in ,

Esquadrão Imortal – Roma 1980-1984

Roma 1980-1984
Uma das formações da Roma em 1980-1981. Em pé: Amenta, Turone, Falcão, Spinosi, Romano e Di Bartolomei. Agachados: Pruzzo, Santarini, Conti, Ancelotti e Tancredi.
 

Grandes feitos: Campeã Italiana (1982-1983), Tricampeã da Copa da Itália (1979-1980, 1980-1981 e 1983-1984) e Vice-campeã da Liga dos Campeões da UEFA (1983-1984).

Time base: Franco Tancredi; Dario Bonetti (Spinosi), Sebastiano Nela (Turone), Ubaldo Righetti (Santarini) e Michele Nappi (Vierchowod); Falcão, Aldo Maldera (Chierico / Amenta / Toninho Cerezo / Domenico Maggiora) e Di Bartolomei; Bruno Conti, Francesco Graziani (Carlo Ancelotti / Prohaska) e Roberto Pruzzo. Técnico: Nils Liedholm.

 

“A Cidade Eterna ganha um novo rei”

Por Guilherme Diniz

Depois de algumas conquistas esporádicas nas décadas de 60 e 70, o torcedor da Roma esperava por tempos melhores nos anos 80. A equipe da capital italiana não sabia o que era vencer um campeonato nacional há mais de quatro décadas e via os rivais cada vez mais gigantes, cheios de títulos e imponentes. Aquilo doía demais no coração do fanático torcedor romano. Porém, tudo mudou quando dois personagens chegaram à equipe bem no começo daquela maravilhosa década de 80: o técnico sueco Nils Liedholm e o volante brasileiro Falcão. A dupla foi, sem dúvida alguma, os maiores responsáveis por fazer a Roma temida novamente, jogar um futebol vistoso e vencedor. De 1980 até 1984 o time faturou 4 canecos, incluindo o sonhado Campeonato Italiano de 1983. A festa só não foi maior porque a equipe perdeu, em casa, a taça da Liga dos Campeões da UEFA de 1984 para o bicho papão da época, o Liverpool. Mesmo assim, os feitos daquele timaço de Tancredi, Pruzzo, Di Bartolomei e Bruno Conti entraram para a história por transformar aquele time num dos maiores e melhores que a Roma já conseguiu formar, além de ser uma das três equipes que tiveram a honra de dar ao clube um Scudetto. O Imortais relembra agora as façanhas do clube que foi a casa de um craque brasileiro que fez jus ao apelido de “Rei de Roma”.

Ventos gloriosos a caminho

Image

Em 1979, a Roma acertou a contratação do técnico sueco Nils Liedholm, que já havia treinado a equipe na metade daquela década de 70, mas sem sucesso. Porém, naquele ano, ele teria um plantel bem mais forte e com grandes possibilidades de dar certo. Para melhorar ainda mais a qualidade do time, a equipe acertaria, em 1980, a contratação do volante brasileiro Falcão, então estrela do Internacional tricampeão brasileiro em 1975, 1976 e 1979 (invicto). O craque chegou à equipe logo depois de ter disputado (e perdido) a final da Copa Libertadores daquele ano contra o Nacional (URU). Ele seria o primeiro de muitos outros jogadores brasileiros que brilhariam na Itália naquela década a exemplo de Júnior, Zico e Toninho Cerezo.

Image

 

Primeiro caneco

Image

O primeiro título da era Liedholm na Roma foi a Copa da Itália de 1979-1980. Depois de uma primeira fase tranquila, onde foi líder, o time cresceu no mata-mata e eliminou o Milan com uma goleada por 4 a 0 no primeiro jogo e empate em 2 a 2 no segundo, e despachou o fraco Ternana com 1 a 1 e 2 a 0. Na final, o time encarou o tradicional Torino. O jogo terminou sem gols e a decisão foi para os pênaltis. Nela, o time venceu por 3 a 2 e garantiu o primeiro título depois de 11 anos.

Image

 

Controvérsia tira o Scudetto

Image

Na temporada 1980-1981, a Roma já impunha mais respeito no país com a liderança de Falcão no meio de campo. Com sua classe, habilidade e apoio ao ataque, o craque brasileiro virou um ídolo instantâneo na equipe e ganharia rapidamente o apelido de “Rei de Roma”. O time tinha como grande objetivo naquela temporada o título do Campeonato Italiano, mas esse objetivo foi por água abaixo por conta de uma arbitragem polêmica e desastrosa na reta final do torneio. No clássico contra a Juventus, na antepenúltima rodada, as equipes empatavam sem gols quando o zagueiro romano Turone marcou um gol que daria a vitória e a liderança isolada à equipe da capital. Porém, o árbitro da partida anulou o tento por ver impedimento no lance, o que na verdade não ocorreu. A atitude revoltou demais os jogadores romanos, que viram a Juventus ser beneficiada, vencer seus dois jogos seguintes, e faturar o título com dois pontos a mais que a Roma. A perda do caneco doeu demais na Roma, que foi a equipe que menos perdeu naquele ano (três derrotas). O fato “ajudou”, também, a acentuar ainda mais a rivalidade entre as duas equipes nos anos seguintes.

Image

A perda do título nacional foi superada logo em seguida com o bicampeonato da Copa da Itália. Como atual campeã, a equipe entrou direto nas quartas de final e despachou a Fiorentina com uma vitória por 1 a 0 fora de casa e empate sem gols em Roma. Nas semifinais, o troco na rival Juventus, com vitória por 1 a 0 na casa da Juve e empate em 1 a 1 na capital italiana. Na decisão, novamente o Torino como adversário e novamente vitória da Roma, nos pênaltis, por 4 a 2, após dois jogos empatados em 1 a 1. Ancelotti, Conti, Santarini e Falcão marcaram os gols que deram mais uma Copa para a Loba. Aquele foi o último caneco levantado pelo capitão Santarini, que deixou a equipe naquele ano de 1981 depois de 13 anos de Roma para encerrar a carreira no Catanzaro.

Roma_1981_1982
Uma das formações da Roma em 1981-1982. Em pé: Pruzzo, Carlo Ancelotti, Falcão, Maurizio Turone, Luciano Spinosi e Tancredi. Agachados: Chierico, Sebastiano Nela, Bruno Conti, Roberto Scarnecchia e Luciano Marangon.
 

 

Image

 

Preparação para a glória máxima

roma_1982-1983
O elenco campeão italiano. Primeira fila: Scarnecchia, Faccini, Di Bartolomei, Chierico, Biagini, Pruzzo, Turone, Nela e Nappi. Fila central: Tessari (comissão técnica), Prohaska, Righetti, Superchi, Liedholm (técnico), Tancredi, Falcão, Maldera e Colucci (preparador físico). Terceira fila, sentados: Boldorini (massagista), Valigi, Iorio, Conti, Alicicco (médico), Giovannelli, Vierchowod, Ancelotti e Rossi (massagista).
 

 

Na temporada 1981-1982 a Roma passou em branco e não conquistou nenhum título. A equipe foi eliminada pela Internazionale nas quartas de final da Copa da Itália após vencer o primeiro jogo por 4 a 1 e levar 3 a 0 no jogo de volta, ficando de fora por conta do gol marcado pela Inter na primeira partida. No Campeonato Italiano, o Scudetto ficou novamente com a Juventus, que pôde colocar a segunda estrela acima de seu escudo, por celebrar o vigésimo título nacional (na Itália, a cada 10 títulos nacionais, os clubes têm direito a ostentar uma estrela na camisa). As derrotas, porém, serviram de experiência para a Roma se concentrar na temporada mágica que se iniciaria muito em breve.

Image

 

Para entrar na história

Image
Di Bartolomei, grande nome daquela Roma imortal.
 

 

Nils Liedholm tinha em mãos um timaço na temporada 1982-1983. A zaga era forte e tinha nomes como Tancredi, Nela e Righetti, o meio de campo era impecável com Falcão, Di Bartolomei e Ancelotti e o ataque com o matador Pruzzo e com o habilidoso ponta esquerda Bruno Conti. Com essas estrelas, a Roma não deu moleza e partiu com tudo em busca do Scudetto. O time foi derrotando os rivais, empatando quando podia e perdendo muito pouco (foram apenas três derrotas), conquistando o sonhado título na penúltima rodada, no empate em 1 a 1 com a Genoa. O time terminou o torneio com 43 pontos, quatro a mais que a Juventus, e 16 vitórias, 11 empates e 3 derrotas em 30 partidas (vale lembrar que na época as vitórias valiam dois pontos, e não três como hoje).

Image

O time marcou 47 gols e sofreu 24, tendo o segundo melhor ataque e a segunda melhor defesa. A festa foi tremenda em Roma e imortalizou de vez os jogadores do time. Enfim, depois de 41 anos, a Cidade Eterna podia vibrar com o título italiano, e, enfim, a Roma poderia disputar uma Liga dos Campeões da UEFA.

Image

Image

 

A batalha europeia

Image

Com o título nacional de 1983, a Roma ganhou o direito de fazer sua estreia na Liga dos Campeões da UEFA na temporada 1983-1984. O time estava embalado e pronto para chegar à final, que seria disputada no estádio Olímpico de Roma. Seria o máximo conseguir, logo na estreia, chegar à final em casa. E foi para isso que o esquadrão de Falcão batalhou. A Roma eliminou o Gothenburg-SUE na primeira fase com uma vitória por 3 a 0 em casa (gols de Vincenzi, Conti e Cerezo) e uma derrota por 2 a 1 fora (gol de Pruzzo), vencendo por 4 a 2 no placar agregado. Nas oitavas de final, duas vitórias sobre o CSKA Sofia, da Bulgária, por 1 a 0, fora de casa (gol de Falcão) e 1 a 0 em Roma (gol de Graziani). Nas quartas, show em casa contra o Dynamo Berlin, da Alemanha Oriental: 3 a 0, gols de Graziani, Pruzzo e Cerezo. Na volta, a derrota de 2 a 1 não foi o bastante para eliminar a Roma, que foi para as semifinais.

Image

Nas semis, a equipe quase colocou tudo a perder quando foi derrotada na Escócia por 2 a 0 pelo Dundee United. Mas na volta, com o apoio da torcida no repleto estádio Olímpico, a Roma se impôs e fez 3 a 0 nos escoceses com dois gols de Pruzzo e um de Di Bartolomei. A equipe italiana chegava pela primeira vez na final da Liga dos Campeões. Era a chance de vencer o cobiçado troféu. E em casa.

Image
Conti, habilidoso craque do sistema ofensivo romanista.
 

 

A mais dolorosa derrota

Image

O privilégio de decidir uma Liga dos Campeões da UEFA em casa é para poucos. Pouquíssimos, aliás. E a Roma conseguiu ser um desses felizardos na final da Liga de 1983-1984, contra o então tricampeão europeu Liverpool. Os ingleses eram tarimbados e sabiam como ninguém jogar uma Liga, além de ter o retrospecto favorável de nunca terem perdido uma final europeia. Já a Roma teria que conter a ansiedade, apostar na força de seu conjunto e de sua torcida para fazer bonito na decisão. Outro fator que pesaria na final era não ter enfrentado times tradicionais naquela competição, ao contrário do Liverpool, que encarou Athletic Bilbao e Benfica. Mas, com a bola rolando, a Roma teria que mostrar que estava preparada para vencer.

Roma_1984
O time da final de 1984. Em pé: Toninho Cerezo, Falcão, Righetti, Di Bartolomei, Graziani e Tancredi. Agachados: Pruzzo, Conti, Nela, Bonetti e Nappi.
 

 

O jogo foi disputado e o Liverpool fez uma partida inteligente, sem deixar a Roma pressionar ou fazer o clima hostil da torcida influenciar nos ânimos dos ingleses. Com isso, os reds abriram o placar aos 13´com um gol de Phil Neal. No final do primeiro tempo, foi a vez da Roma marcar com o matador Pruzzo, aos 42´, que chegou ao seu 5º gol na competição. No segundo tempo, a Roma dominou o meio de campo, mas não conseguiu furar a forte defesa inglesa. Com poucas emoções, o jogo foi para a prorrogação, e, depois, para os pênaltis. Nas cobranças, o Liverpool contou com a malandragem do goleiro Grobbelaar, que distraiu os jogadores romanos Conti e Graziani, que chutaram para fora. O Liverpool venceu por 4 a 2 e faturou, em pleno estádio Olímpico, seu quarto título europeu. Foi um desastre para a Roma. Em sua primeira final, com o privilégio de jogar em seu próprio estádio, o time sucumbia nos pênaltis. A derrota foi amarga e é um dos capítulos mais tristes da história do clube, que perdeu a chance de colocar seu nome e de seus jogadores no mais alto escalão do futebol europeu.

Image

 

O consolo na Itália

Image

Após a derrota na Liga, a Roma conseguiu encerrar a temporada com um título de consolação: a Copa da Itália. Depois de ter eliminado o Milan, nas quartas, e o freguês Torino, nas semis, o time enfrentou o Verona na decisão. No primeiro jogo, em Verona, empate em 1 a 1. Na volta, em Roma, vitória por 1 a 0 para a equipe da capital, que comemorou o terceiro caneco da Copa em cinco anos. Mas aquele seria o último grande momento do esquadrão comandado por Nils Liedholm.

Image

 

O fim de um time para a história

Image
Conti (com a camisa da Itália) e Falcão (com a camisa do Brasil): craques também por suas seleções naqueles anos 80.
 

 

A derrota na final da Liga deixou feridas na Roma que não foram cicatrizadas. O técnico Liedholm deixou a equipe em 1984, assim como Falcão, o que culminou com a perda da magia conquistada pelo time naqueles anos. A Roma ainda venceria mais uma Copa da Itália, em 1985-1986, mas só voltaria a brilhar no Campeonato Italiano em 2001, quando faturou o tri. Terminava no fatídico ano de 1984 a trajetória do time que voltou a fazer o torcedor romano alegre e feliz, que esbanjou categoria, conquistou títulos, e conseguiu a proeza única de chegar a uma final de Liga dos Campeões. Por esta façanha, e por ter levado a Roma à conquista do Scudetto de 1983, esse esquadrão que tinha um rei (Falcão) e vários ótimos suditos é, sem dúvida alguma, um imortal do futebol.

 

Os personagens:

Franco Tancredi: era baixinho para um goleiro (tinha apenas 1m76cm), mas compensava a falta de altura com uma velocidade e elasticidade fantásticas, além de ser um exímio pegador de pênaltis. Jogou de 1977 até 1990 na Roma e foi o guardião da meta romana na gloriosa década de 80. Foi um símbolo do time no período.

Dario Bonetti: com duas passagens pela Roma (1980 a 1982 e 1983 a 1986), Bonetti teve participação nas conquistas das Copas da Itália de 1981 e 1984, além da taça de 1986. Era conhecido por sua virilidade e pela raça, o que lhe custava muitas expulsões. Jogou, também, em grande parte da campanha do vice-campeonato da Liga dos Campeões em 1984.

Spinosi: chegou já consagrado em 1978 após grandes temporadas pela Juventus. Atuava no setor defensivo, como lateral-direito e também zagueiro. Era duro na marcação e tinha um grande senso de posicionamento, sendo especialista em zonas de marcação e na antecipação. Era ótimo nas jogadas aéreas e ganhava quase todas as disputas pelo alto dos adversários. Deixou a Roma em 1982.

Sebastiano Nela: foram 11 anos de Roma e muitos títulos, incluindo o Scudetto de 1983 e o vice-campeonato europeu em 1984. Não era alto para um zagueiro, mas era muito eficiente na marcação e no posicionamento.

Turone: seria um herói romano se o seu gol contra a Juventus, pelo Italiano de 1981, tivesse valido. Mas, como o árbitro da partida “viu” impedimento, a Roma só empatou e a Juve foi quem comemorou o caneco daquele ano. Mesmo assim, foi um dos grandes defensores da Roma no começo da década de 80 e peça chave nas conquistas das Copas da Itália de 1980 e 1981.

Ubaldo Righetti: revelado pela Roma, em 1980, Righetti foi ganhando espaço aos poucos e virou titular com o passar dos anos, tendo seu auge a partir de 1983. Foi tricampeão da Copa da Itália e campeão italiano em 1983, além de integrar o elenco vice-campeão europeu em 1984, quando converteu seu pênalti na decisão contra o Liverpool.

Santarini: começou no modesto Rimini, passou pela Internazionale, mas foi na Roma, de 1968 até 1981, que Santarini virou ídolo e um dos grandes zagueiros de seu tempo. Capitão da equipe, o xerife levantou as Copas da Itália de 1980 e 1981 antes de deixar o clube para se aposentar no Catanzaro, em 1983. Muito querido no clube e um dos recordistas em jogos pelo time da capital: 429 partidas.

Michele Nappi: o lateral brilhou na incrível Perugia da década de 70 antes de ir para a Roma, em 1982. No time da capital, foi apenas regular, mas venceu uma Copa da Itália e o almejado Scudetto de 1983.

Vierchowod: um dos maiores zagueiros da história do futebol italiano e um dos recordistas em jogos pela Série A do Calcio (562 partidas), Pietro Vierchowod jogou apenas uma temporada na Roma, mas o bastante para se imortalizar como campeão italiano pela Loba em 1983. Exímio marcador, perfeito no posicionamento e um leão em campo, Vierchowod integrou o time da Itália campeão do mundo na Copa de 1982. Depois da Roma, jogou demais e colecionou títulos na ótima Sampdoria do final da década de 80.

Falcão: o Rei de Roma foi o melhor jogador da Roma nos anos de ouro do time, de 1980 até 1984. Elegante, com ótima visão de jogo, habilidoso, capaz de dar passes precisos e milimétricos e líder, Falcão foi impecável e se consagrou como um dos melhores jogadores da história do futebol mundial e da própria Roma. Teve papel fundamental para o sucesso do time naqueles mágicos anos 80. Um mito. Leia mais sobre ele clicando aqui.

Toninho Cerezo: outro craque brasileiro que brilhou na Itália e foi peça chave nas conquistas das Copas da Itália de 1984 e 1986. Fez um meio de campo memorável ao lado de Falcão e Di Bartolomei e mostrou, também faro de gol. Pela Serie A, marcou 13 gols em 70 jogos. Leia mais sobre ele clicando aqui!

Domenico Maggiora: outro clássico meiocampista da Roma no final da década de 70 e início da de 80. Venceu o bicampeonato da Copa da Itália de 1980 e 1981. Deixou a Roma em 1982 para jogar na Sampdoria e, posteriormente, no Cagliari e no Catania.

Aldo Maldera: impecável como zagueiro ou volante, Maldera foi um dos grandes craques da Roma de 1982 até 1985. Jogou muito na campanha do Scudetto de 1983 e foi um dos símbolos do time graças a sua velocidade e eficiência em campo. Encerrou a carreira na Fiorentina, em 1987.

Chierico: meio-campista, jogou na Roma de 1981 até 1985. Foi titular em sua primeira temporada no clube, mas perdeu espaço nos anos seguintes e acabou jogando mais nas competições de tiro curto, como a Copa da Itália. Costumava aparecer no ataque e marcava alguns gols.

Amenta: atuava como meio-campista e também na zaga. Tinha muita força e impulsão nas jogadas aéreas. Deixou a Roma já em 1981 para jogar no Pescara.

Di Bartolomei: com a saída de Santarini, foi o meio-campista Agostino Di Bartolomei que herdou a braçadeira de capitão da Roma (junto com Ancelotti) para fazer história e levantar, em 1983, o sonhado título do Campeonato italiano. Nasceu na Roma e foi um dos grandes ídolos e símbolos do time na gloriosa década de 80. Era daqueles volantes que partiam para o ataque e marcava gols (foram 50 em 272 partidas pela Roma apenas no Campeonato Italiano). Elegante e impecável no posicionamento ou na marcação, Di Bartolomei foi gigante e um dos notáveis jogadores italianos a não ter tido chances na seleção. Uma injustiça com esse grande craque do futebol.

Bruno Conti: pequenino, mas mortal, Bruno Conti foi o terror dos adversários na ponta esquerda da Roma de 1972 até 1991, quando se aposentou, tendo vestido apenas outras duas camisas em sua carreira: a do Genoa e da seleção da Itália (pela qual foi campeão do mundo em 1982). Habilidoso, driblado, extremamente rápido e garçom para os atacantes, Bruno Conti foi um dos melhores jogadores da história do futebol italiano e mundial e outro grande símbolo do talentoso time da Roma campeão italiano em 1983 e vice europeu em 1984.

Francesco Graziani: o atacante chegou à Roma em 1983, pouco depois da conquista do Scudetto, mas ainda teve tempo de vencer a Copa da Itália de 1984 e por pouco não faturar a Liga dos Campeões do mesmo ano. Centroavante, Graziani viveu seu melhor momento no Torino, onde foi o artilheiro da Serie A de 1977 com 21 gols. Na Roma, não repetiu as grandes atuações, mas ainda sim marcou gols importantes.

Carlo Ancelotti: revelado pelo Parma, o meiocampista Carlo Ancelotti começou a brilhar na Roma a partir de 1979. No time da capital, foi decisivo e peça chave nas conquistas das Copas da Itália de 1980, 1981 e 1984 e do Scudetto de 1983. Foi capitão da equipe em muitas partidas e sua ausência, por contusão, na final da Liga dos Campeões da UEFA de 1984 foi muito sentida pela equipe e pelos torcedores. Depois de muitas glórias em Roma, foi ainda mais vitorioso no grande Milan do final da década de 80. Hoje, é técnico de futebol.

Prohaska: outro que ficou pouquíssimo tempo na Roma, apenas de 1982 até 1983, mas que foi decisivo para a conquista do Scudetto. Talentoso, preciso no passe e com ótima visão de jogo, fez parte do brilhante meio de campo da Roma naquele campeonato, ao lado de Falcão, Di Bartolomei e Ancelotti. O austríaco deixou a equipe italiana logo após a conquista para encerrar a carreira no seu querido Austria Vienna, onde jogou até 1989.

Roberto Pruzzo: foi um dos melhores e mais temidos atacantes italianos na década de 80 e o goleador máximo da Roma no período em que esteve na capital italiana, de 1978 até 1988. Sempre bem posicionado, rápido e matador nato, Roberto Pruzzo foi o artilheiro da Serie A em 1981 (18 gols), 1982 (15 gols) e 1986 (19 gols). Foi por muito tempo o maior artilheiro da história da Roma na Serie A com 106 gols, até ser destronado pelo astro Francesco Totti, nos anos 2000. Foi um mito na Loba.

Nils Liedholm (Técnico): notável meio-campista sueco, que ficou mundialmente conhecido por integrar o trio sueco Gre-No-Li (Gren, Nordahl e Liedholm) que brilhou no Milan e na seleção sueca, Liedholm mostrou competência também como técnico ao levar a Roma ao mais alto patamar do futebol italiano com os títulos conquistados na década de 80. O treinador usou e abusou do talento e da qualidade de seus jogadores e tirou o máximo de cada um, formando uma equipe forte em todos os setores do campo. Por ter conquistado o Scudetto de 1983 e ter sido o único treinador a conseguir levar a Roma a uma final europeia, Liedholm é um dos maiores ídolos da história romana.

Image

 

Licença Creative Commons
O trabalho Imortais do Futebol – textos do blog de Imortais do Futebol foi licenciado com uma Licença Creative Commons – Atribuição – NãoComercial – SemDerivados 3.0 Não Adaptada.
Com base no trabalho disponível em imortaisdofutebol.com.
Podem estar disponíveis autorizações adicionais ao âmbito desta licença.

Comentários encerrados

3 Comentários

  1. Grande time tinha a Roma nos anos 80, década em que o Calccio era um campeonato recheado de craques e timaços, pena que ela não ganhou a Champions League. Uma pena um clube da tradição da Roma não ser campeã européia.

Seleções Imortais – Itália 2020-2021

tchecoslovaquia_1976

Seleções Imortais – Tchecoslováquia 1976