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Esquadrão Imortal – Ajax 1985-1987

Ajax 1985-1987
O Ajax de 1987 – Em pé: Marco van Basten, Stanley Menzo, John van’t Schip, Frank Rijkaard, Franck Verlaat e Jan Wouters. Agachados: Sonny Silooy, Aron Winter, Rob Witschge, Peter Boeve e Arnold Mühren.

 

 

Grandes feitos: Campeão da Recopa da UEFA (1986-1987) e Bicampeão da Copa da Holanda (1985-1986 e 1986-1987).

Time-base: Stanley Menzo; Silooy, Verlaat (Ronald Koeman / Blind), Rijkaard (Spelbos) e Boeve; Jan Wouters (Vanenburg), Aron Winter e Arnold Mühren (Scholten); John van ‘t Schip (John Bosman), Van Basten e Witschge (Rob de Wit / Bergkamp). Técnico: Johan Cruyff.

 

 

“O retorno dos totais e um novo mestre para adorar”

 

Por Guilherme Diniz

 

Belgrado, 30 de maio de 1973. Com uma vitória por 1 a 0 sobre a Juventus-ITA no estádio Marakana e diante de mais de 89 mil pessoas, o Ajax conquista seu terceiro título europeu consecutivo e sela a dinastia do Futebol Total no Velho Continente. Foi a consagração de um dos maiores esquadrões de todos os tempos, um time que encantou o planeta jogando um futebol ofensivo, inteligente e ousado, sob os ensinamentos de Rinus Michels e a voracidade de um atleta: Johan Cruyff, principal nome daquele timaço e um dos maiores jogadores do século XX. Após o vice-campeonato mundial na Copa de 1974, o futebol holandês acabou perdendo o protagonismo nos anos seguintes e só na segunda metade dos anos 1980 começou a aparecer de novo graças a dois times: o PSV, multicampeão nacional e campeão europeu em 1988, e o Ajax, que entre 1985 e 1987 foi treinado por ninguém mais ninguém menos que Johan Cruyff, que escolheu seu antigo clube como o pontapé inicial de sua trajetória como treinador.

Assim como nos tempos de atleta, Cruyff mexeu com a lógica, balançou as estribeiras e conduziu o Ajax a títulos marcantes com base na revelação de talentos e, claro, futebol ofensivo e bonito. Rijkaard, Van Basten, Vanenburg, Koeman, Wouters, Witschge, Aron Winter e Bergkamp apareceram para o futebol sob as mãos de Cruyff e colocaram os alvirrubros de Amsterdã novamente no mapa do futebol europeu. É hora de relembrar.

 

A inquietude do craque total

Após se aposentar dos gramados em 1984, Johan Cruyff não aguentou ficar parado nem um ano e já em 1985 decidiu se aventurar na carreira de técnico de futebol. Ele queria continuar o que seu mestre Rinus Michels havia começado lá no final dos anos 1960 e ensinar a mais jovens talentos que o futebol podia ser praticado com beleza, ofensividade e prazer, não apenas como meio de ganhar dinheiro ou ficar famoso. E seu início foi no Ajax, onde teve carta branca da diretoria para implantar seus métodos e trabalhar da maneira que fosse melhor. Logo de cara, o treinador ensinou os jogadores a atuarem no futebol total e a aprenderem a se locomover por todos os espaços do campo e sempre buscar o gol, com um esquema tático baseado no 3-4-3, com três homens versáteis na zaga, quatro no meio de campo, sendo um mais recuado, como volante genuíno, dois mais abertos e um meia bem ofensivo mais centralizado, dois pontas rápidos e habilidosos e um centroavante técnico, com notável senso de posicionamento e que fosse perito na arte da fazer gols.

Van Basten, Cruyff e Rijkaard.

 

 

No começo, os atletas do Ajax penaram para aprender aquele monte de linha, vai ali e corre para lá, mas, aos poucos, foram entrando nos eixos, além de todas as categorias de base do clube obedecerem ao mesmo padrão de jogo. Entre os jovens de talento daquele time, Cruyff olhava com mais atenção para Marco van Basten, um atacante simplesmente sensacional e inteligentíssimo; Danny Blind, zagueiro oriundo do Sparta de Roterdã com ótima visão de jogo e muito seguro; Frank Rijkaard, polivalente que podia jogar na zaga, no meio de campo e até como meia; Aron Winter, meio-campista que aliava força defensiva com ótima presença no ataque; Jan Wouters, outro talento do meio de campo; e Dennis Bergkamp, frio, técnico e sublime com a bola nos pés, que teria suas primeiras chances como profissional justamente pelas mãos de Cruyff. Ajudava também o fato de o Ajax vir de três títulos nacionais entre 1982 e 1985, algo que dava ao time uma mentalidade vencedora muito importante para a sequência do trabalho de Cruyff.

 

Máquina de gols

Cruyff e Van Basten: dupla causou furor no futebol holandês na temporada 1986-1987.

 

 

Em sua primeira temporada como técnico do Ajax, Cruyff fez de seu time um paraíso para que Van Basten se tornasse uma verdadeira máquina de gols. Com bolas vindas de todos os cantos do campo e muita velocidade, o atacante anotou 37 gols no Campeonato Holandês – ele faturou a Chuteira de Ouro da Europa – e ajudou o clube a ter o melhor ataque do torneio com incríveis 120 gols em apenas 34 jogos, uma média de 3,53 gols por partida! O time sofreu 35 gols e teve um saldo de 85 tentos. Mesmo com uma campanha tão avassaladora, o Ajax não foi campeão e viu o título ir para as mãos do PSV, que na época tinha um timaço e ficaria ainda mais forte a partir de 1986 com as idas de Vanenburg e Ronald Koeman, ambos do Ajax, para Eindhoven.

No entanto, a campanha alvirrubra mostrou que a vitória valia mais do que qualquer coisa. O Ajax terminou a competição com 25 vitórias, apenas dois empates e sete derrotas, uma prova de que os comandados de Cruyff preferiam tentar o triunfo ao invés de se contentar com um empate. Na Copa da Holanda, a equipe despachou os rivais pelo caminho e faturou o título com uma vitória por 3 a 0 na final contra o RBC Roosendaal, título que deu ao clube uma vaga na Recopa da UEFA, o segundo mais importante torneio da Europa na época. Os gols foram marcados por John Bosman, que entrou no segundo tempo e anotou dois tentos, e Sonny Silooy. Ao término da temporada 1985-1986, Van Basten acumulou 39 gols em 34 jogos disputados e foi o artilheiro máximo da equipe, seguido de John Bosman, com 23 gols em 27 jogos.

 

Caça ao rival e a saga europeia

Na temporada 1986-1987, o Ajax seguiu em busca do título holandês para interromper a hegemonia do rival PSV. A disputa foi acirrada e o clube de Eindhoven foi mais uma vez campeão com seis pontos à frente do Ajax (59 a 53). Durante a competição, cada um venceu o confronto direto em sua casa – o PSV derrotou o Ajax por 1 a 0 e o Ajax bateu o PSV em Amsterdã por 3 a 0 (dois gols de Van Basten e um de Aron Winter). Sempre em busca da vitória, os comandados de Cruyff mais uma vez empataram pouco – três vezes em 34 jogos – e perderam muito – seis jogos -, enquanto que o PSV empatou cinco jogos e perdeu apenas dois. Foram 27 vitórias para o PSV e 25 para os alvirrubros.

Mesmo sem Koeman e Vanenburg, o Ajax manteve a base do ano anterior e seu estilo de jogo intacto. Muito ofensivo, o esquadrão de Cruyff era perigoso nos contra-ataques e, claro, com Marco van Basten, que estava ainda mais “on fire” naquela temporada. Ele marcou impressionantes 46 gols em 45 jogos disputados, sendo 31 gols em 27 partidas na Eredivisie e seis gols em nove jogos na Recopa da UEFA, um dos principais objetivos dos alvirrubros na época. Na competição continental, o Ajax eliminou o Bursaspor-TUR com 7 a 0 no agregado (no segundo jogo, em casa, o Ajax venceu por 5 a 0 com quatro gols de Bosman!), Olympiacos-GRE, com 5 a 1 no agregado, Malmö-SUE, com 3 a 2 no agregado, e chegou à semifinal para encarar o Real Zaragoza-ESP.

No primeiro jogo, em La Romareda, Ruben Sosa abriu o placar para os espanhóis, mas Witschge empatou três minutos depois. No comecinho da segunda etapa, Bosman virou e ampliou para 3 a 1. Juan Señor, de pênalti, descontou e o confronto ficou relativamente equilibrado para a partida de volta, no Estádio Olímpico de Amsterdã. Diante de quase 48 mil pessoas, o Ajax pulsou junto com sua torcida e abriu o placar logo aos 17’, com Van ‘t Schip. Witschge voltou a ser carrasco dos espanhóis e marcou 2 a 0. No minuto final, Frank Rijkaard apareceu para fazer 3 a 0 e colocar o Ajax na decisão!

O Ajax de 1987: time ofensivo e que conseguia alternar posições de maneira rápida.

 

 
Cruyff ergue o troféu da Recopa.

 

 

Na grande final, no estádio Olímpico de Atenas (GRE), os alvirrubros venceram o Lokomotive Leipzig-ALE por 1 a 0, com um gol de Van Basten, que foi cobrado sem dó por Cruyff antes da final, que disse ao atacante que “iria destruí-lo” ” se ele não chamasse a responsabilidade e definisse a partida. O craque cumpriu com sua missão e iria fazer dos jogos decisivos seu principal palco, como na final da Eurocopa de 1988, pela Holanda, e na final da Liga dos Campeões da UEFA de 1989, pelo Milan-ITA. O artilheiro da Recopa daquele ano foi Bosman, com 8 gols, seguido de Van Basten, com 6 gols.

 

Bicampeões e o adeus de Cruyff

Além do título continental, o Ajax de Cruyff venceu o bicampeonato da Copa da Holanda após derrotar o Den Haag na decisão por 4 a 2, com dois gols de Van Basten e dois de Bosman. Com 36 gols em 47 jogos, Bosman viveu a melhor temporada da carreira e fez de fato uma parceria memorável ao lado de Van Basten. Reconhecido por seu trabalho e pela maneira incisiva e dominante que sua equipe jogava, Cruyff começou a atrair a atenção de dirigentes do Barcelona, que queria voltar aos tempos de glória diante de uma incômoda hegemonia do rival Real Madrid em solo nacional. Em 1988, mesmo ano que a Holanda venceu a Eurocopa sob o comando de Rinus Michels e com vários jogadores lapidados por Cruyff, o time catalão fez uma oferta ao treinador e conseguiu contratá-lo já para a temporada 1988-1989. Era o início de tempos fantásticos na Catalunha. E de entressafra em Amsterdã.

 

À espera dos anos 1990

Uma das formações do Ajax de 1995: Van der Sar, Reiziger, Seedorf, Rijkaard, Kanu e Blind. Agachados: Litmanen, Ronald de Boer, Frank de Boer,Overmars e Finidi George. Um time imortal.

 

 

Com a saída de Cruyff, de Van Basten (o atacante foi fazer história no Milan), Rijkaard (também foi para o Milan), Silooy e Boeve, o Ajax inevitavelmente perdeu força e o técnico Barry Hulshoff, ex-jogador do Ajax lá nos anos 1970, não conseguiu conduzir os alvirrubros às taças. Na final da Supercopa da UEFA, os holandeses foram derrotados pelo Porto. Na Copa da Holanda, caíram logo na segunda fase. Na Recopa, despacharam pelo caminho Dundalk-IRL, Hamburgo-ALE, Young Boys-SUI e Olympique de Marselha-FRA e chegaram na final, porém, foram derrotados pelo surpreendente Mechelen-BEL do goleiro Preud’homme. E, na Eredivisie, outra vez o campeão foi o PSV, que ainda faturou a Liga dos Campeões da UEFA de 1987-1988 e completou o Treble naquela temporada, algo que só o Ajax tinha no país à época.

Mas a torcida do Ajax não precisou esperar muito para novas glórias surgirem. Em 1992, o clube conquistou a Copa da UEFA e, com uma nova safra de talentos, utilizando os ensinamentos de Cruyff e sua estrutura para revelar jogadores, levantou títulos e mais títulos e conquistou a Liga dos Campeões da UEFA de 1994-1995 com um esquadrão espetacular. Era a história sendo repetida por um clube com vocação para o futebol-arte, para shows e para vencer, como foi o Ajax de 1985-1987 e seu craque total de prancheta na mão.

 

Os personagens:

Stanley Menzo: nascido no Suriname, o goleiro chegou ao Ajax em 1983 e permaneceu até 1994. Foi titular absoluto no período sob comando de Cruyff e viveu grandes temporadas. Ele foi o camisa 1 por sete épocas consecutivas até começar a cair de rendimento e sofrer com a concorrência de uma lenda: Van der Sar, que tomou o lugar de Menzo e se transformou no maior goleiro do clube. Menzo conquistou nove títulos pelo Ajax. Foram 339 jogos pelos alvirrubros.

Silooy: com duas passagens pelo Ajax – 1980 até 1987 e 1989 até 1996 – o defensor foi um dos principais jogadores do time na época e se destacava pela regularidade e por poder atuar na lateral-direita e também no miolo de zaga. Conquistou impressionantes 19 títulos pelo Ajax em suas duas passagens e alcançou 355 jogos disputados, com seis gols anotados.

Verlaat: o zagueiro de quase 1,90m de altura disputou apenas cinco jogos em sua temporada de estreia no clube, em 1986-1987, um deles a finalíssima da Recopa. Na época seguinte, não teve tantas chances e acabou deixando o Ajax em 1989 para jogar no Lausanne.

Ronald Koeman: o maior zagueiro-artilheiro de todos os tempos jogou três temporadas no Ajax e já dava mostras de que seria mesmo um dos principais nomes do futebol mundial. Com força física, chutes poderosos, bom senso de colocação e muita segurança, marcou época não só no clube de Amsterdã, mas também no PSV e no Barcelona. Foi também campeão da Eurocopa de 1988 pela Holanda. Koeman disputou 120 jogos e marcou 34 gols pelo Ajax entre 1983 e 1986. Leia mais sobre ele clicando aqui!

Danny Blind: revelado pelo Sparta de Roterdã, o defensor chegou em 1986 ao Ajax e conseguiu cravar seu espaço aos poucos com muita eficiência técnica, visão de jogo e capacidade de jogar tanto mais centralizado quanto pelas laterais. Marcava alguns gols em suas investidas ao ataque e permaneceu no Ajax até 1999, quando encerrou a carreira. Conquistou 16 troféus pelo Ajax, incluindo os três principais organizados pela UEFA: Recopa de 1987, Copa da UEFA de 1992 e Liga dos Campeões da UEFA de 1995.

Rijkaard: dono de uma rara classe, capaz de desarmar rivais com precisão e iniciar jogadas de ataque como poucos, Rijkaard foi revelado pelo Ajax, venceu sete títulos nos anos 1980 antes de virar estrela no melhor Milan de todos os tempos, aquele bicampeão do mundo e da Europa em 1989 e 1990. Já nos anos 1990, voltou ao Ajax para jogar na zaga e vencer outra Liga dos Campeões, em 1995. Pela seleção, Rijkaard disputou 73 jogos e marcou 10 gols. Após pendurar as chuteiras, virou técnico e voltou aos holofotes comandando o Barcelona de Ronaldinho nos anos 2000. O craque também foi técnico da Holanda entre 1998 e 2000 e comandou a equipe na Eurocopa de 2000. Leia mais sobre ele clicando aqui!

Spelbos: experiente e com passagens pelo AZ e pelo Club Brugge, Spelbos atuava na zaga do Ajax e jogou regularmente na equipe titular entre 1984 e 1988. Costumava avançar ao ataque e marcava vários gols. Disputou 132 jogos no período e anotou 24 gols – um número elevado para um defensor. Era presença certa na convocação da Holanda para a Eurocopa de 1988, mas uma grave lesão no joelho o tirou da disputa e encerrou sua carreira aos 34 anos.

Boeve: o lateral-esquerdo podia jogar também como ala e foi um dos atletas preferidos de Cruyff na época por sua inteligência tática, mobilidade e visão de jogo. Disputou mais de 300 jogos pelo clube e anotou 15 gols, além de dar vários passes para os companheiros e auxiliar na construção de jogadas partindo do campo de defesa. Vestiu a camisa da Holanda em 16 oportunidades e só não teve mais jogos por causa de algumas lesões que o atormentaram ao longo dos anos.

Jan Wouters: meio-campista forte na marcação e que não aliviava nas divididas, jogou no Ajax de 1986 até 1992 e tinha também um papel muito importante na contenção e em contra-ataques. Na temporada 1986-1987, foi imprescindível para o esquema tático de Cruyff e disputou 50 jogos, anotando cinco gols. Foi titular da Holanda na conquista da Euro de 1988.

Vanenburg: meia de muito talento e exímio garçom, foi revelado pelo Ajax e brilhou no time de Amsterdã de 1980 até 1986. Além dos passes precisos para gols, anotava os seus – foram 72 gols em 212 jogos. Após as glórias no clube alvirrubro, foi colecionar títulos no PSV. Outro campeão europeu pela Holanda em 1988.

Aron Winter: podia atuar em qualquer posição do meio de campo e foi um dos mais versáteis atletas holandeses dos anos 1980 e 1990. Começou no Ajax exatamente em 1986 e garantiu seu espaço no time de Cruyff por sua inteligência tática e também por aparecer constantemente no ataque. Ficou na equipe até 1992, quando foi jogar na Lazio. Foi um dos principais nomes da seleção da Holanda, pela qual disputou 84 jogos, faturou a Euro de 1988 (como reserva) e esteve presente em duas Copas do Mundo (1994 e 1998). 

Arnold Mühren: o experiente meio-campista jogou no Ajax de 1971 até 1974 e também de 1985 até 1989 e teve a honra de integrar tanto o timaço tricampeão europeu (jogando com Cruyff) quanto o time comandado por Cruyff. Marcava alguns gols e era preciso nos passes e cruzamentos. Foi dele o cruzamento para o voleio espetacular de Van Basten na decisão da Eurocopa de 1988. Foram 260 jogos e 59 gols pelo Ajax na carreira. Arnold Mühren é um dos raros atletas a ter no currículo os três grandes torneios da UEFA do século passado: Liga dos Campeões e Recopa (pelo Ajax) e Copa da UEFA (pelo Ipswich Town-ING). Mühren foi exemplo de longevidade ao jogar em alto nível até os 38 anos!

Scholten: meio-campista que jogava de cabeça erguida, clássico, e que ganhou o curioso apelido de “White Sócrates”, por sua semelhança no estilo de jogo e altura com o brasileiro ídolo do Corinthians. Teve duas passagens pelo Ajax: 1986-1990 e 1995-1997.

John van ‘t Schip: atuava muito bem pela ponta-direita e era eficiente nas tabelinhas e cruzamentos. Cria do Ajax, Van ‘t Schip jogou no clube de 1981 até 1992 e foi presença constante na seleção da Holanda, pela qual venceu a Eurocopa de 1988.

John Bosman: artilheiro-nato, Bosman podia atuar como atacante e também meia no esquema tático do técnico Cruyff. Com 1,87m de altura, se destacava no jogo aéreo e também na hora de se desvencilhar dos marcadores. Com bom senso de posicionamento, Bosman marcou 107 gols em 167 jogos pelo Ajax entre 1983 e 1988, sendo as temporadas 1986-1987 (36 gols) e 1987-1988 (30 gols) as melhores de sua carreira. Foi campeão da Euro de 1988 pela Holanda. 

Van Basten: ele teve uma das mais breves carreiras do futebol, mas também uma das mais marcantes. Com 300 gols em 431 jogos, Marco van Basten foi um dos mais letais, brilhantes e técnicos atacantes de todos os tempos, um verdadeiro artista com a bola nos pés que encantou multidões vestindo apenas três camisas: do Ajax, do Milan e da Holanda. E ele foi campeão com todas elas. Pelos alvirrubros, Van Basten teve uma média de quase um gol por jogo, venceu sete títulos e catapultou sua carreira anos depois no Milan, pelo qual venceu dez troféus, entre eles as Ligas dos Campeões da UEFA de 1988-1989 e 1989-1990. Pela Holanda, marcou um dos gols mais espetaculares do século XX em plena final de Eurocopa de 1988, tento que valeu o inédito título continental aos laranjas. 

Em 58 jogos, o craque marcou 24 gols pela Holanda e disputou ainda a Copa do Mundo de 1990. Em 1993, com apenas 28 anos, Van Basten teve que pendurar precocemente as chuteiras por conta das seguidas lesões nos tornozelos, vítimas das pancadas que tanto sofreu dos zagueiros que tinham que apelar para a violência para tentar frear o “holandês voador”. Outro fator que prejudicou demais uma trajetória mais longeva do atacante foram as cirurgias mal sucedidas. Nem sequer uma partida de despedida foi possível para o atacante, Melhor do Mundo pela FIFA em 1992 e três vezes vencedor do Ballon d’Or. Pelo Ajax, foram 156 gols em 182 jogos. Um craque imortal. Leia mais sobre ele clicando aqui!

Witschge: outra cria do Ajax, o ponta-esquerda fez jogos brilhantes entre 1985 e 1989 e compôs o tridente de ataque daquele time. Não era goleador, mas anotou gols decisivos na campanha do título da Recopa e contribuiu bastante nas construções de jogadas. Disputou a Copa de 1994 pela Holanda.

Rob de Wit: o ponta jogou dois anos no Utrecht até conseguir espaço no Ajax a partir de 1984. Driblador e muito técnico, conquistou a torcida, mas viu sua carreira terminar de maneira abrupta, aos 23 anos, em 1986, após sofrer uma hemorragia cerebral que o impediu de continuar jogando profissionalmente. Ele ainda sofreu mais duas hemorragias, em 1993 e 2005. Foram 81 jogos e 17 gols pelo Ajax. 

Bergkamp: mesmo com 1,83m de altura, ele tinha habilidade e controle de bola fantásticos. Dentro ou fora da área, conseguia enxergar o jogo como poucos e despistar qualquer zagueiro ou goleiro com apenas um corte, um drible artístico ou um toque por cobertura. Se o jogo estava feio, sem graça, bastava passar-lhe a bola e o feio se tornava bonito. Os toques rudes ganhavam leveza. O futebol parecia bem mais fácil. Só não valia mencionar a palavra “avião”… Dennis Bergkamp foi um dos maiores e mais talentosos atacantes dos anos 1990 e também uma das maiores joias que o futebol holandês já produziu. 

Extremamente frio na hora de concluir a gol e também nas comemorações (isso quando elas aconteciam), o atacante ganhou o apelido de “Homem de Gelo” por causa dessas suas particularidades. Revelado por Cruyff em 1986, teve mais chances no time após a saída de Van Basten e virou referência no ataque do time no começo da década de 1990 e uma verdadeira lenda no Arsenal que conquistou taças históricas na virada do século XX. Leia mais sobre ele clicando aqui!

Johan Cruyff (Técnico): depois de marcar seu nome como maior jogador do Ajax em todos os tempos, Cruyff deixou marcas profundas, também, como técnico. Ele ajudou o Ajax a olhar com ainda mais cuidado suas categorias de base e resgatou o futebol total perdido naquele começo de anos 1980. Depois dos títulos, o clube manteve o estilo plantado por Cruyff e levantou taças em profusão na década de 1990. Não é à toa que o estádio do clube foi rebatizado como Johan Cruyff Arena em 2017, um ano após a morte do ídolo. Pelo Ajax, Cruyff acumulou 117 jogos, 86 vitórias, 10 empates, 21 derrotas e impressionantes 73,5% de aproveitamento. Leia mais sobre ele clicando aqui!

 

 

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