Nascimento: 22 de Abril de 1982, em Gama, DF, Brasil.
Posições: Meia e Atacante
Clubes: São Paulo-BRA (2001-2003 e 2014), Milan-ITA (2003-2009 e 2013-2014), Real Madrid-ESP (2009-2013) e Orlando City-EUA (2014-2017).
Principais títulos por clubes: 1 Torneio Rio-SP (2001) e 1 Supercampeonato Paulista (2002) pelo São Paulo.
1 Mundial de Clubes da FIFA (2007), 1 Liga dos Campeões da UEFA (2006-2007), 1 Supercopa da UEFA (2007), 1 Campeonato Italiano (2003-2004) e 1 Supercopa da Itália (2004) pelo Milan.
1 Campeonato Espanhol (2011-2012), 1 Copa do Rei (2010-2011) e 1 Supercopa da Espanha (2012) pelo Real Madrid.
Principais títulos por seleção: 1 Copa do Mundo da FIFA (2002), 2 Copas das Confederações (2005 e 2009) e 1 Superclássico das Américas (2014) pelo Brasil.
Principais títulos individuais e Artilharia:
Melhor Jogador do Mundo pela FIFA: 2007
Ballon d’Or: 2007
Melhor Jogador do Ano do FIFPro: 2007
Eleito para o FIFPro World XI: 2006, 2007 e 2008
Eleito para o Time do Ano da UEFA: 2006, 2007 e 2008
Melhor Jogador do Ano da UEFA: 2006-2007
Melhor Atacante do Ano da UEFA: 2006-2007
Melhor Meia do Ano da UEFA: 2004-2005
Melhor Jogador de Clube do Ano da UEFA: 2006-2007
Maior Assistente da Liga dos Campeões da UEFA: 2004-2005 (5 assistências) e 2011-2012 (5 assistências)
Pallone d’Argento: 2006-2007
Jogador do Ano da revista World Soccer: 2007
Jogador Estrangeiro do Ano na Série A: 2004, 2006 e 2007
Jogador do Ano na Série A: 2004 e 2007
Bola de Ouro da revista Placar: 2002
Bola de Prata da revista Placar: 2002
Eleito para o Time do Ano da América do Sul: 2002
Eleito para o Best XI da Copa Ouro da CONCACAF: 2003
Melhor Meia do Mundo pela IFFHS: 2007
Onze d’Or: 2007
Bola de Ouro do Mundial de Clubes da FIFA: 2007
Maior Assistente do Mundial de Clubes da FIFA: 2007 (3 assistências)
Maior Assistente da Copa do Mundo da FIFA: 2010 (3 assistências)
Eleito uma das 100 pessoas mais influentes do mundo pela TIME: 2008 e 2009
Marca Legend Award: 2009
Bola de Ouro da Copa das Confederações: 2009
Eleito para o Hall da Fama do Milan: 2010
MLS All-Star: 2015, 2016 e 2017
MLS All-Star Game MVP: 2015
Artilheiro da Liga dos Campeões da UEFA de 2006-2007: 10 gols
Eleito para o Time dos Sonhos do São Paulo do Imortais: 2021
Eleito para o Time dos Sonhos do Milan do Imortais: 2021
“Arrankadas ao Topo do Mundo”
Por Guilherme Diniz
Ele não obedecia ao estereótipo de jogador de futebol tão comum no Brasil. Na juventude, o esporte não era seu único caminho. Havia outros, mas ele escolheu a bola. E, com a concorrência ferrenha à sua volta, teve uma certeza: ou ele jogava como nunca ou seria atropelado. Por isso, ele arrancou. E arrancou. Ano após ano, cresceu de produção. Virou uma promessa. E, quando mais seu time precisou dele, lá estava o garoto marcando dois gols e dando um título inédito ao São Paulo Futebol Clube. Um ano depois, lá estava ele fazendo a festa no Japão com o título da Copa do Mundo pela seleção. Na época, ainda meio sem jeito, ele ainda arrancava. Depois daquele ano, passou a arrankar. De maneira imparável. E assim ele foi parar no Milan, então melhor time do planeta, já com dois meias extraordinários em seu elenco – Rivaldo e Rui Costa. Qual a chance daquele garoto se dar bem? Oras, ele tinha talento de sobra. Era um atleta moderno. Não dependia apenas da técnica nem dos dribles. Tinha visão de jogo, explosão, físico, consciência tática. E chutava… Ah, como chutava! E como fazia golaços!
De 2004 até 2008, viveu o auge. Suas arrankadas em direção ao gol o levaram ao topo do planeta. Foi o Melhor Jogador do Mundo pela FIFA em 2007. Conduziu o Milan ao título europeu e ao título do Mundial de Clubes. Enfim, faturou tudo o que um jogador de futebol pode sonhar em um curtíssimo espaço de tempo. Baixar a guarda? Jamais. Sempre foi profissional. E só não foi ainda mais longe porque as lesões em sequência prejudicaram demais sua carreira. Ricardo Izecson dos Santos Leite, mais conhecido como Kaká, foi um dos mais talentosos jogadores da história do futebol brasileiro e mundial, até hoje o último brasileiro a vencer o prêmio individual máximo da FIFA.
Ídolo do São Paulo e do Milan, Kaká marcou época, colecionou uma legião de fãs e foi um raro exemplo de profissionalismo em todos os clubes que passou. As tais das “arrankadas” foram sua marca registrada e o estilo inconfundível de jogo de um craque que só sossegava quando marcava o gol(aço) ou dava um passe para seu companheiro. Ele não fazia firulas. Era objetivo. Brilhante. Decisivo. Um jogador moderno. É hora de relembrar a trajetória desse grande craque.
Sumário
Da capital ao Morumbi
Nascido em Gama, no Distrito Federal, Kaká levou um tempo até se estabelecer em São Paulo. Aos quatro anos, foi morar em Cuiabá (MT) e ficou até os sete, quando desembarcou em SP. O nomadismo era culpa do pai, renomado engenheiro civil, que dava boas condições ao garoto de classe média. Após viver um período em Perdizes, foi morar no Morumbi, e, apaixonado por esportes como era, virou sócio do São Paulo aos oito anos. Na infância, estudava de manhã e passava a tarde jogando futebol de salão e de campo no clube, começando a chamar a atenção de todos pela habilidade e controle de bola, além das impetuosas investidas ao ataque. Quando chegou ao amador, aos 12, já era uma promessa de grande futuro. No entanto, alguns anos depois, um susto quase encerrou precocemente essa trajetória. Em 2000, com 18 anos, enquanto se divertia em um parque aquático, o jovem desceu por um escorregador e, ao cair na piscina, bateu a cabeça no fundo e acabou fraturando a sexta vértebra. Kaká teve que ficar 50 dias com um colete cervical e por muito pouco não sofreu consequências maiores, como uma paralisia.
Ele ficou dois meses sem jogar e voltou aos poucos para retomar seu espaço e buscar uma vaga no time principal do São Paulo. Mesmo sendo de classe média, o jovem não sofreu preconceito por ter melhores condições do que a maioria dos garotos no clube, que tinham no futebol a única esperança, ao contrário dele, que tinha outras opções caso não desse certo no esporte. Na verdade, essa disparidade social motivou ainda mais Kaká, que sabia que ele teria que se esforçar mais para poder superar os “concorrentes”. E, com muito profissionalismo, ele conseguiu seu espaço no time profissional já no começo de 2001, quando estreou pelo time titular em fevereiro, no empate em 1 a 1 contra o Botafogo, pelo Torneio Rio-SP, no Morumbi. Curiosamente, seria nessa competição e contra o mesmo adversário que o jovem iria despontar para o futebol.
De Cacá para Kaká
Já em seu segundo jogo, Kaká (que ainda era conhecido como Cacá, com dois ‘cês’), marcou seu primeiro gol na vitória por 4 a 2 sobre o Santos, pelo Campeonato Paulista. Com o talento visível, ele foi ganhando cada vez mais chances e rapidamente conquistou a simpatia da torcida, que queria o jogador no time titular, embora o técnico tricolor na época, Oswaldo Alvarez, o Vadão, dissesse que ainda era cedo para o jovem ser um dos 11 principais. Só que o técnico teve que apostar no garoto em um delicado momento do time um mês depois, na final do Torneio Rio-SP contra o Botafogo.
Após vencer o primeiro jogo por 4 a 1, o tricolor poderia até perder que ainda sim ficaria com o título inédito. O alvinegro fez 1 a 0 no primeiro tempo e sufocava o time paulista na segunda etapa. Precisando de um vigor extra, Vadão colocou Cacá na vaga de Fabiano e, em apenas dois minutos, o jovem acabou com o jogo: empatou aos 35’ e virou aos 37’, decretando a vitória por 2 a 1 e o título do São Paulo, já com dois gols que lhe seriam bem característicos: domínio de bola pleno e uma frieza impressionante na conclusão, sem firulas. Foi uma festa gigantesca no Morumbi e uma avalanche de repórteres pra cima do garoto, que não sabia como reagir diante da fama e idolatria instantâneas.
Ele teve que ser escoltado por quatro seguranças até a volta para casa. Durante o assédio, até um retrovisor de seu carro foi quebrado. A partir daquele dia, o Cacá viraria Kaká, que ganhou as capas de diversas publicações e a idolatria da torcida, principalmente das garotas, que começaram a ir em peso ao Morumbi e viraram as “kakazetes”, com cartazes, gritos histéricos e um assédio como se ele fosse um astro da música ou do cinema.
Em tempos sem redes sociais, as cartas eram a maneira que as fãs encontravam para tentar um contato com o jogador, que recebia de 10 a 15 por semana. A fama de bom moço e a sensatez nas entrevistas rapidamente colocaram o jovem em outro patamar e renderam até comparações com Raí, eterno ídolo tricolor e também meia. Inteligente, falava sobre qualquer assunto sempre com muita segurança, ainda que com uma timidez evidente. E não escondia de ninguém que era evangélico, embora não usasse a religião como ferramenta de marketing – afinal, ele não precisava, pois seu futebol iria falar por si. Na época, Kaká comentou sobre o pós-jogo contra o Botafogo e as comparações com Raí.
“É uma alegria, mas sei que se estiver mal vão me criticar. A torcida estava um pouco irritada. Entrei para tentar mudar o jogo. Na hora do gol, não sabia para onde correr, mas não chorei. Comemorei em casa, com a família. […] As comparações com outros jogadores eu deixo por parte da imprensa. O Raí foi um excelente homem e um grande jogador”. – Kaká, em entrevista à Folha de S.Paulo, 09 de março de 2001.
Com contrato até 2003, Kaká ganhava cerca de 12 mil reais na época e já naqueles meses pós-final do Torneio Rio-SP recebeu sondagens de vários clubes. No entanto, ele ainda queria ficar no São Paulo para crescer de produção e, quem sabe, chegar à seleção brasileira que tentava a classificação para a Copa do Mundo de 2002.
Bola de Ouro e Campeão do mundo
Ao final de 2000, Kaká já tinha conseguido realizar vários objetivos que havia traçado após o fatídico acidente na piscina que marcou sua vida. À época, em matéria da revista Placar, ele disse que havia estipulado 10 metas. E, até o início de novembro de 2001, já havia cumprido sete. Eram as seguintes:
- Voltar a jogar futebol OK;
- Subir para os profissionais OK;
- Figurar entre os 25 que fazem parte do elenco do SPFC durante os campeonatos OK;
- Brigar por uma vaga entre os 18 que sempre se concentram para os jogos OK;
- Ganhar uma vaga de titular OK;
- Jogar o Mundial Sub-20 OK;
- Manter-se como titular do SPFC mesmo após o Mundial OK;
- Ser convocado para a seleção principal;
- Jogar na seleção principal;
- Transferir-se para algum grande clube da Itália ou da Espanha.
Em novembro, o jogador alcançou a oitava meta com a convocação para a seleção principal (vale lembrar que no Mundial sub-20, o Brasil foi até as quartas de final, mas acabou eliminado por Gana. Kaká fez um gol nos 4 a 0 sobre a Austrália, nas oitavas) e jogou pela equipe no amistoso contra a Bolívia, em janeiro de 2002. Pronto. Nove dos 10 objetivos estavam alcançados! Só o último que iria ficar para depois, pois ele ainda queria marcar seu nome no São Paulo naquele ano de 2002. Kaká era a principal esperança do tricolor para a disputa do Campeonato Brasileiro, competição que teria seu último ano com o sistema de turno único e mata-matas na segunda fase. Era a chance de um grande título depois das decepções no Torneio Rio-SP e na Copa do Brasil, com derrotas para o Corinthians em ambos os torneios.
O time paulista foi líder incontestável com 52 pontos em 25 jogos, com 16 vitórias – dez consecutivas – e apenas cinco derrotas. Kaká, Júlio Baptista, Luís Fabiano, Fábio Simplício e Rogério Ceni eram as estrelas do elenco que buscava um troféu que não vinha desde 1991. Favorito disparado, o São Paulo encarou o Santos de Robinho e Diego, o 8º colocado na fase inicial. E, contra todos os prognósticos, o alvinegro venceu os dois jogos: 3 a 1 na Vila (com o gol de honra do São Paulo marcado por Kaká) e 2 a 1 no Morumbi. A eliminação foi um duro golpe às pretensões de Kaká e do São Paulo, que passaria por mais três anos de sofrimento até encerrar o jejum de grandes títulos em 2005.
Mesmo com a eliminação, Kaká foi eleito o melhor jogador do Brasileirão e ganhou a Bola de Ouro, quebrando um paradigma de que o craque do torneio deveria ser do time campeão – algo que não acontecia desde 1996, quando Djalminha levou o prêmio jogando pelo Palmeiras, sendo o Grêmio o campeão daquele ano. Kaká foi o segundo mais jovem a faturar o prêmio e coroou um ano marcante para sua carreira. Ele anotou 23 gols pelo São Paulo na temporada e ainda esteve no grupo da seleção brasileira que venceu a Copa do Mundo de 2002, no Japão e na Coreia do Sul. Kaká disputou apenas uma partida, contra a Costa Rica, na primeira fase, e permaneceu em campo por 22 minutos, curiosamente o emblemático número de sua camisa mais famosa.
Ele foi reserva durante a campanha e quase jogou a final contra a Alemanha, mas o árbitro encerrou a partida sem que ele pudesse entrar nos minutos finais, frustrando o jovem, que só faltou berrar para o carequinha Pierluigi Colina deixá-lo sentir o gostinho de disputar uma final de Mundial. Mesmo sem ser titular, aquele título, segundo o próprio Kaká, foi o mais importante de sua carreira.
Mágoas, lesões e a proposta do Milan
Em 2003, Kaká começou a lidar com o assédio cada vez maior da mídia e fãs. Ele recebia mais de 30 convites por mês para participar de eventos e até bailes de debutantes (!), uma agenda tão intensa que saiu totalmente do controle. Os jogos em sequência pelo São Paulo e pela seleção sub-23, além da vontade de não ficar de fora e o estresse do cotidiano fizeram Kaká sofrer as primeiras lesões em momentos que o tricolor mais precisava dele, como nas finais do Campeonato Paulista, quando ele só atuou no primeiro jogo e machucou a coxa, ficando de fora da partida final – o Corinthians acabou campeão.
Mesmo tranquilo, o jovem de apenas 21 anos começou a sentir o peso de uma vida social muito intensa e teve que ser blindado por sua equipe para não sofrer ainda mais. E, claro, a cobrança da exigente torcida tricolor crescia dia após dia, pois todos queriam que ele, sozinho, resolvesse os problemas de um time que na época não conseguia bater de frente com Santos e Cruzeiro, por exemplo, os grandes esquadrões de 2003.
Em algumas partidas, Kaká tentava decidir em suas arrancadas ao invés de tentar tabelas ou um passe mais simples, atitude que começou a irritar os companheiros dentro de campo. Oswaldo de Oliveira, técnico do São Paulo na época, ajudou o jogador a se desvencilhar disso para que ele não se sentisse culpado após resultados ruins, pois ele não podia resolver tudo. Kaká não fugia do embate, como se diz, mas o lado negativo era exatamente a cobrança excessiva que ele se impunha no time. Com o ganho de dez quilos de massa muscular após um intenso trabalho físico no São Paulo, Kaká em breve poderia desfrutar daquele novo condicionamento.
Mas, com o time mal e a ira da torcida crescendo a cada dia – além de ele participar de apenas dez dos 25 jogos do São Paulo no Brasileiro até aquele início de segundo semestre de 2003 -, Kaká não via alternativas: deixar o clube. E, com duas boas propostas na mesa – uma do Chelsea e outra do Milan -, ele decidiu pela que mais lhe convinha e estava lá na sua listinha de dez objetivos: jogar no futebol italiano.
Com isso, em agosto, o jogador aceitou abrir mão dos 15% a que teria direito – cerca de 1,3 milhão de dólares – para realizar o sonho de jogar em um grande clube da Europa por cerca de 8,5 milhões de dólares, um valor ridículo para a época e para um jogador do nível dele. Até o mandatário do Milan naquele ano, Silvio Berlusconi, disse que o preço era “de banana”. Mesmo com a mágoa de deixar o tricolor tão cedo e o excesso de cobrança da torcida, ele não quis dizer adeus, apenas um “até logo”. “Tenho um amor muito grande pelo clube. É apenas um até logo, pois pretendo voltar a jogar aqui”, disse o jogador em agosto de 2003. A ânsia em atuar fora do país era tanta que Kaká nem se deu conta da concorrência que teria pela frente. O jogador revelou anos depois que um diretor tricolor disse para ele: “você sabe quem é titular no Milan na sua posição? Rui Costa. E tem o Rivaldo também”. Kaká foi direto: “o máximo que pode acontecer é eu aprender com esses craques!”. Bem, o resto é história. Como você vai ler agora…
O titular da maglia 22
Não havia ambiente melhor para um jovem como Kaká no Milan de 2003. Ele teria ao seu lado os brasileiros Dida, Cafu, Roque Júnior, Serginho, Rivaldo e ainda o dirigente Leonardo, ex-jogador e fundamental na negociação do craque. Esse apoio de compatriotas ajudou bastante em sua adaptação e fez com que ele recebesse muita confiança do elenco e do técnico Carlo Ancelotti, que seria o principal comandante do jogador em sua carreira. O respeito mútuo e a crença do italiano no talento do brasileiro foram fundamentais para que o camisa 22 conquistasse seu espaço rapidamente.
Kaká disputou três amistosos em agosto de 2003 e estreou pela equipe na vitória por 2 a 0 sobre o Ancona, pelo Campeonato Italiano, jogo em que o brasileiro já deu um passe maravilhoso para o atacante Shevchenko marcar um dos gols. Aquele cartão de visitas catapultou de vez o jovem ao time titular e a posição foi confirmada após uma atuação de gala na vitória por 3 a 1 no clássico contra a Internazionale, no qual Kaká marcou um gol e ainda mostrou personalidade ao encarar o argentino Kily González, em um lance de disputa de bola que o nerazzurri tentou intimidar o brasileiro, mas foi confrontado por Kaká, que disse na época que “precisava se impor naquele momento para mostrar que estava ali de fato, que vinha para ficar e não era só um garoto”. Kaká também deixou sua marca nos 3 a 2 sobre a Inter no returno do campeonato.
A conquista do torcedor foi um caminho natural para o meia, que foi direto para as capas dos jornais italianos e ganhou até música nas arquibancadas do San Siro:
“Siam venuti qua, Siam venuti qua, Per vedere giocare Kaká!” (Nós viemos aqui, nós viemos aqui, para ver o Kaká jogar!”)
A ascensão meteórica do brasileiro surpreendeu a todos, inclusive internamente no Milan. Desbancar de uma vez só Rui Costa e Rivaldo foi algo enorme, impressionante – em alguns jogos, o técnico Ancelotti deixou Inzaghi no banco só para poder acomodar Kaká e Rui Costa! Os planos eram de que o brasileiro ficaria no banco por uma temporada, entrasse em algumas partidas para depois ganhar uma vaga no time. Mas já ser titular assim, jogando ao lado daqueles gigantes do futebol como Dida, Maldini, Nesta, Seedorf, Pirlo, Shevchenko? Ma che cosa!
Kaká também passou a ser um fenômeno nas vendas de camisas e entrou no top 5 da adidas, em uma seleta lista dos atletas mais importantes ligados à empresa alemã na época. Kaká passou a figurar ao lado de Beckham, Ballack, Zidane e Raúl, tirando desse grupo o goleiro alemão Oliver Kahn. “Só” isso… E mais: ele virou o primeiro latino-americano a figurar em campanhas mundiais da marca alemã! Em campo, Kaká marcou dez gols em 30 jogos e foi um dos destaques na campanha do título italiano do Milan na temporada 2003-2004. No total, o brasileiro disputou 45 jogos e marcou 14 gols, além de vencer vários prêmios individuais, como o de melhor jogador da Série A do Calcio. As decepções foram os revezes na final do Mundial de Clubes (derrota nos pênaltis para o Boca Juniors-ARG) e nas quartas de final da Liga dos Campeões da UEFA (para o Deportivo La Coruña-ESP).
Locomotiva de ataque
Na temporada 2004-2005, Kaká foi o jogador que mais disputou jogos pelo Milan, superando até o goleiro Dida! Foram 51 partidas e atuações magistrais que levaram o craque ao topo do futebol europeu e mundial. Ele já era uma unanimidade e seu talento comentado e elogiado por todos. Com uma explosão muscular impressionante e arrancadas fulminantes, além de um grande controle de bola, vê-lo em ação era um deleite para qualquer amante do futebol. E, quando o craque partia em direção à defesa adversária e engatilhava um contra-ataque, dificilmente a bola não ia parar dentro do gol. O brasileiro chegava cada vez mais perto do auge e era titular, inclusive, na seleção brasileira.
Ficou em evidência também em seu período no Milan o jeito de ser do craque, que não conseguia separar o Kaká pessoal do profissional. Por isso ele deixava a fé transparecer em campo com camisetas personalizadas e os braços para cima agradecendo a Deus sempre após marcar um gol. Isso, claro, gerou críticas, mas ele sempre soube das consequências de suas escolhas. “Escolha como você quer ser criticado, porque de um jeito ou de outro, vão te criticar”, disse o brasileiro anos depois, em entrevista concedida em 2018 ao programa “Grande Círculo”, do SporTV. Mas isso em nada abalou a idolatria e reverência dos fãs do esporte pelo brasileiro, que era autêntico tanto em campo quanto fora dele.
Após perder a liderança no Campeonato Italiano para a Juventus, o Milan acabou priorizando a Liga dos Campeões da UEFA na segunda metade da temporada. E, depois de superar Manchester United-ING, a rival Inter e o PSV-HOL, o Milan foi à Istambul para a disputa da final contra o Liverpool-ING. Favorito, o time italiano abriu 3 a 0 no primeiro tempo com outra atuação soberba de Kaká, que participou do segundo gol – após dar uma arrancada e tocar para Shevchenko municiar Crespo – e também do terceiro, ao dar um passe sensacional para Crespo fazer mais um. Milan campeão da Europa? Não… Na segunda etapa aconteceu o “Milagre de Istambul”, o Liverpool empatou e venceu nos pênaltis por 3 a 2. Kaká e Tomasson foram os únicos a marcar para o Milan, enquanto Serginho, Pirlo e Shevchenko erraram. Aquela foi uma das maiores derrotas da carreira do brasileiro.
Em junho, a volta por cima veio pela seleção brasileira na conquista da Copa das Confederações de 2005, quando o Brasil superou a Alemanha na semifinal (3 a 2) e goleou a Argentina na decisão por 4 a 1, com um gol anotado por Kaká. Ao lado de Adriano e Ronaldinho, o brasileiro era um dos destaques de um time que simplesmente deu show no torneio e ratificou ainda mais a condição de favorito para a Copa do Mundo de 2006. Nas Eliminatórias, Kaká fez grandes jogos, marcou golaços e manteve a boa fase, claro, no Milan, pelo qual fez uma obra-prima em partida contra o Fenerbahçe pela Liga dos Campeões.
Veja o golaço:
A queda na Copa
Em 2006, Kaká era uma das esperanças do Brasil no Mundial da Alemanha. Ele era um dos integrantes do “quadrado mágico”, ao lado de Adriano, Ronaldinho e Ronaldo. Embora em fevereiro o meia tenha ficado cinco semanas afastado por causa de uma lesão na perna direita, ele conseguiu se recuperar e marcou um lindo gol na estreia do Brasil na Copa, contra a Croácia, garantindo o 1 a 0. No entanto, ele sozinho não conseguiu ajudar um time bagunçado e sem vontade, que era excepcional no papel, mas letárgico e sem alma em campo.
Ele foi um dos poucos que mostrou vontade na campanha brasileira que terminou nas quartas de final, após derrota por 1 a 0 para a França. Ronaldo não foi decisivo, Ronaldinho simplesmente desapareceu, Adriano não “imperou” como na Internazionale, Cafu e Roberto Carlos não jogaram nada e o Brasil deu adeus ao sonho do hexa. Anos depois, Kaká admitiu que faltou alguém para “bater na mesa” e exigir mais foco dos jogadores na época. E que muitos, por já terem uma Copa no currículo e todos os títulos possíveis, não se entusiasmaram como deveriam.
Mas o brasileiro estava prestes a alcançar um momento único em sua carreira. E um aperitivo veio em setembro de 2006, em amistoso contra a Argentina, quando ele fechou os 3 a 0 sobre os hermanos – fregueses da seleção na época – com um golaço histórico, deixando para trás um novato Messi… Na temporada 2006-2007, com a saída de Shevchenko do Milan, Kaká iria assumir de vez o protagonismo do rossonero. E o mundo iria se render de vez ao talento do camisa 22.
O número 1
No auge da forma física, entrosado ao máximo com os companheiros de Milan e querendo dar a volta por cima após a Copa do Mundo, Kaká fez de 2006 e 2007 seus melhores anos da carreira. O que o brasileiro jogou foi simplesmente um absurdo. Ele foi decisivo, histórico, goleador, letal. E transformou a Liga dos Campeões da UEFA em um palco para seus recitais. Na primeira fase, o craque marcou um gol nos 3 a 0 sobre o AEK-GRE, fez o tento da vitória por 1 a 0 sobre o Anderlecht-BEL, e três gols (um deles uma pintura de fora da área) nos 4 a 1 sobre os mesmos belgas, em Milão. Nas oitavas de final, após o 0 a 0 na ida contra o Celtic-ESC, Kaká arrankou do meio de campo ao seu estilo e só foi parar após marcar o golaço da vitória por 1 a 0 na partida de volta. Nas quartas, o brasileiro fez um gol no empate em 2 a 2 contra o Bayern-ALE, em Milão, e, nas semis, simplesmente destruiu o Manchester United-ING de Cristiano Ronaldo e companhia.
No primeiro jogo, em Old Trafford, o brasileiro marcou os dois gols na derrota por 3 a 2 para os ingleses, mas foi uma derrota totalmente reversível para a volta, em Milão. Mais do que isso, o jogo ficou marcado pelo gol épico do brasileiro ainda no primeiro tempo, para ajudar o Milan a virar o jogo. Ele ganhou a dividida com o adversário, aplicou um chapéu no argentino Heinze, tirou mais um marcador com um toque de cabeça e fuzilou o goleiro Van der Sar com um chute no canto. Que golaço! Uma obra-prima para ser vista e revista incontáveis vezes:
A própria torcida do Manchester United aplaudiu o jogador após esse golaço, em reverência ao talento do brasileiro no Teatro dos Sonhos. De fato, aquilo era um sonho se tornando realidade! Na partida de volta, o Milan venceu por 3 a 0 (com outro gol de Kaká) e alcançou mais uma final europeia. O adversário foi o Liverpool, mesmo algoz de 2005. Mas o Milan estava tarimbado e havia aprendido com os erros. Nada de fazer muitos gols no primeiro tempo. Os italianos fizeram um no primeiro e um no segundo e venceram por 2 a 1, com dois gols de Inzaghi, sendo o segundo originado após um passe magistral de Kaká, que enganou a marcação e deixou o companheiro livre na grande área. O Milan conseguiu sua vingança, faturou a sétima Liga dos Campeões de sua história e Kaká foi eleito o melhor jogador do torneio, além de ser o artilheiro com 10 gols.
Em junho, o jogador fez uma operação para corrigir os problemas de miopia e astigmatismo que o obrigavam a utilizar lentes de contato. Após a cirurgia, voltou tinindo, fez um gol na vitória por 3 a 1 sobre o Sevilla na final da Supercopa da UEFA e conduziu o Milan ao título do Mundial de Clubes da FIFA com um golaço contra o Boca Juniors-ARG na decisão e passe para o primeiro gol, de Inzaghi, e o quarto gol, também de Inzaghi, no triunfo por 4 a 2.
Naquele mesmo mês de dezembro de 2007, o brasileiro venceu o prêmio de Melhor Jogador do Mundo pela FIFA e também o Ballon d’Or da revista France Football, coroando um ano mágico, único, incontestável. Kaká seria o último jogador brasileiro eleito o melhor do mundo pela FIFA até a ascensão de Cristiano Ronaldo e Messi, que iriam polarizar a premiação nos anos seguintes. O brasileiro estava tão no topo que, em 2008 e 2009, ele apareceu até na revista TIME entre as 100 pessoas mais influentes do mundo.
Quando as pernas pedem descanso e a mudança de casa
O ritmo intenso de jogos somado ao grau de exigência de Kaká após o título de Melhor Jogador do Mundo começaram a cobrar um alto preço do jogador a partir de 2008. Em fevereiro, ele levou uma pancada no joelho esquerdo e teve que passar por uma artroscopia que o tirou dos gramados por quase três meses. Mesmo assim, ele marcou 19 gols em 41 jogos – seu melhor número de gols pelo clube rossonero, a exemplo dos mesmos 19 anotados na temporada 2005-2006. Ainda em 2008, Kaká recebeu o diagnóstico de pubalgia, problema que iria persegui-lo por um bom tempo, principalmente na virada da década. Em 2009, mesmo sem títulos pelo Milan, o jogador marcou 16 gols no Campeonato Italiano e foi o artilheiro do time na competição, embora tenha perdido alguns jogos entre fevereiro e abril por causa de uma lesão no tornozelo esquerdo. O Milan já não tinha a força de antes e não conseguia brigar com a rival Inter nem com a Juventus, que passariam a dominar o cenário italiano na época.
Em janeiro de 2009, muitos especularam que o Manchester City, “novo rico” do continente, estava disposto a desembolsar mais de 105 milhões de euros por Kaká, no que seria a maior contratação da história do futebol. O brasileiro era o primeiro nome do projeto que a equipe inglesa propunha a fim de subir de patamar. No entanto, Kaká não queria ser “o primeiro” e preferia jogar em uma equipe mais estabelecida. O Milan pressionou o jogador e tentou fazê-lo mudar de ideia, mas ele permaneceu irredutível.
Kaká seguiu no clube de Milão e ajudou o time a se classificar para a Liga dos Campeões da UEFA com um gol e um passe para a vitória por 2 a 0 sobre a Fiorentina, na última rodada do Calcio. Até que, em junho de 2009, o Real Madrid fez uma proposta de 65 milhões de euros e conseguiu contratar o meia brasileiro, que se tornou a segunda contratação mais cara da história, atrás dos 76 milhões pagos pelo mesmo Real Madrid à Juventus anos antes na compra de Zidane. Kaká encerrou aquela trajetória de seis anos no Milan com 270 jogos, 95 gols e cinco títulos, além de dezenas de honrarias individuais, um Ballon d’Or e o troféu de Melhor do Mundo pela FIFA.
Pela seleção, Kaká contornou a desconfiança do técnico Dunga em 2009 e foi um dos principais nomes da equipe na conquista da Copa das Confederações, com destaque para um golaço contra o Egito na fase de grupos. Ele liderou tecnicamente o time durante a campanha e também na vitória sobre os EUA por 3 a 2 na decisão. O craque foi eleito o melhor do torneio e ratificou sua importância no time canarinho.
Mais lesões e a terceira grande derrota
A chegada de Kaká ao Real Madrid foi cercada de expectativa pela ambição do presidente eleito Florentino Pérez, que queria iniciar uma nova era Galáctica no clube madrileno a exemplo da vivida na virada do milênio – dias depois, ele trouxe Cristiano Ronaldo, ex-Manchester United. Kaká esperava corresponder e ajudar o time na busca por taças, mas justamente em 2009 o Barcelona começaria uma histórica hegemonia tanto na Espanha quanto na Europa. Além disso, Cristiano Ronaldo iniciaria a fase mais laureada da carreira, ofuscando o brasileiro. Para piorar, as lesões voltaram com força, principalmente as pubalgias, além de uma contratura muscular sofrida em março de 2010 que o deixou 43 dias longe dos gramados.
Sem paciência, a torcida começou a pegar no pé do jogador, que via na Copa do Mundo a chance de redenção. Mas os problemas físicos pesaram mais uma vez. Sem a explosão de antes e longe de estar 100%, o brasileiro não conseguiu conduzir a seleção a uma boa campanha, chegou até a ser expulso na primeira fase, na vitória por 3 a 1 sobre Costa do Marfim, e o Brasil caiu já nas quartas de final contra a Holanda, após derrota de virada por 2 a 1.
Sem espaço
Após o Mundial, Kaká teve que operar o joelho por causa de um problema no menisco e ficou sete meses sem jogar. Ele só voltaria a engatilhar uma boa sequência de partidas em 2012, mas quase sempre saindo do banco de reservas, pois o técnico do Real Madrid na época, o português José Mourinho, não dava muitas chances ao brasileiro, pois ele preferia Özil no esquema tático merengue. Kaká vez ou outra discutia com o treinador porque sabia que poderia ajudar a equipe. Ele sempre deixava bem claro seu ponto de vista, discordava do português, mas respeitava a opinião do treinador.
Era um claro desperdício um jogador como Kaká permanecer tanto tempo no banco de reservas, mas o próprio brasileiro admitiu anos depois que ele acreditava que iria dar certo no clube, mas as lesões e Mourinho realmente não deixaram. A temporada que Kaká disputou mais partidas pelo Real foi a de 2011-2012, na qual ele atuou em 40 jogos e marcou oito gols, sendo cinco tentos na campanha do título do Campeonato Espanhol, a principal taça do jogador com a camisa merengue.
Em 2013, enfim, Kaká deixou o Real para voltar ao Milan, vestindo novamente a camisa 22. Na despedida, o presidente do Real, Florentino Pérez, disse que Kaká foi um dos atletas mais profissionais que ele já viu, prova do profissionalismo do brasileiro mesmo quase não tendo chances no time titular naquele período de quatro anos. A ideia de Kaká era recuperar o ritmo e ser chamado para a Copa do Mundo de 2014, que seria disputada no Brasil. Mesmo jogando regularmente e marcando gols, Kaká acabou de fora da convocação do técnico Felipão. A presença do meia poderia ajudar na questão da experiência e liderança, pois todas as fichas eram depositadas em Neymar, imaturo e sem o perfil profissional que se espera de um grande jogador em um elenco de Copa do Mundo. Bem, o desfecho da história todo mundo conhece: o 7 a 1. Kaká até hoje lamenta a não convocação e tem convicção de que poderia ter ajudado aquele grupo a aguentar as adversidades. O resultado dificilmente iria mudar, pois o elenco era ridículo, mas a mentalidade poderia ser outra. Sem choro nem a palhaçada pré-jogo contra a Alemanha.
Ida aos EUA e retorno ao São Paulo
Após o fim da temporada de 2013-2014, com o Milan longe de uma vaga na Liga dos Campeões, Kaká não renovou seu contrato com o clube italiano e acertou sua transferência para o Orlando City, dos EUA. No entanto, pelo fato de a temporada estadunidense começar apenas em março de 2015, o clube emprestou o meia para o São Paulo de julho até o final de 2014. De volta ao clube que o revelou, Kaká trabalhou bastante a parte física, vestiu a camisa 8, foi reapresentado para mais de 25 mil pessoas no Morumbi e teve tempo para fazer grandes jogos – ele estreou com gol, inclusive, na derrota por 2 a 1 para o Goiás, fora de casa -, além de participar da jogada de um dos gols coletivos mais bonitos do futebol brasileiro na década, contra o Sport, pelo Brasileirão.
Veja abaixo:
Jogando ao lado de Ganso, Pato e Rogério Ceni, além de Muricy Ramalho no comando técnico, o meia foi um dos destaques do time vice-campeão brasileiro naquele ano. Em 2015, Kaká voltou ao Orlando City e foi um dos principais nomes da MLS. Com a camisa 10, o craque venceu vários prêmios individuais, disputou os cobiçados All-Star Games – em 2015, marcou inclusive um gol e deu passe para outro na vitória de seu time por 2 a 1 sobre o Tottenham Hotspur -, e acumulou 24 gols e 22 assistências nas três temporadas de MLS que disputou.
Ele só não conseguiu vencer um título com o Orlando City, quebrando a sequência de seus clubes anteriores. Em 2017, Kaká anunciou sua aposentadoria dos gramados aos 35 anos. Amante do esporte, ele pretende seguir carreira como dirigente esportivo e não descarta uma carreira de técnico.
Para sempre na história
Profissional, correto e talentoso, Kaká foi sem dúvida um dos atletas mais importantes da história do futebol brasileiro no século XXI. Avesso às polêmicas e aos estereótipos, o craque provou em campo sua competência surgindo muito cedo no esporte com uma maturidade impressionante, e, logo em sua primeira temporada no então maior clube do mundo na época, ganhou vaga entre os titulares com atuações inesquecíveis, golaços e passes perfeitos. Quem viu Kaká em campo sabe do que ele foi capaz. E ser o último brasileiro a vencer o prêmio individual máximo da FIFA desde 2007 segue como um desafio aos que buscam um lugar na história. Kaká foi único, moderno, vencedor e decisivo. Um craque imortal.
Números de destaque:
Disputou 153 jogos e marcou 50 gols pelo São Paulo.
Disputou 307 jogos e marcou 104 gols pelo Milan.
Disputou 120 jogos e marcou 29 gols pelo Real Madrid.
Disputou 79 jogos e marcou 26 gols pelo Orlando City.
Disputou 92 jogos e marcou 29 gols pela Seleção Brasileira.
Marcou 238 gols na carreira.
Leia mais sobre os timaços do Milan que tiveram Kaká clicando nos links abaixo!
Extra:
Veja um top 10 com grandes gols do craque.
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Muito bom guilherme kakraque mesmo.sou fiorentina na italia mas de 2003 a 2009 era impossivel nao admirar o que ele jogava no milan.pra mim o meia atacante de maior arranke e explosao que eu vi.dos que vi ate hoje kaka com certeza tem lugar nos 22 do meu time pois marcou uma epoca.a unica ressalva que digo sobre ele a selecao pois eu acho que ele poderia ser mais protagonista.
Kaká é lendário. Muito bom o texto, gostei demaiss.
Obrigado! 🙂
Kaká, por tudo que ele fez merece ser citado aqui como um craque imortal! Um dos últimos que tivemos nesses últimos tempos.
Imortais, você mencionou o Neymar no decorrer no texto. Acho que ele já é um grande jogador, mas precisa mostrar maturidade. Espero que ele conquiste mais vitórias e títulos e termine a carreira de uma forma boa e digna para ser citado nesse site no futuro. Parabéns de novo e continue fazendo a alegria de fãs do futebol. Abraço!
Obrigado pelo comentário, Miguel! Abração! 😀