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Esquadrão Imortal – Inter de Limeira 1986

Em pé: Bolívar, Silas, Manguinha, João Luís, Juarez e Pecos. Agachados: Kita, Tato, Gilberto Costa, João Batista e Lê.
Inter de Limeira 1986
Em pé: Silas, Pecos, Juarez, Manguinha, Bolívar e João Luís. Agachados: Tato, Gilberto Costa, Kita, João Batista e Gilson Gênio.
 

 

Grandes feitos: Campeã do Campeonato Paulista de 1986 e 12ª colocada no Campeonato Brasileiro de 1986. Foi o primeiro clube do interior de SP a conquistar o Paulistão.

Time-base: Silas; João Luís, Juarez, Bolívar e Pecos; Manguinha, Gilberto Costa e João Batista; Tato, Kita (Gilcimar) e Lê (Gilson Gênio / Carlos Silva). Técnico: Pepe.

 

 

“A Pioneira do Interior”

Por Guilherme Diniz

 

Até meados dos anos 1980, vencer o Campeonato Paulista era restrito apenas aos clubes da capital ou da Baixada Santista. Corinthians, Palmeiras, Santos, São Paulo e Portuguesa eram os principais donos do troféu mais cobiçado do estado, isso sem contar outras agremiações, também da capital, que venceram o torneio antes dos anos 1930, tais como o Paulistano, AA São Bento, entre outros. Algumas equipes do interior até tentavam brigar pela taça, mas nunca conseguiam sucesso. Bem, isso até chegar o ano de 1986, quando o improvável e inédito aconteceu. Com uma campanha irrepreensível, um time que jogava pra frente e por vezes com três atacantes, a Internacional de Limeira quebrou paradigmas e escritas, derrotou os gigantes da capital e venceu o Campeonato Paulista daquela temporada em pleno estádio do Morumbi e contra o poderoso Palmeiras, que na época vivia um jejum angustiante de conquistas que já superava uma década. Com o lendário ex-jogador Pepe no comando técnico, a equipe alvinegra abriu caminho para que outros clubes também ousassem desafiar os gigantes de São Paulo nos anos seguintes. É hora de relembrar.

 

Montando a base

A Inter de Limeira já flertava com um grande momento no futebol desde o início da década de 1980, quando terminou as edições de 1980 e 1981 entre os primeiros colocados, além de disputar a elite do futebol brasileiro em 1981. A partir de 1984, quando passou a ser presidido por Richard Drago, o clube investiu mais no departamento de futebol, na captação de patrocinadores e nas categorias de base e teve também um considerável apoio do prefeito de Limeira, Jurandyr Paixão de Campos Freire, que possibilitou as contratações de nomes como Silas, Gilberto Costa, Carlos Silva, Vilson Cavalo, Pecos e João Batista, que ganharam a companhia das revelações da base Tato e Lê. Em 1985, a Inter ainda teve o reforço de Éder Aleixo, por empréstimo, mas a Veterana acabou na 9ª colocação do campeonato estadual.

Com a manutenção do elenco em 1986, novo presidente – Victório Marchesini – e os reforços de Kita, Juarez, Manguinha e Gilson Gênio, a Inter de Limeira queria repetir as boas campanhas do começo da década para provar que os investimentos estavam no caminho certo. E, para conduzir aquele time, a diretoria trouxe o ex-jogador Pepe, bicampeão mundial com a seleção e com o Santos, para ser o técnico da equipe. Pepe já tinha no currículo de treinador o título paulista de 1973 comandando o Peixe e encontrou na Inter jogadores experientes, com passagens por alguns dos maiores clubes do país e que podiam, sim, render bastante naquela temporada. Em sua apresentação, Pepe, um entusiasta das histórias e com uma vivência sem igual no esporte, disse:

 

“Vamos jogar um feijão com arroz. Só que vamos botar um temperôzinho apimentado…”

 

Adepto do futebol ofensivo, o técnico montou uma equipe com três homens na frente – Tato, Kita e Gilson Gênio (Lê virou titular na reta final) – e priorizou o bom toque de bola e os contra-ataques. O principal personagem seria Kita, centroavante participativo, mas também goleador e que viveria naquele ano uma redenção na carreira após a decepção recente no Internacional de Porto Alegre. Mas, como em muitas campanhas vitoriosas, o início da trajetória da Gigante de Limeira seria complicado.

 

Será que vai? Vai sim!

Kita, artilheiro da Inter em 1986.

 

 

O torneio estadual de 1986 teria o mesmo regulamento do ano anterior: 20 equipes em dois turnos, com os campeões de cada etapa garantidos na semifinal ao lado das duas equipes com melhor campanha na soma dos turnos. No primeiro turno, a Inter fez uma campanha bem abaixo das expectativas e que começou com derrota por 3 a 1 para o Palmeiras. A equipe até segurou empates contra Corinthians e São Paulo, mas perdeu pontos preciosos contra Novorizontino (1 a 0), São Bento (2 a 1) e Comercial (2 a 2), e terminou na 6ª colocação, com sete vitórias, sete empates e cinco derrotas em 19 jogos. O ceticismo aumentou depois desse desempenho, ainda mais pelo fato de a equipe ter ficado atrás da Portuguesa e do Juventus, rivais que a Inter tinha condições de superar. Mas, no segundo turno, tudo mudou. 

Foto: Acervo / Gazeta Press.

 

 

A Veterana derrotou o Santos, campeão do turno, por 3 a 0, venceu o Santo André por 1 a 0, empatou com a Ponte Preta (1 a 1), venceu o Palmeiras por 1 a 0, bateu a Ferroviária por 2 a 0, o Comercial por 1 a 0 e o XV de Jaú por 2 a 1. Esses resultados deixaram a Inter “nas cabeças” e a equipe seguiu sem perder, permanecendo impressionantes 17 jogos sem derrotas, feito que deu ao clube de Limeira a Taça dos Invictos! Só nas duas últimas rodadas que a alvinegra caiu de rendimento – perdeu por 1 a 0 para o Corinthians e 5 a 1 para o São Paulo -, mas tais resultados não atrapalharam em nada a campanha histórica da Inter, campeã do segundo turno com 11 vitórias, seis empates e duas derrotas em 19 jogos. E mais: com o fim da primeira etapa do Campeonato, a Inter foi a líder geral do torneio:

 

  • 38 jogos
  • 18 vitórias
  • 13 empates
  • 7 derrotas
  • 53 gols marcados (2º melhor ataque)
  • 31 gols sofridos (2ª melhor defesa)

 

Mais do que a campanha irrepreensível naquele turno, a Inter apresentava um belo futebol, com toques rápidos, ataques imbatíveis e entrosamento pleno entre Tato, Lê e Kita, goleador do time e do campeonato até aquele momento com 21 gols. Além de ser eficiente lá na frente, a Veterana demonstrava força defensiva com o xerife Bolívar, o onipresente Gilberto Costa, “pulmão do meio de campo”, e os jovens laterais João Luís e Pecos. O técnico Pepe não escondia a satisfação em seus jogadores e confiava na força do Limeirão na reta final: “Aqui em Limeira, engolimos eles”, dizia o técnico na época. 

Estádio Limeirão, alçapão da Inter na campanha do título.

 

 

Porém, mesmo com a vaga na semifinal, a torcida ainda não acreditava no título. Em reportagem publicada pela revista Placar em 25 de agosto de 1986, um trecho destacou que muitos em Limeira diziam a frase: “chegamos até onde a Federação deixa um time do interior chegar”, na crença de que era mais interessante para a entidade paulista uma final com clubes da capital. Mas aquela Inter iria derrubar crendices (e gigantes) rapidamente…

 

Leão na final!

O adversário da Inter na semifinal foi o Santos, que, campeão do turno e classificado por antecipação à etapa final, relaxou no segundo turno e terminou na última colocação (!), fazendo com que o Peixe tivesse a pior campanha entre os quatro classificados. Por isso, a Inter (1ª) enfrentou o Santos (8º colocado geral, mas campeão do primeiro turno) e o Palmeiras (2º) enfrentou o Corinthians (3º). Uma curiosidade é que, na classificação geral, a Portuguesa ficou em 4º lugar e, se o critério adotado fosse por pontos, a Lusa seria a classificada no lugar do Santos.

A Inter em campo: time era muito ofensivo, mas conseguia se defender bem com organização e aplicação tática.

 

 
Festa da torcida na vitória sobre o Santos, em Limeira.

 

 

No primeiro jogo, na Vila Belmiro, a Inter não se intimidou com o alçapão alvinegro nem com nomes como Rodolfo Rodríguez, Dunga e Serginho Chulapa e venceu por 2 a 0, gols de Kita e Gilberto Costa, resultado que deu a vantagem do empate para a partida de volta, em Limeira. No duelo seguinte, quase 27 mil pessoas lotaram o Limeirão para mais uma vitória da Inter: 2 a 1, gols de João Batista e Kita, implacável, resultado que colocou a Veterana na decisão do Paulistão. Parecia um sonho, mas era realidade! Dois jogos separavam a Inter de Limeira de um inédito título estadual. Só que o adversário seguinte vinha cheio de ânsia por um troféu: o Palmeiras.

 

O Leão é imortal!

Em 1986, o Palmeiras vivia um período tenebroso de escassez de títulos. Após os anos dourados que viveu nas décadas de 1960 e início da de 1970, o alviverde não sabia o que era troféu desde 1976, algo então inédito para um clube tão acostumado às taças. Por isso, o Verdão era favorito e confiava em nomes como Martorelli, Lino, Mendonça, Edu, Jorginho, Edmar e Éder, além da boa força defensiva imposta pelo técnico Carbone. A confiança era enorme tanto do Palmeiras quanto da torcida, principalmente depois que a FPF decidiu que os dois jogos seriam no Morumbi, uma vantagem alviverde, pois a Inter era muito forte jogando em Limeira. O primeiro duelo aconteceu no dia 31 de agosto de 1986, em um Morumbi com mais de 104 mil pessoas (!) e arbitragem do eterno Romualdo Arppi Filho, um dos maiores árbitros da história do futebol brasileiro e mundial – ele apitou, inclusive, a final da Copa do Mundo daquele ano de 1986 entre Argentina e Alemanha.

Marcando muito e aproveitando as investidas pela direita de João Luís, a Inter pressionou o Palmeiras em boa parte do primeiro tempo e incomodou o Verdão, que não conseguiu encontrar espaços para finalizar. Na etapa complementar, a equipe alviverde teve as melhores chances, mas o gol não saiu graças ao desempenho sensacional do zagueiro Juarez, implacável na cobertura e nas interceptações, e nas boas saídas do goleiro Silas. Com isso, o placar de 0 a 0 deixou tudo aberto para a volta, apenas três dias depois. 

No dia do jogo, o técnico Pepe fez questão de preparar seus jogadores para a vitória e se ateve a todos os detalhes, incluindo proibir o consumo de carne de porco no almoço – superstição, vai que, né? Com a volta de seu esquema preferido, o 4-3-3, Pepe fez a Inter de Limeira adotar uma postura bem diferente e não hesitou em atacar o Palmeiras. Embora o placar não tenha sido inaugurado na primeira etapa, a melhor chance foi da Veterana, em cobrança de falta de Pecos que bateu na trave do goleiro Martorelli. Até que, aos 5’ do segundo tempo, o artilheiro voltou. Pecos levantou, João Batista ganhou de Lino e tocou de cabeça para Kita, que dominou de costas para o gol, girou tirando Márcio da jogada e chutou forte, no canto direito: 1 a 0.

Kita corre pro abraço: Inter com a mão na taça! E Palmeiras na fila… Jejum do Verdão só iria acabar em 1993.

 

 

Quatro minutos depois, a Inter foi com tudo pra cima do Verdão em jogada de Kita, que chutou para o alto, do meio do campo, e o lateral Denis tentou atrasar para o goleiro, mas tocou leve e Tato apareceu para colocar a bola no fundo do gol: 2 a 0. Desesperado, o Palmeiras foi em busca do gol da salvação, mas concedeu contra-ataques perigosos, como um ocorrido aos 21′, quando João Batista deixou para Kita e o artilheiro chutou para fora. Aos 29′, o Palmeiras descontou em gol de cabeça de Amarildo, mas a Inter se fechou mais e continuou na tática do contra-ataque, aparecendo com perigo aos 33′, quando Kita teve grande chance, mas desperdiçou.

Ao apito final do árbitro Dulcídio Wanderley Boschilia, as mais de 78 mil pessoas no Morumbi presenciaram um feito inédito, histórico, impressionante: Inter de Limeira, campeã do Campeonato Paulista de 1986. Pela primeira vez em 84 anos de disputa, o campeonato estadual de SP tinha um campeão do interior. “O título foi apenas a confirmação de que fomos mesmo os melhores”, disse Pepe à Placar na época. E, de fato, foi mesmo. A Inter terminou com a melhor campanha absoluta da competição, somando:

 

  • 42 jogos
  • 21 vitórias
  • 14 empates
  • 7 derrotas
  • 59 gols marcados (melhor ataque)
  • 33 gols sofridos

 

 

 

Pepe, técnico da Inter, com a faixa de campeão paulista.

 

 

A equipe ainda teve o artilheiro da competição, Kita, com 24 gols, artilheiro que sempre teve o apoio do técnico Pepe, que acreditava no potencial do atacante em decidir e tinha a frase pronta sobre o seu goleador: “Kita não é uma mentira. Porque equívocos como ele não existem”. O título fez com que a Inter de Limeira ficasse conhecida não só em SP, mas em todo Brasil, afinal, ela havia vencido um dos torneios mais difíceis e tradicionais do país – e isso em uma época onde os Estaduais tinham um peso muito, mas muito maior do que têm hoje. 

 

Bom papel na Série A e o fim

Sebastião Lazaroni, técnico do Flamengo na época, condecora Kita com a faixa de campeão paulista: atacante foi jogar no rubro-negro. Foto: Acervo / Gazeta Press.

 

 

Após o feito histórico, a Inter de Limeira perdeu Kita, negociado ao Flamengo, e o técnico Pepe, que foi treinar o São Paulo. A Veterana ganhou o direito de disputar o Torneio Paralelo, que dava aos quatro melhores o acesso à Série A do Brasileirão, em um modo de disputa parecido com o da Copa João Havelange de 2000. A Inter terminou como líder de seu grupo, com seis vitórias, um empate e uma derrota em oito jogos, marcando 16 gols e sofrendo apenas três. Na segunda fase, já com os clubes da elite, a equipe paulista terminou na 4ª colocação de seu grupo, atrás apenas de Cruzeiro, Portuguesa e Bahia, e se classificou para as oitavas de final. Nela, o time encarou o São Paulo de Careca, Müller, Silas… E o técnico Pepe! E foi justamente o ex-técnico da Inter que eliminou a equipe do torneio, após vitória por 4 a 2 no agregado (a Inter venceu a ida por 2 a 1, mas perdeu a volta por 3 a 0). 

No ano seguinte, a Inter de Limeira não conseguiu o bi no Paulistão e só voltou a brilhar em 1988, quando faturou o título do Campeonato Brasileiro da Série B. Porém, nunca mais a equipe voltou a levar títulos de expressão. De 1986 até hoje, além da Inter, apenas Bragantino (1990), São Caetano (2004) e Ituano (2002 e 2015) conseguiram conquistar o Paulistão como clubes fora da capital. Isso mostra o quão raro é e o quão impressionante foi a conquista da Inter naquele ano. É como disse o presidente Vitório Marchesini lá em 1986: “Ainda somos um time do interior. A diferença é que, agora e para sempre na história, somos um time campeão”. Um esquadrão imortal.

 

Os personagens:

 

Silas: sem espaço no Santos, que tinha na época o ótimo goleiro uruguaio Rodolfo Rodríguez, Silas foi buscar outro clube naquela segunda metade de década de 1980 e encontrou na Inter de Limeira espaço para mostrar seu talento. Muito veloz e sempre bem colocado, fez um ótimo Paulistão em 1986 e garantiu o bom retrospecto defensivo do time na temporada. 

João Luís: lateral-direito muito bom ofensivamente, chegou em 1984 à Inter e criava grandes oportunidades de gol, fazendo uma grande parceria com Tato no ataque do time. Eficiente, ajudava, também, na marcação. Até hoje é considerado o maior lateral-direito da história do clube. Passou também pelo Sporting-POR e pelo Palmeiras.

Juarez: zagueiro de muita técnica e perito nas antecipações, foi sem dúvida um dos melhores jogadores da Inter naquele ano e também de todo Campeonato Paulista. Não deu chances para os atacantes do Palmeiras nas finais e se entrosou demais com o xerife Bolívar. O Verdão não resistiu e contratou o zagueiro logo após o Paulistão, mas Juarez não repetiu o futebol dos tempos de Inter. 

Bolívar: enquanto Juarez se desdobrava na grande área, o xerife e capitão Bolívar ficava na sobra, dando combate e afastando o perigo quando o companheiro não conseguia interceptar. Com boa presença física, impunha respeito e liderança. 

Pecos: era um lateral mais de marcação, e ajudava a liberar mais os meio-campistas Gilberto Costa e João Batista na armação de jogadas de ataque.

Manguinha: o meio de campo da Inter de Limeira era incansável e podia atuar como cabeça de área, aberto na esquerda, na direita e até avançar ao ataque quando preciso. Tinha bagagem e um título brasileiro pelo Guarani, em 1978, no qual atuava mais como meia armador. Por não ser muito veloz, acabou recuando com o tempo e exerceu com maestria a função de volante. Talvez seja o único a ter no currículo um título nacional e um estadual por clubes do interior.

Gilberto Costa: era o pulmão do time e dono de um chute poderoso, além de ser construtor de jogadas e fazer gols decisivos. Raçudo, empurrava o time em campo e foi muito querido pela torcida. Jogou de 1985 até 1987, disputou 122 jogos e marcou 19 gols. Teve passagens também pelo Santos, Corinthians e Internacional de Porto Alegre.

João Batista: meia que atuava mais pela esquerda e podia até se revezar com Lê no ataque, criava muitas oportunidades e encontrava espaços para finalizar e dar assistências aos companheiros. Em suas três passagens pelo clube, disputou 242 jogos e marcou 36 gols. 

Tato: com suas tabelinhas pela direita com João Luís, Ederval Luís Lourenço da Conceição, o Tato, levava muito perigo nas investidas ao ataque e foi um dos destaques da Inter naquela conquista histórica. Oportunista, Tato é até hoje um dos maiores artilheiros da história do clube com 48 gols em 208 jogos. 

Kita: o título paulista de 1986 foi a ressurreição do atacante no futebol e provou que ele ainda tinha muito a contribuir. Desengonçado, do alto dos seus 1,85m, Kita não só foi o artilheiro do campeonato daquele ano como também um grande garçom e rompedor de defesas, ajudando a criar espaços e fazendo o popular pivô. Kita anotou 34 gols em 64 jogos com a camisa da Inter de Limeira e é até hoje o maior centroavante do clube em todos os tempos. Faleceu em 2015, vítima de câncer.

Gilcimar: o ponta-direita atuou algumas vezes durante a campanha, mas acabou não tendo muito espaço por causa da boa fase do ataque da Veterana no torneio. Irmão de Gilson Gênio, jogou também no Bahia, no Palmeiras e no Fluminense.

Lê: o jovem meia despontou na reta final do torneio como uma importante peça tática do técnico Pepe, atuando como ponta, meia e até mais recuado se fosse necessário. Tinha boa visão de jogo, passes precisos e disposição. Tempo depois, foi negociado ao São Paulo e faturou mais um título estadual na carreira, em 1987. Era o único da Inter nascido na cidade de Limeira.

Gilson Gênio: cria do Fluminense, foi muito querido nas Laranjeiras no final dos anos 1970 e por lá ganhou o apelido de “Gênio”, pela grande visão de jogo e passes precisos. Foi titular em praticamente toda a campanha do título, mas perdeu espaço na reta final com a ascensão do meia Lê.

Carlos Silva: atuava mais pelo meio de campo e tinha muita habilidade, sendo considerado um reserva de luxo da equipe. Teve passagens pelo Santos e por outros clubes do interior.

Pepe (Técnico): com muita conversa, treinos descontraídos, simpatia e união, o craque Pepe demonstrou talento, também, como técnico e fez história naquele ano de 1986. Formou uma equipe muito forte ofensivamente e que não descuidou da defesa. Sua campanha no segundo turno do Paulistão foi espetacular e, na reta final, foi brilhante ao derrotar o Santos nas duas partidas, amarrar o Palmeiras no duelo de ida da final e liquidar a disputa na finalíssima. Pepe comandou a Inter em 119 jogos, venceu 52, empatou 44 e perdeu 23.

 

 

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