Grandes feitos: Campeão da Copa da UEFA (1999-2000), Campeão da Supercopa da UEFA (2000), Tetracampeão Turco (1996–1997, 1997–1998, 1998–1999, 1999–2000), Bicampeão da Copa da Turquia (1998-1999 e 1999-2000) e Bicampeão da Supercopa da Turquia (1996 e 1997). Foi o primeiro (e até hoje único) clube turco a conquistar um título continental da UEFA.
Time base: Taffarel (Volkam Kilimci); Capone, Bülent Korkmaz, Gheorghe Popescu (Iulian Filipescu) e Ergün Penbe (Hakan Ünsal); Okan Buruk, Suat Kaya, Ümit Davala (Hasan Sas) e Gheorghe Hagi; Hakan Sükur (Jardel) e Arif Erdem (Emre Belozoglu). Técnicos: Fatih Terim (1996-2000) e Mircea Lucescu (2000).
“Os infernais Leões do Bósforo”
Por Guilherme Diniz
De vez em quando, algumas equipes de países com pouca ou nenhuma tradição no futebol conseguem fazer história ao conquistar títulos emblemáticos, derrotar gigantes ou pelo menos alcançar uma final improvável de um grande torneio. E um desses mais marcantes episódios ocorreu entre 1996 e 2000, quando um clube localizado às margens do estreito de Bósforo, na Turquia, mostrou toda sua fúria e poder de superação ao fazer história em seu país e, posteriormente, na Europa, levantando duas taças continentais e derrotando potências do naipe de Arsenal-ING e Real Madrid-ESP: o Galatasaray. O clube conseguiu montar uma das equipes mais fortes daquela época com boa parte de seus craques vindos da própria Turquia e, também, de outra força emergente: a Romênia. Ah, tinha também um tempero bem brasileiro lá no sistema defensivo, com um certo goleiro Taffarel… Os Leões do Bósforo levantaram um inédito tetracampeonato nacional, uma Copa da UEFA e uma Supercopa da UEFA com um futebol competitivo, envolvente e que tinha toques de classe e genialidade vindos dos pés de Gheorghe Popescu, Gheorghe Hagi, Hasan Sas e Hakan Sükur, maior ídolo do Galatasaray desde o mítico Metin Otkay. No embalo do clube amarelo e vermelho, a seleção turca também faria história em 2002, alcançando um incrível terceiro lugar na Copa do Mundo (e dando muito trabalho para o Brasil). Naquela época, nunca a expressão “Bem vindo ao inferno” dos fanáticos torcedores turcos foi tão verdadeira… É hora de relembrar.
Revolução turca
O início da hegemonia histórica do Galatasaray começou no final da temporada 1995-1996. Depois de ficar na quarta colocação no campeonato nacional sob o comando do lendário ex-jogador escocês Graeme Souness, o clube viu que precisaria de reforços de peso se quisesse obter sucesso tanto em casa quanto fora dela. O recém-eleito presidente Faruk Süren começou a arregaçar as mangas e abrir os cofres já no começo da temporada 1996-1997. A primeira ação foi mudar de técnico. Saiu o escocês Souness e chegou um velho conhecido: o turco Fatih Terim, ex-jogador do próprio Galatasaray nos anos 70 e 80 como defensor.
O energético treinador mudaria para sempre o estilo de jogo e o modo de atuar do Galatasaray graças ao seu espírito vencedor, foco na ofensividade e um notável talento para motivação, além de um lado competitivo fora de série. Além do técnico, o clube contratou os romenos Gheorghe Hagi e Iulian Filipescu, o turco Ümit Davala entre outros. A genialidade do já veterano Hagi (31 anos) seria essencial para o sucesso do clube já naquele ano, pois o elenco contava com nomes de destaque como Bülent Korkmaz, Hakan Ünsal, Okan Buruk e a estrela Hakan Sükur, um atacante com exímio talento e faro de gol.
Naquela primeira temporada de Terim no comando do Galatasaray, o time conquistou o Campeonato Turco com sobras. Foram 25 vitórias, sete empates e apenas duas derrotas em 34 jogos, com 90 gols marcados (melhor ataque) e 30 gols sofridos. Hakan Sükur demonstrou mais uma vez seu talento ao marcar 38 gols e se tornar o artilheiro do campeonato, além de dar 13 assistências para gols. Para coroar a temporada, o time faturou duas Supercopas da Turquia de uma vez. Em março de 1997, bateu o rival Fenerbahce por 3 a 0 (três gols de Hakan Sükur) e faturou a Supercopa de 1996. Em maio, derrotou o Kocaelispor por 2 a 1 (gols de Ümit Davala e Hakam Sükur) e levantou a taça de 1997. O time ainda disputou a Recopa da UEFA, mas foi eliminado pelo PSG-FRA na segunda fase do torneio.
Reforço e mais um título
Para a temporada 1997-1998, o Galatasaray trouxe mais reforços, sendo o principal deles o zagueiro romeno Gheorghe Popescu, também vindo do Barcelona-ESP (a exemplo de Hagi na temporada anterior). O craque faria uma dupla marcante com Bülent a partir daquele ano. No Campeonato Turco, novo título com 23 vitórias, seis empates e cinco derrotas em 34 jogos, com 86 gols marcados e 43 sofridos. Hakan Sükur foi outra vez o artilheiro com 31 gols marcados. A decepção ficou por conta da Copa da Turquia, perdida para o Besiktas nos pênaltis após dois empates em 1 a 1. Na Liga dos Campeões da UEFA, o clube ficou apenas na última posição de seu grupo com uma vitória em seis jogos, atrás de Borussia Dortmund-ALE, Parma-ITA e Sparta Praga-RCH. Mesmo com as decepções nas Copas, o time tinha boas expectativas para a temporada seguinte. Ainda mais pelas contratações pontuais que seriam feitas pelo presidente Faruk Süren.
Um tetracampeão faz toda a diferença…
Time campeão deve sempre manter sua força com peças providenciais e de qualidade. E foi isso que o Galatasaray fez na temporada 1998-1999. A equipe já tinha um bom elenco, mas faltava um goleiro que inspirasse confiança e credibilidade, ainda mais pelo sistema ofensivo que expunha demais a zaga. Para acabar com esse problema, chegou à Istambul o brasileiro Taffarel, goleiro tetracampeão mundial com a seleção brasileira na Copa de 1994 e que estava no Atlético Mineiro à época. O Galatasaray trouxe ainda o habilidoso meia Hasan Sas, que seria um dos destaques da Turquia na Copa do Mundo de 2002. Com esses jogadores, o time conquistou o tricampeonato nacional de maneira emocionante apenas na última rodada.
O clube ficou um ponto à frente do Besiktas e acumulou 23 vitórias, nove empates e duas derrotas em 34 jogos, com 85 gols marcados (melhor ataque) e 30 sofridos. Nos duelos contra o rival Besiktas, vitória por 2 a 0 no turno (em casa) e empate em 1 a 1 (fora). Pra variar, Hakan Sükur foi o artilheiro pela terceira vez seguida com 19 gols. Arif Erdem e Gheorghe Hagi também brilharam ao anotarem 14 gols cada. Na Copa da Turquia, o time voltou a ser campeão ao derrotar o Besiktas na final por 2 a 0, com dois gols de Ümit Davala. Na Liga dos Campeões da UEFA, a equipe voltou a decepcionar e ficou de fora do mata-mata. Mas os tempos negros em competições continentais estavam prestes a terminar…
História em amarelo e vermelho
Na temporada 1999-2000 o Galatasaray atingiu seu ápice de maturidade. A equipe estava na ponta dos cascos e entrosada. O técnico Fatih Terim era amado pela torcida e seu trabalho reconhecido por todos como eficiente e vencedor. Mas o time ainda precisava de um algo a mais, um título que pudesse provar a qualidade daquele elenco, afinal, o futebol turco estava pequeno demais para o esquadrão amarelo e vermelho. Prova disso foi o inédito e histórico tetracampeonato nacional conquistado com 24 vitórias, sete empates e três derrotas em 34 partidas, com 77 gols marcados (melhor ataque) e 23 gols sofridos (melhor defesa). Durante o torneio, destaque para a vitória por 2 a 1 fora de casa sobre o rival Fenerbahce e o 1 a 0 em casa pra cima do Besiktas. Depois de três temporadas, Hakan Sükur perdeu o posto de artilheiro do torneio para Serkan Aykut, do Samsun, que anotou 30 gols, contra 14 de Sükur. Hagi fez 12 gols e também figurou entre os artilheiros.
Na Copa da Turquia, novo título com goleada de 5 a 3 pra cima do Antalyaspor. Soberano em casa, o Galatasaray bem que tentou, mas não conseguiu se classificar para a segunda fase da Liga dos Campeões da UEFA daquele ano. O time ficou na terceira posição graças a uma reação nas duas últimas rodadas ao vencer o Hertha Berlim-ALE fora de casa por 4 a 1 e derrotar o poderoso Milan-ITA em casa por 3 a 2. A vitória, com gols de Capone, Hakan Sükur e Ümit Davala, classificou o clube para a Copa da UEFA, que a partir daquela temporada era a segunda principal competição do continente (a Recopa da UEFA havia sido extinta na temporada 1998-1999). E, de quebra, deixou os turcos à frente dos italianos de Milão.
Leões europeus
O Galatasaray chegou à Copa da UEFA na terceira fase para enfrentar mais um clube italiano, o Bologna. Na primeira partida, empate em 1 a 1 fora de casa (gol de Hakan Sükur). Na volta, a força da torcida no estádio Ali Sami Yen, conhecido como Cehennem (inferno), fez a diferença e a equipe derrotou os italianos por 2 a 1 (gols de Hasan Sas e Ümit Davala). Nas oitavas de final, o time teve pela frente o Borussia Dortmund-ALE. No primeiro jogo, na Alemanha, Hakan Sükur e Hagi fizeram a diferença e o time venceu em pleno Westfalenstadion por 2 a 0. Na volta, o 0 a 0 classificou os turcos para as quartas de final. Nela, a equipe encarou o Mallorca-ESP. E deu dó. No primeiro jogo, na Espanha, 4 a 1 para o Galatasaray, gols de Arif, Emre, Hakan Sükur e Okan. Na volta, os turcos pegaram mais leve e venceram por apenas 2 a 1, gols de Capone e Hakan Sükur.
Na semifinal, o time teve o Leeds United-ING pela frente. No primeiro jogo, no “inferno”, Hakan Sükur e Capone mostraram estar mesmo iluminados e deram a vitória por 2 a 0 ao time turco. Na volta, Hagi, de pênalti, abriu o placar para o Galatasaray logo aos cinco minutos. Bakke empatou aos 16´, mas na segunda etapa Hakan Sükur, sempre ele, deixou a equipe amarela e vermelha em vantagem. Bakke fez mais um aos 68´, mas de nada adiantou. O placar em 2 a 2 levou o Galatasaray a uma inédita e surpreendente final europeia. Mas a tarefa de ser campeão não seria nada fácil. Afinal, derrotar o forte Arsenal-ING de Seaman, Tony Adams, Sylvinho, Petit, Vieira, Overmars, Bergkamp e Henry parecia ser uma missão praticamente impossível.
Levando o inferno a Copenhague
A final da Copa da UEFA de 1999-2000 era de risco. Alto risco. Afinal, duas torcidas fanáticas estariam frente a frente na cidade de Copenhague-DIN, palco da decisão: turcos e ingleses. A UEFA temia por confrontos ásperos entre os hooligans e os fanáticos de Istambul, mas felizmente nada de grave aconteceu. Mais de 10 mil turcos viajaram até a sede da final e fizeram uma festa mágica e maravilhosa para empurrar seu time rumo a um feito histórico. O Galatasaray, mesmo com seus craques e com o camisa 10, Hagi, como protagonista, não tinha o favoritismo. Ele era todo do Arsenal, que já dava mostras do belíssimo futebol que praticaria nos anos seguintes. Todos esperavam uma partida disputada e pegada. E assim foi. O Arsenal tentava a todo custo furar a meta dos turcos, mas Taffarel mostrava que estava num dia inspirado pegando tudo e mais um pouco, comprovando mais uma vez sua qualidade e grande talento em momentos decisivos.
O Galatasaray não ficava atrás e também mostrava força ofensiva com a habilidade de Hagi, os lançamentos do brasileiro Capone pela direita e os sempre perigosos Hakan Sükur e Arif (que perdeu um gol feito ainda na primeira etapa). No segundo tempo, Hakan acertou a trave de Seaman e por pouco não fez explodir o inferno turco na Dinamarca. O mesmo Hakan teve outras boas chances, mas a bola teimava em não entrar. O técnico Fatih Terim era energético, empurrava seu time e não parava de gritar um minuto sequer. Mas os primeiros 90 minutos foram mesmo sem gols.
Na prorrogação, o time turco levou um susto quando logo aos quatro minutos o romeno Hagi, principal astro do time, foi expulso depois de perder a cabeça e se estranhar com Tony Adams. Como segurar o Arsenal com apenas 10 homens? A equipe não tinha outra escolha: se fechar e esperar pelos pênaltis. O Arsenal percebeu isso e se mandou para o ataque, sempre com perigo. Mas o Galatasaray tinha Taffarel. Na segunda etapa da prorrogação, o goleiro brasileiro construiu seu mito e idolatria com a torcida turca com defesas espetaculares. Primeiro, numa cabeçada mortal de Henry. Depois, dois chutes a queima roupa do nigeriano Kanu. O gol não saia de jeito nenhum. E a partida foi para os pênaltis.
Leões da Europa!
Na decisão por pênaltis, o Galatasaray mostrou técnica, sangue frio, pés no chão e contou, claro, com a sorte de Taffarel. Ergün, Hakan Sükur, Davala e Popescu converteram suas cobranças. Pelo lado do Arsenal, Suker mandou na trave (Taffarel acertou o canto), bem como o francês Vieira. Resultado: 4 a 1 para o Galatasaray! A Copa da UEFA foi para o inferno! Os Leões de Istambul eram campeões e levavam a taça continental pela primeira vez na história para a Turquia. A festa foi emocionante e apoteótica não só na Dinamarca, mas principalmente na capital turca, com a fervorosa e inflamada torcida amarela e vermelha. Era o tão merecido título a um clube que brilhou intensamente por quatro anos e para um país tão arrasado um ano antes por conta de um violento terremoto.
Ministros, políticos, celebridades e quase a Turquia inteira celebrou a conquista histórica do Galatasaray – “quase” por conta da inveja da turma do Besiktas e do Fenerbahce. Como bem havia dito o técnico Fatih Terim:
“No passado, os jogadores turcos assistiam as finais de futebol pela televisão. Hoje, eles têm a chance de ser protagonistas”.
A cereja do bolo europeu
A conquista da Copa da UEFA pelo Galatasaray colocou a equipe no mais alto patamar do futebol europeu. Todos passaram a olhar com mais atenção para aquele time que havia conseguido desbancar um favorito e estrelado Arsenal. Tanta fama custou, claro, a saída do técnico Fatih Terim, que foi comandar a Fiorentina, da Itália. Ele deixou o clube como o mais vitorioso e importante técnico do Galatasaray em todos os tempos. Para o seu lugar, a diretoria trouxe o workaholic romeno Mircea Lucescu, que tinha logo de cara a nada fácil missão de comandar a equipe na final da Supercopa da UEFA contra ninguém mais ninguém menos que o Real Madrid-ESP, então campeão da Liga dos Campeões da UEFA.
A equipe tinha pela frente um esquadrão perigosíssimo com craques como Casillas, Iván Helguera, Roberto Carlos, Makélélé, Figo, Sávio, Guti e Raúl, comandados por Vicente del Bosque. Outra vez, os turcos eram as zebras ainda mais depois da saída do ídolo Hakan Sükur para a Internazionale-ITA. Mas o visionário presidente Faruk Süren deu sua última tacada de mestre antes de deixar o comando do clube (em 2001) ao trazer o atacante brasileiro Mário Jardel, simplesmente um fenômeno de gols nas temporadas anteriores pelo Porto.
E foi o novo camisa 9 a grande estrela da final da Supercopa da UEFA de 2000, disputada no estádio Louis II, em Mônaco. Aos 41´, pênalti para o Galatasaray. Jardel cobrou e fez o primeiro gol dos turcos: 1 a 0. Na segunda etapa, Raúl empatou, também de pênalti. E o jogo foi para a prorrogação. Na época, havia gol de ouro. E Jardel mostrou ser mesmo dourado ao aproveitar um cruzamento da direita e colocar a bola no fundo do gol de Casillas: 2 a 1. O Galatasaray era campeão da Supercopa e voltava a fazer história! E pra cima do todo poderoso Real Madrid! Mas seria na charmosa Mônaco que o auge do clube terminaria.
Leões imortais
Depois do título da Supercopa, o Galatasaray não conseguiu repetir uma nova façanha europeia. A equipe até que foi bem na Liga dos Campeões da UEFA e chegou até as quartas de final. Nela, reencontrou o Real Madrid e o venceu na Turquia por 3 a 2, com gols de Hasan Sas, Davala e Jardel. Porém, em Madrid, o time não viu a cor da bola e perdeu por 3 a 0. Em casa, a equipe passou em branco, perdeu a chance de ser penta e viu os rivais fazerem a festa. Envelhecido, o elenco caiu de produção e a magia terminou. Em 2002, nada mais nada menos que 10 jogadores e ex-jogadores do Galatasaray compuseram a seleção da Turquia que chegou ao incrível terceiro lugar na Copa do Mundo da Coreia do Sul e Japão, enfrentando por duas vezes o Brasil e dando muito, mas muito trabalho para o time de Felipão.
Mesmo com a queda de produção pós-2000, a torcida amarela e vermelha estava mais do que realizada. Ver seu time quebrar recordes, conseguir façanhas inéditas e ficar quilômetros à frente dos rivais não teve preço. Foi histórico, inesquecível e imortal, como os centenários Leões do Bósforo, que fizeram valer cada palavra dita por seu fundador, Ali Sami Yen, lá em 1905: “Jogar unido, ter a o brilho do amarelo e o vermelho fogo como cores próprias e derrotar qualquer adversário de fora da Turquia”. Mais do que dito e feito!
Os personagens:
Taffarel: o goleiro, por incrível que pareça, ainda não tinha conseguido destaque internacional jogando por um clube europeu. O craque foi menosprezado no Parma no começo dos anos 90 e só voltou a jogar bem no Atlético Mineiro. Em 1998, o goleiro voltou a Europa e conseguiu, enfim, brilhar. Foram títulos marcantes, atuações memoráveis e um jogo épico na final da Copa da UEFA de 2000, quando foi eleito o melhor da partida e responsável direto pelo título turco. Virou ídolo e é querido até hoje pela torcida. Leia mais sobre ele clicando aqui.
Volkam Kilimci: antes de Taffarel, era ele o goleiro do Galatasaray. Era apenas regular e não transmitia confiança. Quando o brasileiro chegou, acabaram as chances…
Capone: depois de jogar muito pelo Juventude-BRA campeão gaúcho de 1998 e da Copa do Brasil de 1999, o polivalente defensor Capone embarcou para a Turquia e fez história em Istambul. Jogando na maior parte das vezes como lateral-direito, Capone deu segurança e versatilidade ao esquema do técnico Terim e ainda marcou gols importantes. Ficou no clube até 2002 e foi essencial para o sucesso do time no período.
Bülent Korkmaz: ficou conhecido como “O Grande Capitão” por ser leal ao Galatasaray durante toda sua carreira esportiva, de 1986 até 2005. Disputou mais de 600 jogos com a camisa do clube e é o segundo na lista dos que mais vestiram o manto amarelo e vermelho, atrás apenas de Turgay Seren, ídolo dos anos 40, 50 e 60. Bülent era o comandante da zaga do time e fez uma dupla histórica com Popescu naquele período de ouro. Ao lado de Hakan Sükur, teve a honra de levantar a taça da Copa da UEFA mesmo com o ombro deslocado, o que fez a torcida compará-lo com o episódio do alemão Beckenbauer na Copa de 1970. Foi um dos grandes craques do Galatasaray em todos os tempos e esteve na Copa do Mundo de 2002.
Gheorghe Popescu: um mito da Romênia, Popescu foi um dos maiores craques de seu país em todos os tempos e um ícone, ao lado de Hagi, na década de 90. Foi capitão do Barcelona e chegou à Turquia com status de celebridade. Confirmou sua qualidade ao formar uma excelente dupla de defesa com Bülent entre 1997 e 2001. Podia jogar, também, como meio de campo. Um craque.
Iulian Filipescu: zagueiro ou volante, o romeno Filipescu era muito bom defensivamente por sua imponência física, capacidade de desarme e precisão nos passes. Jogou apenas de 1997 até 1999 no Galatasaray, mas o bastante para ajudar a equipe a manter a hegemonia no campeonato nacional no período. Depois de sua passagem na Turquia, jogou no Betis, da Espanha e encerrou a carreira no Duisburg-ALE.
Ergün Penbe: era a referência no setor esquerdo da defesa do Galatasaray entre 1994 e 2007, período em que esteve em Istambul. Tinha qualidade técnica e muita calma, sendo exemplo de fair play durante toda carreira. Muito importante para o time, o jogador foi peça chave para as conquistas do período de ouro do clube. Disputou mais de 300 jogos de Campeonato Turco pelo Galatasaray e 432 jogos no total. Esteve na Copa do Mundo de 2002.
Hakan Ünsal: também jogava no setor esquerdo do time, com características mais ofensivas. Era extremamente competitivo e brigava por todas as bolas. Jogou no Galatasaray entre 1994 e 2002. É bem conhecido dos brasileiros por ter chutado uma bola em Rivaldo e sido vítima da simulação do brasileiro, que levou as mãos no rosto sendo que a bola tinha acertado suas pernas, na Copa do Mundo de 2002. O pobre Ünsal foi expulso e a Turquia perdeu por 2 a 1.
Okan Buruk: pelo lado direito do meio de campo, Okan Buruk construia várias oportunidades de gol e de vez em quando deixava sua marca nas redes adversárias. Jogou muito na final da Supercopa da UEFA contra o Real Madrid e foi eleito o melhor jogador da decisão. Foi revelado pelo próprio clube turco no começo dos anos 90 e esteve na Copa do Mundo de 2002.
Suat Kaya: passou vários anos no Galatasaray e compôs o meio de campo do time naqueles anos dourados. Era forte na marcação e ajudava a defesa recuando. Integra a lista de jogadores que mais vestiram a camisa do clube com 363 jogos disputados.
Ümit Davala: fez partidas marcantes pelo clube de Istambul e foi peça chave nas conquistas nacionais e internacionais entre 1996 e 2001 com muita habilidade, passes e gols. Jogava como meia e às vezes ponta, tanto pela esquerda quanto pela direita. Esteve na Copa do Mundo de 2002.
Hasan Sas: atacante e por vezes meia, Hasan Sas tinha muita habilidade e ajudava na construção de jogadas de ataque por conta de sua velocidade. Jogou mais de 10 anos no Galatasaray, clube onde se aposentou, mas era mais um 12º jogador por conta da titularidade de outros craques do time. Passou a ser mais assíduo no time titular depois de 2000, com a saída de Hakan Sükur. Disputou a Copa de 2002 e integrou o All-Star Team da FIFA.
Gheorghe Hagi: é considerado o maior jogador romeno de todos os tempos e um ícone dos anos 80 e 90. Meia habilidoso, Hagi era letal em bolas paradas e marcava muitos golaços. Foi soberano no campeonato romeno por vários anos, sendo o principal artilheiro do país. Disputou uma Copa do Mundo fantástica em 1994 pela Romênia e brilhou intensamente no Galatasaray naquele final de anos 90. Foi essencial para o brilho do time turco naqueles anos dourados. Leia mais sobre ele clicando aqui.
Hakan Sükur: goleador, com um faro de gol absurdo e letal em jogadas aéreas graças aos seus 1,91m, Hakan Sükur foi o próprio “demônio” do infernal Galatasaray entre 1995 e 2000. Foi por três vezes consecutivas artilheiro do Campeonato Turco pelo clube e a referência máxima do time no ataque. Na Copa da UEFA de 1999-2000, marcou gol em todos os jogos da campanha até a final, e deixou o seu na disputa de pênaltis contra o Arsenal. Foi um ídolo histórico em Istambul e é o terceiro jogador que mais vestiu a camisa do Galatasaray: 545 jogos. Hakan deixou marcas impressionantes: é o maior artilheiro do clube no Campeonato Turco (228 gols em 392 jogos); é o segundo maior artilheiro da história do Galatasaray (297 gols em 545 jogos) e maior artilheiro do clube em competições europeias (37 gols). Ah, é também o maior artilheiro da história da seleção turca com 51 gols em 112 jogos e o autor do gol mais rápido da historia das Copas: pouco mais de 10 segundos no jogo entre Turquia e Coreia do Sul, na disputa do terceiro lugar da Copa de 2002. Um craque imortal.
Jardel: ao lado do alemão Bierhoff e do turco Hakan Sükur, Jardel foi o mais letal centroavante em jogadas aéreas do futebol mundial nos anos 90. Era impressionante como marcava gols em chuveirinhos de dentro da área. Isso lhe rendeu o status de craque e a idolatria eterna da torcida do Grêmio-BRA e do Porto-POR antes de se transferir para o Galatasaray, em 2000. Logo de cara, acabou com o Real Madrid na Supercopa da UEFA (com gols feitos com o pé, e não de cabeça) e ganhou a idolatria instantânea da torcida carente de Hakan Sükur. Em 24 jogos no Campeonato Turco de 2000-2001, marcou 22 gols e foi o artilheiro do time. Na Liga dos Campeões, marcou 11 gols em 17 jogos (contando os jogos preliminares). Uma pena que na Turquia o brasileiro tenha passado por tantos problemas e contusões, que o fizeram deixar o país já em 2001.
Arif Erdem: podia ter sido execrado em seu país por conta do gol feito que perdeu na final da Copa da UEFA de 2000, mas escapou e manteve seu status de craque e ídolo. Arif Erdem jogou 14 anos no Galatasaray a faturou diversos títulos. Compôs o ataque da equipe naqueles anos de ouro e marcou gols importantes, além de ajudar em passes para o companheiro Hakan Sükur. Esteve na Copa do Mundo de 2002.
Emre Belozoglu: cria do Galatasaray, Emre Belozoglu marcou época no clube com grandes atuações no meio de campo e grande visão de jogo, além de ser bem bravo e temperamental. Tinha um controle de bola formidável e fazia de tudo um pouco com sua perna esquerda. Em 2004, foi eleito para a lista do FIFA 100 feita por Pelé no aniversário de 100 anos da FIFA. Esteve na Copa do Mundo de 2002.
Fatih Terim e Mircea Lucescu (Técnicos): Terim foi o maior e mais importante treinador do Galatasaray em todos os tempos pois levou o clube às glórias mais incríveis e inimagináveis. Quebrou recordes, foi pioneiro com o título da Copa da UEFA e soube como ninguém construir um grupo competitivo, aguerrido e histórico. Com sua saída, a equipe não se reencontrou, mas Mircea Lucescu conseguiu a glória na Supercopa da UEFA diante do Real Madrid e outras vitórias marcantes na Liga dos Campeões da UEFA de 2000-2001. Por isso, ambos foram imortais. Mas Fatih Terim foi muito além. Foi infernal, como manda o manual do Galatasary.
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O nome do meu filho vai ser Sukur !!!
nessa época, o galatasaray sem o jardel não era nada ! valeu, jardel, ídolo imortal !
Bem lembrado, um timaço que desbancou grandes times como Arsenal e Real Madrid.