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História da Camisa da Argentina

Por Guilherme Diniz

As listras em azul celeste e branco são inconfundíveis em qualquer lugar do mundo. E não é para menos, afinal, o manto “Albiceleste” já faturou duas Copas do Mundo, dois Ouros Olímpicos e foi vestido por craques de enorme qualidade e sublimes dons artísticos. Histórica e com vocação vencedora, a camisa da Seleção Argentina de futebol é uma das mais cultuadas do planeta e sinônimo de raça, paixão e títulos. Mas demorou certo tempo até que as listras fossem adotadas pela equipe portenha.

A Argentina, em 1902, com um uniforme bem diferente do atual.

 

A primeira vestimenta argentina, datada de 1901, foi composta por camisas e calções brancos e meias pretas, combinação – e até camisas inteiramente celestes, bem antes do vizinho Uruguai – que seguiu até 1910 e ganhou os primeiros nuances de alviceleste no final da primeira década do século XX. No começo dos anos 1910, a Argentina adotou de vez as listras em azul celeste e branco, seguida de calção preto e meias cinzas. Em 1919, em uma partida contra o Brasil, a equipe usou uma camisa celeste e “quebrou” seu protocolo habitual em homenagem a Roberto Chery, goleiro do Peñarol que faleceu naquele ano após uma queda em uma partida pelo Campeonato Sul-Americano de seleções. Como homenagem, as duas seleções disputaram o troféu Roberto Chery em prol da família do goleiro e o Brasil jogou com o uniforme do Peñarol e a Argentina com um similar ao do Uruguai.

O uniforme argentino na Copa de 1930.

 

Argentina e Uruguai: uniformes historicamente parecidos.

 

Na primeira Copa do Mundo da história, em 1930, o uniforme argentino mudou e ganhou calções azuis no lugar dos negros. Em 1958, muito argentino deve ter ficado furioso quando soube que sua seleção vestiu uma camisa amarela na Copa do Mundo da Suécia. Motivo? Logo na estreia da equipe, contra a Alemanha, o selecionado portenho não trazia consigo uniforme reserva e foi necessário o empréstimo das vestimentas do IFK Malmö, clube da cidade aonde as seleções iriam se enfrentar. Com isso, a Argentina entrou em campo com um exótico uniforme composto por camisa amarela, calção preto e meias cinzas. Tal combinação não deu sorte e a Albiceleste perdeu por 3 a 1.

Nos anos 70, a equipe tornou a camisa listrada, o calção preto e as meias brancas as peças do uniforme clássico e definitivo, que já trouxe louros em 1978, na conquista da primeira Copa do Mundo da história argentina. Em 1976, a camisa toda azul começou a ser utilizada como opção número 2 juntamente com calções brancos ou até pretos (como na Copa de 1986), o que permanece até os dias de hoje. Nos anos 90, o azul mais escuro estampou o uniforme da equipe nas Copas de 1994 e 1998.

Mario Kempes e a camisa da Argentina na Copa de 1978. (Foto: Getty Images)

 

Maradona com a Copa de 1986 e a icônica camisa alviceleste.

 

Messi com a camisa dois atual: semelhante a de 2002.

 

O uniforme titular de 2017.

 

Na Copa de 2014, a Argentina apostou em um uniforme claro e sem o calção preto, mas na cor branca, para “espantar os maus agouros” e tentar a façanha que seria homérica: conquistar o tricampeonato mundial na casa de seu maior rival, o Brasil. Porém, a Alemanha acabou com a festa e venceu os argentinos na decisão.

 

Este texto foi uma parceria do Imortais com o Mantos do Futebol, mais completo site brasileiro de notícias sobre camisas de futebol. Acesse este link e confira as novidades e lançamentos de todos os clubes do mundo!

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Comentários encerrados

2 Comentários

  1. Boa! Pequenas observações: o uniforme argentino inicialmente seria com a camisa toda… celeste! Sim, antes mesmo do Uruguai adota-la. Ocasionalmente, teria usado também o uniforme alvirrubro do Alumni, celeiro da seleção na época. A mudança para o alviceleste veio em 1908; quem adotou em 1910 essa combinação foi o Racing. Eis um texto sobre a estreia em 1908: https://futebolportenho.wordpress.com/2013/09/13/105-anos-da-estreia-da-camisa-alviceleste-na-selecao/

    Por fim, a foto que seria da entrada das seleções na final de 1930 não corresponde a esse jogo. E sim a um realizado no estádio Gasómetro mesmo, meses antes da Copa ou ainda em 1929. É fácil identificar por que: o goleiro argentino na foto é visivelmente Ángel Bosio, mas quem jogou a final de 1930 foi Juan Botasso. Além disso, diferentemente do velho Gasómetro, as arquibancadas do Centenário não são coladas no gramado, ao contrário do visto na foto.

    Saludos e parabéns pelo trabalho!!

    Caio Brandão, do site Futebol Portenho

    • Pequenas? Grandes observações, Caio! Obrigado pelo comentário e pelo acréscimo de informações. Realmente o goleiro da foto é Bosio. Mas o Centenário, naquela decisão, tinha tanta gente que muitas estavam bem perto do gramado, também. Por isso a confusão. E até a FIFA já usou muitas vezes essa imagem como sendo da final. Enfim, coisas que acontecem. Obrigado!

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