrid, vizinho da periferia, que aprendeu a tirar sarro de seus próprios fracassos. Mas que são muito mais profundas e não se limitam apenas a uma visão superficial. Estão nas raízes de ambas as equipes, em suas origens, e também em seus desenvolvimentos. Uma história mais do que centenária e que atingiu um patamar elevadíssimo com duas finais de Liga dos Campeões da UEFA entre ambos e equilíbrio no live casino LVBET. É hora de conhecer mais sobre o clássico e icônico Derbi Madrileño.

Os primeiros passos e o início da rivalidade

O Madrid Football Club foi o primeiro dos rivais a surgir. Fundado por estudantes em 1902, o clube logo se tornou a principal referência do esporte que crescia na Espanha. Uma de suas primeiras ações foi organizar a Copa de la Coronación, para celebrar a maioridade do Rei Alfonso XIII. O torneio inspirou a Copa do Rei, que teve sua primeira edição em 1903. Na decisão, o Madrid recebeu o Athletic Club de Bilbao e foi para o intervalo vencendo por 2 a 0, mas tomou a virada no segundo tempo, em um épico que acabou causando grande comoção na comunidade basca da capital.

Foi o ponto de partida para a criação de um clube que acolhesse jogadores e torcedores bascos em Madri: o Athletic Club de Madrid. A fundação do clube contou mesmo com a participação de membros do Madrid Football Club, incluindo o seu presidente, Julián Palacios. Entre os jogadores que formariam a nova equipe, também outros que deixavam os blancos, como o goleiro Manuel Rodríguez Arzuaga, primeiro capitão do Atleti.

Como uma mera filial do time de Bilbao, o Athletic Madrid sequer podia participar da Copa do Rei. Entretanto, começou a nutrir a rivalidade com o Madrid a partir de 1906, com o primeiro duelo entre os clubes. A emancipação do Athletic Madrid aconteceu a partir de 1913 e um dos principais sinais dessa nova era foi a abertura do Campo de O’Donnell, o segundo estádio de sua história, e foi batizado por causa do nome da rua onde estava localizado, que também abrigava o Estádio de O’Donnell, inaugurado pelo Madrid semanas antes. A partir daquele momento, os vizinhos passaram a se tornar adversários frequentes.

Duelo entre a dupla em 1919.
 

 

O desligamento da matriz em Bilbao também autorizava o Athletic de Madrid a disputar a Copa do Rei. Para tanto, precisava conquistar o direito de representar Castela no torneio nacional. Foi quando os embates com o Madrid se tornaram recorrentes. Os blancos mantinham a hegemonia regional graças à força que estabeleceram durante a década anterior e o apoio que tinham da comunidade madrilena. Era o principal clube da capital, bastante popular, mas também chancelado pelas elites. O Athletic, por sua vez, tinha raízes mais próximas aos trabalhadores e aos migrantes que moravam em Madri. A partir daquele momento, tinham o direito de desafiar também os poderosos.

O domínio do Madrid era marcante durante a década de 1910. Foram cinco títulos do Campeonato Regional Centro, além de uma conquista e dois vice-campeonatos na Copa do Rei. A relevância fez os blancos receberem do Rei Alfonso XIII o título de “real” a partir de 1920, e assim adotado no nome a partir de então: Real Madrid. No mesmo período, o Athletic de Madrid se desvinculava de vez de Bilbao e passava a mostrar sua força nas taças castelhanas. Em 1920/21, os rojiblancos conquistaram o Campeonato Regional Centro e foram vice-campeões da Copa do Rei. A partir daquela temporada, só em duas oportunidades até o final da década de 1920 os dois grandes de Madri não fizeram a decisão da competição.

A importância fez com que Real Madrid e Athletic de Madrid se tornassem os representantes da capital na recém-criada La Liga, que teve sua primeira temporada disputada em 1928/29. Eram as forças de Madri que se uniam contra o País Basco e a Catalunha, regiões mais industrializadas do país e que tinham raízes mais fortes no futebol. Os desafios entre blancos e rojiblancos eram menores diante da disputa contra Athletic Bilbao e Barcelona, duas potências nacionais naquele período.

 

Os madrilenos durante o franquismo

Di Stéfano e Vavá em um embate madrileno no final dos anos 1950.
 

 

Durante a década de 1930, a Espanha foi dividida pela crise política que culminou na Guerra Civil. A partir de 1936, La Liga foi suspensa por causa do conflito, o que não impediu os duelos entre Real Madrid e Athletic de Madrid em amistosos. Um deles, disputado logo nas primeiras semanas da guerra, era realizado em favor das milícias republicanas, mas acabou suspenso pelas forças que acabaram tomando o poder a partir de 1939. Era o início da ditadura de Francisco Franco, que se manteria no país até os anos 1970.

Os dois clubes foram diretamente afetados durante o início do regime. O Madrid teve que tirar o Real de seu nome, em desvinculação com a monarquia. Além disso, seu presidente durante o período republicano, Rafael Sánchez-Guerra, de ideologias contrárias ao franquismo, foi destituído do cargo e preso, precisando se exilar na França. Já o velho estádio de Chamartín havia sido reduzido a escombros. Já o Athletic de Madrid perdeu membros, mortos no conflito. A crise assolou o clube com o armistício, sem jogadores e uma enorme dívida. Acabou fundido com o Aviación Nacional, time criado pelo exército durante a Guerra Civil e que o poder central queria que participasse de La Liga.

O estádio de Chamartín. Foto: Arquivo ABC / Site do Real Madrid.
 

 

Nascia naquele momento o Athletic Aviación, instrumento do franquismo. A ditadura contaria com um time popular, ligados à massa, um de seus anseios para tentar se legitimar. Logo na primeira temporada, em 1939/40, o clube recém-fundido ascendeu à elite do Campeonato Espanhol e conquistou o bicampeonato nacional. Além de ter os gastos bancados pelo regime, também tinha o “direito” de recrutar os jovens jogadores em idade para o serviço militar. A ligação do Atlético (que adotou a versão espanhola de seu nome também por determinação de Franco) com a aeronáutica se rompeu em 1946, já depois do fim da guerra, sem a hegemonia que a ditadura esperava. O Atlético Aviación se transformava definitivamente em Atlético de Madrid.

O escudo do Aviación em 1939-1940.
 

 

Durante o mesmo período, o Madrid passava por reconstrução. Em 1943, sua presidência foi assumida por Santiago Bernabéu, ex-jogador e ex-treinador merengue, de tendências conservadoras e que havia militado com as forças pró-franquismo durante a Guerra Civil. Os episódios em que forças ligadas ao regime passaram a intimidar os adversários madridistas começaram a existir. O fato é que, publicamente, Bernabéu nunca declarou seu apoio a Franco, ainda que tenha se aproveitado da situação e que Raimundo Saporta, seu braço direito, tivesse ligações sabidas com o alto escalão.

Não foi o único. Com o fim do projeto do Aviación, o futebol passou a ser usado pela ditadura para manobrar os descontentamentos e manter o controle sobre a população. O Madrid foi beneficiado na construção de Chamartín e na aquisição de Di Stéfano. Mas mesmo os outros clubes também tiveram suas facilitações do poder central – como o próprio Barcelona, na aquisição de Ladislao Kubala, que se refugiou na Espanha para fugir do comunismo húngaro e teve seu visto acelerado pelo franquismo.

No Atlético, Herrera despontou como um treinador muito promissor.
 

 

O Atlético de Madrid voltou a ser bicampeão espanhol em 1949/50 e 1950/51, liderado pelo técnico Helenio Herrera e pelo craque Larbi Ben Barek. Naquele período, também se originava o grande time do Real Madrid forjado por Bernabéu. Os merengues encerraram o jejum de duas décadas sem conquistar La Liga em 1953/54, mesmo ano em que passaram a contar com Alfredo Di Stéfano. Sob o talento da Flecha Loira, os madridistas conquistaram quatro vezes o Campeonato Espanhol na década de 1950 e iniciaram uma era na recém-criada Copa dos Campeões da Europa. O sucesso internacional acabou usado pelo General Franco, figura frequente nos jogos em Chamartín. Era uma forma de tentar demonstrar o poderio de sua ditadura.

Com a complacência do regime, o Real Madrid tornou-se a grande potência nacional a partir daquele momento. Ainda assim, o Atlético seguia como uma das maiores forças. Os blancos foram pentacampeões espanhóis entre 1961 e 1965, mas tiveram a sequência quebrada pelos colchoneros. A queda de Franco não teve significado para os clubes. A maior influência aconteceu com a derrota do Atleti na decisão da Liga dos Campeões de 1974, considerada um trauma gigantesco na história do clube, que ganhou a pecha de sofredor.

Jogadores do Bayern celebram a UCL de 1974 vestindo a camisa do Atlético.
 

 

A partir daquele momento, o abismo entre os rivais aumentava. O Real se mantinha como poderoso, dominando os campeonatos nacionais e brigando por taças contínuas. Enquanto isso, os colchoneros se limitavam a conquistas eventuais. É a história moderna do clássico, com os holofotes geralmente voltados ao Bernabéu e as alegrias sendo raras no Calderón. O Barcelona assumiu definitivamente o posto de grande rival do Real. Os 14 anos de jejum do Atleti no dérbi, entre 1999 e 2013 – foram 23 jogos sem vencer os merengues só no Campeonato Espanhol -, representa bem essas diferenças, explicadas também pelo fortalecimento dos merengues como uma grife de futebol e da crise que afetou os rojiblancos.

 

Os ídolos que vestiram as duas camisas

 

Raúl tentou a sorte no Atlético, mas foi brilhar mesmo no Real Madrid. Foto: Who Ate All The Pies.tv
 

 

Ver um antigo jogador vestindo a camisa rival nunca foi o melhor sentimento para as torcidas de Atlético e Real Madrid. Ainda assim, apenas isso não é motivo para que sejam hostilizados, considerados traidores. Afinal, um dos maiores símbolos do madridismo foi rojiblanco durante a juventude. Da mesma forma como uma lenda colchonera vestiu a camisa dos blancos no início da carreira. Raúl González e Luis Aragonés, ídolos inegáveis para os dois clubes, representam bastante a história compartilhada dos grandes de Madri.

Aragonés passou pelo Bernabéu durante os anos mais gloriosos dos merengues, no final da década de 1950, mas como mero coadjuvante. Por duas temporadas, o jovem atacante pertenceu ao Real Madrid. A concorrência de Di Stéfano, Puskás, Kopa e outros gênios sequer deu espaço ao garoto no time principal. Depois de rodar, emprestado a outros clubes, foi contratado pelo Oviedo. Estourou mesmo com o Real Betis, de onde acabou levado pelo Atleti, para tornar a camisa rojiblanca sua segunda pele e conquistar três Espanhóis. Ao pendurar as chuteiras, após a decepção na final da Champions de 1974, logo assumiu a prancheta. Um dos técnicos mais vitoriosos da história do Vicente Calderón, responsável também por tirar o clube da segunda divisão em sua terceira e última passagem pelo banco de reservas, entre 2001 e 2003.

Aragonés foi tão marcante no Atlético que virou até estátua no clube colchonero.
 

 

Já Raúl foi perdido pelo Atlético ainda na adolescência. A esperança de uma família fanática pelos colchoneros, o garoto entrou para as divisões de base do clube nos infantis, após rodar por equipes menores da capital. Logo se tornou destaque, conduzindo a equipe ao título nacional da categoria. O problema é que a fase financeira dos rojiblancos começou a minar o futuro da promessa. Primeiro, ao não cumprir a promessa que fez, de pagar os estudos e oito mil pesos por mês ao seu pupilo. Depois, pela decisão do presidente Jesús Gil em fechar as categorias de base para sanar as dívidas do clube. A carta branca para que Raúl seguisse ao Real Madrid quando tinha 15 anos. A maior revelação merengue das últimas décadas, na verdade, tem raízes rojiblancas. O que não lhe impediu de marcar o primeiro gol da carreira justamente contra o Atleti, ou de simbolizar a segunda era mais vitoriosa dos madridistas entre 1998 e 2003.

Um garotinho Raúl (à dir.) com a camisa do Atlético…

 

 
… Um já consagrado Raúl disputando um derbi madrileño pelo Real.

 

 

As duas maiores bandeiras de uma história de 80 anos de transferências entre os dois rivais. O pioneiro foi Eduardo Ordóñez, que trocou o blanco pelo rojiblanco em 1932/33. Na década de 1960, Ramón Moreno Grosso passou uma temporada no Atleti antes de se tornar o substituto de Alfredo Di Stéfano no Real. O veterano Bernd Schuster virou a casaca para marcar um dos gols do título contra os merengues na final da Copa do Rei de 1992, consolação para os colchoneros após perderem o artilheiro Hugo Sánchez para os vizinhos nos anos 1980. Juanito se tornou ídolo do Real Madrid após militar na base do Atlético, ao contrário do que aconteceu com Caminero, um dos heróis de La Liga 1995/96 ao lado de Simeone. Já no século XXI, o goleiro belga Courtois esteve no Atlético multicampeão entre 2012 e 2014, deixou os colchoneros para jogar no Chelsea e passou a vestir a camisa do Real a partir de 2018.

 

O poderio econômico

Real Madrid e Atlético vivem realidades totalmente diferentes, apesar de coabitarem na mesma cidade e de disputarem os mesmos títulos. E a invenção do futebol como negócio é a principal explicação para esses dois mundos em uma mesma cidade. Os merengues se estabilizaram como o clube mais poderoso do mundo, capaz de torrar fortunas em busca de craques e títulos, atrair milhões de fãs e se firmar como uma grande marca. Já do outro lado da capital, os colchoneros tentavam se reinventar em meio à crise interna. Algo que está longe de ser totalmente contornado, mas cujos efeitos são bem menos sentidos com o sucesso em campo da equipe de Diego Simeone após 2012.

O Real Madrid possui cerca de 64% de seus ganhos gerados entre acordos comerciais e uso do estádio. Marca forte o suficiente para atrair patrocinadores e vender produtos ao redor do planeta. Acaba se refletindo em investimentos na equipe e mesmo nos mecanismos internos para gerar mais dinheiro – com a renovação do Santiago Bernabéu sendo o carro-chefe para os próximos anos. Essa capacidade econômica fez com que os efeitos da crise que assola a Espanha desde o final da década de 2000 e que ganharam força novamente por conta da pandemia da COVID-19 fossem mínimos sobre o clube.

 

 

Ao contrário do que acontece com o Atlético de Madrid, cujos problemas nas finanças não vêm de hoje. O empresário Jesús Gil assumiu a presidência do clube em 1987 e, apesar dos títulos conquistados sob sua administração, os rombos nas contas dos rojiblancos foram bem mais sentidos. O dirigente foi condenado por desvio de dinheiro público e as dívidas colocaram o clube sob intervenção judicial em 1999. Crise que teve também efeitos em campo, com o rebaixamento da equipe no Espanhol. Ainda que Gil tenha deixado o poder em 2003, seu antigo vice, Enrique Cerezo, é quem preside o Atleti desde então. O atual mandatário chegou a romper com seu antecessor e tenta manter o time competitivo, embora os débitos continuem gigantescos.

O Atlético de Madrid tem receita anual de € 352 milhões e está entre os 20 clubes com maiores ganhos no planeta. Porém, é um clube bem mais dependente da visibilidade que a Liga dos Campeões dá, assim como dos prêmios que a competição garante. E que, sem a marca do Real Madrid, recorre até mesmo a patrocínios controversos, como o utilizado na temporada 2013-2014, relacionado ao governo do Azerbaijão, acusado de repressão e desrespeito aos direitos humanos, mas que fez propaganda turística nas camisas colchoneras por € 12 milhões despejados em um acordo de 18 meses.

 

Quando os caminhos se cruzaram em Lisboa e Milão

A história entre Real Madrid e Atlético chegou ao auge entre 2014 e 2016, quando a dupla decidiu duas Ligas dos Campeões da UEFA. Nunca uma final de Liga dos Campeões da UEFA havia tido dois clubes de uma mesma cidade. Nunca a Espanha falou tanto sobre futebol como na semana que antecedeu o dia 24 de maio de 2014. Nunca o Real Madrid esteve tão perto de sua almejada “La Décima”. E nunca o Atlético de Madrid chegou com tanto favoritismo para levantar a mais orelhuda das taças. O Estádio da Luz, em Lisboa, foi palco da final dos filhos de Madri. O filho mais portentoso, mais rico e mais nobre queria provar que os investimentos pesados e a força de suas estrelas falavam mais alto. E o filho mais simples estava louco para encerrar com chave de ouro uma campanha brilhante, repleta de vitórias maiúsculas e com uma garra e disposição simplesmente contagiantes.

A festa de Godín no primeiro tempo: alegria duraria muito pouco.

 

 
A salvadora cabeçada de Sergio Ramos…

 

 

 

Sergio Ramos e Casillas com o troféu de 2014.

 

Cristiano Ronaldo é o maior artilheiro do clássico. Foto: Gonzalo Arroyo Moreno.
 

 

O Atlético era um time com sangue latino-americano vestido de europeu. E o Real Madrid era a máxima exemplificação de soberania financeira e craques capazes de decidir um jogo em apenas um lance ou num simples descuido do rival. Num jogo disputado, energético e único, os madrilenos fizeram uma final tensa, com momentos quentes e um virtual campeão até os minutos finais. Após mais de 90 minutos de predominância e vitória por 1 a 0, o Atlético reviveu fantasmas e o Real recuperou sua aura copeira. Num gol espírita marcado aos 48´do segundo tempo, os merengues empataram e levaram o duelo para a prorrogação. Nela, três gols do Real e vitória por 4 a 1 no maior clássico madrileno da história e doce vingança merengue após a derrota na Copa do Rei de 2012-2013. Leia mais sobre esse super jogo clicando aqui!

 

Assim como em 2014, Sergio Ramos deixou sua marca na final de 2016.
 

 

Na temporada 2015-2016, mais uma vez os rivais se reencontraram em uma decisão europeia, no San Siro. O Real abriu o placar no primeiro tempo e o Atlético teve a chance do empate já no segundo minuto da etapa complementar, mas Griezmann desperdiçou um pênalti. Valente, o time colchonero empatou aos 33’ e o duelo acabou indo para a disputa de pênaltis. Na marca da cal, de novo o Real mostrou força e venceu a segunda Liga dos Campeões sobre o rival, troféu que veio mais uma vez com sabor de vingança após a vitória do Atlético sobre os merengues na final da Supercopa da Espanha de 2014.

Além das vitórias nas finais europeias, o Real eliminou o Atlético nas quartas de final da UCL de 2014-2015 e nas semifinais da UCL de 2016-2017, confirmando a histórica freguesia colchonera diante do Real – que jamais foi eliminado pelo rival em sua competição preferida. Em 2018, porém, o Atlético festejou o título da Supercopa da UEFA sobre o Real Madrid com uma vitória por 4 a 2 e meteu 7 a 3 nos merengues em duelo válido pela Copa dos Campeões Internacionais, torneio amistoso, mas que teve um sabor enorme por ser a maior goleada aplicada pelos colchoneros sobre o rival na história.

Festa colchonera na final da Supercopa da UEFA de 2018.
 

 

E o show de 2019: 7 a 3.
 

 

Mas o troco merengue não demorou e veio já na temporada 2019-2020, com o título da Supercopa da Espanha após empate em 0 a 0 e vitória nos pênaltis por 4 a 1. Protagonistas de uma cidade apaixonada por futebol e com a rivalidade acirrada neste século, Real e Atlético seguirão por muitos e muitos anos duelando pelas mais diversas glórias. E, mesmo com a notável diferença entre um e outro, as semelhanças sempre existirão.

(AP Photo/Steve Luciano)
 

 

Curiosidades:

  • Real Madrid e Atlético de Madrid já decidiram 17 troféus e existe um notável equilíbrio numérico: são 9 vitórias do Real Madrid e 8 vitórias do Atlético. Veja abaixo:

  • Cristiano Ronaldo é o maior artilheiro do clássico com 22 gols em 31 jogos. Santiago Bernabéu, também do Real, vem na segunda colocação com 17 gols em 19 jogos, seguido de Alfredo Di Stéfano (Real), com 17 gols em 26 jogos, e Santillana (Real), com 15 gols em 36 jogos;
  • Sergio Ramos, pelo Real Madrid, é o jogador com maior número de clássicos disputados na história: 43 partidas, além de seis gols e a fama de carrasco dos colchoneros por ter marcado gols nas duas finais de UCL entre os rivais;
  • A maior série de vitórias consecutivas do clássico é do Real: 9 triunfos seguidos entre 2009 e 2013;
  • É do Real também a maior série invicta do clássico: 25 jogos entre 1999 e 2013;
  • Os únicos torneios que o Atlético leva vantagem em número de títulos sobre o Real Madrid são: Recopa da UEFA (1 taça do Atlético contra nenhuma do Real) e Liga Europa / Copa da UEFA (3 taças do Atlético e duas do Real). Nos demais, a vantagem é sempre do Real.

 

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3 Comentários

  1. Os dois clubes têm lá suas diferenças e semelhanças, mas o que não muda é o fato dos dois terem muita história para contar, juntos ou separados. E por isso, acho que um não vai conseguir viver sem o outro.
    O melhor momento do clássico foi, sem dúvida, na decisão da Champions League 2013-14, quando os dois chegaram à final fazendo jus ao estilo de ambos: o Real sabendo gastar fortunas pesadas para montar um timaço de estrelas. E o Atlético fazendo os jogadores que tinha se dedicarem ao máximo, com vontade e bravura para brigar pela pelota até o juiz encerrar o jogo. No final, acho que ‘la pasión’ do time merengue pela Orelhuda falou mais alto, mas a equipe colchonera não deixou de lutar. Os dois deixaram a cidade de Madrid orgulhosa! Y por esta razón, yo digo: Viva el Derbi Madrileño!

    Os clássicos são realmente notáveis, mas acho que o Imortais precisa colocar um grande clássico entre seleções. Já tem o icônico Brasil VS Argentina, mas ainda tem outras rivalidades entre as seleções que o Imortais pode checar. De qualquer maneira, ficou bom! E, Imortais: pode mandar um abraço ao Leandro Stein!

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