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Craque Imortal – Mauro Galvão

Foto: © George Herringshaw.

 

Nascimento: 19 de Dezembro de 1961, em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil. 

Posição: Zagueiro

Clubes: Internacional-BRA (1979-1986), Bangu-BRA (1986-1987), Botafogo-BRA (1988-1990), Lugano-SUI (1990-1996), Grêmio-BRA (1996-1997 e 2001-2002) e Vasco da Gama (1997-2001).

Principais títulos por clubes: 1 Campeonato Brasileiro (1979 – Invicto) e 4 Campeonatos Gaúchos (1981, 1982, 1983 e 1984) pelo Internacional.

2 Campeonatos Cariocas (1989 e 1990) pelo Botafogo.

1 Campeonato Brasileiro (1996), 2 Copas do Brasil (1997 e 2001), 1 Recopa Sul-Americana (1996) e 1 Campeonato Gaúcho (2001) pelo Grêmio.

1 Copa Libertadores da América (1998), 2 Campeonatos Brasileiros (1997 e 2000), 1 Copa Mercosul (2000), 1 Torneio Rio-SP (1999) e 1 Campeonato Carioca (1998) pelo Vasco.

Principais títulos por seleção: 1 Copa América (1989) e 1 Medalha de Prata Olímpica (1984) pelo Brasil.

Principais títulos individuais:

Bola de Prata da revista Placar de melhor zagueiro do Brasileirão: 1979, 1985 e 1997

Eleito para o Time dos Sonhos do Botafogo do Imortais

Eleito para o Time dos Sonhos do Grêmio do Imortais

Eleito para o Time dos Sonhos do Internacional do Imortais

Eleito para o Time dos Sonhos do Vasco do Imortais

 

“Zagueiro de classe”

Por Guilherme Diniz

 

Da ponta-direita, ele foi recuando até chegar à zaga. Preferia defender ao invés de atacar. Mas cumpria sua missão com classe, cabeça erguida e uma categoria rara. Muito habilidoso, ótimo nas saídas de bola e especialista em desarmar os adversários com carrinhos leais e impecáveis, se transformou em um dos principais zagueiros do futebol brasileiro por muito tempo. A primeira mostra do que ele viria a ser aconteceu ainda na adolescência, no começo de carreira pelo Inter, quando o lendário volante Falcão perguntou para o garoto por que ele não tinha tirado uma bola “de bico” e ouviu: “mas onde é o bico?”. Afinal, para Mauro Geraldo Galvão, mais conhecido como Mauro Galvão, defender não era simplesmente rifar a bola, dar chutão. Era uma técnica que exigia talento, senso de colocação, antecipação e inteligência. E isso tudo ele tinha de sobra ao esbanjar suas qualidades até os 40 anos e com uma coleção invejável de títulos no currículo. É hora de relembrar.

 

De ponta a ponta

Mauro Galvão nasceu em Porto Alegre e desde pequeno conciliava o futebol com seus afazeres escolares. Aos 10 anos, já jogava bola no União dos Onze, time de seu bairro, e chamava a atenção atuando pela ponta-direita, com a camisa 7, mas não só por atacar bem, como também voltar para ajudar na marcação. Conhecido como Maurinho, o garoto conseguia se destacar mesmo jogando contra rivais mais velhos, com 13, 14 anos. Isso ajudou bastante o jovem Mauro a aperfeiçoar seu condicionamento físico e criar consciência tática. E foi em um dos jogos pelo União que ele enfrentou o Grêmio quando, após o duelo, Fernando Zacouteguy, diretor do tricolor, convidou o jovem a integrar as escolinhas do clube. Obviamente que Maurinho não deixou a oportunidade escapar e foi jogar no tricolor aos 11 anos e, por lá, virou Mauro Galvão.

Jogando como lateral-direito, o jovem viveu os altos e baixos das categorias de base de 1971 até 1975, período no qual o Internacional era quem dava as cartas no futebol gaúcho – e também no Brasil. Da lateral, Mauro Galvão foi recuando por conta da facilidade que tinha para desarmar os rivais e iniciar contra-ataques e começou a atuar mais na zaga. Só que o jovem não via progresso no Grêmio, que preferia na época contratar e aproveitar jogadores já formados, entre 25 e 28 anos, ao invés de pincelar suas crias, totalmente o oposto do Inter, que se orgulhava de suas categorias de base e dava mais chances exatamente para os novatos. E, pensando nisso, Mauro Galvão conversou com seu pai e decidiu tentar a sorte no Colorado, que fez uma proposta e levou Galvão naquele final de anos 1970.

 

O garoto que não dava de bico

Mauro Galvão e Falcão: dupla de ouro do título invicto de 1979.

 

Quando chegou ao Inter, Mauro Galvão encontrou um clube vivendo tempos de ouro, bicampeão brasileiro em 1975 e 1976 e octacampeão gaúcho graças a grandes craques, alguns deles oriundos das categorias de base como Batista, Jair e Falcão. Jogando muito, Mauro Galvão ganhou a simpatia do elenco rapidamente e viu tudo conspirar a seu favor quando um dos zagueiros titulares do Inter em 1979, Larri, se lesionou no Gauchão e virou desfalque do time até pelo menos 1980. Com isso e a pífia campanha do clube colorado no Estadual, Mauro Galvão seria a primeira escolha do técnico Ênio Andrade, que chegou ao clube juntamente com o preparador físico Gilberto Tim. 

O objetivo da nova dupla era recuperar o time para a disputa do Campeonato Brasileiro. Nos treinamentos, Andrade percebeu o talento que Galvão tinha e não hesitou em escalar o garoto de 17 anos ao lado de Mauro Pastor na dupla de zaga titular. A confiança no futebol do jovem foi essencial para o amadurecimento de Mauro Galvão, que levou para sempre consigo aquele período único. 

 

“Foi uma convivência muito importante. Uma verdadeira escola. Não era apenas jogar com eles, mas conviver e ter a noção de como um profissional tem que se comportar e a importância que tem tudo isso. Foi muito bom para mim. Acho que eu soube aproveitar. Procurei em todos os momentos extrair o máximo dessa convivência e acabou como se eu estivesse em uma faculdade do futebol”, comentou Mauro Galvão ao Museu da Pelada, em entrevista reproduzida em novembro de 2020 no site netvasco.com.br

 

Foi nessa época que Mauro Galvão mostrou que não sabia onde era o bico, como citamos no começo deste texto, e, jogo a jogo, se transformou em um dos principais jogadores do Internacional na caminhada rumo ao título invicto do Campeonato Brasileiro de 1979. Foram 23 jogos, 16 vitórias, sete empates, 40 gols marcados e 13 sofridos, totalizando um saldo de 27 gols. Uma campanha inesquecível, incontestável e impressionante que segue como uma das melhores em termos de aproveitamento em toda a história do torneio: 79,7%.

O time de 1979 – Em pé: João Carlos, Benítez, Mauro Pastor, Falcão, Mauro Galvão e Cláudio Mineiro. Agachados: Valdomiro, Jair, Bira, Batista e Mário Sérgio.

 

Jamais um clube conseguiu repetir o feito daquele Inter de Ênio Andrade e, nos moldes atuais do Brasileirão em pontos corridos, essa façanha dificilmente irá acontecer de novo. Para coroar uma temporada marcante, Mauro Galvão venceu sua primeira Bola de Prata de melhor zagueiro do torneio. Na época, em entrevista à Placar, ele comentou:

 

“Espero ganhar ainda muitos títulos, mas este será inesquecível. Sabe lá o que é entrar numa zaga com esta idade, jogar todas e ainda ser considerado o melhor da posição no Brasil? Cada jogo representava um desafio novo para mim. Era estreia no Mineirão, no Morumbi, no Maracanã. Foi mesmo muita emoção”.

 

Tetra gaúcho e Prata olímpica

 

No começo dos anos 1980, Mauro Galvão amadureceu ainda mais no Inter. Perfeito nos desarmes, sempre bem posicionado e com ampla visão de jogo, o craque foi titular absoluto do time colorado que venceu quatro Campeonatos Gaúchos consecutivos entre 1981 e 1984. Nas seleções de base do Brasil, o jovem também se destacou e foi capitão do time no período. Em 1984, esteve no elenco que disputou os Jogos Olímpicos de Los Angeles e ficou com a medalha de prata após derrota para a França por 2 a 0. Além de Galvão, o Brasil tinha no time jogadores como Gilmar Rinaldi, Pinga, André Luís, o capitão do tetra Dunga e Kita, herói da Inter de Limeira campeã paulista de 1986. Porém, mesmo em franca ascensão, Mauro Galvão não escondeu na época sua frustração por não ter sido lembrado por Telê Santana para as convocações que antecederam a Copa do Mundo de 1982.

 

 

E o ressentimento de Galvão era mais do que justo, afinal, ele era um dos principais zagueiros do país e já jogava perfeitamente na função de líbero, com sua capacidade de sair jogando, de organizar a zaga e de iniciar jogadas de ataque. Além disso, Mauro Galvão era provavelmente o zagueiro mais habilidoso do país na época. Em 1981, por exemplo, o craque foi o destaque em um Gre-Nal no qual o Inter deu um nó tático no rival – campeão brasileiro daquele ano – e segurou o 0 a 0 justamente com Galvão atuando como líbero. Mauro Galvão ainda atuou algumas vezes como lateral e marcou até um gol de meia-bicicleta em um Gre-Nal disputado em 1984.

 

Mudança de ares e a primeira Copa

Kita, do Flamengo, e Mauro Galvão, no Bangu, em 1986. Foto: Terceiro Tempo / Arquivo pessoal / Mauro Galvão

 

Em 1985, Mauro Galvão venceu mais uma Bola de Prata na carreira e, em 1986, passou a ser convocado para a seleção principal do Brasil com justiça tardia. O craque integrou o elenco que disputou a Copa do Mundo do México, mas não foi titular absoluto – Telê preferiu a dupla Edinho e Júlio César – e viu do banco o Brasil ser eliminado pela França nas quartas de final. No mesmo ano, o craque aceitou um convite do amigo Paulo César Carpegiani e foi jogar no Bangu, vice-campeão brasileiro em 1985 e com um ambicioso projeto para tentar mais uma vez a glória nacional com os aportes financeiros de seu patrono, Castor de Andrade. Porém, o time de Moça Bonita não conseguiu desempenhar um bom papel no Brasileirão e acabou de fora da fase final, terminando apenas na 21ª colocação na classificação final.

A passagem de Mauro Galvão pelo Bangu foi um pouco conturbada por conta do drama familiar que o zagueiro sofreu ao descobrir que sua esposa estava com uma enfermidade que paralisou suas pernas e poderia chegar aos órgãos vitais. Ele teve que frequentar vários hospitais com a mulher entre o final de 1986 e início de 1987. Só em março que, após um tratamento intensivo em um hospital de São Paulo, que o misterioso problema desapareceu e ela voltou a ficar saudável. O alívio trouxe de volta a alegria ao defensor, que só continuou jogando quando podia e para ter uma válvula de escape diante daquela situação difícil. Mas, em breve, ele teria ainda mais motivos para sorrir.

 

Estrela no Botafogo, título continental e a Copa de 1990

Acima: Claudio Adão e Mauro Galvão. Abaixo: Paulinho Criciúma e Marinho: quarteto tentou tirar o Botafogo da fila em 1988, mas o jejum só iria acabar em 1989. Foto: Fernando Pimentel / Revista Placar.

 

Em janeiro de 1988, Mauro Galvão se transferiu para o Botafogo, que vivia um período angustiante de mais de 20 anos sem títulos. Com o zagueiro, além de Paulinho Criciúma, Marinho e Cláudio Adão, o alvinegro esperava acabar de vez com aquele suplício naquele ano, mas outra vez o time de General Severiano não conseguiu a taça – o campeão carioca foi o Vasco, que em 1989 seria campeão brasileiro. Só em 1989 que, enfim, o Botafogo saiu da fila e Mauro Galvão foi um dos principais nomes do Glorioso que derrotou o Flamengo por 1 a 0 na final, gol de Paulinho Criciúma, e acabou com os 21 anos de jejum. Em entrevista ao Museu da Pelada, Galvão comentou sobre essa conquista.

 

“Esse título do Botafogo marcou a minha carreira. Eram 21 anos sem título e isso era um tabu a ser quebrado por nós, jogadores. A torcida estava muito desconfiada. O time do Botafogo ia, ia, ia e não conseguia chegar, então, claro que nós não tínhamos nada a ver com isso. Naquele Campeonato Estadual de 1989, estávamos ali para fazer o nosso melhor e escrever uma outra história, mas no final das contas a gente acaba entrando nessa descrença dos torcedores. Graças a Deus nós conseguimos montar uma boa equipe, um grupo bom de atletas e a chegada do Valdir Espinosa, treinador com uma cabeça boa e que procurou sempre dar um sentido tático para aquela equipe.

Mas a vida de atleta é essa: conviver sempre com a dúvida se dá ou se não dá para conquistar esse ou aquele título. Isso foi importante para aquele grupo. Mas começamos a acreditar que só seria possível esse título com um trabalho bem feito. E foi o que aconteceu naquela noite do dia 12 de junho. Fizemos a nossa parte e não foi uma conquista fácil, porque para vencer aquele Flamengo, só sendo muito capaz”.

O troféu estadual foi fundamental para que Mauro Galvão voltasse ao radar da seleção, que naquele ano disputou em casa a Copa América e buscava um troféu continental que não vinha desde o longínquo ano de 1949. E, ao lado de nomes como Romário, Bebeto, Silas, Valdo, Taffarel e Ricardo Gomes, Galvão ajudou a seleção a levantar o título após grandes vitórias sobre Argentina (2 a 0), Paraguai (3 a 0) e Uruguai (1 a 0). Uma prova do enorme desempenho defensivo daquela seleção é que, em 7 jogos, a equipe sofreu apenas um gol.

O Brasil campeão da Copa América de 1989 – Em pé: Mazinho, Taffarel, Mauro Galvão, Ricardo Gomes, Aldair e Branco. Agachados: Bebeto, Romário, Silas, Dunga e Valdo.

 

Em 1990, o zagueiro foi um dos titulares da seleção na Copa do Mundo da Itália e atuou como líbero no esquema de três zagueiros do técnico Sebastião Lazaroni. Porém, a seleção não jogou bem e acabou eliminada nas oitavas de final para a rival Argentina. Mauro Galvão, porém, foi um dos poucos a se salvar das críticas da equipe, crucificada pelo defensivismo e o pragmatismo. Galvão condicionou a eliminação “à falta de foco do time”, que destoou bastante do campeão continental de 1989. Aquela acabou sendo a última Copa de Mauro Galvão, que acabou preterido nos anos seguintes. A visibilidade no Mundial, no entanto, foi benéfica para o defensor, que acabou recebendo uma boa proposta do Lugano, da Suíça, e foi jogar no futebol europeu pela primeira vez a partir daquela temporada.

 

Estadia suíça, “vira-casaca” e o Capitão América cruzmaltino

No Lugano, Mauro Galvão acabou “esquecido” dos holofotes, mas jogou regularmente e foi titular do time que faturou o título da Copa da Suíça de 1992-1993, quando a equipe do brasileiro derrotou o Grasshoppers por 4 a 1 na final. Foram seis anos no futebol europeu até o jogador decidir retornar ao Brasil em meados de 1996. Com propostas de Palmeiras e Grêmio, Galvão preferiu o tricolor por estar em sua terra natal e pelo trabalho realizado por Luiz Felipe Scolari, que conduziu o tricolor ao título da Libertadores de 1995. E, vestindo azul, preto e branco, Mauro Galvão espantou o ceticismo da torcida por conta de seu passado colorado e encheu os olhos do torcedor gremista com partidas magníficas e sua natural tranquilidade e técnica que ajudaram o Grêmio a vencer o Campeonato Brasileiro de 1996 e a Copa do Brasil de 1997, fazendo uma inesquecível dupla de zaga com o paraguaio Rivarola e dando suporte aos laterais Arce e Roger.

Ainda em 1997, o zagueiro, então com 36 anos, acabou se transferindo para o Vasco, que se reforçava para vencer o que fosse possível às vésperas de seu centenário. Já com um grande elenco e as contratações de Válber e Evair, o cruzmaltino sobrou naquele ano e faturou o título brasileiro após superar o Palmeiras nas finais. Antes, na semifinal, o clube de São Januário deu show ao golear o rival Flamengo por 4 a 1, com três gols de Edmundo, em um dos jogos mais espetaculares do time na história do torneio nacional. Experiente e consagrado no futebol nacional, Mauro Galvão foi o capitão do Vasco e venceu pela terceira vez na carreira a Bola de Prata.

A taça deu ao clube carioca uma vaga na Libertadores de 1998, justamente o ano em que o Gigante da Colina completava 100 anos. E o maior presente possível veio com o título continental, levantado sobre o Barcelona-EQU após vitória por 2 a 0 no duelo de ida e 2 a 1 na volta. E ainda teve a conquista do Carioca com gol do título anotado por Mauro Galvão, nos acréscimos, na vitória por 1 a 0 sobre o Bangu! O craque dava ao time de Antônio Lopes o equilíbrio necessário para o sistema defensivo do Vasco. Crucial nas dicas de posicionamento e estilo de jogo para o seu companheiro de zaga, Odvan, Galvão teve em sua liderança a garantia do sucesso do Vasco naquela época. O craque permaneceu no clube até o final de 2000, quando venceu mais um Brasileiro e também a Copa Mercosul. As únicas decepções com a camisa cruzmaltina foram no Mundial Interclubes de 1998 (derrota para o Real Madrid) e no Mundial de Clubes da FIFA de 2000 (derrota para o Corinthians, nos pênaltis). Sobre o time de 2000, o zagueiro disse:

 

“O time do Vasco de 2000 tinha uma base muito consistente, montada dois anos antes. O Carlos Germano tinha dado lugar ao Hélton, que estava em grande forma. Eu, Odvan e Júnior Baiano nos revezávamos, em uma zaga bastante regular. O Nasa, no meio de campo, fazia uma marcação muito forte e os dois Juninhos armavam muito bem a equipe. No ataque, tínhamos Euller e Romário e ainda o Pedrinho. Acho que o título da Libertadores de 1998, ganhando a taça em Guayaquil, no Equador, foi marcante e deu toda a confiança e segurança que o time precisou para buscar todos os outros títulos. Fizemos uma partida magnífica contra o Manchester United no Mundial de Clubes. Mas, como perdemos a final contra o Corinthians, nos pênaltis, poucos se lembram daquela vitória”.Mauro Galvão, em entrevista à revista Placar, junho de 2005.

 

Aposentadoria com mais títulos!

Aos 39 anos, Mauro Galvão já podia se aposentar como um dos mais laureados zagueiros do Brasil. Mas o craque ainda queria mais e, em 2001, retornou ao Grêmio para vencer mais troféus. Primeiro, veio o Campeonato Gaúcho. Depois, uma inesquecível Copa do Brasil diante do Corinthians, com vitória por 3 a 1 em pleno Morumbi. No ano seguinte, já quarentão, Mauro Galvão ainda tentou outra Libertadores, mas o tricolor acabou eliminado nas semifinais de maneira polêmica para o Olimpia-PAR, em casa. Com 41 anos, o zagueiro decidiu pendurar as chuteiras de vez após a competição sul-americana com a sensação de dever cumprido.

Foto: Site oficial do Vasco.

 

No ano seguinte, Mauro Galvão foi convidado pelo Vasco para ser técnico do time, onde ficou por um breve período, sem sucesso. Ele até tentou seguir a carreira, mas não brilhou. Em seguida, foi diretor executivo em clubes como Grêmio, Vitória e Avaí, nos quais conseguiu trabalhos muito bons, em especial no Vitória, no qual foi campeão estadual e vice-campeão da Copa do Brasil de 2010, até virar comentarista esportivo e seguir no meio futebolístico. Com muitos troféus e o reconhecimento e respeito de diferentes torcidas – ele foi eleito para os times dos sonhos de QUATRO clubes aqui no Imortais, Botafogo, Vasco, Grêmio e Inter – Mauro Galvão foi uma lenda da zaga e caso raro de atleta que jogou em alto nível até o fim da carreira, em uma linha de regularidade impressionante. Coisa de craque imortal.

 

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Comentários encerrados

2 Comentários

  1. Parabéns pelo texto, Imortais! O Mauro Galvão era alguém que eu queria muito ver nos Craques Imortais. Pela vontade, pela classe, pelos títulos, pela presença nos times dos sonhos de Vasco, Botafogo, Grêmio e Internacional, Mauro mostrou ser um jogador sensacional e Imortal!

    Abraço, Guilherme! E quero que venha mais Craques Imortais!

  2. Mauro Galvão era o famoso “Zagueiro Craque”
    Mais uma vez um excelente texto por.parte de vocês do imortais do futebol. O.proximo.que eu adoraria ver por aqui seria o Gareth Bale, até se aposentou recentemente tão precocemente. Abraço

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