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Esquadrão Imortal – Schalke 04 1996-1997

Em pé: De Kock, Linke, Eigenrauch, Lehmann e Nemec. Agachados: Büskens, Müller, Thon, Wilmots, Latal e Max.
 

Grandes feitos: Campeão da Copa da UEFA de 1996-1997. Conquistou o primeiro grande título internacional da história do clube.

Time-base: Jens Lehmann; Johan de Kock, Olaf Thon e Thomas Linke; Eigenrauch, Andreas Müller, Jiri Nemec, Radoslav Látal (Oliver Held) e Mike Büskens; Ingo Anderbrügge (Youri Mulder); Marc Wilmots (Martin Max). Técnicos: Jörg Berger (até outubro 1996) e Huub Stevens (a partir de outubro de 1996).

 

“Euro Fighters”

Por Guilherme Diniz

Dono de uma das maiores torcidas da Alemanha e com um rico passado de conquistas nacionais, o Schalke 04 sentia falta em sua galeria de títulos de um grande torneio continental. Outros clubes do país já possuíam troféus europeus, até mesmo o grande rival, o Borussia Dortmund, campeão da Recopa da UEFA em 1966, menos os azuis reais. Mas a história da equipe de Gelsenkirchen mudou para sempre na temporada 1996-1997, quando um time disciplinado na parte defensiva, extremamente competitivo, seguindo o mantra “meta zero” nos jogos em casa e com nomes de destaque como Lehmann, Linke, Thon e Marc Wilmots, levantou a Copa da UEFA ao derrotar a poderosa Internazionale na final em pleno San Siro, nos pênaltis. Além de ser o primeiro troféu internacional do clube, o título quebrou um jejum de 25 anos sem conquistas – a última havia sido a Copa da Alemanha de 1972. A temporada só não foi mais perfeita porque o rival ganhou, uma semana depois, a UCL, ofuscando a festa azul real no Vale do Ruhr… É hora de relembrar.

Pelo fim do jejum

Título nacional de 1972 era a última lembrança da torcida.
 

Após o título da Copa da Alemanha de 1972, o Schalke 04 entrou em um incômodo declínio no futebol alemão e ainda viu sua reputação cair por conta do escândalo de manipulação de resultados no Campeonato Alemão de 1971, no qual o clube azul perdeu uma partida propositalmente e ocasionou uma série de punições a jogadores e dirigentes na época. Com isso, a equipe de Gelsenkirchen viu os rivais crescerem em popularidade e títulos. O Bayern München virou uma super potência com o tricampeonato europeu de 1974-1976 e vários títulos nacionais; o Borussia Mönchengladbach foi uma força nos anos 1970 com duas Copas da UEFA e também títulos nacionais; o Magdeburg celebrou três títulos nacionais na antiga Alemanha Oriental e um torneio europeu em 1974; o Hamburgo brilhou no final dos anos 1970 e parte dos anos 1980 com dois títulos continentais e taças nacionais. Eintracht Frankfurt e Bayer Leverkusen também fizeram festas europeias nas Copas da UEFA de 1980 e 1988, respectivamente. E, já nos anos 1990, foi a vez do Werder Bremen celebrar uma Copa da UEFA e entrar na lista de clubes alemães vencedores de títulos continentais. 

Na década de 1980, o Schalke 04 conviveu com quedas para a segundona e entrou na década de 1990 disposto a apagar o passado ruim com boas campanhas e investindo nas categorias de base, além de projetar melhorias estruturais e a construção de um novo estádio. Sob a presidência de Günter Eichberg, o clube se estabeleceu na elite do futebol alemão e passou a contratar melhor graças ao diretor e ex-jogador Günter Netzer, que ajudou a revitalizar a imagem do Schalke no mercado.

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Depois de fazer campanhas bem medianas na Bundesliga, os azuis reais conseguiram realizar uma boa trajetória na época 1995-1996, já sob a presidência de Gerhard Walter Rehberg, quando terminaram na 3ª colocação após um ótimo segundo turno, acumulando 7 vitórias, 6 empates e apenas uma derrota nas últimas 14 rodadas, com destaque para as vitórias sobre Stuttgart, Eintracht Frankfurt, Bayern München e Werder Bremen. 

O campeão daquele ano foi o rival Borussia Dortmund, que tinha um timaço na época e conseguiu a vaga na Liga dos Campeões da UEFA. Já o Schalke 04 carimbou sua vaga na Copa da UEFA, que dava aos clubes alemães quatro vagas por meio da Bundesliga. Comandado pelo técnico Jörg Berger desde 1993, a equipe se reforçou com as chegadas do atacante Marc Wilmots, belga ex-Standard Liège, e o zagueiro holandês Johan de Kock, ex-Roda. Mas, com o andamento da temporada 1996-1997, as coisas não fluíram como esperado.

Mudança de comando e foco na Europa

Huub Stevens (à dir.), técnico do Schalke. Foto: Acervo / Schalke 04
 

Na Bundesliga, a campanha do Schalke foi muito abaixo do expectativa. A equipe teve dificuldades para manter uma boa sequência de vitórias, oscilando entre bons resultados e tropeços inesperados. Logo na estreia, os azuis reais levaram uma goleada de 4 a 0 do Stuttgart, empataram em 0 a 0 com o Borussia Mönchengladbach e levaram um empate de 4 a 4 do St. Pauli após abrirem 4 a 2. A equipe só foi vencer a primeira partida na quinta rodada, um magro 1 a 0 diante do Duisburg, e seguiu tropeçando até a 9ª rodada, quando perdeu para o Karlsruhe em casa por 1 a 0. Esse revés, somado à queda precoce na Copa da Alemanha, foi crucial para a diretoria demitir o técnico Jörg Berger e contratar o holandês Huub Stevens, que havia enfrentado o Schalke 04 na primeira fase da Copa da UEFA, quando os alemães venceram o duelo de ida por 3 a 0 e empataram em 2 a 2 a volta, em Kerkrade.

Uma das escalações do Schalke 04 naquela temporada de ouro.
 

Em sua chegada, o técnico Huub Stevens priorizou uma defesa sólida, e essa abordagem seria fundamental para a disputa da Copa da UEFA. Utilizando o 3-5-2 ainda em voga no futebol alemão, esquema tático que levou a Nationalelf aos títulos da Copa do Mundo de 1990 e da Eurocopa de 1996, Stevens focou as ações defensivas nos ótimos zagueiros Thon e Linke, além da segurança do goleiro Jens Lehmann. O holandês tratou os jogos em casa como essenciais e deveriam ter “meta zero”, ou seja, o time não podia sofrer gols no Parkstadion se quisesse obter sucesso na Copa da UEFA.

Esse foco na competição continental custou um melhor desempenho na Bundesliga. O estilo de jogo proposto pelo treinador nem sempre se traduziu em sucesso, especialmente contra equipes que possuíam maior poder ofensivo. A defesa foi razoavelmente eficiente, mas o ataque não conseguiu ser tão produtivo, levando o Schalke a não encontrar consistência no placar e, consequentemente, a deixar de conquistar pontos importantes. O Schalke 04 somou 42 pontos em 34 jogos, com um total de 11 vitórias, 9 empates e 14 derrotas. Nos derbys contra o Borussia, o time azul perdeu em casa – 3 a 1 – e também fora – 1 a 0.

A saga continental

O primeiro compromisso de Huub Stevens na Copa da UEFA foi na segunda fase, contra o Trabzonspor-TUR. Na ida, em casa, o Schalke 04 venceu por 1 a 0 (gol de Max) e viajou para a Turquia com a vantagem do empate. No primeiro tempo, o zagueiro De Kock marcou duas vezes e o placar de 2 a 0 parecia consolidar a vaga alemã na fase seguinte. Porém, os turcos diminuiram com Arveladze e viraram a partida com Mandirali. A torcida do Schalke já temia pelo pior quando Max, aos 73’, empatou e garantiu a vaga no sufoco. Em novembro, a equipe enfrentou o Club Brugge-BEL e, no primeiro jogo, na Bélgica, acabou perdendo por 2 a 1. No entanto, o gol de Büskens foi fundamental para dar uma certa vantagem para o duelo da volta, afinal, ainda valiam os gols qualificados nas competições europeias.

Jogando diante de quase 50 mil pessoas, o Schalke abriu o placar com Max, logo aos 9’. No final do segundo tempo, Youri Mulder ampliou e carimbou a vaga alemã para as quartas de final. O rival seguinte foi o perigoso Valencia-ESP do atacante Claudio López e do técnico Jorge Valdano. Na ida, em Gelsenkirchen, o Schalke explorou bastante a força de suas jogadas aéreas e conseguiu uma grande vitória por 2 a 0, gols do zagueiro Linke e do atacante Wilmots. Na volta, no caldeirão do Mestalla, Mulder abriu o placar para o Schalke 04 ainda no primeiro tempo e Poyatos empatou tempo depois. Na etapa complementar, os alemães se seguraram e avançaram para a semifinal, na qual a equipe teria outro adversário complicado: o Tenerife-ESP, comandado pelo técnico Jupp Heynckes – que iria comandar o Real Madrid na conquista da Liga dos Campeões da UEFA de 1997-1998.

Na partida da ida, na Espanha, os donos da casa abriram o placar aos 6’, em pênalti convertido por Felipe Fernández. O placar magro permaneceu até o fim e o Schalke foi decidir em casa a vaga na decisão. Depois de um primeiro tempo tenso, o zagueiro Linke fez 1 a 0, aos 67’, de cabeça, após escanteio cobrado por Olaf Thon. O resultado levou o duelo para a prorrogação. Nela, Thon mostrou mais uma vez sua precisão nas boladas paradas e cobrou falta para dentro da área, onde Wilmots testou firme para fazer 2 a 0 e colocar o Schalke 04 na final! 

Enfim, campeões da Europa

O desafio final do Schalke 04 em busca do título inédito foi a Internazionale-ITA, comandada pelo técnico inglês Roy Hodgson e com grandes nomes como o goleiro Pagliuca, os defensores Fresi e Bergomi – remanescentes da Inter dos recordes – o lateral argentino Zanetti, o meia suíço Sforza, o meio-campista holandês Aron Winter e o goleador chileno Ivan Zamorano. Por ter melhor campanha, a equipe italiana teve a vantagem de fazer o jogo de volta em casa. Por isso, o Schalke confiou em um bom resultado no duelo de ida, no lotado Parkstadion, para viajar a Milão com tranquilidade. E, após uma saída de bola equivocada dos italianos, Wilmots acertou um tiro de fora da área, aos 70’, e confirmou a vitória por 1 a 0, em um jogo no qual as defesas prevaleceram e poucas foram as chances criadas.

A fanática torcida do Schalke 04 foi em peso à Itália e 25 mil pessoas provenientes do Vale do Ruhr atravessaram a fronteira para tentar ver seu time campeão continental pela primeira vez. O lado alemão do Giuseppe Meazza ficou lotado, bem como as ruas de Gelsenkirchen, com telões e TVs espalhadas por todos os cantos. Mesmo com a vantagem do empate, o Schalke 04 teve as melhores chances de gol no primeiro tempo, a primeira quando Wilmots tentou acertar um voleio e exigiu a defesa de Pagliuca e, depois, quando Büskens cobrou uma falta perigosa e a bola foi de encontro às mãos do goleiro nerazzurri.

Foto: Scaledall Sport
 

O meio-campista inglês Paul Ince e o atacante francês Djorkaeff, que retornaram à Inter naquela final, começaram a aparecer tempo depois e coube ao francês levar perigo ao gol de Lehmann em duas oportunidades. Na segunda etapa, o jogo ficou aberto e muito tenso. Nos primeiros minutos, Büskens mandou um chutão que Pagliuca defendeu. Depois, Ince disparou um voleio que tirou tinta da trave de Lehmann. Mas, faltando cinco minutos para o fim, antigos pesadelos voltaram a atormentar o Schalke. Pistone cobrou lateral na área, Ince tocou na bola e Zamorano se antecipou para fazer 1 a 0 e enlouquecer o estádio Giuseppe Meazza.

O Schalke tentou o empate, mas não conseguiu. Restou ao time alemão celebrar a expulsão de Fresi, que deixou a Inter com um jogador a menos nos 30 minutos da prorrogação. Nela, a melhor chance foi de Ganz, que tentou encobrir Lehmann e acertou o travessão. O placar permaneceu mesmo 1 a 0, e, com a igualdade no agregado, o jogo foi para os pênaltis. No sorteio, o Schalke teve a vantagem de as cobranças serem batidas no lado sul, onde estava a torcida alemã. Anderbrügge abriu o placar e Zamorano parou em Lehmann. Thon fez 2 a 0 e Djorkaeff diminuiu para a equipe italiana. Max fez 3 a 1 e Aron Winter chutou para fora o terceiro chute da Inter. Na quarta cobrança alemã, Wilmots cobrou e fez o gol da vitória por 4 a 1 que fechou o placar e deu ao Schalke 04 seu primeiro título continental.

Foto: FIRO/SID
 

Após 25 anos de dramas, enfim, o Schalke erguia um grande troféu. O título da Copa da UEFA serviu para consolidar uma geração de jogadores e fortalecer o vínculo dos torcedores com a equipe. O estilo combativo e a superação dos desafios colocaram essa temporada na memória dos torcedores como uma das mais gloriosas da história do clube, que fez uma festa enorme em Gelsenkirchen e celebrou um time que ficaria conhecido como “Euro Fighters”. No entanto, uma semana depois, o rival Borussia Dortmund ofuscou a celebração azul real quando faturou o título da Liga dos Campeões da UEFA diante da Juventus-ITA, com vitória por 3 a 1 na final. O fato é que o Vale do Ruhr foi a “capital da Europa” no futebol em 1997.

Inspiração para novos anos de ouro

Após o título, o Schalke disputou mais uma vez a Copa da UEFA de 1997-1998, mas acabou eliminado nas quartas de final para a Internazionale, que conseguiu sua desforra ao vencer por 2 a 1 no agregado e seguiu firme rumo ao título. Na virada do milênio, o clube voltou a celebrar títulos nacionais, inaugurou sua nova casa – a Veltins Arena, em 2001 – e retomou seu lugar entre os clubes que competiam por títulos no país. A conquista continental também abriu portas para a participação do Schalke em outras competições europeias nos anos seguintes, com algumas campanhas de destaque na Liga dos Campeões. 

Sem jamais celebrar outro título internacional relevante, a torcida do Schalke 04 vê a Copa da UEFA de 1997 cada vez mais como um marco na história do clube e de relevância incontestável. Atualmente no limbo da segunda divisão, o Schalke 04 espera retomar o caminho das glórias um dia. Como daquela noite mágica de 21 de maio de 1997.

Os personagens:

Jens Lehmann: revelado pelo Schalke 04, Lehmann estreou pelos profissionais em 1987 e permaneceu até 1998 no clube azul real. No período, se transformou em um dos maiores ídolos do clube, fez jogos marcantes e marcou até um gol no maior rival, o Borussia Dortmund, em um jogo pela Bundesliga de 1997-1998 – em 1995, ele já havia marcado um gol de pênalti. Com 1,93m de altura, reflexos apurados e enorme senso de colocação, Lehmann foi um dos maiores goleiros do mundo nos anos 1990 e 2000. Após sua passagem pelo Schalke, passou brevemente pelo Milan, vestiu a camisa do Borussia por quatro temporadas e brilhou ainda no super Arsenal multicampeão dos anos 2000. Pela seleção alemã, o goleirão disputou as Copas do Mundo de 2002 (reserva) e 2006 (titular). Pelo Schalke, foram 312 jogos e dois gols marcados.

Johan de Kock: o experiente zagueiro chegou em 1996, após boas passagens pelo Utrecht e pelo Roda. Muito bom no jogo aéreo e com técnica para sair jogando, fez uma ótima zaga ao lado de Thon e Linke. Em 38 jogos disputados, marcou três gols e permaneceu no Schalke até 2000, quando se aposentou dos gramados.

Olaf Thon: cria do Schalke, o líbero, que podia atuar também no meio de campo, teve uma passagem marcante nos anos 1980 pelo clube, de 1983 até 1988, atuando em 184 jogos e marcando 64 gols, a maioria em chutes de fora da área e cobranças de falta, esta a sua especialidade. Em 1988, foi jogar no Bayern München e retornou ao Schalke em 1994, quando passou a jogar mais na zaga e virou a referência do time nas bolas paradas. Capitão, teve a honra de erguer o troféu da Copa da UEFA em 1997 e se consagrou como um dos melhores defensores da história do clube. Pela seleção, esteve no elenco campeão do mundo em 1990. Olaf Thon disputou 384 jogos pelo Schalke e marcou 75 gols.

Thomas Linke: o zagueiro que virou uma das referências do Bayern do final dos anos 1990 e início dos anos 2000 ganhou fama vestindo a camisa do Schalke 04 entre 1992 e 1998. No período, demonstrou eficiência na saída de bola, na marcação e como elemento surpresa no ataque, marcando importantes gols de cabeça. Disputou 207 jogos e marcou 16 gols pelos azuis reais.

Eigenrauch: revelado pelo Arminia Bielefeld, o lateral-direito chegou em 1990 ao Schalke e permaneceu até 2002, quando se aposentou. Foi uma das referências defensivas da equipe no período e se destacava mais pela marcação e saída de bola. Podia jogar também no meio de campo, pela direita. Disputou mais de 230 jogos pelo Schalke na carreira.

Andreas Müller: meio-campista que ajudava a organizar o setor e também municiava o ataque, Andreas Müller jogou no Schalke de 1988 até 2000 e disputou quase 300 jogos com a camisa azul, 41 deles na temporada de ouro em 1996-1997.

Jiri Nemec: foi um dos melhores meio-campistas tchecos dos anos 1990 e 2000 e esteve na seleção da República Tcheca vice-campeã da Eurocopa de 1996. Pelo Schalke, jogou de 1993 até 2002 e foi titular em praticamente todo o período, vencendo não só a Copa da UEFA, mas também as Copas da Alemanha de 2001 e 2002.

Radoslav Látal: podia jogar como meia e também ponta-direita e foi um dos que mais atuaram naquela temporada – 43 partidas. Marcou dois gols e também esteve presente na seleção da República Tcheca vice-campeã da Eurocopa de 1996.

Oliver Held: o meia não foi titular absoluto, mas disputou 19 jogos e marcou dois gols na temporada. Vestiu a camisa do Schalke de 1995 até 2001. 

Mike Büskens: podia jogar como meia-esquerda e também na lateral-esquerda. Com o esquema 3-5-2, jogava bem aberto e era um dos principais elos entre o meio de campo e ataque. Muito regular, disputou 41 jogos naquela temporada 1996-1997 e marcou dois gols. Anos depois, venceu também os títulos das Copas da Alemanha de 2001 e 2002.

Ingo Anderbrügge: era um jogador versátil, capaz de atuar em diferentes posições no meio-campo e no ataque. Sua capacidade de adaptação permitia que ele contribuísse em várias funções, tanto ofensiva quanto defensivamente. O alemão era particularmente conhecido pela precisão em seus cruzamentos e cobranças de bola parada, o que fez dele uma peça importante nas jogadas de ataque do Schalke 04, ao lado de Olaf Thon. Anderbrügge foi um dos jogadores importantes do Schalke 04 na década de 1990. Na temporada 1996-1997, disputou 38 jogos e marcou quatro gols.

Youri Mulder: o atacante holandês foi um dos principais nomes ofensivos do Schalke entre 1993 e 2002 e marcou 6 gols em 27 jogos na trajetória de 1996-1997, isso mesmo sem ser titular absoluto. Com 1,90m de altura, era perigoso nas jogadas aéreas e tinha bom oportunismo.

Marc Wilmots: capaz de jogar como meia e atacante, o belga virou titular absoluto do Schalke em 1996-1997, temporada de seu debute no clube de Gelsenkirchen, e mostrou a que veio com 12 gols em 42 jogos, sendo cinco gols na campanha do título da Copa da UEFA. Raçudo e muito forte, dava muito trabalho para as zagas rivais e foi muito querido pela torcida dos azuis reais. Pela seleção belga, disputou 70 jogos e marcou 28 gols. Seriam 29, mas o famoso gol que ele marcou contra o Brasil, nas oitavas de final da Copa do Mundo de 2002, foi anulado erroneamente na época.

Martin Max: com 16 gols em 42 jogos, o atacante foi o maior artilheiro do Schalke na temporada 1996-1997 e superou em cinco gols seus números na época anterior. Com bom posicionamento e velocidade, fez grandes jogos e uma adorada dupla de ataque com Wilmots. Jogou até 1999 no clube azul real até se transferir para o 1860 München. Foram 133 jogos e 39 gols pelo Schalke na carreira.

Jörg Berger e Huub Stevens (Técnicos): Berger fez uma boa campanha na Bundesliga de 1995-1996, mas o fraco desempenho no início da temporada seguinte levaram o treinador, desde 1993 no clube, à demissão. Com a chegada de Huub Stevens, o Schalke focou totalmente suas ações na Copa da UEFA e o holandês conseguiu uma trajetória significativa e impactante, sendo amplamente reconhecido como um dos técnicos mais bem-sucedidos e influentes da história do clube – anos depois, ele foi eleito o melhor técnico do século XX pela torcida. Sua passagem foi marcada por períodos distintos e uma filosofia de jogo que conquistou o coração dos torcedores.


Entre 1996-2002, focou na organização defensiva sólida e uma abordagem tática bastante pragmática, o que lhe valeu o apelido de “Der Knurrer von Kerkrade” (O Resmungão de Kerkrade, sua cidade natal). Além do título da Copa da UEFA, levantou duas Copas da Alemanha em 2001 e 2002 e ficou com o vice-campeonato alemão de 2001. Ele retornou ao Schalke em outras três oportunidades, mas não conseguiu levantar troféus.

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Um Comentário

  1. Parabéns pelo texto Guilherme em 97 duas finais europeias e dois times da Alemanha derrotam dois italianos tudo isso no embalo da Euro 96 quando deu Alemanha campeã.esse Schalke aí teve o Lehmann,o linke e o wilmots todos com grande carreira mas eu destaco o Thon campeão do mundo em 90 e de grande trajetória também no bayern.uma dica Guilherme:o trauma do vice em 2001 poderia entrar em algum texto pois foi absurdo o final daquilo.

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