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Jogos Eternos – Palmeiras 2×2 Botafogo 2024

Data: 21 de agosto de 2024

O que estava em jogo: uma vaga nas quartas de final da Copa Libertadores da América de 2024.

Local: Allianz Parque, São Paulo (SP), Brasil

Árbitro: Facundo Tello (ARG)

Público: 40.269 pessoas

Os Times:

SE Palmeiras: Weverton; Marcos Rocha (Gabriel Menino), Gustavo Gómez, Vitor Reis e Caio Paulista; Zé Rafael (Aníbal Moreno), Richard Ríos (Rony) e Raphael Veiga; Estêvão, Felipe Anderson (Lázaro) e Flaco López. Técnico: Abel Ferreira.

Botafogo FR: John; Ponte, Bastos, Barboza e Cuiabano (Hugo); Gregore (Danilo Barbosa), Marlon Freitas, Luiz Henrique (Matheus Martins) e Savarino; Thiago Almada (Tchê Tchê) e Igor Jesus (Tiquinho Soares). Técnico: Artur Jorge.

Placar: Palmeiras 2×2 Botafogo. Gols: (Igor Jesus-BOT, aos 10′, Savarino-BOT, aos 18′, Flaco López-PAL, 40′ e Rony-PAL, aos 44′ do 2ºT).

 

“A Vingança Gloriosa”

Por Guilherme Diniz

A noite do dia 1º de novembro de 2023 vez ou outra surgia nos sonhos dos botafoguenses. Quer dizer, nos pesadelos. Vinham as memórias da confortável vitória por 3 a 0 sobre o Palmeiras, no Nilton Santos, virar uma derrota inimaginável de 4 a 3. A conquista de um troféu nacional que não vinha desde 1995 escapar por entre os dedos após aquela partida e tropeço atrás de tropeço na sequência. O drama de entregar um título praticamente ganho. Aquilo doeu demais no torcedor alvinegro, mas, pelo menos, o time conseguiu uma vaga na fase preliminar da Copa Libertadores. O ano de 2024 chegou. E, com a mesma base e alguns reforços, lá foi o alvinegro recomeçar. A equipe se encontrou após um Estadual decepcionante e conseguiu chegar ao topo do Brasileirão e também garantir uma vaga nas oitavas de final da Libertadores. Mas adivinhe qual foi o adversário do alvinegro? O Palmeiras. O carrasco. O responsável pelo pesadelo.

Era hora da vingança. O Botafogo sabia que não havia melhor momento para exorcizar aquela marca. No primeiro jogo, em casa, vitória do Glorioso por 2 a 1. Vantagem do empate para a volta, no Allianz Parque. E, jogando muito bem, com velocidade e categoria, a equipe abriu 2 a 0. Estava 4 a 1 no agregado. Ufa, vaga garantida. Nem tanto. Do outro lado, estava uma equipe acostumada a sofrer, a competir. Aos 40’ do segundo tempo, Flaco López subiu sozinho dentro da área para diminuir. Era hora do Botafogo ficar com a bola, não ceder espaço, permanecer no ataque. Ele não fez nada disso. O Palmeiras cresceu. 

Quatro minutos depois, outra bobeada e Rony empatou. De novo, deram espaço, não retardaram a saída de bola. E lá se foi o Palmeiras de novo. Quatro minutos depois, a bola viajou para a área alvinegra e, no bate e rebate, Gustavo Gómez, o capitão alviverde, virou o jogo de maneira inacreditável. De novo o mesmo roteiro de 2023? De novo o Botafogo entregava um jogo ganho? Dessa vez, não. O VAR entrou em ação e ficou claro que a bola bateu no braço de Gómez antes da finalização do zagueiro. Gol anulado. Alívio botafoguense! Mas o árbitro acrescentou mais dois minutos ao jogo.

O Palmeiras seguiu no ataque. E teve uma falta a seu favor. O goleiro Weverton foi para a área. Todo o time alviverde estava lá. Gabriel Menino preferiu chutar direto. E a bola trincou o travessão de John. Segundos depois, aí sim o árbitro encerrou a partida. Botafogo classificado. Com um 4 a 3 no agregado. Curiosamente o mesmo placar de 2023. Foi com drama, mas a vingança alvinegra estava consolidada. É hora de relembrar um dos maiores jogos da história recente da Libertadores.

Pré-jogo

Esse jogo ainda gerava muitos pesadelos aos botafoguenses…
 

Depois do desastre de 2023, o Botafogo se reergueu para seguir competitivo. A equipe manteve boa parte do elenco e trouxe novos e importantes nomes como meia Luiz Henrique (ex-Real Betis-ESP), o lateral Cuiabano (ex-Grêmio), o meio-campista Gregore (ex-Inter Miami-EUA) e o meio-campista argentino Thiago Almada (ex-Atlanta United-EUA). Em abril, o técnico português Artur Jorge assumiu o comando da equipe após a fraca passagem de Tiago Nunes e, aos poucos, o treinador fez o time demonstrar um futebol muito ofensivo, bonito e rápido, a exemplo do apresentado no primeiro semestre de 2023 com Luís Castro.

Na Libertadores, o Glorioso superou sem dificuldades o Aurora-BOL com um 7 a 1 no agregado e eliminou o RB Bragantino-BRA na etapa seguinte com um 3 a 2 no agregado até se garantir na fase de grupos. Nela, a equipe começou muito mal e perdeu os dois primeiros jogos – 3 a 1 para o Junior-COL, em casa, e 1 a 0 para a LDU-EQU, fora – o que exigiu uma campanha praticamente perfeita nas partidas seguintes. Já sob o comando de Artur Jorge, o Glorioso venceu o Universitario-PER por 3 a 1, em casa, e a LDU por 2 a 1, também em casa. No quinto jogo, triunfo sobre o Universitario por 1 a 0, fora de casa. Na última rodada, a equipe segurou um empate sem gols contra o Junior, fora, e se classificou na segunda posição do grupo com 10 pontos, mesma pontuação do Junior, que terminou em primeiro por ter melhor saldo e nenhuma derrota. 

Ao término da fase de grupos e o sorteio dos confrontos, o Botafogo conheceu seu adversário: o Palmeiras, líder do Grupo F com 14 pontos após superar San Lorenzo-ARG, Independiente Del Valle-EQU e Liverpool-URU. O duelo foi um dos mais aguardados por colocar frente a frente clubes que desde aquele jogo de 2023 se “pegavam” nos bastidores com acusações, picuinhas e muitas polêmicas, em especial envolvendo o chefão alvinegro, John Textor, e a mandatária alviverde, Leila Pereira. Textor ficou indignado com a perda do Brasileirão e acusou a arbitragem de favorecer os adversários, o que fez Leila chamar o estadunidense de “desequilibrado”, que retrucou citando vários jogos em que o Palmeiras jogou com um jogador a mais após expulsões supostamente injustas dos seus rivais. Em 2024, ele subiu o tom dizendo que vários jogos foram corrompidos ao longo dos anos no Brasil, incluindo alguns do Palmeiras, mas sem apresentar provas, causando enorme desconforto do lado alviverde, que acionou Textor à justiça. 

Torcida do Botafogo provocou Leila e Edinaldo representando a dupla como bonecos enforcados.
 

Esse clima ruim acabou atingindo as torcidas, que começaram a demonstrar muita hostilidade. No dia do jogo entre as duas equipes pela 17ª rodada do Brasileirão de 2024, no Nilton Santos, bonecos simbolizando Leila e o presidente da CBF, Edinaldo Rodrigues, foram vistos “enforcados” em uma avenida próximo ao estádio. Textor pediu desculpas pessoais a Leila e a Edinaldo, e o Botafogo emitiu nota de repúdio condenando o episódio. Em campo, o Botafogo venceu por 1 a 0 e já deu um alento ao torcedor para o duelo da ida, também em casa, pela Libertadores.

Foto: PABLO PORCIUNCULA / AFP
 

Com quase 40 mil pessoas no Nilton Santos em 14 de agosto, o Botafogo aproveitou as falhas de marcação do rival, bem como sua falta de poder ofensivo, e venceu por 2 a 1, gols de Luiz Henrique, aos 22’, e Igor Jesus, aos 38’ do primeiro tempo, com Maurício descontando para o alviverde. O Glorioso foi muito superior e provou estar em melhor fase que o rival, algo refletido, também, no Brasileirão, com o alvinegro à frente dos paulistas na tabela. Dias antes do duelo da volta, a equipe goleou o Flamengo por 4 a 1 pelo torneio nacional e foi com o moral lá em cima para os últimos 90 minutos no Allianz Parque. 

A equipe carioca podia jogar pelo empate, mas sabia que não adiantava nada ficar na retranca contra um adversário tão forte jogando sob seus domínios e que já havia revertido placares adversos em outras oportunidades. E, com a necessidade de salvar a temporada após a eliminação diante do Flamengo na Copa do Brasil, o Palmeiras depositou todas as suas fichas naquele jogo. Era tudo ou nada para o Verdão. E a chance de ouro da revanche do Glorioso.

Primeiro tempo – Administrando a vantagem

Foto: Nelson Almeida / AFP
 

Abel Ferreira armou seu time com três homens mais à frente – Estêvão, Felipe Anderson e Flaco López -, além do trio Zé Rafael, Richard Ríos e Raphael Veiga controlando as ações no meio de campo. O Botafogo foi com a mesma escalação da partida do Rio, e, logo aos 4’, Savarino recebeu na faixa central e chutou no ângulo esquerdo. A bola explodiu na trave e foi para fora! O lance acordou o Palmeiras, que foi pra cima, explorando as laterais do campo e a habilidade de Estêvão. O Botafogo procurava reduzir os espaços e explorar as jogadas de contra-ataque, maior especialidade do time, e as ligações rápidas pelo meio. Aos 20’, Estêvão foi lançado por Raphael Veiga na intermediária, driblou Barboza, invadiu a área, mas chutou mal. Bastos ainda bloqueou e a bola foi para a linha de fundo. Só aos 24’ que o Palmeiras teve sua primeira grande chance, quando Richard Ríos recebeu de Estêvão na direita e cruzou na segunda trave. Flaco López subiu livre, cabeceou e mandou por cima do gol, desperdiçando uma chance excelente de gol.

Os times em campo: Botafogo melhorou no segundo tempo, com a entrada de Matheus Martins, enquanto o Verdão só acordou mesmo na reta final.
 

O jogo seguia tenso, com o Palmeiras mais no ataque, mas pecando na hora de concluir. Aos 32’, Richard Ríos cruzou da meia-direita buscando Flaco López, Bastos se antecipou ao argentino, desviou de cabeça e mandou para fora.  Na sequência, o clima esquentou após Richard Ríos dar uma solada em Almada, levar amarelo e os jogadores do Botafogo irem tirar satisfação com o colombiano. Na confusão, Barboza também levou amarelo. Aos 39’, Marcos Rocha recebeu pelo lado direito da área e chutou cruzado. John pulou para espalmar e fez boa defesa. Na cobrança de escanteio, os alviverdes reclamaram de pênalti em Flaco López em choque com Gregore, mas a arbitragem mandou o jogo seguir. O primeiro tempo terminou e o empate sem gols era total do Botafogo, que teria um desfalque importante para a etapa final por conta da lesão de Luiz Henrique, que foi substituído no intervalo por Matheus Martins.

Segundo tempo – Conforto, loucura, virada, VAR e revanche

Foto: Nelson Almeida / AFP
 

Precisando de mais poder ofensivo e velocidade, o Palmeiras também mexeu para a etapa final e Lázaro entrou no lugar de Felipe Anderson, bem abaixo das expectativas. E, com apenas um minuto, o Verdão quase abriu o placar após Barboza falhar feio ao tentar cortar um lançamento de Weverton e entregou de presente para Estêvão, que tocou no meio para Flaco López, que levantou a bola e chutou por cobertura, obrigando John a se esticar todo para defender com a ponta dos dedos. O Verdão tentou pressionar já nos minutos seguintes, mas não conseguiu criar chances claras. Aos 7’, em contra-ataque, Thiago Almada tocou de três dedos buscando acionar Igor Jesus, porém, Marcos Rocha esticou a perna e evitou o ataque rival.

Aos 10’, o Botafogo cobrou lateral na direita, Matheus Martins recebeu, conseguiu se livrar da marcação de Vitor Reis na ponta direita e tocou para Savarino, no lado direito da área. O camisa 10, recebendo marcação de Zé Rafael, conseguiu encontrar Igor Jesus, que estufou a rede e abriu o placar: 1 a 0. Festa alvinegra no Allianz! Naquele momento, o Palmeiras precisava virar o jogo para forçar os pênaltis. Com isso, Abel Ferreira preparou mais mudanças, assim como Artur Jorge. Marcos Rocha e Richard Ríos saíram para as entradas de Gabriel Menino e Rony, enquanto Igor Jesus e Cuiabano deram lugar a Tiquinho Soares e Hugo. Aos 17’, Zé Rafael aproveitou sobra na entrada da área e chutou rasteiro, exigindo defesa em dois tempos de John. O Botafogo, com a vantagem, precisava gastar mais o tempo, ficar mais com a bola, mas pecava em dar alguns espaços ao rival. Mas, aos 18’, o Glorioso aliviou ainda mais sua situação. 

Igor Jesus marca o primeiro gol. Foto: Nelson Almeida / AFP
 

Matheus Martins, muito bem no jogo, recebeu na faixa central, girou com tranquilidade e tocou na frente. Gustavo Gómez não conseguiu cortar, Savarino apareceu, conduziu até a área e chutou forte, com raiva, sem qualquer chance para o goleiro Weverton: 2 a 0. A vaga nas quartas de final estava perto! Que placar o Botafogo construía em pleno Allianz Parque. A casa alviverde ficou muda. Os torcedores não imaginavam aquele cenário. Abel colocou Aníbal no lugar de Zé Rafael, enquanto Artur Jorge tirou Almada e colocou Tchê Tchê. 

A partir dali, o Botafogo poderia gastar o tempo, fazer cera, jogar no modo “Libertadores clássico”. Só que a equipe alvinegra parece ter entrado em um “modo pane”. Não dava para continuar dando a bola ao rival. Era uma zona de conforto perigosa, inadmissível em um torneio como a Libertadores. E o Palmeiras tinha muito mais experiência em jogar partidas com aquele roteiro do que o Botafogo. Minuto a minuto, o alviverde foi criando chances, levando perigo ao goleiro John. Era 65% de bola para o alviverde contra apenas 35% do alvinegro. Só aos 36’ que Savarino recebeu de Matheus Martins pelo lado direito e levantou na medida para Tiquinho Soares, que cabeceou e mandou por cima do gol, com perigo. 

Savarino, autor do segundo gol alvinegro. Foto: Nelson Almeida / AFP
 

O Palmeiras respondeu com mais alguns momentos de perigo até Gabriel Menino cobrar falta na área e Flaco López subir completamente sozinho dentro da área para cabecear e fazer o primeiro gol do Verdão. Faltavam cinco minutos, mais os acréscimos. Será que dava tempo? Para um time cascudo e aguerrido como o Palmeiras, dava. E, quatro minutos depois, Caio Paulista levantou da intermediária, Aníbal Moreno desviou de cabeça e mandou para o lado esquerdo. De voleio, Rony chutou mascado, quase sem força, o suficiente para tirar do goleiro John. Barboza ainda tentou afastar, mas a bola passou a linha: 2 a 2.

A virada era possível! O Palmeiras estava ensandecido, alucinado, pilhado, feroz. O Botafogo simplesmente não existia. Ao invés de retardar o recomeço do jogo, fazer cera, eles deixaram o Palmeiras fazer o que queria. Se impor. Colocar a bola embaixo do braço e dizer “aqui mando eu, vou virar, vou te eliminar”. Os jogadores do Fogão que entraram na etapa final e que estavam em campo naquele fatídico 1º de novembro de 2023 pareciam ver o filme de novo. Estavam temerosos. A torcida do Botafogo já temia pelo pior. Por um novo pesadelo. Seriam mais três minutos de acréscimos. E, aos 47’, Tchê Tchê cometeu falta perto da área. Após a cobrança, Lázaro pegou o rebote, finalizou, a bola desviou, Gustavo Gómez dominou e ajeitou para Gabriel Menino, que finalizou em cima do zagueiro. O próprio Gómez dominou e fuzilou no alto para virar o jogo. 

O Allianz Parque quase veio abaixo. O placar de 3 a 2 forçava os pênaltis. Mais uma virada para a história do Palmeiras. Mais uma para ser contada por gerações. Que fibra, que loucura, que jogo! Mas… Teve VAR. No momento do gol, os jogadores do Botafogo sinalizaram um toque de mão do zagueiro Gómez antes de finalizar. O árbitro foi avisado por sua equipe e foi correndo checar. Nas imagens, ficou realmente claro que a bola tocou no braço do zagueiro do Verdão. Com isso, o gol foi anulado.

A bola na trave de Gabriel Menino.
 

A torcida que chorava de alegria e vibrava ficou incrédula. No entanto, com os acréscimos de mais dois minutos, ainda havia esperança. Era o verde, era o Palmeiras. E, aos 55’, o Palmeiras ganhou mais uma falta perto da área. Antes da cobrança, até o goleiro Weverton foi para o ataque, tentando cabecear em uma possível bola aérea. Gabriel Menino observou aquela bagunça e preferiu chutar direto. Ele mirou, chutou e a redonda bateu na forquilha do ângulo esquerdo do goleiro John. Simplesmente inacreditável! Segundos se passaram, o árbitro encerrou o jogo e o empate em 2 a 2, enfim, foi consolidado.

O Botafogo, com muito drama, estava classificado para as quartas de final da Copa Libertadores com um simbólico placar de 4 a 3, o mesmo placar da noite de 1º de novembro de 2023. Não havia vingança melhor, mais saborosa e mais histórica. Ao Palmeiras, ficou a decepção de chegar tão perto do inimaginável e de reagir tarde demais. A torcida aplaudiu a luta. Mas quem fez a festa no Allianz Parque foi a torcida botafoguense, que celebrou uma classificação épica e que deve inspirar o Glorioso em busca de um troféu inédito e gigante, único capaz de suplantar o perdido em 2023.

Pós-jogo: o que aconteceu depois?

Palmeiras: Abel Ferreira não escondeu o orgulho pela entrega de seu time na reta final do jogo. “Vivo de futebol, mas não vivo só do futebol. Orgulho. Fica mais uma vez a demonstração daquilo que peço aos jogadores. Há três resultados no futebol, há coisas que não controlamos. […] Disse isso no final aos meus jogadores: mês de agosto difícil, com sorteio difícil, caímos de forma digna contra o Flamengo com todas as vicissitudes que tiveram no jogo. Contra o Botafogo caímos com sentimento de orgulho. Tristes, mas de cabeça erguida ”, disse o treinador. Ao Verdão, resta apenas o Brasileirão até o fim do ano. Com os clubes de cima da tabela envolvidos nas competições de mata-mata, pode ser que a equipe consiga brigar por mais uma taça.

Botafogo: a classificação lavou a alma tanto dos jogadores quanto dos torcedores, que vibraram muito no Allianz Parque. Na coletiva após o jogo, o técnico Artur Jorge comentou sobre o desempenho do time. “Fizemos um jogo muito competente, os jogadores cumpriram o plano e a missão daquilo que preparamos. Tivemos estes últimos cinco minutos loucos, que acabam tirando a possibilidade de ganhar os dois jogos, estamos aborrecidos, pois vínhamos para ganhar”. Sobre o apagão nos minutos finais, ele disse. “Não (ainda não sei o que aconteceu). Eu acho que foi, em uma análise muito fria ainda, uma dificuldade de controlar o jogo direto do adversário e os encurtamentos dos atacantes, que não saiam da linha defensiva. Recuamos muito a nossa linha para permitir que a bola chegasse mais diretamente a nossa área e, de uma forma geral, acho que isso aconteceu com alguma regularidade, mas lembro que o resultado (2 a 2) nos serviu”. 

Foto: Ettore Chiereguini/AGIF
 

O fato é que esses minutos foram um alerta de como o time não deve se comportar na etapa seguinte, quando vai enfrentar o São Paulo-BRA, também tricampeão da América e com tradição inquestionável na competição. Se quiser seguir rumo ao título, o Botafogo deve manter a concentração máxima até o final e jamais permitir que seu adversário cresça como cresceu o Palmeiras. Em Libertadores, cada segundo conta. E, por mais chavão que seja, as partidas em busca da Glória Eterna só acabam quando terminam.

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3 Comentários

  1. Eu estava assistindo a esse jogo, e quando o árbitro terminou a partida a primeira coisa que eu pensei foi “amanhã esse jogo estará eternizado no Imortais”. Foi uma grande partida que será recordada por muito tempo. Não poderia ter sido mais dramática a vingança do Botafogo. Excelente texto.

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