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Craque Imortal – Giuseppe Meazza

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Nascimento: 23 de Agosto de 1910, em Milão, Itália. Faleceu em 21 de Agosto de 1979, aos 68 anos.

Posição: Centroavante / Atacante / Meia-Atacante

Clubes: Internazionale (1927-1940 e 1946-1947), Milan (1940-1942), Juventus (1942-1943), Varese (1944) e Atalanta (1945-1946).

Principais títulos por clubes: 2 Campeonatos Italianos (1929/1930 e 1937/1938) e 1 Copa da Itália (1939) pela Internazionale.

Principais títulos por seleção: 2 Copas do Mundo (1934 e 1938) pela Itália.

 

“O pai do bicampeonato mundial da Azzurra”

Por Guilherme Diniz

A década de 1930 foi toda dominada pela Itália e por seu futebol. O país era o centro da bola no mundo e sua soberania foi refletida nas duas Copas do Mundo conquistadas em 1934 e 1938. Porém, tais conquistas só foram possíveis graças, principalmente, a um jogador, que não impunha medo (tinha apenas 1,69m de altura), mas causava estragos terríveis nas defesas adversárias: Giuseppe Meazza. O pequenino italiano apelidado de “Il Peppino” foi um dos maiores jogadores de seu país antes da Segunda Guerra Mundial, e foi ídolo máximo na Internazionale de Milão. Sua popularidade e importância foram tão grandes para a equipe e para a cidade de Milão que o estádio San Siro seria rebatizado com seu nome, logo após sua morte, como homenagem. Pudera, afinal, foi lá que Meazza marcou grande parte dos seus mais de 284 gols na carreira. É hora de conhecer melhor a história desse mito da bola.

O início

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Com apenas 16 anos, Meazza iniciou sua promissora carreira na Internazionale, que na época se chamava Ambrosiana devido ao regime fascista que vigorava no país da bota. Rapidamente Meazza começava a chamar atenção pela precisão e rapidez nos dribles, bem como a ótima finalização ao gol. Tais atributos foram fundamentais para garantir na temporada 1929/1930 o título do Campeonato Italiano, com Meazza sendo o artilheiro com 31 gols. A partir daquele ano, ele seria figura constante na seleção italiana, e teria seu grande desafio na Copa de 1934.

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A Copa do Mundo de 1934 foi a primeira realizada no continente europeu, justamente na Itália. Antes do mundial, o ditador Benito Mussolini deixou bem claro aos seus atletas: “vencer ou arcar com as consequências”. Porém, a pressão do fascista não seria tão necessária, afinal, a Itália tinha Meazza e o artilheiro Schiavio, além do ótimo técnico Vittorio Pozzo. A seleção dona da casa começou arrasando ao golear os EUA por 7 a 1, com um dos gols feitos por Meazza. Em seguida, páreo duro contra a Espanha e empate em 1 a 1. No jogo desempate, vitória da Azzurra por 1 a 0 com gol salvador de Meazza logo no começo do jogo. Il Peppino ainda seria fundamental nas vitórias contra a poderosa Áustria de Sindelar por 1 a 0 e na final da Copa contra a Tchecoslováquia por 2 a 1. O craque deixou seu faro de gol de lado para municiar o ataque com passes precisos, diferente do que fazia na Internazionale. Pronto, a Itália era campeã mundial, e Meazza seria eleito o melhor jogador do torneio. Era o começo do estrelato.

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Elegância em campo

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Além de ser fatal com a bola nos pés, Meazza demonstrava um estilo todo peculiar. Sempre entrava em campo com seu uniforme impecável, bem como os cabelos devidamente penteados e molhados. Costumava dormir (muito pouco, apenas umas duas ou três horas por noite…) em bordéis depois dos jogos e adorava carros e mulheres. Seu comportamento era novidade em uma época complicada para os italianos, que viviam o auge do fascismo e da ditadura, que culminariam anos depois com a Guerra.

À espera da Copa

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Justo na melhor época de Meazza a sua Ambrosiana-Inter (de novo o time mudara de nome por conta do fascismo) não conseguia quebrar a hegemonia da Juventus na década de 30. Os alvinegros de Turim venceram cinco campeonatos italianos consecutivos, de 1931 a 1935. O Bologna venceria dois, em 1936 e 1937. Mesmo assim, Meazza foi o artilheiro no torneio de 1935/1936 com 25 gols. O craque via apenas na próxima Copa, que seria disputada na França, a chance de vencer um torneio novamente.

 

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Porém, antes da Copa, Meazza conseguiu um novo Campeonato Italiano em 1937/1938 com a Ambrosiana-Inter. Ele foi novamente artilheiro com 20 gols e voltava a sorrir com seu time do coração. Era o combustível que ele precisava para brilhar novamente com sua seleção.

 

Soberania mundial

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Mal sabiam os amantes do futebol que a Copa de 1938 seria a última antes da Guerra, e que apenas 12 anos depois o planeta veria novamente um mundial. A Europa “cheirava à pólvora”, literalmente, por conta da grande tensão que o continente vivia. Porém, a Copa foi realizada, e a Itália mostraria porque era a melhor seleção de toda a década.

A equipe estreou com vitória sobre a Noruega por 2 a 1. Em seguida, venceu a França, dona da casa, por 3 a 1, com dois gols do mágico atacante Piola. Na semifinal, o adversário seria o Brasil, que contava com Leônidas da Silva e Domingos da Guia. Porém, Leônidas não jogou e fez muita falta. A Itália venceu por 2 a 1, com um gol de Meazza, e carimbou a vaga para a grande final.

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A Itália encarou na final a forte seleção da Hungria. Os italianos abriram o placar com Colaussi aos 6´. Dois minutos depois, Titkos empatou para a Hungria. Piola, sempre ele, deixou a Azzurra em vantagem aos 19´. Colaussi ampliou aos 35´. No segundo tempo, Sarosi diminuiu para os húngaros, mas Piola fez mais um e garantiu o resultado de 4 a 2 e o bicampeonato mundial para a Itália. Era a consagração de Meazza e companhia como os melhores jogadores do planeta. Il Peppino novamente foi o garçom do time, atuando mais pelo meio, e serviu Piola e Colaussi de maneira perfeita, juntamente com outro grande meia-atacante: Ferrari. Em quatro jogos, a Itália marcou 11 gols, uma formidável média de 2,8 gols por jogo. Aquela, infelizmente, seria a última Copa de Meazza.

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Outro caneco e a saída

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Meazza conquistaria na temporada 1938/1939 a primeira Copa da Itália da história da Inter, que seria também o seu último título na carreira. Em 1940, o craque decidiu deixar sua querida Ambrosiana-Inter para jogar justamente no maior rival da equipe, o Milan. Mas ele deveria ter esperado um pouco, pois não pôde comemorar o campeonato italiano de 1939/1940 conquistado por seu ex-clube.

No rossonero, Meazza não brilhou, por já estar sentindo o peso da idade e pelas seguidas contusões. Após dois anos no rossonero, Meazza disputou uma temporada na multicampeã Juventus, porém, chegou bem na época em que o Torino começaria o seu show pela Itália com um pentacampeonato italiano. O jogador ainda passaria por Varese (1944) e Atalanta (1945-1946) antes de encerrar a carreira na Internazionale (agora, já com seu nome real) em 1946-1947.

 

O fim da lenda

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Meazza encerrou a carreira como o maior goleador da história da Internazionale com 284 gols e o maior artilheiro do time na história do campeonato italiano com 247 gols. Além disso, foi três vezes artilheiro do campeonato italiano e é o segundo maior artilheiro da história da seleção italiana, com 33 gols, perdendo apenas para Luigi Riva, com 35. Meazza foi referência máxima no futebol italiano em técnica, exuberância e talento com a bola nos pés por uma década inteira. Levou sua seleção a dois títulos mundiais e a sua Inter a dois campeonatos italianos e a uma Copa da Itália em tempos onde o grande titã do país era a Juventus. Seus gols, seu carisma e sua importância o fizeram, para sempre, ídolo em toda Itália, e, principalmente, na Internazionale.

A maior homenagem possível

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Meazza se arriscou como técnico após pendurar as chuteiras, mas não obteve sucesso. Faleceu a dois dias de completar 69 anos, em 1979. Logo em seguida, o estádio San Siro, em Milão, foi batizado com seu nome, como homenagem máxima a um dos maiores jogadores que a Itália já teve, e por ter jogado nos dois clubes de sua cidade natal. Por ser um ídolo nato na Inter, os torcedores se referem ao estádio como Giuseppe Meazza. Os rossoneros do Milan ainda o chamam de San Siro. Picuinhas à parte, o que prevalece é a aura e história de Meazza, um imortal do futebol.

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