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Esquadrão Imortal – Millonarios 1949-1953

Millonarios 1949-1953

Grandes feitos: Tetracampeão Colombiano (1949, 1951, 1952 e 1953), Campeão da Copa da Colômbia (1952-1953) e Campeão da Pequena Copa do Mundo (1953).

Time base: Julio Cozzi; Raul Pini e Francisco Zuluaga; Julio César Ramírez (Jorge Benegas), Néstor Rossi e Ismael Soria; Pedro Cabillón (Hugo Reyes), Adolfo Pedernera, Alfredo Di Stéfano, Antonio Baéz (Alfredo Castillo) e Reinaldo Mourin. Técnicos: Carlos Roberto Aldabe (1949-1950) e Adolfo Pedernera (1950-1953).

 

“El Ballet Azul”

Por Guilherme Diniz

Imagine que você joga futebol em um grande clube de seu país e, de repente, dirigentes de outro time lhe oferecem gordas quantias de dinheiro para jogar em um campeonato estrangeiro mágico onde não há intervenções políticas nem burocracias. Você aceita, claro, e quando chega se depara com outros craques, tanto na defesa quanto no ataque. Instantaneamente, você fica famoso, seu time joga por música e entra definitivamente para a história como uma das mais famosas equipes da virada dos anos 40 e início dos anos 50. Sonho? Não para os jogadores que compuseram o Millonarios, da Colômbia, entre 1949 e 1953, a melhor equipe da história do futebol colombiano em todos os tempos e a referência maior da chamada Liga Pirata, a competição nacional do país latino que aproveitou a crise no futebol argentino para seduzir com muito dinheiro os maiores craques Hermanos. Di Stéfano, Pedernera, Néstor Rossi e Julio Cozzi foram apenas alguns dos talentos que integraram aquele timaço vestido de azul que jogava tão bem e tão bonito que ganhou o apelido de “El Ballet Azul” e, acima de tudo, enfiou 4 a 2 no Real Madrid em pleno aniversário de 50 anos do clube merengue jogando em Madrid. É hora de relembrar os feitos e curiosidades daquele esquadrão histórico.

 

Los piratas y la liga

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Criado em 1937, mas oficializado como clube de constituição própria em 18 de junho de 1946, o Millonarios era uma equipe novata e pequenina no futebol colombiano naquele final de anos 40. Seu primeiro presidente, Alfonso Senior Quevedo, era um visionário que batalhou a partir de 1947 pela profissionalização do futebol na Colômbia. Vários clubes foram a favor e muitos, claro, contra. Com isso, passou a existir duas ligas no país: a Adefútbol, dos amadores e que tinha o respaldo da Federação Colombiana e, consequentemente, da FIFA, e a División Mayor (Dimayor), composta pelos clubes em prol do profissionalismo que eram, curiosamente, os maiores do país e com mais torcida. Para exemplificar, era como se os maiores clubes de RJ, SP, MG e RS, por exemplo, criassem uma liga própria sem o aval da CBF e da FIFA enquanto as equipes menores ficassem no habitual torneio criado pelas entidades máximas. Essa tal liga Dimayor foi apelidada tempo depois de “Liga Pirata”, por ser avessa ao que era oficial no país e por não ser legal perante à FIFA, que baniu a liga colombiana. Mas ninguém da Dimayor ligou…

O presidente do Millonarios à época, Alfonso Senior Quevedo.
O presidente do Millonarios à época, Alfonso Senior Quevedo.

 

 

Em 1948, o primeiro torneio foi organizado com 10 clubes: América de Cali, Deportivo Cali, Independiente Medellín, Atlético de Medellín, Independiente Santa Fé, Universidad, Junior Barranquilla, Once Deportivo, Deportes Caldas (estes dois que formariam, em 1959, o Once Caldas) e, claro, o Millonarios. O torneio foi um sucesso de público, com estádios lotados por todo país. Além disso, uma empresa aérea colombiana fez um acordo com os clubes concedendo passagens com descontos para os deslocamentos.

Rossi, Di Stéfano e Pedernera: trio de ouro em Bogotá.
Rossi, Di Stéfano e Pedernera: trio de ouro em Bogotá.

 

 

O dinheiro arrecadado na temporada de 1948 teve reflexo direto nos investimentos dos clubes no ano seguinte. Feliz e entusiasmado com o sucesso do “profissionalismo” da Liga Pirata, o presidente do Millonarios viu que o ano de 1949 era o ideal para fazer do clube azul um dos mais notáveis do país. Para isso, Quevedo não quis saber de miséria e fez jus ao nome do time ao abrir o bolso e contratar as peças que seriam necessárias para o talento aflorar. Primeiramente, trouxe o jogador argentino Carlos Roberto Aldabe, que acumularia também a função de treinador. Aldabe conhecia bem o futebol de seu país e logo sugeriu ao presidente Quevedo a contratação de uma das maiores estrelas da época: Adolfo Pedernera. E não havia melhor momento como em 1949, pois o futebol argentino passava por uma crise imensa e os atletas estavam em greve.

Com isso, Aldabe viajou à Argentina, bateu um papo com Pedernera, contou as novidades, e trouxe na bagagem o astro portenho. A festa foi enorme e era apenas o começo. Meses depois, Pedernera foi fundamental para convencer seus colegas a fazer parte da liga colombiana, farta em dinheiro e em público, totalmente o avesso do futebol argentino da época. Com isso, nada mais nada menos que Néstor Rossi e Di Stéfano se juntaram aos jogadores do Millonarios em uma linha de frente de respeito.

Mas não foi apenas o clube azul que se reforçou. Os rivais também trouxeram para a Colômbia craques vindos do Peru, Uruguai, Paraguai, Brasil e até da Inglaterra. Só para citar alguns, estrelas como Héctor Rial, Valeriano López e Heleno de Freitas ajudaram a formar no futebol colombiano o movimento “El Dorado”, a maior e mais notável era do futebol no país. A liga seria a mais famosa da América Latina e notícia no mundo inteiro. Todo mundo queria jogar na Colômbia. Dinheiro não era problema, os estádios viviam lotados e os craques se pagariam por si só tamanha a audiência dos jogos. Mas apenas uma equipe teria para si todo o protagonismo: o Millonarios.

 

A primeira taça

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No ano de 1949 o Millonarios faturou seu primeiro título nacional depois de derrotar o Deportivo Cali na final, já que as duas equipes terminaram empatadas com 44 pontos. No primeiro jogo, em Cali, o Millonarios venceu por 1 a 0, gol de Pedernera. Na volta, em Bogotá, nova vitória dos azuis por 3 a 2, com gols de Di Stéfano, Pedernera e Aguilera. A equipe fez uma campanha espetacular com 22 vitórias, quatro empates e duas derrotas, marcando 103 gols e sofrendo 35, além de vencer 17 partidas seguidas. Pedro Cabillón foi o grande artilheiro do time ao marcar estrondosos 42 gols. Castillo foi outro grande goleador do time com 15 gols marcados. Em 1950, a equipe perdeu pontos preciosos jogando em casa e ficou com o vice-campeonato. Mas aquilo foi apenas um acidente. A partir de 1951, o time levaria sua fama ao mais alto patamar.

O goleiro Julio Cozzi.
O goleiro Julio Cozzi.
 

 

Piratas oficializados

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Em 1951, a Federação Colombiana conseguiu regularizar a bagunça que os “piratas” haviam feito com o futebol do país ao assinar o Pacto de Lima junto à Conmebol e à FIFA, que decidiu que os jogadores estrangeiros contratados irregularmente poderiam continuar jogando na liga do país até 15 de outubro de 1954, quando teriam que retornar às suas equipes de origem sem custos ou burocracias. Com isso, os diversos clubes que haviam perdido seus craques para os endinheirados colombianos não teriam prejuízo. E a Dimayor passava a ser afiliada da Adefútbol, se tornando oficial e saindo da pirataria.

 

 

Alfredo Castillo, Alfredo Di Stéfano, Adolfo Pedernera, Antonio Baéz e Reinaldo Mourin.
Alfredo Castillo, Alfredo Di Stéfano, Adolfo Pedernera, Antonio Baéz e Reinaldo Mourin.

 

 

Com os problemas solucionados, o Millonarios foi às compras novamente e trouxe mais três jogadores: Hugo Reyes, Antonio Baéz e Reinaldo Mourin, que formariam a espinha dorsal do time campeão colombiano de 1951, com 11 pontos de vantagem sobre o vice-campeão, Boca Juniors de Cali. O Millonarios venceu 28 jogos, empatou quatro e perdeu apenas dois, marcando 98 gols e sofrendo 29. Di Stéfano foi o artilheiro do torneio com 31 gols marcados e se transformava na maior estrela do time, deixando o agora técnico-jogador Pedernera como coadjuvante. O futebol apresentado pelo Millonarios à época já chamava a atenção de todos pela eficiência, exuberância e ofensividade. Eram cinco atacantes que entupiam os adversários de gols e davam show com a bola no pé para o deleite da torcida, que não deixava de ver um só jogo daquele timaço, como bem recordou o goleiro Julio Cozzi:

“Quando jogávamos em Bogotá, ou quando disputávamos partidas contra o América ou o Santa Fé, as pessoas já vinham fazer fila no estádio às nove da noite para comprar ingressos de um jogo que só começaria às três da tarde do dia seguinte”Julio Cozzi, goleiro do Millonarios naquele início de anos 50. El Gráfico, setembro de 2011.

A arte em campo era tão grande que o locutor Carlos Arturo Rueda batizou aquele esquadrão de “Ballet Azul”, que iria apresentar seus números pelo mundo afora a partir de 1952.

O Millonarios no auge, em 1952: força ofensiva nem dava trabalho para a desprotegida zaga.
O Millonarios no auge, em 1952: força ofensiva nem dava trabalho para a desprotegida zaga.
 

 

Bailarinos mundiais

Real Madrid vs Millonarios 1952

A Colômbia começou a ficar pequena demais para o Millonarios e, em 1952, o clube viveu seu auge ao participar de diversas partidas amistosas pelo mundo. O time derrotou adversários na Bolívia, Argentina, Brasil e Venezuela, mas o ponto alto foi um convite recebido pelo Real Madrid-ESP para participar das comemorações dos 50 anos do clube espanhol, em Madrid. O esquadrão colombiano viajou até a Europa e foi recebido com festa e várias homenagens, com a presença, inclusive, do presidente do Real à época, Santiago Bernabéu, e de tropas do General Franco. O Millonarios fez duas partidas e venceu ambas, conquistando o “Torneio das Bodas de Ouro do Real Madrid”. Primeiro, derrotou o IFK Norrköping-SUE por 2 a 1 e, em seguida, fez gato e sapato do aniversariante Real Madrid ao goleá-lo por 4 a 2, com dois gols de Di Stéfano, um de Baéz e outro de Castillo. A vitória em pleno estádio de Chamartín (antiga casa do Real) foi épica e despertou um sentimento profundo em Santiago Bernabéu, que queria a todo custo contratar aquele argentino habilidoso e cheio de energia chamado Di Stéfano. Bernabéu disse à época, maravilhado:

“¡Quiero a este argentino!”

Depois da vitória contundente pra cima do poderoso clube espanhol, o Millonarios ainda disputou várias partidas amistosas na Europa e se saiu muito bem, derrotando inclusive o Porto-POR por 2 a 1 e empatando sem gols com o Valencia-ESP. O Real Madrid quis a revanche contra os colombianos ainda naquele ano, mas perderam duas vezes em Bogotá: 2 a 1 e 2 a 0. Tempo depois, os merengues voltaram a jogar contra os colombianos e empataram duas vezes por 1 a 1 em jogos válidos pela Pequena Copa do Mundo daquele ano, que teve como vencedor o Real Madrid. O Millonarios ficou na terceira posição depois de uma derrota por 2 a 0 para o Botafogo-BRA, que ficou com o vice.

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Além das viagens, o Millonarios ainda teve tempo de ser campeão colombiano e da Copa da Colômbia, ambos em 1952. No torneio nacional, foram 20 vitórias, seis empates e duas derrotas, com 70 gols marcados e apenas 14 sofridos. Di Stéfano foi novamente artilheiro com 19 gols. Na Copa, o time derrotou o Boca Juniors de Cali na final com duas vitórias: 2 a 0 e 3 a 0. Aquele ano histórico, cheio de vitórias marcantes e a fama mundial, porém, seria o início do fim daquele esquadrão.

 

A última glória e a debandada

Di Stéfano: da Colômbia para a Espanha e, depois, para a imortalidade.
Di Stéfano: da Colômbia para a Espanha e, depois, para a imortalidade.

 

 

Em 1953, o presidente do Real Madrid, Santiago Bernabéu, tratou de negociar com Alfonso Senior Quevedo a ida de Di Stéfano à Madrid, o que acabou acontecendo. O adeus do craque argentino custou a perda de um craque fora de série e responsável direto pelo brilho do Millonarios no futebol. Na Espanha, Di Stéfano faria história comandando o super Real Madrid dos anos 50 e 60. Antes de partir, “La Saeta Rubia” (flecha loira, apelido de Di Stéfano) ajudou o Millonarios a faturar a Pequena Copa do Mundo, organizada mais uma vez em Caracas-VEN e que teve como participantes River Plate-ARG, Rapid Wien-AUT e Espanyol-ESP. O Millonarios deu show mais uma vez e derrotou o Espanyol por 6 a 0 e 4 a 0, o Rapid por 2 a 1 e 4 a 0 e o River por 5 a 1 (dois gols de Di Stéfano), empatando com os argentinos o segundo jogo em 1 a 1. Foram cinco vitórias e um empate em seis jogos, com 22 gols marcados e três sofridos. Uma apoteose.

Com a saída de Di Stéfano, o Millonarios se enfraqueceu, mas ainda sim conseguiu o tetracampeonato colombiano com apenas uma derrota em 22 jogos, com 14 vitórias e sete empates. Aquela temporada ficou marcada pela debandada geral de jogadores estrangeiros e o enfraquecimento dos clubes colombianos, que passaram por problemas financeiros e viram seus craques deixarem seus planteis. O torneio que antes tinha os mais laureados jogadores da América se esvaziou por completo em 1954. Era o fim do “El Dorado”.

 

Ballet imortal

1951

O sonho de uma liga com tantas estrelas durou pouco para os colombianos. Com o fim do “El Dorado”, o futebol do país nunca mais foi estrelado como antes e o Millonarios caiu no ostracismo do futebol internacional. O time ainda faturou vários títulos na Colômbia, mas não conseguiu repetir os feitos históricos obtidos entre 1949 e 1953. Mas o curto período de glórias nacionais e internacionais do esquadrão azul e branco valeu por uma eternidade. Aquele Millonarios foi uma das mais brilhantes equipes de todos os tempos, célebre por seu ataque devastador, craques marcantes e o protagonismo em uma era inesquecível, como foram os shows de Rossi, Pedernera e Di Stéfano, artistas do milionário Ballet Azul.

 

Os personagens:

Julio Cozzi: goleiro argentino extremamente seguro e um símbolo em honestidade, Cozzi foi essencial para o baixo número de gols sofridos do Millonarios numa época de futebol ofensivo e de esquemas WM e derivados. Em seus tempos de futebol colombiano, ganhou o apelido de “el arquero del siglo” (o goleiro do século), por suas defesas espetaculares. Deixou o clube em 1954, como quase todos os amigos argentinos.

Raul Pini: defensor uruguaio, Pini tinha muita técnica, bom senso de colocação e era perfeito nas jogadas aéreas. Foi um dos maiores zagueiros uruguaios dos anos 40 e fez história, também, com a camisa do Nacional-URU.

Francisco Zuluaga: era o grande capitão daquele timaço histórico do Millonarios. Ao lado de Raul Pini, formou uma zaga consistente e segura que conseguia dar conta do recado mesmo jogando num sistema tão ofensivo. Tinha muita velocidade, gana e notável companheirismo. Era o único colombiano titular em uma equipe totalmente “estrangeira”.

Julio César Ramírez: meio campista paraguaio que ajudava na marcação e também no ataque. Foi um dos titulares na era de ouro do time naquele início de anos 50.

Jorge Benegas: era um dos poucos colombianos do time e podia jogar na zaga ou no meio de campo, como volante mais recuado. Era gordinho, mas dava conta do recado com força física e raça.

Néstor Rossi: raçudo, técnico, vigoroso, imponente, craque. Néstor Rossi foi um dos mais talentosos e temidos meio campistas do futebol argentino e mundial dos anos 40 e 50. Podia ajudar a equipe nas construções de jogadas de ataque e também a derrubar, de qualquer maneira, os rivais que ousassem passar por ele. Como um verdadeiro caudilho, Rossi foi uma das estrelas daquele Millonarios multicampeão e famoso pelo mundo afora. Ao lado dos compatriotas Pedernera e Di Stéfano, foi o comandante das vitórias marcantes que aquele esquadrão conseguiu. Depois da aventura em Bogotá, Rossi voltou ao futebol argentino e se aposentou no Huracán, em 1961.

Ismael Soria: peruano, o meio campista e defensor Soria era outro titular do time colombiano naqueles anos dourados. Tinha velocidade e boa visão de jogo. Fez história, também, no Universitario-PER.

Hugo Reyes: era uma das peças de ataque do time e podia jogar pelas pontas ou pelo meio. Outro argentino da constelação alviceleste do clube colombiano.

Pedro Cabillón: foi o primeiro artilheiro da época de conquistas do time azul até as estrelas tomarem seu lugar. Porém, nem Di Stéfano conseguiu superar sua incrível marcar de 42 gols num só campeonato nacional, um recorde que permanece até hoje na Colômbia.

Alfredo Castillo: uruguaio, o atacante Castillo é até hoje o maior artilheiro da história do Millonarios com mais de 133 gols marcados. Chegou em 1948 e só saiu em 1957. Dizem que Castillo foi o primeiro jogador a marcar um gol olímpico na história do futebol colombiano.

Adolfo Pedernera: outro mito argentino e um dos maiores atacantes de todos os tempos, Pedernera era o cérebro daquele timaço colombiano. Chegou como uma estrela ao Millonarios e foi o responsável por trazer Rossi e Di Stéfano à Bogotá. Marcava muitos gols e também dava passes primorosos Castillo, Di Stéfano e Mourin fazerem a festa. Em seu período na Colômbia, Pedernera acumulou a função de treinador do time ao mesmo tempo em que era jogador. E foi perfeito em ambas. Coisa de craque. Leia mais sobre ele clicando aqui.

Alfredo Di Stéfano: o maior ídolo da história do Real Madrid começou seu debute no futebol mundial com a camisa do River Plate, mas foi no Millonarios que o “Flecha Loira” assumiu a condição de craque. Com seus gols, jogadas mágicas e genialidade, Di Stéfano conquistou a todos, inclusive o presidente do Real Madrid, que o levou para a Espanha já em 1953. Lá, Di Stéfano fez o que todo mundo já sabe: transformou o clube merengue no maior gigante da Europa no século XX. Leia mais sobre ele clicando aqui.

Antonio Baéz: mais um argentino talentoso no ataque colombiano, Baéz dava muitos passes para gols e também deixava os seus. Ficou por pouco tempo no Millonarios e deixou o time quando o “El Dorado” terminou.

Reinaldo Mourin: jogava muito pelo lado esquerdo do ataque do Millonarios e tinha muita habilidade. Marcou gols importantes e dava passes precisos para os companheiros finalizarem. Também era argentino.

Carlos Roberto Aldabe e Adolfo Pedernera (Técnicos): num time daquele, com tantos craques, pouco se falava nos técnicos. Também pudera. Aldabe ficou por pouco tempo, mas o bastante para ser campeão e começar a construir o timaço colombiano ao trazer Pedernera. A partir de 1950, foi o próprio Pedernera quem assumiu o comando do time, que nem sequer precisava se preocupar com táticas e tudo mais. Era só jogar o mais puro futebol ofensivo e vencer. E foi exatamente isso que o Millonarios fez em cinco maravilhosos e inesquecíveis anos.

 

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Comentários encerrados

2 Comentários

  1. Uma pena a Libertadores ter sido criada somente em 60,ai o “ballet azul” ja estava enfraquecido e perdeu para o Olimpia.
    Mais uma ótima matéria,parabéns !!!

    Acho “Os personagens” sempre a parte mais incrível do texto,gosto muito de ler sobre como cada jogador atuava individualmente,excelente !!!

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