Por Guilherme Diniz
Pegue um calção negro, clássico, e acrescente uma límpida camisa branca, além de meias igualmente brancas. O toque final fica por conta de uma imponente águia no peito. Pronto. O uniforme da temida e competitiva Seleção Alemã está feito. Sem invencionices nem estardalhaços. Sem mais detalhes ou grandes invenções. Foi assim que eles derrotaram a Hungria de Puskás na final da Copa de 1954. Vinte anos depois, eles também jogaram assim contra a Holanda de Cruyff. E venceram. Em 1990, lá estavam eles de novo em branco e preto – e com um leve toque de cor – contra a Argentina de Maradona. E venceram. Em 2014, pegaram a Argentina de Messi. E de novo eles conquistaram o mundo.
A Alemanha, tetracampeã do mundo e tricampeã da Europa, começou a utilizar a combinação bicolor para seu time de futebol em 1908, quando os dirigentes escolheram a bandeira do antigo estado da Prússia, do século 19, como base da vestimenta da equipe. O primeiro uniforme era todo branco com uma grande faixa vertical (que virou horizontal alguns anos depois) preta no centro da camisa e a águia que simbolizava o estado prussiano sobreposta como um escudo. A escolha caiu no gosto de todos e o calção ganhou cores pretas com o passar dos anos, além de a camisa ficar inteiramente branca com pequenos detalhes pretos na gola e nas mangas. O “kit” virou um verdadeiro símbolo do país e jamais sofreu mudanças em suas cores principais.
O fato curioso ficou por conta da camisa reserva da equipe, que só passou a ser utilizada após a II Guerra Mundial pelo aumento no número de partidas fora de casa. Reza a lenda que a cor verde, peculiar e tradicional nos uniformes reservas do time germânico, foi escolhida em homenagem à seleção da Irlanda, primeira nação a jogar contra a Alemanha após os conflitos bélicos dos anos 40, num claro exemplo de gratidão dos alemães para com os irlandeses. Dizem, também, que após a tal partida amistosa os alemães trocaram de camisas com os rivais e, tempo depois, sem dinheiro para mandar fazer novas vestimentas, eles usaram os uniformes irlandeses apenas com o logotipo da Alemanha sobreposto ao da Irlanda. Além dessa história, muitos dizem que o verde deriva das cores do logotipo da federação alemã de futebol – verde e branco.
A Alemanha só inovou em seu uniforme a partir do final dos anos 80 e na década de 90, quando a camisa branca ganhou detalhes com as cores da bandeira alemã (vermelha, amarela e preta). Já o manto verde ganhou diferentes e exóticos losangos na disputa da Copa do Mundo de 1990 e as cores da bandeira alemã nos anos de 1992 e 1994. Nos anos 2000, a equipe passou a utilizar outras combinações como cinza, vermelho e a famosíssima camisa preta da Copa do Mundo de 2010, tida como uma das mais belas já produzidas para uma seleção na história.
Em 2012, os alemães voltaram ao passado e retomaram o verde para a camisa reserva. Em 2014, na conquista do tetra, o time manteve a camisa branca como uniforme principal com um toque vermelho no peito e inovou totalmente na camisa dois ao adotar uma camisa rubro-negra para homenagear o time de maior torcida do país sede da Copa: o Flamengo. Com tal camisa, a Alemanha bateu o anfitrião Brasil no famoso 7 a 1 (leia mais clicando aqui). Atualmente, a equipe voltou a utilizar uma camisa branca bem clássica e, como uniforme dois, uma diferente camisa cinza com detalhes em verde musgo. Para a Copa de 2018, a equipe manteve a camisa branca sem grandes intervenções e voltou ao tempo com uma camisa totalmente verde para o uniforme dois, seguindo o manual do país.
Este texto foi uma parceria do Imortais com o Mantos do Futebol, mais completo site brasileiro de notícias sobre camisas de futebol. Acesse este link e confira as novidades e lançamentos de todos os clubes do mundo!
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Pra mim a de 90 é imbativel em beleza, não curtia muito a verde, mas sabendo a tradicão e a historia do porque ser verde, tem que respeitar! A atual branca remete ao design da camisa de 90 apesar que gostaria tbm que tivesse as cores da bandeira e admito que a verde ficou bem bonita!
Meus parabéns pelo site, conteúdo de primeira, assim como o texto e ilustrações
Muito obrigado pelos elogios!
A camisa preta de 2010, pra mim, é a mais bonita que tem da Alemanha. Foi a mais difícil de achar: dois anos procurando. É impressionante como quem tem essa camisa, custa a vender
O seu trabalho é fabuloso, não tenho palavras para descrever esta página absolutamente democrática, que enaltece o que mais amamos neste esporte, suas conquistas na história. Parabéns e continue com o bom trabalho!!!
Muito, mas muito obrigado pelos elogios, Daniel! É por você e por todos que gostam da história do esporte que eu sigo em frente! 😀 😀
A de 1990 é realmente sensacional. A branca de 2014 eu tenho, com nome do Klose pq tinha CERTEZA que ele faria o que fez.
Ótimo texto, como sempre. Ansioso para conferir o da Amarelinha. Reparei também que ainda não tem um texto falando da Seleção de 1970 no “Seleções Imortais”. Apenas uma observação. Parabéns pelo trabalho
Obrigado pelo elogio! A camisa do Brasil estará aqui em breve! E a Seleção de 1970 já está aqui. Foi o primeiro texto do Imortais, lá em 2012. https://www.imortaisdofutebol.com/2012/03/10/selecoes-imortais-brasil-1970/
Tem, também, o jogo eterno contra a Itália: https://www.imortaisdofutebol.com/2014/02/04/jogos-eternos-brasil-4×1-italia-1970/
Prefiro a segunda camisa da seleção sendo preta do que verde. E em relação a camisa 1° gosto mais de quando são colocados detalhes que remetem a cor da bandeira.