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Cinco jogadores brasileiros históricos que passaram pelo Barcelona

 

Por Guilherme Diniz

 

O FC Barcelona é um clube gigante não só do futebol catalão e espanhol, mas também de todo o mundo. Juntamente com isso, é fato também que o Brasil é uma das nações que mais produz grandes craques em todo mundo. Diante dessas verdades, não é surpresa observar que vários grandes jogadores e lendas do futebol canarinho passaram pelo Barcelona pelo menos em algum momento de suas carreiras. Conheça abaixo cinco lendas brasileiras que passaram pelo Barcelona, lembrando que o Barça é uma equipe destaque também nos videogames.

 

Romário

Romário, em 1994.

 

Cruyff dizia que Romário era o “gênio da grande área”. E era mesmo. O brasileiro jogou pouco no Barcelona, mas o suficiente para dar ao clube um título espanhol ao anotar 30 gols em 33 jogos de La Liga, ser o artilheiro do torneio e ainda fazer história em um clássico contra o Real Madrid, no qual ele marcou 3 gols e ainda deu uma assistência na goleada por 5 a 0. Ao lado de Stoichkov, o Baixinho jogou demais e viveu uma das mais prolíficas fases de sua carreira, que culminou com o título da Copa do Mundo de 1994 pela seleção. 

Romário só não conseguiu vencer a Liga dos Campeões da UEFA de 1993-1994, pois na final seu Barça acabou derrotado pelo Milan de Fabio Capello. O brasileiro foi o primeiro jogador do Barcelona a vencer o prêmio de Melhor Jogador do Mundo da FIFA e iniciou a “dinastia dos erres” na época. Depois dele, vieram Ronaldo, Rivaldo e Ronaldinho, todos melhores do mundo vestindo azul e grená. Leia mais sobre ele clicando aqui!

 

Ronaldo 

 

Poucos clubes tiveram o privilégio de contar com Ronaldo Fenômeno no auge da forma. E um deles foi o Barcelona, que, ao lado da Internazionale, pôde ter o craque no topo de seu esplendor. O brasileiro chegou ao clube blaugrana em 1996 em uma trajetória muito parecida com a de Romário, com status de estrela e uma idolatria parecida até com a que Maradona teve na década de 1980. Em 1996, após marcar 17 gols em 20 partidas, entortar rivais e marcar golaços com suas típicas arrancadas impetuosas, venceu o prêmio de Melhor Jogador do Mundo pela FIFA. Em 1997, o craque ajudou o Barça a conquistar os títulos da Copa do Rei e o principal deles, a Recopa Europeia, quando marcou o gol do título, de pênalti, na final contra o forte PSG-FRA. E, de novo, venceu o prêmio de Melhor do Mundo da FIFA em 1997.

O jogador escreveu seu nome na história ao ser o artilheiro do Campeonato Espanhol com 34 gols em 37 jogos, uma média absurda na época de 0,91 gols por jogo. Suas atuações, arrancadas, dribles e golaços (alguns dos mais bonitos da carreira do craque foram pelo Barça!) o fizeram um popstar, além de ele se tornar o jogador mais cobiçado do planeta na época. Leia mais sobre ele clicando aqui!

 

Rivaldo

Seguindo a dinastia dos “erres” brasileiros no Barça, Rivaldo continuou a “era” iniciada por Romário e Ronaldo e brilhou intensamente na Catalunha naquele final de anos 1990 e início de anos 2000. O meia era a mais pura definição do craque: técnico, ágil e capaz de decidir qualquer partida com seus chutes venenosos, sua plasticidade e classe exuberantes. Foi exatamente no Barcelona que Rivaldo viveu o auge da carreira. Após uma grande Copa do Mundo em 1998, o meia repetiu Romário, em 1994, e Ronaldo, em 1996 e 1997, e foi eleito em 1999 o Melhor Jogador do Mundo pela FIFA, sua consagração definitiva no rol dos maiores craques do futebol mundial. Também pudera. O jogador só não fazia chover com suas arrancadas, tabelinhas, chutes e gols, muitos gols, a maioria deles de placa, seja de falta, seja de fora da área, ou até mesmo de bicicleta.

Pelo Barça, o craque conquistou os títulos do Campeonato Espanhol de 1998 e 1999, da Copa do Rei de 1998 e da Supercopa da Espanha de 1999, sendo a estrela maior ao lado de craques como Guardiola, Frank de Boer, Cocu, Overmars, Figo e Puyol. Só faltou mesmo uma Liga dos Campeões da UEFA, que passou perto em 1999-2000, quando Rivaldo foi o artilheiro com 10 gols, mas viu o Barça ser eliminado nas semifinais pelo grande Valencia da época. Rivaldo é um dos maiores artilheiros da história do Barça com 130 gols marcados. Leia mais sobre ele clicando aqui!

 

Ronaldinho

O melhor do mundo em 2004 e 2005 foi um só: Ronaldinho.

 

Ele não era um simples jogador de futebol. Ele era um artista. Com a bola nos pés, não dominava. Fazia malabares. Quando dava um passe, não precisava olhar para saber a direção. Quando ele aprontava e sorria, todo mundo sorria de volta. Quando ele dava um elástico, todo mundo fazia “oh”. Em sua primeira Copa, foi titular e só não fez chover quando enfrentou os ingleses e marcou um gol para a antologia dos Mundiais. A propósito, em sua primeira Copa, foi campeão. Quando ele deu um, dois, três chapéus num só marcador, o mundo pensou que ele era um extraterrestre. Quando ele destroçou o maior rival de seu clube em plena casa inimiga, até a torcida contra se rendeu. E o aplaudiu de pé. 

Por dois anos, foi o melhor do mundo. Do universo. Foi o maior espetáculo da terra no futebol. Ronaldinho foi a alegria e o impossível num campo de futebol. O que o brasileiro fez com a bola nos pés poucos – ou ninguém – conseguiram fazer. Os dribles, as jogadas plásticas, os lançamentos, os golaços, tudo o que ele fez foi algo enorme, único. Ronaldinho mudou para sempre o esporte e fez uma legião sem precedentes começar a gostar de futebol e do Barcelona por causa dele. Fez as editoras lançarem no Brasil álbum de figurinhas do Campeonato Espanhol. Fez a TV passar a transmitir mais jogos do mesmo campeonato e dar mais valor para a Liga dos Campeões. O “show man” pedia isso. O público pedia isso. Até personagem de quadrinhos e nome de abelha (!) ele virou. Com ele em campo, o espetáculo era garantido. E, com ele, o Barcelona renasceu das cinzas e voltou a celebrar uma Liga dos Campeões da UEFA após 14 anos de jejum. Leia mais sobre ele clicando aqui!

 

Daniel Alves

 

Depois de voar na lateral do super Sevilla de 2003 até 2008, Daniel Alves partiu para fazer história no Barcelona. Habilidoso, dono de passes precisos, cruzamentos, tabelinhas e a eficiência que transformaram o brasileiro em um dos defensores mais vitoriosos de todos os tempos, Dani Alves tinha ainda um chute poderoso e era impecável no apoio ao ataque, sendo praticamente um ponta-direita em muitas jogadas da equipe blaugrana. Teve muito respeito e moral na Era Guardiola e foi fundamental nos melhores momentos do clube. Colecionador de títulos pelo Barça – foram 23 canecos! -, Dani Alves jogou uma média de 47 jogos por temporada no clube catalão e raramente se lesionou, mostrando muita regularidade, vitalidade e fôlego privilegiado. Foram 391 jogos pelo Barcelona e 21 gols entre 2008 e 2016, além de mais 17 jogos e um gol na breve passagem de 2021-2022.

 

Outros nomes

Evaristo no Barça.

 

Além destes, muitos outros nomes poderiam ser citados, sendo o principal deles Evaristo de Macedo, super artilheiro dos anos 1950 e 1960 e um dos principais atacantes brasileiros dos anos 50, que chegou à Catalunha após grandes temporadas no Flamengo. Com o manto azul e grená, Evaristo continuou a marcar gols em profusão com sua velocidade e grandes dribles e fez uma dupla memorável com Eulogio Martínez. Jogou no Barça de 1957 até 1962 e marcou 181 gols em 237 jogos. Outros destaques brasileiros com a camisa do Barça foram Neymar (que viveu grande fase entre 2015 e 2017 pelo clube), Belletti, Sylvinho, Giovanni e Edmílson.

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