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Craque Imortal – Sneijder

Foto: FIFA.com
Sneijder
Photo by Valerio Pennicino/Getty Images

 

Nascimento: 09 de junho de 1984, em Utrecht, Holanda.

Posição: Meia

Clubes: Ajax-HOL (2002-2007), Real Madrid-ESP (2007-2009), Internazionale-ITA (2009-2012), Galatasaray-TUR (2013-2017), Nice-FRA (2017-2018) e Al-Gharafa-CAT (2018-2019).

Principais títulos por clubes: 1 Campeonato Holandês (2003-2004), 2 Copas da Holanda (2005-2006 e 2006-2007) e 1 Supercopa da Holanda (2006) pelo Ajax.

1 Campeonato Espanhol (2007-2008) pelo Real Madrid.

1 Mundial de Clubes da FIFA (2010), 1 Liga dos Campeões da UEFA (2009-2010), 1 Campeonato Italiano (2009-2010), 2 Copas da Itália (2009-2010 e 2010-2011) e 1 Supercopa da Itália (2010) pela Internazionale.

2 Campeonatos Turcos (2012-2013 e 2014-2015), 3 Copas da Turquia (2013–2014, 2014–2015 e 2015–2016) e 3 Supercopas da Turquia (2013, 2015 e 2016) pelo Galatasaray.

1 Copa das Estrelas do Catar (2018-2019) pelo Al-Gharafa.

 

Principais títulos individuais:

Futebolista Holandês do Ano: 2004

Eleito para o All-Star Team da Eurocopa: 2008

Maior Assistente da Eurocopa de 2008: 3 assistências

Maior Assistente da história da Eurocopa (incluindo Eliminatórias): 17 assistências

Maior Assistente da Liga dos Campeões da UEFA: 2009-2010 (6 assistências)

Melhor Meio-Campista do Ano da UEFA: 2009-2010

Bola de Prata da Copa do Mundo da FIFA: 2010

Chuteira de Bronze da Copa do Mundo da FIFA: 2010 (5 gols)

Eleito para o All-Star Team da Copa do Mundo da FIFA: 2010

FIFA FIFPro World XI: 2010

Eleito para o Time do Ano da UEFA: 2010

Eleito para o Time do Ano da ESM: 2009-2010

Eleito para o Hall da Fama da Internazionale

Jogador com mais jogos na história da seleção da Holanda: 134 jogos e 31 gols

 

 

“Primor no meio de campo”

 

Por Guilherme Diniz

 

No final dos anos 2000 e na primeira metade dos anos 2010, se você precisasse elencar 10 grandes craques de meio de campo, um deles deveria ser holandês. Um atleta que havia debutado no Ajax e alcançado o auge vestindo a camisa nerazzurri da Internazionale e a laranja da Holanda. Com ampla visão de jogo, passes e lançamentos precisos, esse jogador marcou seu nome como um dos maiores deste século. Wesley Sneijder, ou simplesmente Sneijder, foi um símbolo da Holanda que quase conquistou a Copa do Mundo de 2010, cérebro da Inter campeã do Treble em 2009-2010 e que até hoje é considerado por muitos como o melhor jogador do mundo naquela temporada. Habilidoso e muito técnico, foi ídolo de diferentes torcidas e referência de uma era. É hora de relembrar.

 

Inspiração vem de casa

Um Sneijder garotinho com a camisa do Ajax.

 

Nascido em Utrecht, 4ª maior cidade da Holanda, Sneijder teve inspiração familiar na hora de escolher qual profissão iria seguir. Seu pai e seu irmão mais velho, Jeffrey, eram futebolistas e o caminho natural para o jovem foi mesmo o futebol – o irmão mais novo de Sneijder, Rodney, também virou jogador. Na infância, Sneijder jogou por um ano no DOS, time de sua cidade, até conseguir uma vaga na academia do Ajax aos 7 anos. Após passar por todas as categorias de base e se destacar pela habilidade, passes, lançamentos e gols, Sneijder foi incorporado ao elenco profissional em 2002, quando os alvirrubros eram treinados por Ronald Koeman.

Wesley Sneijder em 2003, pela UCL. Foto: VI Images via Getty Images.

 

O meia fez sua estreia em 2003, em uma goleada de 6 a 0 sobre o Willem II, e marcou seu primeiro gol em uma vitória sobre o Groningen por 4 a 1 pela Copa da Holanda – a promoção de Sneijder ao elenco principal foi um conselho de Danny Blind, ex-defensor do clube nos anos 1990, a Koeman. Foi o bastante para o jovem garantir seu espaço no time titular e ajudar o Ajax a alcançar as quartas de final da Liga dos Campeões da UEFA de 2002-2003, quando acabou eliminado pelo futuro campeão Milan. Na temporada 2003-2004, Sneijder disputou 38 jogos, marcou 10 gols e ajudou o Ajax a retomar a coroa na Eredivisie e levantar o caneco. Além do título, Sneijder venceu o prêmio de melhor jogador jovem da temporada no futebol holandês. Àquela altura, o meia era lembrado, também, para a seleção da Holanda, para a qual foi convocado em 2003 e fez seu debute no mesmo ano, em 30 de abril, em um amistoso contra Portugal que terminou empatado em 1 a 1.

Na época, a Holanda passava apuros nas Eliminatórias para a Euro e, após o fim da fase de grupos, o time laranja foi para a repescagem diante da Escócia. No primeiro jogo, na casa escocesa, vitória dos anfitriões por 1 a 0. Na volta, em Amsterdã, a imprensa clamou por Sneijder no time principal. O técnico Dick Advocaat ouviu e escalou o jovem de 19 anos. E, com um gol e três assistências, Sneijder foi sublime na goleada de 6 a 0 que colocou a Holanda na Eurocopa de 2004. A sintonia entre ele e aquela camisa estava apenas começando. Mas dava mostras de que era mesmo perfeita.

 

Cobiçado e vencedor

Figurinhas da Euro de 2004: Robben e Sneijder.

 

Na Euro, Sneijder acabou não sendo titular absoluto – jogou apenas dois jogos – e a Holanda foi eliminada na semifinal diante do eterno carrasco Portugal. Pelo Ajax, o meia viu o início da hegemonia do PSV na Eredivisie e só conquistou nos anos seguintes duas Copas da Holanda – em 2005-2006 (ele deu o passe para o primeiro gol da vitória por 2 a 1 na final contra o PSV) e 2006-2007. Com 12 gols em 31 jogos na temporada 2005-2006 e 22 gols em 47 jogos na época 2006-2007, Sneijder já era um dos principais jogadores do país e peça fundamental na transição pela qual passava a Holanda, que via craques da geração dos anos 1990 se aposentarem para dar lugar a ele e outros nomes como Robben, Van Persie, De Jong e companhia. Em 2006, Sneijder foi titular absoluto da Holanda na campanha da Copa do Mundo, que terminou nas oitavas de final – outra vez diante de Portugal, na famigerada Batalha de Nuremberg. 

Sneijder parte pra cima de Petit durante a “Batalha” de 2006

 

Era visível o crescimento de Sneijder na época. O meia era capaz de tomar a iniciativa, armar jogadas, municiar atacantes e ele mesmo aparecer lá na frente para decidir. Muito inteligente, chamava a responsabilidade e centralizava as ações. Seu desempenho na já citada temporada 2006-2007 rechaçou bem sua qualidade e fez com que o Real Madrid o contratasse para a época 2007-2008 por cerca de 27 milhões de euros, na segunda maior transação envolvendo um jogador holandês na época. Além dele, o clube merengue contratou também outros dois holandeses: Royston Drenthe e Arjen Robben

A estreia do craque foi a melhor possível: marcando o gol da vitória sobre o Atlético de Madrid no derby madrileno. O holandês ainda deixou sua marca outras oito vezes nos 30 jogos que disputou em La Liga e o Real faturou o título nacional. A decepção ficou na Liga dos Campeões da UEFA, na qual o time merengue foi eliminado nas oitavas de final para a Roma-ITA. Ainda em 2008, Sneijder brilhou na Eurocopa, quando marcou um gol nos 3 a 0 sobre a campeã mundial Itália e outro nos 4 a 1 sobre a França, vice-campeã mundial. Foram jogos marcantes dos laranjas, que tinham nomes como Van der Sar, Van Bronckhorst, Dirk Kuyt, Van Nistelrooy e Rafael van der Vaart. Já classificada, a Holanda foi com time misto diante da Romênia (vitória por 2 a 0) e encarou a Rússia nas quartas de final. Todos pensavam que o time laranja iria passar fácil, mas acabou eliminado após empate em 1 a 1 no tempo normal e derrota por 2 a 0 na prorrogação. 

O trio que fez os holandeses sonharem: Sneijder, Robben e Van Persie.

 

Mesmo com a queda precoce, Sneijder foi eleito para o All-Star Team do torneio e cravou ainda mais seu lugar entre os melhores jogadores do mundo na época. Em 2018, o craque comentou sobre a Euro no jornal AD.

“Acho que nunca jogamos tão bem na seleção quanto naquelas partidas contra França e Itália. Eu entendo que as pessoas sempre falam sobre 2010, mas pessoalmente acho que 2008 foi meu melhor desempenho, porque joguei de uma forma mais versátil, mais completa. O que deixa uma memória dúbia, porque contra a Rússia de repente estávamos fora do torneio. Jogamos a partida de nossas vidas, mas tudo deu errado”.

Porém, na temporada 2008-2009, o craque sofreu uma lesão que minou boa parte de seus jogos pelo Real Madrid e seleção. Com a ascensão do rival Barcelona, o Real não ganhou nada e precisava de uma reformulação para a época seguinte. E, para bancar as contratações de Cristiano Ronaldo, Benzema, Kaká e Xabi Alonso, o clube teve que se desfazer de alguns nomes. E um deles foi Sneijder, que acabou negociado junto a Internazionale por 15 milhões de euros. Se para alguns poderia ser um passo atrás na carreira, para Sneijder foi o passo ao estrelato definitivo.

 

A coroa e a Copa

A chegada de Sneijder, somada a nomes como Thiago Motta, Samuel Eto’o, Diego Milito, Lúcio e Goran Pandev, fez com que a Inter de Milão pudesse almejar voos mais altos na temporada 2009-2010. Comandada por José Mourinho, a nerazzurri dominava o futebol italiano desde a queda da Juventus devido ao Calciopoli e queria expandir aquela hegemonia para o continente. Sneijder jogou muito, foi um legítimo garçom e marcou 8 gols nos 41 jogos que disputou na temporada. A Inter foi campeã italiana, da Copa da Itália e faturou o título da Liga dos Campeões da UEFA de maneira histórica e com Sneijder destroçando os rivais. No mata-mata, o craque deu o passe para o gol de Eto’o na vitória por 1 a 0 contra o Chelsea, em Stamford Bridge, deu o passe para o gol de Milito no triunfo por 1 a 0 sobre o CSKA em Moscou, e marcou o gol da vitória por 1 a 0 em San Siro, em cobrança magistral de falta.

Na eletrizante semifinal contra o Barcelona de Guardiola, o time catalão vencia por 1 a 0 o duelo da ida, no San Siro, quando Sneijder empatou o jogo ainda no primeiro tempo com um chute colocado e deu um passe de cabeça para Diego Milito fazer o terceiro gol nos 3 a 1 que deixaram a Inter muito próxima da decisão. Na volta, a derrota por 1 a 0 no Camp Nou foi insuficiente para atrapalhar os italianos, que foram para a decisão contra o Bayern. Nela, Sneijder deu a assistência para Milito abrir o placar nos 2 a 0 que fez da nerazzurri tricampeã europeia. O holandês foi eleito para o time do ano da UEFA e também o melhor meio-campista da temporada na Europa. Dos pés de Sneijder saíram os principais passes para aquela Inter marcar gols e conquistar o inédito Treble no futebol italiano. O holandês foi a peça fundamental, o grande camisa 10 do esquema tático de Mourinho.

Sneijder ergue a taça da UCL: auge.

 

No auge, Sneijder obviamente foi convocado para a Copa do Mundo de 2010. E, na África do Sul, o holandês confirmou a boa fase realizando um Mundial impecável. Com cinco gols (dois deles na vitória sobre o Brasil, nas quartas de final), Sneijder foi um dos artilheiros da Copa e principal referência ofensiva da equipe holandesa não só com seu faro artilheiro, mas também nas bolas paradas, passes e grande visão de jogo. Como não poderia deixar de ser, Sneijder entrou direto para o All-Star Team da Copa, venceu a Bola de Prata e a Chuteira de Bronze. 

Ele disputou todos os sete jogos da Holanda na Copa de 2010, anotou 5 gols e deu uma assistência. A Holanda alcançou a final depois de 32 anos e fez a decisão contra a Espanha. Após empate sem gols nos 90 minutos, a Fúria fez 1 a 0 na prorrogação e ficou com o título. Sneijder confessou depois que nunca mais viu aquele jogo por ser “doloroso demais” e lamentou muito o famoso chute de Robben defendido por Casillas no final do primeiro tempo não ter entrado.

Em 2010, Sneijder foi o carrasco do Brasil com dois gols.

 

Naquele ano, Sneijder era um dos favoritos ao título de Melhor Jogador do Mundo e ao Ballon d’Or. Porém, justo naquele ano, o colégio eleitoral das duas premiações se uniu e Iniesta e Xavi ficaram em 2º e 3º lugar, respectivamente, enquanto Lionel Messi foi o primeiro. O argentino fez uma grande temporada, mas nada que justificasse o título. Já Sneijder foi gigante, conduziu sua Inter ao Treble, fez uma Copa do Mundo espetacular e ficou só na 4ª posição. Naquele ano, o prêmio deveria ter sido dele ou de Iniesta, enorme pelo Barça e pela campeã mundial Espanha. Uma tremenda injustiça.

 

Queda de rendimento e idolatria no Galatasaray

Os anos seguintes de Sneijder na Inter não foram tão produtivos como o esperado. Embora tenha vencido a Supercopa da Itália de 2010, a Copa da Itália de 2010-2011 e o Mundial de Clubes da FIFA de 2010, o holandês não foi tão decisivo como antes e sofreu com lesões na época 2012-2013, período no qual enfrentou contestações sobre seu futebol na seleção holandesa, principalmente após a queda precoce da laranja ainda na fase de grupos da Eurocopa de 2012. Ele seguiu entre os convocados, claro, e titular absoluto na caminha das Eliminatórias para a Copa de 2014, mas não era o meia tão decisivo como havia sido entre 2006 e 2010.

Buscando uma reviravolta e se sentindo encostado na Inter não só pelas lesões, mas por causa do péssimo relacionamento com o técnico Andrea Stramaccioni e a negativa em estender seu contrato com redução de salário, o meia decidiu deixar o clube no meio da temporada 2012-2013 e acabou negociado ao Galatasaray-TUR, um destino pouco comum na época para um craque tão badalado. Na Turquia, Sneijder conquistou a torcida rapidamente e fez grandes temporadas em seu início no clube de Istambul, principalmente as épocas 2013-2014 e 2014-2015, quando marcou 10 e 12 gols, respectivamente, e agregou aos tentos passes geniais e lances que relembraram seus bons tempos.

Trio de ferro do Galatasaray: Felipe Melo, Sneijder e Drogba.

 

 

Em 2014, Sneijder esteve em mais uma seleção holandesa que foi bem em uma Copa do Mundo. Mesmo longe de ser o cara decisivo de 2010, fez um Mundial satisfatório, marcou um gol e foi titular na Holanda que alcançou a semifinal e foi eliminada para a Argentina, nos pênaltis. A laranja terminou em 3º lugar e o craque completou 17 jogos em Mundiais pela seleção. Foi o último momento dele, de Robben e Van Persie na equipe em Copas, pois o trio iria se aposentar da seleção nos anos seguintes e a equipe ficaria de fora da Copa de 2018.

 

Recorde e aposentadoria

 

Sneijder jogou até 2018 pela Holanda e atingiu a impressionante marca de 134 partidas pela laranja, o que fez dele o jogador com maior número de jogos na história da seleção, superando o goleiro Van der Sar. Aos 34 anos, ele se despediu em uma vitória por 2 a 1 contra o Peru, em Amsterdã, em jogo no qual o meia roubou uma bola no meio de campo e iniciou a jogada do primeiro gol da equipe laranja. Antes, pelo Galatasaray, o holandês seguiu fazendo bons jogos e ajudou a equipe a vencer 2 Campeonatos Turcos (2012-2013 e 2014-2015), 3 Copas da Turquia (2013–2014, 2014–2015 e 2015–2016) e 3 Supercopas da Turquia. Na festa do título nacional de 2015, o craque ainda levou os fãs ao delírio cantando a música “não chore, Fener”, tirando o sarro do maior rival. O meia, aliás, marcou três gols em um só ano nos clássicos contra o Fenerbahçe, incluindo os dois da virada por 2 a 1 em 2014, em dois chutaços de fora da área. Veja abaixo:

Em 2017, o craque deixou o Galatasaray para jogar no Nice, mas pouco entrou em campo. No ano seguinte, ganhou alguns dólares no futebol do Catar até se aposentar em definitivo em 2019 após 17 anos de carreira. Depois de pendurar as chuteiras, o craque decidiu construir um centro de memória em sua cidade natal, com troféus e detalhes de sua trajetória. Em 2021, foi eleito para o Hall da Fama da Inter e, em uma enquete da revista Voetbal International, foi escolhido como o melhor cobrador de faltas da história do futebol holandês. Com um auge curto, porém marcante, Wesley Sneijder sem dúvida foi um dos melhores e mais talentosos meio-campistas de sua geração e uma referência da Holanda nas Copas do Mundo de 2010 e 2014. Se faltou uma taça pela laranja, sobrou talento, números expressivos e o recorde de ter sido o jogador com mais partidas da história da seleção e membro da trindade que por pouco não conquistou o mundo. Um craque imortal.

Números de destaque:

Disputou 180 jogos e marcou 58 gols pelo Ajax.

Disputou 66 jogos e marcou 11 gols pelo Real Madrid.

Disputou 116 jogos e marcou 22 gols pela Internazionale.

Disputou 175 jogos e marcou 46 gols pelo Galatasaray.

Disputou 134 jogos e marcou 31 gols pela seleção da Holanda.

Deu 177 assistências na carreira.

Disputou 709 jogos e marcou 187 gols na carreira.

 

 

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