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Craque Imortal – Samuel Eto’o

 

Nascimento: 10 de março de 1981, em Duala, Camarões.

Posição: Atacante

Clubes: Real Madrid-ESP (1997-2000), Leganés-ESP (1997-1998-empréstimo), Espanyol-ESP (1999-empréstimo), Mallorca-ESP (2000-empréstimo e 2000-2004), Barcelona-ESP (2004-2009), Inter de Milão-ITA (2009-2011), Anzhi  Makhachkala-RUS (2011-2013), Chelsea-ING (2013-2014), Everton-ING (2014-2015), Sampdoria-ITA (2015), Antalyaspor-TUR (2015-2018), Konyaspor-TUR (2018) e Qatar SC-QAT(2018-2019).

Principais títulos por clubes: 1 Liga dos Campeões da UEFA (1999-2000) pelo Real Madrid.

1 Copa do Rei (2002-2003) pelo Mallorca.

2 Ligas dos Campeões da UEFA (2005-2006 e 2008-2009), 3 Campeonatos Espanhóis (2004-2005, 2005-2006 e 2008-2009), 1 Copa do Rei (2008-2009) e 2 Supercopas da Espanha (2005 e 2006) pelo Barcelona.

1 Mundial de Clubes da FIFA (2010), 1 Liga dos Campeões da UEFA (2009-2010), 1 Campeonato Italiano (2009-2010), 2 Copas da Itália (2009-2010 e 2010-2011) e 1 Supercopa da Itália (2010) pela Inter de Milão.

Principais títulos por seleção: 2 Copas Africanas de Nações (2000 e 2002) e 1 Medalha de Ouro Olímpica (2000) por Camarões.

Principais títulos individuais e Artilharias:

Jogador Africano Jovem do Ano: 2000

Jogador Africano do Ano: 2003, 2004, 2005 e 2010

Eleito para o Time do Ano da ESM: 2004–05, 2005–06, 2008–09 e 2010–11

3º Melhor Jogador do Mundo pela FIFA: 2005

FIFA FIFPro World XI: 2005 e 2006

Eleito para o Time do Ano da UEFA: 2005 e 2006

Eleito para o Time do Ano da CAF: 2005, 2006, 2008, 2009, 2010 e 2011

Artilheiro do Campeonato Espanhol – Pichichi Trophy: 2005-2006 (26 gols)

Maior Assistente da Liga dos Campeões da UEFA: 2005-2006 (4 assistências)

Artilheiro da Copa Africana de Nações: 2006 (5 gols) e 2008 (5 gols)

Artilheiro da Copa da Itália: 2010-2011 (5 gols)

Maior Artilheiro da história da Copa Africana de Nações: 18 gols em 29 jogos

Maior Artilheiro da história da seleção de Camarões: 56 gols em 118 jogos

Maior Artilheiro da história do Mallorca em La Liga: 54 gols em 133 jogos

Atacante do Ano da UEFA: 2006

Bola de Ouro do Mundial de Clubes da FIFA: 2010

MVP Award do Campeonato Russo: 2012-2013

Golden Foot: 2015

Globe Soccer Player Prêmio pela Carreira: 2016

Eleito para o Dream-Team do Futebol Africano do Século pela IFFHS: 2021

Eleito para o Hall da Fama da Inter de Milão: 2021

 

“Artilheiro Predatório”

Por Guilherme Diniz

 

Um grande atacante decide campeonato e aparece quando mais seu clube ou seleção precisa dele. E, ao longo dos anos 2000 e parte dos anos 2010, um artilheiro camaronês marcou seu nome na história do futebol mundial demonstrando um verdadeiro instinto predatório quando o assunto era gol. Ele decidiu vários torneios (incluindo duas Ligas dos Campeões da UEFA, uma Copa Africana de Nações, Copa da Itália, Copa do Rei…) e foi um terror de zagas e goleiros com prolíficas médias de gols, exibições de gala, faro goleador, velocidade e habilidade para chutar com as duas pernas. Foi também um dos maiores jogadores da história do futebol africano e de seu país. Samuel Eto’o Fils, ou simplesmente Eto’o, provou com títulos, gols, artilharias e premiações individuais o enorme talento que sempre teve. Integrante de dois esquadrões lendários do Barcelona, Eto’o superou os mais diversos obstáculos para chegar ao topo como um atacante implacável, decisivo e inesquecível. É hora de relembrar.

 

Tempos de adaptação

No Real, Eto’o disputou apenas 7 jogos. Foto: PA.

 

Desde pequeno, Eto’o viu no esporte a chance para prosperar. Na infância, começou a jogar no Kadji Sports Academy, de sua cidade, Duala, e logo demonstrou uma habilidade rara de controle de bola, finalização e velocidade, sempre se inspirando em Roger Milla, lenda camaronesa. Muito dedicado, foi para a Europa tentar a sorte no futebol francês, mas problemas em sua documentação o impediram de jogar pelo PSG. Eto’o voltou ao seu país, seguiu jogando bem, foi chamado pela primeira vez à seleção aos 15 anos e, entre um jogo e outro, conseguiu atrair a atenção de um olheiro do Real Madrid, para onde rumou em 1997 até conseguir uma vaga no Real Madrid B. Porém, o clube foi rebaixado na temporada 1996-1997 e, nas divisões inferiores, jogadores de fora da União Europeia não eram permitidos. Por isso, o jovem foi emprestado ao Leganés, mas não se adaptou, marcou apenas quatro gols em 30 jogos, e retornou ao Real Madrid, que fez mais dois empréstimos do jovem aos vizinhos Espanyol e Mallorca.

Na época 1997-1998, pelo Leganés.

 

Neste último, Eto’o conseguiu, enfim, um rendimento melhor e marcou seis gols nos 13 jogos que disputou – dois, quem diria, em cima do Barcelona em pleno Camp Nou -, desempenho que fez o Mallorca comprar o camaronês e tê-lo em definitivo a partir da temporada 2000-2001. Nesse meio tempo, o jovem conseguiu espaço na seleção de Camarões, pela qual disputou a Copa do Mundo de 1998 como jogador mais jovem do torneio – apenas 17 anos -, mas ele jogou apenas na derrota por 3 a 0 para a Itália, na fase de grupos, em uma época de entressafra do selecionado africano. Mas seria a partir de 2000 que a carreira do atacante iria decolar de vez.

 

Um novo leão indomável!

No começo de 2000, Eto’o foi um dos principais jogadores de Camarões na disputa da Copa Africana de Nações. Jogando ao lado de nomes como Lauren, Marc-Vivien Foé, Rigobert Song e Patrick M’Boma, o atacante ajudou a seleção a se classificar na fase de grupos após empate em 1 a 1 com Gana, vitória por 3 a 0 sobre Costa do Marfim (um gol de Eto’o) e derrota por 1 a 0 para Togo. Na fase final, Eto’o deixou sua marca nos 2 a 1 sobre a Argélia, nas quartas, fez outro nos 3 a 0 sobre a Tunísia, na semifinal, e marcou um dos gols do empate de 2 a 2 contra a Nigéria, na final, que terminou com vitória camaronesa nos pênaltis por 4 a 3, no terceiro título dos leões na história da competição e o primeiro grande momento da carreira de Eto’o, vice-artilheiro com 4 gols e que, anos depois, afirmou que aquela taça foi a melhor lembrança de sua trajetória profissional.

 

“Tive várias (lembranças) e seria difícil escolher. Diria que minha primeira Copa Africana de Nações vencida com a seleção (2000). Era minha primeira CAN, um momento inesquecível, e eu saí da Copa do Mundo da França em 1998 com a esperança de escrever uma bonita história. Eu não era titular naquele time magnífico, mas no fim joguei e dei minha contribuição. É uma bela lembrança”. – Samuel Eto’o, em entrevista à AFP, 2019.

 

Aquela conquista ajudou bastante no amadurecimento do atacante e foi só o início de sua faceta decisiva, afinal, ele iria se destacar por quase sempre marcar gols em finais. Meses depois, confirmando a boa fase, Camarões fez bonito e levou a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de 2000. Com M’Boma em grande fase, além de Lauren, Geremi e, claro, Samuel Eto’o, os leões avançaram na segunda colocação do Grupo C, após vitória sobre Kuwait (3 a 2) e empates contra EUA (1 a 1) e República Tcheca (1 a 1). Nas quartas de final, a equipe enfrentou o Brasil de Ronaldinho e Alex. O jogo terminou 1 a 1 no tempo regulamentar e, na prorrogação, M’Bami marcou o Gol de Ouro que classificou os africanos para a semifinal. 

Nela, vitória por 2 a 1 sobre o surpreendente Chile – do artilheiro Zamorano, que marcou seis gols naquela edição dos Jogos – e, na final, a equipe derrotou a Espanha de Puyol, Marchena, Capdevilla e Xavi nos pênaltis (5 a 3) após empate em 2 a 2 no tempo normal – com um gol de Eto’o no tempo regulamentar e outro na disputa de pênaltis. A final teve um impressionante público superior a 104 mil pessoas no Stadium Australia.

 

Shows no Mallorca e nova taça pela seleção

Com a camisa do Mallorca, Eto’o virou de vez um atacante respeitado e temido pelos adversários. Rápido, inteligente, capaz de chutar com ambas as pernas e sempre bem posicionado, o camaronês anotou 11 gols em 28 jogos em La Liga na época 2000-2001 até chegar ao seu melhor momento entre 2002 e 2004, quando fez 19 gols em 36 jogos na época 2002-2003, 22 gols em 43 jogos em 2003-2004 e ainda dois dos três gols da vitória por 3 a 0 sobre o Recreativo de Huelva na final da Copa do Rei de 2003, o primeiro e único título de Eto’o com a camisa dos bermellones. Eto’o ainda doou 30 mil euros em refeições para que os torcedores do clube pudessem comparecer à final, um gesto muito elogiado e que conquistou de vez a simpatia da torcida.

Naquela temporada, o camaronês marcou também um dos gols na incrível goleada de 5 a 1 do Mallorca pra cima do Galáctico Real Madrid de Ronaldo e Zidane em pleno Santiago Bernabéu, uma mostra de que Eto’o iria judiar muito dos merengues. Na temporada seguinte, ele marcou mais dois gols nos 3 a 2 do Mallorca em cima do Real, de novo no Bernabéu, resultado que impediu o clube madrileno de seguir na briga pelo bicampeonato em La Liga – o caneco ficou com o Valencia.

Foto: Matthew Ashton/EMPICS via Getty Images

 

Pela seleção, Eto’o disputou a Copa de 2002 e marcou seu primeiro gol na história da competição, na vitória por 1 a 0 sobre a Arábia Saudita, pela fase de grupos. Camarões, no entanto, foi eliminado e não avançou às oitavas. No mesmo ano, o atacante levantou outra Copa Africana de Nações e fechou uma série de três títulos com os Leões entre 2000 e 2002. Jogando muito, Eto’o despertou o interesse do Barcelona, que começava a montar em meados de 2004 um de seus principais esquadrões na primeira década do século XXI. 

E, por 24 milhões de euros, o camaronês foi para a Catalunha em uma negociação difícil, na qual Florentino Pérez, presidente do Real Madrid, precisou se sentar à mesa por ter 50% dos direitos do atacante – os merengues tinham a preferência caso igualassem a oferta dos blaugranas. Porém, pesou também a vontade do atacante, que se mostrava mais disposto a se mudar para o Camp Nou. Ele deixou o Mallorca como maior artilheiro do clube na história de La Liga com 54 gols marcados.

 

A era dos shows e a UCL

Essa dupla… Foto: AP Photo/Bernat Armangue.

 

A partir de 2004-2005, Eto’o ganhou a vitrine que tanto sonhou na carreira jogando pelo Barça. E muito se deve à parceria que o craque fez com o brasileiro Ronaldinho, que se entendeu quase que por telepatia com o camaronês. A dupla foi simplesmente infernal e orquestrou a maioria dos gols daquele timaço, além de Deco, Giuly, Xavi e até um novato Lionel Messi. Se na Liga dos Campeões da UEFA o Barça não conseguiu o sonhado título – caiu nas oitavas para o Chelsea de Mourinho -, no Campeonato Espanhol o jejum foi estraçalhado. 

Mantendo uma distância confortável do Real e jogando bem dentro e fora de casa, o time catalão foi o campeão nacional com uma campanha incontestável: 25 vitórias, nove empates, quatro derrotas, 73 gols marcados (melhor ataque) e 29 sofridos (melhor defesa). Samuel Eto´o provou ser um matador nato e se consagrou como um dos artilheiros do torneio com 25 gols marcados em 37 jogos, mesmo número de Diego Forlán, do Villarreal, que acabou vencendo o prêmio Pichichi por ter marcado menos gols de pênalti (1) do que Eto’o (4). 

Durante as comemorações pelo título com a torcida no Camp Nou, Eto’o provocou o Real Madrid entoando o cântico: “Madrid, cabrón, saluda al campeón!”, expondo a mágoa que ele sentia na época pelo pouco aproveitamento que teve nos merengues em seu início de carreira. A provocação, porém, custou ao craque uma multa de 12 mil euros, aplicada pela Real Federação Espanhola de Futebol. Em 2005, Eto’o ainda ficou com o bronze na premiação de Melhor Jogador do Mundo da FIFA.

Mas foi em 2005-2006 que Eto’o arrebatou com as zagas rivais. No auge da forma, o craque foi ainda mais decisivo e ajudou o Barça a vencer o bicampeonato espanhol com 25 vitórias, sete empates, seis derrotas, 80 gols marcados (melhor ataque) e 35 gols sofridos (terceira melhor defesa). Eto´o foi o artilheiro da competição com 26 gols e confirmou sua condição de um dos atacantes mais perigosos e eficientes do mundo. Além dele, outros craques brilharam como Ronaldinho, claro, Deco, Puyol, Márquez, Oleguer e o goleiro Valdés. 

O Barça tinha “só” isso em 2005-2006…

 

Eto’o comemora seu gol na final da UCL de 2006.

 

Na Liga dos Campeões da UEFA, Eto’o foi a referência ofensiva do time e anotou seis gols em 11 jogos, um deles na final da competição, diante do forte Arsenal de Henry, e em um momento crucial da partida, quando o time inglês vencia por 1 a 0. Eto’o empatou, tempo depois Belletti virou, e o Barça venceu sua segunda UCL. Capaz de jogar mais centralizado, pelas pontas e buscando o jogo, Eto’o foi fundamental para o esquema tático do técnico Frank Rijkaard. O atacante comentou sobre aquela época fantástica.

 

“É verdade que com Ronaldinho éramos como dois irmãos de mães diferentes… Nos entendíamos super bem, dentro e fora do estádio. Nós tentamos marcar uma época, e eu espero que aqueles que viveram essa época tenham aproveitado. […] Eu vivi muitos, muitos momentos legais na minha carreira. Se você me pergunta o momento mais bonito com o Ronaldinho, por exemplo, eu poderia te dizer a final da Liga dos Campeões de 2005/2006 em Paris”. Samuel Eto’o, em entrevista ao globoesporte.com, 17 de agosto de 2020.

 

Da queda ao retorno triunfal

Na temporada 2006-2007, Eto’o sofreu uma grave lesão nos meniscos que acabou tirando o atacante dos gramados por cinco meses. Isso fez com que ele perdesse boa parte da temporada, incluindo o Mundial de Clubes da FIFA, quando o Barça acabou perdendo a decisão para o Internacional. Em 2007, o atacante não escondeu o descontentamento de frequentar a reserva e expôs atritos com o técnico Rijkaard e também com Ronaldinho, que criticou a postura do atacante por não colocar o time em primeiro lugar. Esses problemas, além da falta de títulos, fizeram com que o Barça passasse por uma reformulação que culminou com as saídas de Ronaldinho e o técnico Rijkaard. 

Após duas temporadas com poucos jogos – exceto a época 2007-2008, quando fez 16 gols em 18 jogos em La Liga, Eto’o reencontrou o bom futebol sob o comando do técnico Pep Guardiola, que conduziu o Barcelona a todos os títulos possíveis em 2009. Eto’o participou ativamente dos troféus da Copa do Rei, do Campeonato Espanhol (marcou 30 gols em 36 jogos) e da Liga dos Campeões da UEFA, quando marcou 6 gols em 12 jogos, sendo mais um gol em uma final, nos 2 a 0 sobre o Manchester United.

Messi e Eto’o na época 2008-2009.

 

Eto’o e as taças que venceu em 2009: Copa do Rei, Liga dos Campeões e Campeonato Espanhol.

 

Com 36 gols em 52 jogos, Eto’o teve a temporada mais prolífica da carreira pelo Barcelona. Mas aquela foi, também, a última do craque com a camisa blaugrana. Na temporada 2009-2010, o atacante foi negociado junto a Inter de Milão por 46 milhões de euros, em transação envolvendo o sueco Ibrahimovic, que foi para o Barça. Em 199 jogos pelo clube catalão, Eto’o anotou 130 gols, um desempenho enorme que consagrou o atacante como um dos maiores da história blaugrana.

 

Colecionando títulos e predador ao extremo!

Pela Inter, Eto’o seguiu jogando em alto nível, com a habilidade e o faro para gol característicos, além de ser essencial à força ofensiva proposta por Mourinho. Conquistou, em 2010, sua quarta Liga dos Campeões da carreira e a segunda consecutiva, depois de levantar duas taças com o Barça em 2006 e 2009. Pela Inter, se tornou o primeiro jogador na Europa a conquistar dois “Trebles” por duas equipes diferentes em dois anos seguidos (2009 – Barcelona e 2010 – Internazionale). Mas o início do atacante não foi tão fácil, como ele mesmo disse em entrevista à Gazzetta dello Sport, em 2019.

 

“Janeiro de 2010: ele (Mourinho) me deixa fora de quatro jogos. Quatro. Pedi para conversar com ele, estava muito chateado. Ele me disse: ‘Você é o meu melhor jogador, mas a equipe está trabalhando bem sem você’. Essas palavras mudaram muito minha forma de ver as coisas. Aprendi que quase sempre a própria equipe é a estrela da equipe”.

 

Mais maduro, Eto’o aprendeu a jogar mais pelo time e foi essencial para a Inter principalmente na temporada 2010-2011, quando foi eleito o melhor jogador do Mundial de Clubes da FIFA e alcançou o maior número de gols na carreira – 37 gols em 53 jogos, sendo 21 na Serie A e 8 na Liga dos Campeões da UEFA – destaque para uma atuação de gala do camaronês nos 3 a 2 sobre o Bayern nas oitavas de final da UCL, com um gol e dois passes -, além de ter sido o maior assistente do time com 14 passes para gols. Como atacante predatório que sempre foi, Eto’o marcou gols nas seguintes finais:

 

  • um gol nos 3 a 0 sobre o TP Mazembe, final do Mundial de Clubes da FIFA de 2010;
  • dois gols nos 3 a 1 sobre a Roma, final da Supercopa da Itália de 2010;
  • dois gols nos 3 a 1 sobre o Palermo, final da Copa da Itália de 2010-2011

 

O desempenho de Eto’o naquela época rendeu profundos elogios até do presidente da Inter, Massimo Moratti: “Não tenho certeza se o acordo que trouxe Eto’o para o clube foi meu melhor negócio de transferência, mas realmente acho que foi um grande negócio para nós. Eto’o é fantástico. Não quero tirar nada do Ibrahimović, mas para todos foi realmente um grande negócio contratar Eto’o. Samuel é verdadeiramente extraordinário.”

 

Últimas camisas e aposentadoria

Em 2010, Eto’o voltou a disputar a Copa do Mundo por Camarões (a seleção não se classificou em 2006) e marcou um gol na derrota por 2 a 1 para a Dinamarca – a equipe africana caiu mais uma vez na primeira fase. Quatro anos depois, ele só jogou o primeiro jogo de Camarões na Copa de 2014, e se despediu da seleção naquele mesmo ano como maior artilheiro dos Leões com 56 gols em 118 jogos. Entre 2011 e 2014, o atacante foi jogar no futebol russo e marcou 36 gols em 73 jogos pelo Anzhi, mas passou em branco no quesito títulos depois de muito tempo. O craque ainda vestiu a camisa de outros clubes, mas sem destaque, exceto pelo Antalyaspor, da Turquia, pelo qual foi a principal referência no ataque na temporada 2015-2016, quando anotou 20 gols em 31 jogos do Campeonato Turco. Até que, em setembro de 2019, o camaronês anunciou sua despedida do futebol, aos 38 anos.

Depois de pendurar as chuteiras, Eto’o virou dirigente e preside atualmente a Federação Camaronesa de Futebol, demonstrando sua personalidade e seu jeito ávido e sem papas na língua na área administrativa. Voz ativa também na luta contra o preconceito, ele é uma personalidade do esporte e figura entre os maiores e melhores jogadores africanos de todos os tempos. Bem, segundo o próprio, o “melhor jogador africano da história é Samuel Eto’o”. Há quem discorde, mas vendo a carreira dele, os títulos, os gols e as jogadas, podemos dizer que ele chegou bem perto. Ou o suficiente. Um craque imortal.

 

Números de destaque:

 

Disputou 165 jogos e marcou 70 gols pelo Mallorca.

Disputou 199 jogos e marcou 130 gols pelo Barcelona.

Disputou 102 jogos e marcou 53 gols pela Inter de Milão.

Foram 882 jogos e 427 gols na carreira.

 

Relembre os esquadrões que tiveram Eto’o aqui no Imortais!

Barcelona 2004-2006

Barcelona 2008-2012

Inter de Milão 2008-2010

 

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Comentários encerrados

2 Comentários

  1. Roger Milla brilhou e quis o destino que o futebol desse mais um leão indomável a Camarões. Samuel Eto’o fez bonito no Barcelona e na Internazionale e provou ser imortal!

    Está de parabéns, Guilherme Diniz! Quero dizer que Craques Imortais é minha seção favorita aqui do site. E o Samuel Eto’o mereceu seu espaço nessa seção! Abraço!

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