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Craque Imortal – Tostão

Nascimento: 25 de Janeiro de 1947, em Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil.

Posição: Meia / Atacante

Clubes: América Mineiro-BRA (1962-1963), Cruzeiro-BRA (1964-1972) e Vasco-BRA (1972-1973).

 

Principais títulos por clube:

1 Taça Brasil (1966) e 5 Campeonatos Mineiros (1965, 1966, 1967, 1968 e 1969) pelo Cruzeiro.

 

Principal título por seleção: 1 Copa do Mundo da FIFA (1970) pelo Brasil

 

Principais títulos individuais:

Bola de Prata Revista Placar: 1970

Melhor jogador sul-americano do ano eleito pelo jornal “El Mundo”:1971

5º Maior jogador Brasileiro do século XX pela IFFHS: 1999

13º Maior jogador Sulamericano do século XX pela IFFHS: 1999

58º Maior Jogador do Século XX pelo Grande Júri FIFA: 1999

Presente na lista dos 50 Melhores jogadores do Século XX da Voetbal International (Holanda)

48º Melhor jogador do Século XX segundo a Revista Placar

53º Maior Jogador do Mundo do século XX pela revista World Soccer: 1999

 

Artilharias:

Artilheiro do Campeonato Mineiro: 1966 (18 gols), 1967 (20 gols), 1968 (25 gols) e 1969 (14 gols)

Artilheiro do Torneio Roberto Gomes Pedrosa (Campeonato Brasileiro): 1970 (12 gols)

Eleito para a Seleção dos Sonhos do Brasil do Imortais: 2020

Eleito para o Time dos Sonhos do Cruzeiro do Imortais: 2021

 

“Craque mais do que valioso”

Por Guilherme Diniz

Ele era pequenino, tanto é que ganhou o apelido de “Tostão” por conta do tamanho da desvalorizada moedinha do século passado. Porém, dentro de campo, aquele pequeno jogador crescia e fazia a mais pura arte, os mais emblemáticos lances, os mais notáveis gols. Muitos gols. Tinha uma visão de jogo incrível, dava passes impecáveis e deixava os companheiros na cara do gol. Esse pequenino craque foi simplesmente o maior jogador de futebol que vestiu a gloriosa camisa azul do Cruzeiro EC em todos os tempos, o maior ídolo, o maior gênio: Tostão. O mineiro Eduardo Gonçalves de Andrade é um monstro sagrado do futebol brasileiro e mundial, daqueles indiscutíveis, que apenas a menção do nome já traz a mais bela nostalgia e deliciosas lembranças. Com Tostão em campo, o Cruzeiro deixou de ser mais um clube em Minas Gerais e no Brasil para ser uma das maiores potências da segunda metade da década de 60, e o único time que conseguiu colocar o maior esquadrão da história, o Santos de Pelé, na roda, ao aplicar uma sonora goleada de 6 a 2 em uma final de Taça Brasil, repetindo a dose no segundo jogo, mas aí de maneira mais “sútil”, com um 3 a 2, de virada, na casa do Peixe.

Tostão foi brilhante, também, com a camisa verde e amarela do Brasil, sendo um dos principais responsáveis pela conquista do tricampeonato mundial na Copa de 1970, no México, com dribles, passes, jogadas e gols. Uma pena que a carreira desse craque eterno tenha sido abreviada por um grave problema de deslocamento de retina, ocasionado por uma bolada que levou no olho esquerdo em 1969, fato que fez Tostão pendurar as chuteiras com apenas 27 anos. Mesmo com tão pouco tempo em campo, o craque escreveu para sempre seu nome na história como um dos maiores de todos os tempos. É hora de relembrar.

 

Do Coelho à Raposa

Um novato Edu (ele é o 4º da esquerda para a direita).

 

Antes de virar Tostão, Eduardo Gonçalves de Andrade era Edu e jogava nas peladas do Conjunto Habitacional do Iapi, em Belo Horizonte. Foi lá que ganhou o apelido de Tostão pelo porte físico mirrado e pela baixa estatura. Mesmo assim, o garoto era incrível com a bola nos pés, principalmente quando passou a atuar na ponta esquerda, com dribles, agilidade, chutes precisos e visão de jogo impecável. O tempo foi passando e o garoto foi tentar a sorte no América Mineiro, depois de frequentar o time de futsal e a equipe júnior do Cruzeiro. No América, time de coração dos seus pais, Tostão ficou muito pouco e não foi devidamente aproveitado pelo clube, o que fez o Cruzeiro contratar novamente o craque prodígio, que iria para a Raposa já em 1964, para, enfim, começar a fazer história.

 

Transformando o azul

A partir de 1964, muita coisa iria mudar no Cruzeiro. O futebol brasileiro naquela época tinha como protagonistas o Santos de Pelé, maior esquadrão do planeta, e o Botafogo, além de Palmeiras, Fluminense e Flamengo. Os times de Minas Gerais nem apareciam nessa lista e apenas assistiam os grandes do eixo Rio-SP vencerem os principais torneios. Mas tudo iria mudar. Tostão, com muito talento e habilidade, se juntou a base jovem que o Cruzeiro começava a montar com Piazza, Raul, Natal e Dirceu Lopes para mudar a ordem das coisas. Em 1965, o clube venceu o Campeonato Mineiro (o primeiro da Era Mineirão, inaugurado naquele ano) com 18 vitórias, três empates e apenas uma derrota, com 69 gols marcados em 22 jogos. Tostão começou a escrever sua história com gols e atuações marcantes, além de fazer uma parceria inesquecível com Dirceu Lopes, uma das mais famosas do futebol brasileiro, podendo ser comparada a outras de sucesso como Pelé e Coutinho e Gérson e Jairzinho. O Cruzeiro tinha na época um padrão de jogo que explorava a velocidade, o talento de seus jogadores e uma organização tática muito eficiente. O futebol vistoso encantava a todos em Minas e passaria a ser admirado por todo país no ano seguinte, com a classificação do clube azul para a Taça Brasil.

 

Bi e a caminhada na Taça Brasil

Já com um time entrosado e pronto para brilhar, o Cruzeiro levou com facilidade o bicampeonato mineiro, com Tostão como artilheiro com 18 gols e o time azul novamente com uma campanha memorável: 20 vitórias, um empate e uma derrota em 22 jogos, com 77 gols marcados e apenas 16 sofridos. Era fato que o timaço azul não tinha mais rivais no estado, e iria faturar o tri, o tetra e o pentacampeonato nos anos seguintes. Tostão e companhia queriam mesmo era o caneco da Taça Brasil, que há cinco anos tinha um só dono: o Santos de Pelé.

 

Como campeão mineiro, o Cruzeiro entrou na principal competição do país na decisão do grupo centro, contra o Americano (RJ), e venceu os dois jogos por 4 a 0 no Rio e 6 a 1 em MG. Na fase seguinte, o time encarou o Grêmio, vencedor do grupo sul. Depois de um empate sem gols no jogo de ida, em Porto Alegre, o Cruzeiro venceu o tricolor por 2 a 1 em MG e garantiu a classificação. Na semifinal, outro tricolor: o Fluminense. Tostão e companhia não ligaram para a pressão e venceram os dois jogos, por 1 a 0 em MG e 3 a 1 no Rio, colocando pela primeira vez na história um clube de Minas na final da Taça Brasil. Mas o adversário seria o temível Santos, que tinha todo o favoritismo para ficar com o hexacampeonato.

 

A maior exibição cruzeirense

As finais da Taça Brasil estavam marcadas para o Mineirão e para o Pacaembu. O time mineiro teria que construir um bom placar no jogo de ida para ir com a vantagem na volta, quando o Santos seria letal. O time paulista, o melhor do planeta na época, tinha os nomes clássicos que qualquer amante do futebol sabe de cor, como Gilmar, Carlos Alberto Torres, Mauro Ramos, Zito, Lima, Dorval, Toninho Guerreiro, Pepe e o rei Pelé. Era um timaço que dava bailes, aplicava goleadas impiedosas e era conhecido no mundo todo. Mas o Cruzeiro não ligou para a pressão psicológica que aquele time paulista impunha e fez, naquele 30 de novembro de 1966, a maior partida de sua história. Isso mesmo. O Mineirão viu naquela noite o maior baile que o Cruzeiro Esporte Clube já aplicou em um time na história do futebol.

O Cruzeiro começou num ritmo alucinante e abriu o placar logo com um minuto de jogo, com Zé Carlos, contra. Aos cinco minutos, Natal recebeu de Evaldo, fintou Zé Carlos e fez o segundo do Cruzeiro. Aos 20, Dirceu Lopes driblou duas vezes um zagueiro santista para fazer 3 a 0. Aos 39´, Dirceu Lopes fez outra linda jogada, fingiu que ia chutar e emendou um chute de curva, sem chances para Gilmar: 4 a 0. Aos 41´, Dirceu (de novo) driblou metade do time do Santos e foi derrubado na área: pênalti. Tostão bateu e fez o quinto. Isso mesmo, o quinto gol do Cruzeiro em apenas um tempo: 5 a 0. Pelé? Nem viu a bola. O Santos? O Cruzeiro achava que era um time do interior de Minas… Na segunda etapa, o Cruzeiro diminuiu o ritmo e passou a tocar mais a bola, e o Santos acordou, diminuindo para 5 a 2 com dois gols de Toninho, logo nos primeiros dez minutos de jogo. Porém, aos 27´, Tostão deu um passe para Evaldo, que chutou forte. Gilmar espalmou e no rebote Dirceu decretou o fim do baile: Cruzeiro 6×2 Santos.

O Mineirão explodiu em alegria com um show pirotécnico e inesquecível do time azul. Tostão, Dirceu e companhia mostravam para todo Brasil que nem só de Santos vivia o futebol nacional. Havia muita, mas muita coisa boa, também, vestindo o azul e branco do Cruzeiro. Após o jogo, Tostão foi amplamente aclamado como “novo rei” por muitos jornais da época, rótulo que ele recusou, pois para ele o rei era um só: Pelé. Com os pés no chão, o craque esperava a partida de volta para poder celebrar sua primeira grande conquista nacional.

 

Campeões para a história

No jogo de volta, no Pacaembu, a chuva castigou o gramado e prejudicou o futebol mais ofensivo e leve do Cruzeiro, o que dava uma vantagem ao experiente time santista. Precisando fazer gols, o time paulista foi com tudo para cima dos mineiros e abriu 2 a 0 com gols de Pelé e Toninho, apenas no primeiro tempo, e com Tostão perdendo um pênalti. Todos acreditavam que o Santos devolveria a derrota do primeiro jogo, tanto é que no intervalo o presidente do Santos, Athiê Jorge Cury, foi ao vestiário do Cruzeiro para acertar a data do terceiro jogo! O presidente do Cruzeiro expulsou Cury e o presidente da Federação Paulista de Futebol, Mendonça Falcão, aos berros, e usou o ato para aumentar o brio dos jogadores. E deu certo.

Piazza passou a marcar Pelé como se não houvesse amanhã, Tostão e Dirceu trataram de usar todas as suas armas técnicas possíveis e o Cruzeiro deu show. Aos 12´do segundo tempo, numa falta pela direita que todos achavam que Tostão ia cruzar, o craque chutou direto, marcando um golaço e diminuindo o placar. Aos 28´, Dirceu driblou um zagueiro e chutou sem chances para o goleiro do Peixe: 2 a 2. O empate dava o caneco ao Cruzeiro, mas o time azul não quis saber de se fechar e continuou a dar sufoco ao Santos, quando aos 44´, Tostão passou por dois e cruzou para Natal empurrar pro gol: 3 a 2.

O Cruzeiro, de virada e na casa do adversário, vencia um dos maiores times de todos os tempos e conquistava pela primeira vez a Taça Brasil. A torcida do time começaria a crescer de maneira profunda e o país inteiro aplaudia aqueles jovens craques cheios de talento, habilidade e genialidade, sendo o maior deles Tostão. O craque se consagrava de vez como um dos maiores nomes do esporte no país e chave para a Copa do Mundo de 1970, já que ele só disputou um jogo no Mundial de 1966, com apenas 19 anos.

Ali, naquela conquista, o Cruzeiro mudava para sempre a ordem do cenário futebolístico nacional, que passaria a olhar também para Minas Gerais e não só para Rio e SP. A importância do título foi tão grande que o Torneio Rio-SP de 1967 passaria a incluir, também, as equipes de Minas Gerais e de outros estados, dando origem ao Torneio Roberto Gomes Pedrosa. Os azuis de Belo Horizonte estavam no topo, com Tostão regendo a orquestra.

 

Presença na seleção e o drama

Com suas atuações de gala pelo Cruzeiro, Tostão virou figurinha fácil nas convocações para a seleção brasileira, participando de maneira decisiva nas Eliminatórias para a Copa de 1970, marcando muitos gols. Pelo Cruzeiro, ele seguia como artilheiro absoluto do Campeonato Mineiro e colecionava títulos estaduais. Em âmbito nacional, o Cruzeiro sempre chegava entre os primeiros, mas não levava. Foi então que em 1969 aconteceu um drama que mudaria para sempre a carreira do craque. Em uma partida contra o Corinthians, pelo Torneio Roberto Gomes Pedrosa, um chute violentíssimo do zagueiro alvinegro Ditão acerta o olho esquerdo de Tostão, provocando um deslocamento de retina. O jogador ficou parado por um longo tempo, justo às vésperas da Copa.

A torcida rezou e todos no país torceram para que aquilo não abreviasse a carreira do craque, que tinha apenas 22 anos. Tostão foi para Houston, nos EUA, e passou por uma minuciosa cirurgia. A princípio, ela foi um sucesso e Tostão estava disponível ao então técnico da seleção, Zagallo, para a disputa da Copa do Mundo de 1970. Muitos duvidavam que ele repetiria o sucesso dos outros anos, mas Zagallo acreditou no baixinho e o levou ao Mundial. Saiba decisão.

 

Um gênio no México

No pontapé inicial do Brasil na Copa de 1970, todos viram que Tostão estava, sim, em ótima forma. O craque mostrou todo seu brilho, habilidade, visão de jogo e passes precisos que o Brasil tanto precisava para fazer bonito na Copa. Tostão abria os espaços para Jairzinho e Pelé darem seus shows particulares, chamava o jogo para si e se deslocava como poucos em campo. A seleção começou seu show contra a Tchecoslováquia e venceu por 4 a 1. O jogo seguinte foi contra a temida Inglaterra, então campeã mundial e com o mito Bobby Moore em campo. O jogo foi duro, Moore marcou de maneira implacável Pelé, mas o Brasil tinha Tostão e Jairzinho, autor do único gol do jogo, após jogada incrível de Tostão, que passou para Pelé, que deixou Jairzinho na cara do gol para fazer Brasil 1 x 0 Inglaterra. Com a classificação assegurada, o Brasil venceu a Romênia por 3 a 2 e foi para a segunda fase.

O primeiro confronto foi contra o surpreendente Peru, de Cubillas. O Brasil começou com tudo e abriu 2 a 0 com Rivellino e Tostão. O Peru descontou, mas o Brasil marcou mais um, com Tostão. Novamente o Peru anotou, mas no fim Jairzinho fechou o placar: 4 a 2. A seleção estava na semifinal.

 

Superando o fantasma de 1950

Quis o destino que aquela grande seleção tivesse um desafio emocional pela frente: enfrentar, pela primeira vez em copas, desde a fatídica final de 1950, o Uruguai. E o jogo foi difícil. As equipes começaram cautelosas, se estudando. E o Uruguai saiu na frente com Cubilla, após passe de Morales, num gol meio que sem querer, após o chute do uruguaio sair meio que torto. Com a liderança no placar, o Uruguai cozinhava a partida, não deixava o Brasil jogar. Foi então que Zagallo mexeu na maneira do time jogar, recuando Gérson e liberando Clodoaldo ao ataque. Deu certo, o santista empatou, e deu mais tranquilidade ao Brasil. No segundo tempo, o Brasil virou, após ótima jogada do trio de ouro Pelé-Tostão-Jairzinho, com este último fuzilando para o gol. O Brasil ainda faria mais um com Rivelino, fechando o placar em 3 a 1. Fantasma enterrado, e passaporte carimbado para a final, no estádio Azteca.

 

Rei do mundo

Na final da Copa, Tostão e companhia encararam a Itália, em um clássico do futebol mundial. Ambos, então bicampeões mundiais, duelaram pela posse definitiva da taça Jules Rimet. De um lado, o talento e o brilho do Brasil de Jairzinho, Pelé, Tostão, Gérson, Rivelino. Do outro, exímios defensores de técnica absoluta e atuais campeões europeus, como Cera, Facchetti e Burgnich, além de Rivera e Luigi Riva. Era o jogo perfeito para encerrar uma copa perfeita, com o melhor nível técnico de todos os tempos. Mas, parece até que não avisaram o Brasil que era um jogo final… A seleção não tomou conhecimento dos italianos e exibiu um futebol vistoso, alegre, preciso, rápido, elegante, lindo. O Brasil abriu o placar com um golaço de Pelé, de cabeça, após subir quase um metro de altura para marcar 1 a 0.

A Itália empatou com Boninsegna, mas, no segundo tempo, o Brasil deu seu show. Gérson fez 2 a 1 com um petardo de sua canhota de ouro. O terceiro saiu após passe preciso de Gérson para Pelé, que deixou Jairzinho livre para marcar seu sexto gol na copa. O último gol… Ah… O último gol… Foi simplesmente uma obra prima do futebol arte e coletivo, daquelas que você vê, volta, vê de novo, volta, vê em câmera lenta, e assim sucessivamente. A jogada começa lá na defesa, com Clodoaldo driblando QUATRO jogadores italianos, e tocando na esquerda para Rivelino. O craque lança Jairzinho, que dribla Facchetti e passa para Pelé. O rei, sem olhar, antevê a corrida na direita de Carlos Alberto. Com um passe sutil e açucarado como quem diz “toma, faz o seu e fecha a conta”, ele rola para o melhor lateral direito da história encher o pé: 4 a 1. O estádio enlouquece, o México enlouquece, o Brasil enlouquece, o mundo enlouquece: Brasil tricampeão de futebol. O futebol, naquela tarde, nunca ficou tão emocionado e feliz. E Tostão entrava de vez para o rol dos maiores craques do futebol mundial.

 

Vasco e o fim precoce

 

Depois da Copa, Tostão passou a ser desejado por todos os clubes do país, além de ostentar o status de ídolo incondicional do Cruzeiro e também da nação. Porém, no time azul, Tostão já não estava mais feliz como antigamente e vivia insatisfeito com os esquemas e táticas da equipe. Isso o motivou a trocar seu querido Cruzeiro pelo Vasco, em 1972, por 3,5 milhões de cruzeiros, cifra recorde na época. Pelo clube cruzmaltino, Tostão encheu a torcida de esperança, mas o genial jogador não teve tempo de repetir suas jogadas e lances magistrais, pois uma inflamação no olho esquerdo o obrigou a voltar a Houston para checar qual era o problema. Dos médicos, Tostão recebeu a notícia que tanto temia: teria que parar de jogar, ou então ficaria cego. Aos 27 anos, o craque pendurava de vez as chuteiras, para tristeza de milhões de brasileiros e amantes do futebol.

 

Doutor, intelectual e imortal

Após pendurar as chuteiras, em 1973, Tostão investiu nos estudos e se formou médico. Optou pela vida simples em Minas, exercendo a profissão e, anos depois, virando um dos maiores comentaristas esportivos do país ao assinar colunas de jornais, escrever livros e falar com propriedade sobre o esporte mais popular do planeta. Craque dentro e fora de campo, Tostão deixou saudades por seus feitos históricos, atuações impecáveis e uma idolatria eterna no Cruzeiro e na seleção brasileira. É, até hoje, o maior artilheiro da história do Cruzeiro com 242 gols. Pela seleção, foram 65 jogos e 36 gols, além de passes, dribles e jogadas que o fizeram o “tostão” mais valioso da história do futebol mundial. Um craque imortal.

 

 

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