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Racing x Independiente – Clássico de Avellaneda

Racing x Independiente - Clássico de Avellaneda

Por Guilherme Diniz

 

A rixa: nascido na então conhecida Barracas al Sud em 1903, o Racing Club reinava absoluto na cidade quando um tal de Independiente, nascido em 1905 na capital Buenos Aires, chegou em 1907 para tentar fazer frente ao soberano da já nomeada Avellaneda, em homenagem ao ex-presidente argentino Nicolás Avellaneda. Após levarem de 21 a 1 (!) do Atlanta pela terceira divisão do Campeonato Argentino, os novatos do Independiente foram provocados pelos albicelestes, que diziam que iriam fazer 40 gols no primeiro jogo entre a dupla pela diferença técnica e a boa fase do Racing, que brigava pelo acesso à segunda divisão.

Mas, contra todos os prognósticos, deu Independiente: 3 a 2, com o gol da vitória anotado nos minutos finais por Rosendo Degiorgi, um dos fundadores do clube rojo. Anos depois, o Racing deu o troco. E vieram trocos e mais trocos. Ambos construíram seus estádios a uma distância de 400 metros um do outro, separados por um quarteirão. Levantaram os mais cobiçados títulos do esporte. E forjaram com glórias um clássico que ficou muito maior que Avellaneda. Que ganhou a Argentina e virou sinônimo de rivalidade em todo mundo.

Quando começou: no dia 09 de junho de 1907, na mencionada vitória do Independiente por 3 a 2. Anos depois, no dia 12 de dezembro de 1915, aconteceu o primeiro jogo entre a dupla na primeira divisão. E foi conturbado: o Independiente venceu o Racing por 2 a 1 pelo Campeonato Argentino daquele ano, no entanto, por causa da escalação irregular de um jogador, o clube rojo perdeu os pontos e a vitória, que foram passados ao Racing.

Maior artilheiro: Arsenio Erico (Independiente): 19 gols

Quem mais venceu: Independiente – 89 vitórias (até agosto / 2024). O Racing venceu 71. Foram 76 empates.

Maiores goleadas: Independiente 7×0 Racing, 03 de novembro de 1940

Independiente 7×4 Racing, 18 de novembro de 1927

Independiente 5×1 Racing, 23 de setembro de 1945

Racing 7×4 Independiente, 27 de setembro de 1931

Racing 5×2 Independiente, 03 de julho de 1949

Racing 4×1 Independiente, 22 de outubro de 1958

 

Algumas cidades abrigam rivalidades que transcendem séculos de história. São Paulo, Porto Alegre, Buenos Aires, Milão, Montevidéu e Glasgow são os berços de duelos épicos como Corinthians x Palmeiras, Grêmio x Internacional, Boca Juniors x River Plate, Internazionale x Milan, Nacional x Peñarol e Celtic x Rangers. Mas nenhuma cidade tão pequenina – com pouco mais de 24 mil habitantes – possui dois gigantes campeões do mundo como Avellaneda, na Grande Buenos Aires. É lá que acontece desde 1905 o duelo entre Racing e Independiente, dois clubes tradicionalíssimos, detentores dos mais cobiçados títulos do esporte e que já contribuíram imensamente para o crescimento do futebol argentino.

Com seus estádios separados por um quarteirão, rojos e albicelestes possuem uma rixa mais que centenária e polarizam as paixões da cidade. Com períodos de dinastias de um e de outro, além de dramas vividos também por ambos com rebaixamentos, as semelhanças entre a dupla são muitas, mas o objetivo sempre foi um só: vencer e obter a hegemonia perante o rival, seja em títulos, seja em confrontos diretos. É hora de conhecer a história desse grande clássico, o primeiro entre campeões da Libertadores e o primeiro – e único – entre campeões do mundo antes mesmo da própria seleção do país obter um título mundial.

Um “intruso” em Avellaneda

 

 

Fundado por operários em Barracas al Sud (hoje Avellaneda) no ano de 1903, o Racing Club nasceu da paixão de jovens pelo football que crescia a cada dia na Argentina por causa da influência inglesa e de clubes como Alumni, Lomas e Belgrano Athletic. O nome do time nasceu inspirado em uma revista francesa de automobilismo na qual era possível ler “Racing Club”, que fez nascer o Racing Football Club (que mais tarde seria apenas Racing Club). Dois anos depois, em Buenos Aires, funcionários de uma empresa inglesa impedidos de jogar futebol pelo time da companhia decidiram eles mesmo fundarem um clube “independente” dos patrões.

E, por isso, criaram em 1905 o Independiente Football Club (mais tarde renomeado Club Atlético Independiente) na Avenida de Mayo, inspirado no Saint Andrew’s Scots School, de origem escocesa. Curiosamente, as primeiras cores do Independiente foram azul e branco, e só mudaram para o vermelho em 1908, quando membros do clube viram o Nottingham Forest-ING, em excursão pela Argentina, golear por 6 a 0 o Alumni, mais poderoso time da época no país. Encantados, decidiram instantaneamente trocar as cores para o vermelho e branco, idênticas às dos ingleses.

O Racing de 1913, esquadrão mais forte da Argentina nos anos 1910.
 

 

O Independiente de 1909, já “rojo”.
 

 

E aquela mudança veio a calhar, pois o clube já estava estabelecido desde 1907 em Avellaneda, cujo decano era o Racing, de cores azuis e brancas. Após o já mencionado primeiro duelo entre a dupla de vizinhos, em 1907, os clubes passaram a duelar entre si de maneira mais frequente nas divisões inferiores, sempre com equilíbrio – em 18 duelos na época do amadorismo, foram oito vitórias para cada lado e dois empates. Embora a cidade tivesse outras equipes como Riachuelo, Club Avellaneda e Remember, Racing e Independiente começaram a despertar cada vez mais simpatia dos torcedores, em especial o Racing, que alcançou a elite do futebol argentino em 1911 e emendou, de 1913 até 1919, um impressionante heptacampeonato argentino, façanha inédita no país e jamais igualada desde então.

E foi nesse período que o Independiente encontrou o vizinho pela primeira vez na elite, no Campeonato Argentino de 1915, quando os rojos venceram por 2 a 1, e, por terem escalado um jogador de maneira irregular, perderam os pontos e a vitória para o rival. Até 1925, o Racing tinha quatro vitórias de diferença sobre os Diablos, mas tal hegemonia seria encerrada naqueles anos 1920, com a queda de rendimento do Racing, o fim de sua primeira Academia e a ascensão do Independiente, campeão nacional em 1922 e 1926, este com grandes nomes no ataque rojo como Raimondo Orsi, Ravaschino e Seoane.

Perinetti e Orsi, grandes nomes de Racing e Independiente, em 1926. Foto: El Gráfico.
 

 

A casa do Independiente em 1923, conhecida como La Crucecita, que acabou destruída por um incêndio. Anos depois, o clube construiu La Doble Visera. Foto: Archivo General de la Nación Argentina.
 

 

Em 1927, o Independiente conseguiu sua primeira goleada sobre o rival: 7 a 4, um resultado histórico que seria comemorado como nunca pelos rojos, mas por pouco tempo. Quatro anos depois, o Racing aplicou um 7 a 4 no Independiente exatamente no primeiro jogo entre ambos na era profissional, em 27 de setembro de 1931. Esse jogo é até hoje o com maior número de gols da história do profissionalismo argentino. Meses depois, o Racing voltou a golear o rival, dessa vez por 4 a 1 e na cancha do Independiente, à época localizada na esquina das ruas Alsina e Cordero. Naquele mesmo ano de 1932, o Racing impediu o rival de ser campeão argentino ao vencer por 1 a 0, em novembro, um duelo fundamental para as pretensões dos rojos, que viram o River de Peucelle e Bernabé Ferreyra igualar o número de pontos e conseguir forçar um jogo extra para decidir o campeão. E, nele, deu River: 3 a 0 pra cima do Independiente, para a alegria do Racing.

 

Da Delantera Fantástica aos estádios vizinhos

Sastre, De La Mata e Arsenio Erico.
 

 

A década de 1930 foi marcante para o Independiente pelo fato de o clube rojo começar a despontar na frente do rival no histórico de confrontos. E muito se deve aos talentos de Arsenio Erico, Vicente De La Mata e Antonio Sastre, expoentes da excepcional linha de ataque do clube que marcou 323 gols entre os anos de 1937 e 1939, simplesmente a mais devastadora da história do futebol argentino. Erico se transformou a partir daquela época no maior artilheiro do clássico de Avellaneda com 19 gols marcados, sendo dois no sapeco de 7 a 0 do Independiente sobre o Racing válido pela 27ª rodada do Campeonato Argentino de 1940, um show dos rojos que rendeu gozações durante muito tempo e que é até hoje a maior goleada dos Diablos na história do clássico. Entre 1931 e 1940, foram 20 vitórias do Independiente contra 14 do Racing, além de marcar a consolidação do estádio La Doble Visera do clube rojo, que saiu na frente do rival com um grande estádio construído em 1928 e que seria um dos mais icônicos da Argentina durante muito tempo, até sua remodelação nos anos 2000 para o atual Libertadores de América.

Erico marca seu segundo gol na goleada de 7 a 0 sobre o Racing.
 

 

Erico e seus fãs. Foto: FIFA.com.
 

 

Os vizinhos: a distância é surreal!
 

 

Veja o trajeto: apenas 400 metros de distância!
 

 

Nas décadas de 1940 e 1950, o Racing voltou a equiparar a disputa com o rival não só em vitórias, mas também com a construção de seu estádio, em 1950, o Presidente Perón, mais conhecido como El Cilindro, localizado a apenas 400m da casa do Independiente. Tão próximos, os estádios passariam a render grandes fotos aéreas e eram o retrato máximo da rivalidade entre os clubes, pois, ao invés de compartilharem um só estádio – como Inter e Milan fazem com o San Siro -, por exemplo, preferiram ter suas próprias casas para não ter que se “misturar com a gentalha”! No acumulado de 1931 até 1950, eram 18 vitórias do Racing contra 17 do Independiente, e apenas seis empates.

 

Os campeões da América e do mundo

Na década de 1950, o Racing conseguiu duas grandes goleadas sobre o rival – 4 a 2, fora de casa, e 4 a 1, em casa – além de um tricampeonato argentino, o primeiro no profissionalismo. Mas, em 1954, o rojo conseguiu a primeira vitória sobre o Racing no El Cilindro por 4 a 1 e voltou a incomodar o rival com uma nova linha de ataque que jogou junta até na seleção argentina, com destaque para Ernesto Grillo e Carlos Lacasia. Mas, no retrospecto daquela década, o Racing venceu nove jogos contra cinco do Independiente. A partir dos anos 1960, os rivais começaram a duelar no quesito grandes títulos. Nos anos de 1964 e 1965, o Independiente fez história ao se tornar o primeiro clube argentino bicampeão da Copa Libertadores, com Santoro, Bernao, Savoy, Ferreiro e companhia, façanha que doeu no orgulho do Racing, que não tardou em igualar o rival. 

Em 1967, a equipe albiceleste levantou sua primeira Libertadores com um esquadrão lendário comandado por Cejas, Basile, Perfumo, Cárdenas e Maschio. No mesmo ano, o Racing subiu um degrau perante o rival após se tornar o primeiro clube argentino campeão do mundo ao vencer o fortíssimo Celtic-ESC em jogos eletrizantes e muito tensos. Logo após o título, o Independiente tratou de carimbar a faixa do vizinho com um categórico 4 a 0 pelo Metropolitano de 1967.

Jogadores do Racing com a taça do Mundial de 1967.
 

Bertoni e Bochini com a taça do Mundial de 1973.
 

 

Só na década de 1970 que o Independiente conseguiu igualar o rival com o título mundial de 1973, após triunfo sobre a Juventus-ITA. Para aumentar ainda mais a hegemonia no quesito grandes títulos, os rojos faturaram quatro Libertadores entre 1972 e 1975 e três torneios nacionais em 1971, 1977 e 1978, com shows inesquecíveis da dupla Bochini e Bertoni. Por outro lado, o Racing viveria momentos de puro drama com um jejum de 35 anos sem conquistas. O Independiente aproveitou ainda para golear o rival por 5 a 1 duas vezes, em 1974 e em 1975. Para se ter uma ideia da hegemonia roja, entre 1970 e 1980, foram 18 vitórias do Independiente contra apenas quatro do Racing, que ainda iria sofrer um golpe ainda mais duro na década de 1980.

 

Soberania vermelha

Racing x Independiente - Clássico de Avellaneda
Giusti marca: sem dó nem piedade, o Independiente venceu o rival e o mandou de vez para a segundona.
 

O Independiente seguiu com sua hegemonia sobre o rival no começo dos anos 1980 e alcançou o estopim em 1983. Na última rodada do Campeonato Argentino daquele ano, os rojos precisavam de uma vitória simples para celebrar o título. E quis o destino que a data para aquilo acontecer fosse tão emblemática e sob circunstâncias únicas: o rival seria o Racing, que há quatro dias havia sido rebaixado pela primeira vez em sua história. Imagine só: o Independiente poderia ser campeão sobre o maior rival e dias após a queda do mesmo para a B. Com isso, no dia 22 de dezembro de 1983, o estádio La Doble Visera estava lotado. De um lado, um Independiente completo e pronto para ser campeão. Do outro, um Racing destruído moralmente com a queda para a segunda divisão. A torcida dos rojos via aquele momento como uma oportunidade para celebrar um título único, saboroso, histórico. E, claro, Bochini e companhia trataram de tornar a véspera de Natal dos torcedores simplesmente inesquecível. 

Detalhe do jornal do dia seguinte: um recorte que nenhum torcedor do Independiente se desfaz! Foto: Historia de Independiente.
 

 

No finalzinho do primeiro tempo, Giusti fez 1 a 0. Aos cinco da segunda etapa, Trossero ampliou. Era o suficiente. Pra que golear? Eles já haviam goleado na técnica, nos passes, na velocidade, no futebol. O placar de 2 a 0 era mais do que suficiente. Ao apito do árbitro, o Independiente era campeão argentino, sacramentava sua vaga na Libertadores de 1984 e aumentava ainda mais a dor do rival. Aquela foi uma data emblemática para o torcedor rojo. Quase uma data religiosa para a rivalidade no clássico de Avellaneda.

Para piorar a vida dos albicelestes, em 1984, o Independiente faturou a Libertadores e o Mundial de Clubes e passou à frente do Racing também em número de títulos mundiais – 2 a 1. Nos anos de 1984 e 1985, a Argentina não viu o Clássico de Avellaneda pelo fato de o Racing estar peleando en la B. Entre 1982 e 1983, o Independiente venceu cinco jogos seguidos contra o rival, maior sequência do clássico.

 

Invencibilidade albiceleste, brigas e queda roja

Simeone jogou no Racing nos anos 1990.
 

 

De 1986 até 1994, o Racing não perdeu para o rival. Embora nesse período tenham sido apenas quatro vitórias albicelestes e 12 empates, a torcida não perdeu a oportunidade de zoar os rivais e ostenta com orgulho a sequência até hoje como a maior do clássico. Em 1992, os times se enfrentaram nas oitavas de final da Supercopa da Libertadores, e deu Racing: vitória por 2 a 1 em casa e empate em 0 a 0 na casa do Independiente. Foi o único duelo internacional entre os rivais de Avellaneda na história. Os rojos só acabaram com a invencibilidade do Racing no Apertura de 1994, com vitória por 2 a 0 no El Cilindro.

Em 1998, um dos clássicos mais famosos aconteceu em La Doble Visera quando o Racing vencia o rival por 2 a 0 em apenas 38 minutos e encaminhava uma goleada quando as luzes do estádio apagaram “misteriosamente”. Dizem que foi um corte no bairro, mas há quem diga que foi proposital para evitar um vexame do Independiente em sua própria casa. O árbitro teve que suspender a partida, que foi completada três dias depois com vitória do Racing por 3 a 1, encerrando um jejum de 17 anos sem vitórias em La Doble Visera.

Em dia de clássico, até os bombeiros têm que trabalhar!
 

 

Do lado rojo, o Diablo sempre aparece para apavorar os albicelestes! Foto: FABIAN URQUIZA.
 

 

Em 2000, um jogo ficou marcado pela violência das torcidas, que se enfrentaram enquanto o Independiente vencia o Racing por 2 a 0 na última partida do século XX, em dezembro, provocando o cancelamento do jogo e a suspensão temporária de clássicos tanto no El Cilindro quanto em La Doble Visera no ano de 2001, temporada que ficou marcada pelo fim do jejum de 35 anos sem títulos do Racing no Campeonato Argentino, que teve participação do atacante Diego Milito, um dos ídolos do clube e que jogava do lado albiceleste, enquanto seu irmão, Gabriel Milito, era defensor do Independiente. Na época, quando tinha clássico, eles deixavam o lado familiar de lado e duelavam sem limites, levando à loucura os pais, que ficavam em pânico com os filhos travando divididas nada amigáveis em disputas de bola, sendo o duelo principal o empate em 1 a 1 disputado no estádio do Lanús, em 2001, quando ambos quase foram expulsos após lances ríspidos e muita discussão. 

Gabriel e Diego Milito: “que família o que, aqui não tem essa não!”
 

 

Era o reflexo de tempos complicados do clássico, com os times em baixa no cenário futebolístico sul-americano, grave crise financeira de ambos os lados – principalmente do Racing – e nervos à flor da pele, com frequentes brigas entre torcidas, principalmente entre os famosos barra-bravas.

Veja abaixo:

 

Diego Milito faz a festa em 2014: Racing campeão argentino bem no ano em que o rival estava na B.
 

 

Mesmo com o título da Copa Sul-Americana de 2010, o Independiente viveu um momento cruel em 2013, quando o time foi rebaixado pela primeira vez à segunda divisão, após 101 anos na elite argentina. A gozação do lado albiceleste, claro, foi enorme, com fantasminhas, vídeos na internet e uma grande festa pelo drama do rival. No ano seguinte, em 2014, o Racing aumentou ainda mais a era de alegria com o título do Campeonato Argentino. A volta por cima dos rojos aconteceu já naquele ano, com a volta à elite, e, em 2017, com mais um título da Copa Sul-Americana, aumentando de maneira considerável a quantidade de copas internacionais perante o rival: 18 contra 3.

 

História em cada esquina

A rua Ricardo Bochini…
 

 

… E a rua Diego Milito: o Clássico de Avellaneda presente no cotidiano dos bairros!
 

 

O Clássico de Avellaneda moldou a história de uma cidade inteira, seus bairros, suas ruas. Nomes de ídolos como Ricardo Bochini e Diego Milito batizam ruas próximas aos estádios e ajudam a perpetuar uma história de paixão futebolística sem limites e que consagrou Avellaneda como uma verdadeira capital do futebol. Embora o Independiente tenha grande vantagem sobre o Racing tanto em número de vitórias quanto em número de grandes títulos, há equilíbrio quando falamos em craques, grandes jogos e supremacias. E, claro, a emoção sempre transborda, como no encontro entre a dupla de fevereiro de 2020, quando o Racing venceu por 1 a 0 com um gol no finalzinho e dois jogadores a menos durante todo o segundo tempo, levando ao delírio a torcida albiceleste em mais um capítulo de um clássico icônico, efervescente e sempre imprevisível.

Curiosidades:

  • Em 1908, o Racing vencia o rival por 4 a 0 e só não aumentou o placar porque os jogadores do Independiente abandonaram o campo para evitar uma goleada maior;
  • Em 1975, auge do Independiente de Bochini e Bertoni, o Racing venceu o rival por 5 a 4 em um dos jogos mais eletrizantes da história do duelo. Alberto Mario Jorge, do Racing, marcou quatro gols e se tornou o maior artilheiro em um só clássico em toda a história;
  • Em duelos de mata-mata, o Racing leva vantagem sobre o Independiente: 6 a 3;
  • O Clássico de Avellaneda é o único da Argentina com as maiores diferenças de gols já registradas na história em duelos únicos: o 7 a 0 do Independiente sobre o rival, em novembro de 1940; os 7 a 4 do Racing sobre o rival, em setembro de 1931, e o mesmo placar a favor do Independiente, em dezembro de 1927;
  • Se a vantagem dos rojos é inegável em títulos internacionais, o mesmo não acontece em títulos nacionais. O Racing possui 18 títulos argentinos contra 16 do Independiente. No quesito copas nacionais, somando a era do amadorismo com a do profissionalismo, o Racing possui 13 títulos contra nove do Independiente;
  • Por períodos específicos, os clubes possuem dinastias bem particulares no comparativo. Entre 1910 e 1919, o Racing venceu 19 títulos contra apenas três do Independiente. Já entre 1970 e 1979, o Independiente faturou 12 taças contra nenhuma do rival. Os rojos seguiram soberanos entre 1980 e 1989 (4 a 1) e 1990 e 1999 (4 a 0), mas o equilíbrio voltou neste século, com uma taça para cada lado entre 2000 e 2009 e três para cada lado entre 2010 e 2019;
  • Em 2015, os rivais decidiram a Liguilla Pré-Libertadores, que definiu uma vaga argentina para a Copa Libertadores de 2016. Com uma vitória por 2 a 0 em pleno estádio do Independiente e derrota por 2 a 1 em casa, o Racing conseguiu a classificação graças ao triunfo no placar agregado por 3 a 2;
  • Além de Arsenio Erico, com 19 gols, o Independiente possui os outros dois maiores goleadores da história do clássico: Vicente De La Mata (10 gols) e Ricardo Bochini (9 gols). Os outros três maiores goleadores são do Racing: Llamil Simes (8 gols), Oreste Corbatta (7 gols) e Lisandro López (6 gols), este último ainda em atividade.

 

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